Traidores camuflados.

Traidores camuflados.



Madrugada de 31 de Julho de 1998

" '-Santo Merlin! Granger e meu sobrinho traidor? Que casal mais lindo! -' Exclamava a Granger-Bellatrix, que estava enfurecida. '- Não acredito! Quanto mais tarde eu me livrar dessa sangue-ruim melhor vai ser! Que menina idiota, seduzir Draco... E como Draco é ainda mais idiota! Se encher de graça com ela... Nossa, que ódio, vão pagar caro esses dois!' "

A cabeça de Hermione latejava e ela estava suando muito, como se estivesse de baixo de cobertores grossos numa noite de verão. Sentiu alguém pegar no seu braço e uma voz arrastada, porém agradável, chamar seu nome.
- Granger?! Acorde, você tá bem?
Era Malfoy, ele estava com uma cara bondosa, mas que não deixava de transparecer cansaço e preocupação. A varinha novamente apontada para a cabeça de Hermione, como mais cedo naquele mesmo dia, quando ela estava delirando. Ele ofegava e também estava bem suado, o cobertor estava jogado no chão e Hermione estava deitada no seu colo, dando para ver só a cabeça de Malfoy por baixo.
Ele se inclinou para ele a olhou bem em seus olhos. Não estavam castanhos e brilhantes como sempre, mas estavam pretos e opacos, e mostravam uma espécie de fúria que Hermione parecia não sentir.
- Malfoy! - Exclamou ela e levantou do colo dele, quando sentiu a cabeça doer e pesar, não agüentou e novamente pousou a cabeça em seu colo, mas dessa vez deitando-se de lado, olhando para o encosto do banco. - Aconteceu... De novo? Quer dizer, O QUE aconteceu?
Ele não respondeu, abaixou a varinha e virou o rosto para o horizonte, o céu começava a dar sinais de que a manhã estava chegando. Ele ainda olhava para o "nada" quando Hermione se virou e o viu movimentar a boca e palavras começavam a sair:
- Você teve outro 'ataque', vou chamar assim. - Começou ele com a voz baixa, mas clara o suficiente para Hermione entender perfeitamente as suas palavras. - Sabe, você começou a dar gritinhos de dor enquanto nós... - ele corou um pouco - dormíamos. Eu não sabia o que tava acontecendo, até ver que você estava...
Ele hesitou e não continuou, parecia que esperava que Hermione falasse. Até que ela, com muito custo se sentou e olhou para ele:
- Estava... - Disse ela, esperando ansiosa uma resposta.
- Estava parecida com a tia Bella. - Disse ele encarando Hermione.
Ela embranqueceu, não sabia o que falar. Parecida com a Tia Bella? Bellatrix Lestrange? Essa mulher estava morta, como poderia parecer com ela? Bellatrix não era nada dela (graças a Merlin!) e elas muito menos se gostavam. Será que tinha alguma coisa a ver com o que Harry e Ron tinham começado a falar sobre os dois Comensais que tinham conseguido escapar? Dolohov e Rodolpho Lestrange...
- Mas como assim, Malfoy? - Perguntou ela, o tom um pouco mais calmo do que antes, quase choroso. - Me explica, por favor... Pelo menos você... - Suplicou ela, com uma expressão triste.
- Granger, eu não sei se eu sou a melhor pessoa para te explicar, mas acho que eu posso te ajudar... - Disse ele em resposta às suplicas dela. - Sou eu que tenho feito você sobreviver aos delírios, eu posso ajudar você a sobreviver a eles... - Ele estava ruborizando, mas não perdia o tom de voz sem emoção. - Mas eu tenho receio que minha ajuda vá ficar fraca se isso não acabar logo e...
