Mudança de Planos
Lá estava ele, ainda inconsciente. Ela pegou a varinha e apenas o olhou por alguns minutos.
É... O primo lhe despertava alguma coisa, e láá no fundinho, ela sabia que gostava dele de um jeito diferente. Não era “química”. Talvez um amor platônico não desenvolvido.
Ela correu a mão levemente pelo tronco dele. O coração ainda batia, se negando a parar.
Ela pensou bem, e apontando a varinha bem sobre o coração dele, ordenou:
- Rennervate! – Sabendo que a reação do organismo seria levantar, quando ele acordou de repente, tossindo, ela o empurrou contra o chão de novo.
- O que é isso? – Ele olhava aterrorizado em volta, e quando viu Bellatrix quase em cima dele, sua expressão foi de medo para surpresa. – Bellatrix?
- Cale a boca, ou mato você! – Ela não ia realmente matá-lo. – Então, Sirius Black, como veio parar aqui? – Ela saiu de cima dele, mas ficou abaixada ao seu lado.
- Não é da sua conta. – Ele não olhava para ela.
- É mais da minha conta do que você imagina. – Porque ela estava fazendo isso? Ela devia matá-lo, não ficar conversando!
- Você iria rir da minha cara. – Ele se virou de frente para ela.
- Ah, eu adoraria! – Ela sorriu ironicamente e se sentou, como uma criança esperando para ouvir uma historinha.
- Eu vim atrás de você, Bellatrix Lestrange.
- De mim? Veio me prender, é isso?
- Não, claro que não.
- Então veio me matar?
- Não.
Ele a deitou no chão e lhe deu um beijo nada forçado, mas inesperado.
Ele não era como todos os outros, não parecia estar fazendo aquilo pelo fato dela ser bonita ou atraente.
Mas não! Isso era absurdo! Quando percebeu o que estava acontecendo, ela o empurrou para o lado, mas não sem antes lhe dar uma bofetada na cara.
- Ai, doeu sabia? – Ele esfregava o rosto, no lugar onde ela tinha batido: a marca de três dos seus dedos tinha ficado lá.
- É pra doer mesmo! O que você pensa que está fazendo?
- Vai dizer que não gostou?
- Convencido. E não, não gostei. – Ela ofegava levemente. – Foi... Patético. – Ela parecia ter feito um enorme sacrifício para encontrar a palavra “patético” em seu vocabulário.
- Tudo bem. Se for assim, eu não faço mais. Pronto. – Ele colocou as mãos ao lado da cabeça, em sinal de rendição.
Ela parecia que ia reclamar, mas pensou melhor:
- Eu recebi ordens para matar você.
- Então faça isso.
Por essa resposta ela não esperava. Ele não se importava de morrer? Mas a verdade... É que ela não conseguia!
- Não consigo.
- Por que não?
- Não sei, não quero. – Ela estava sendo sincera.
- Você sabe a Maldição. – Ele queria mesmo provocá-la.
- Eu não vou fazer isso. Vou deixar essa pequena felicidade para outra pessoa. – Ela se levantou e fez menção de simplesmente ir embora e deixá-lo ali.
- Lord Voldemort não vai gostar disso. – Ele aumentou seu tom de voz.
- Eu sei como controlá-lo. – E fez uma cara bem maliciosa.
Ele foi atrás dela e lhe deu mais um beijo, mas dessa vez ela não fez muito esforço para tirá-lo de perto de si. E ficaram por lá mesmo, no escurinho (!).
(Você aí que está lendo, tenha o semancol de imaginar o resto, porque eu não vou contar. E não invada a privacidade do outros!).
Bellatrix não encarava isso como “atração física”. Era amor mesmo! Mas um amor que ela não fazia a menor questão de deixar crescer ou se desenvolver. Mas Sirius... Ele parecia mesmo disposto a correr atrás dela.
Depois de todo esse blábláblá, ela fez o seguinte: diria a Voldemort que torturara Sirius mais um pouquinho, mas que achou melhor não matá-lo, pois ele poderia ser muito útil. E, supostamente, ela lhe dera falsas pistas que o fariam voltar e cair em uma nova armadilha. E deixou-o ir, através de aparatação. E disse a ele que aquilo jamais se repetiria, e ai dele se comentasse qualquer coisa que tivesse acontecido ali com alguém!
Ele desaparatou. Ela se ajeitou e subiu.
Rodolphus, para sua felicidade, já tinha ido embora.
Voldemort estava sentado em uma poltrona de frente para uma enorme lareira acesa.
- Milorde.
- Ah, Bella! Demorou. – Ele se virou para olhá-la.
- Ótimas notícias, Milorde. – Ela sorriu e se sentou na poltrona ao lado.
- Então diga.
- Bom, achei melhor trazer Black de volta à consciência, e depois torturá-lo um pouco. Foi isso que fiz, e ele acabou falando algumas coisas sobre a Ordem que nos podem ser muito úteis. Eu lhes dei algumas pistas falsas, e tenho certeza de que ele voltará, e quando isso acontecer... Podemos nos divertir novamente. Sempre é claro, recebendo informações valiosas. Ele conseguiu desaparatar, mas eu não fiz muito esforço para impedi-lo.
Voldemort escutava Bellatrix muito atentamente, visivelmente satisfeito com a atitude de sua Comensal.
- Perfeito, Bella. Bem planejado. Claro, não esperava menos de você.
Ela inclinou a cabeça, como uma pequena referência, e se levantou para ir embora.
- Já vai, Bella? Estamos sozinhos. – Ele a olhou de cima a baixo através dos olhos vermelhos e ofídicos.
Antes que ela pudesse responder ele a agarrou e tentou abrir o zíper da roupa dela, que era nas costas.
- Milorde eu... – Ela não sabia como dizer não a ele, mas ela não estava afim.
- O que foi Bella? Alguma coisa errada?
- Eu só não...
- Entendo. Não vou lhe obrigar a nada. Vá, se quiser. – Ele a soltou.
- Me perdoe Milorde.
- Você tem minha compreensão, Bellatrix. Você sabe disso.
Ela não sabia se ele estava sendo irônico ou se estava mesmo querendo humilhá-la por ter lhe dado um fora.
- Claro Milorde, e eu não a desprezo. – Ela se virou e por um segundo até se esqueceu que ia desaparatar, e já ia saindo pela porta para ir andando!
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