Ele foi interrompido por um barulho que atraiu a atenção de ambos. Um estalo seguido de um grito vindo do andar de cima, aparentemente do quarto de Luna com Harry. Malfoy pegou a varinha e apontou para frente, indo em direção a porta do quarto. Hermione, que estava muito fraca e com a cabeça ainda doendo um pouco, só conseguiu se firmar de pé e olhava para Malfoy com atenção. Ele estava quase alcançando a maçaneta da porta quando se ouviu um estampido e a porta se escancarou e um Harry entrou por ela cantando e pulando.
- POTTER! - Berrou Malfoy ainda sem abaixar a varinha. - O que você tem na cabeça seu... - Mas foi interrompido, Harry o abraçou, Malfoy estranhou isso, nunca foi amigo íntimo de Harry e ele já vinha abraçando ele assim?
- Aaah, Draco! - Começou ele, os olhos brilhantes e um sorriso enorme no rosto. - A Loony! Ela aceitou...
Harry também foi interrompido por uma Luna feliz e desarrumada que entrou no quarto com o que parecia ser uma garrafa e quatro taças pequenas. Ela estava com uma camisola azul-marinho que chegavam até o joelho e seu cabelo estava em um rabo-de-cavalo quase desfeito. Ela também sorria como Harry, embora seus olhos estivessem cheios de lagrimas,
- Mioneeeeeeeeeeeeeeeeee! - Gritou ela indo em direção a Hermione com a garrafa e as taças. - Nós estamos noivos!
Hermione olhou para Luna com surpresa, naquele momento, tudo o que tinha acontecido antes deles chegaram parecia não ter sido esquecido. Reunindo as poucas forçar que lhe sobraram, ela deu um sorriso e olhou para Harry que também estava contando as novidades. Ela sentiu uma nova sensação invadi-la e ela se sentiu melhor que havia se sentido a horas. Levou Luna para dentro do quarto (ainda estavam na varandinha.) e lá se sentaram os quatro, conversando e tomando um suco de abóbora que Luna havia trago, de vez em quando Hermione sentia a cabeça doer um pouco, mas ela tentava ser forte. Estava tão feliz pelos amigos! Mas a sua fortaleza ali naquele quarto estava sendo Malfoy.
Sempre que sentia a cabeça doer e querer pesar, ela olhava para ele, que quase sempre respondia os olhares dela com sorrisos. "Sorrisos lindos" dizia ela a si mesma. Ela gostava daquele sorriso, mesmo na escola, aquele havia sido o seu segredo mais secreto: o sorriso de Malfoy sempre a deixava de pernas bambas, mesmo quando era uma maldade que ele havia feito. Isso era um fato, um sentimento que, por mais que ela se castigasse por isso, não podia evitar.
- Ah, Harry! Parabéns! - Disse ela sorrindo. - O seu presente ficou no Largo... Eu comprarei outro depois!
- Sem problemas, Mione! - Respondeu ele sorrindo.
- É mesmo, Potter. Parabéns, cara! - Disse Malfoy.
Depois de algumas taças de suco de abóbora, Hermione se virou para Luna e lhe perguntou algo que estava deixando-na com uma questão pairando em cima da cabeça:
- Mas, Loony, como que ninguém mais da casa escutou essa gritaria de vocês além de nós?
- Ah! - Respondeu ela animada. - Lançamos vários Abaffiatos, menos aqui, porque queríamos que vocês fossem os primeiros!
- Ah, acho que entendi. - Disse Hermione rindo. Nesse momento ela sentiu o olhar de Malfoy cair sobre ela, ela só sentiu, não teve coragem de encará-lo. Depois do que aconteceu naquela noite, ela queria mais é dar outro beijo nele. Mas não queria que Harry nem Luna percebessem que tinha acontecido alguma coisa.
- Bom, Potter, eu acho que você e a Lovegood podiam deixar a gente a sós... - Disse ele rindo, ainda olhando para Hermione. - para podermos nos lavar e nos vestir para o café - Acrescentou ele parando de rir, mas com um sorriso maroto ainda no rosto ao ver a expressão de Harry e Luna e o espanto de Hermione. - e para dar a notícia do noivado de vocês aos outros.
- Ah, vamos Loony, eles querem ficar a sós! - Disse Harry num tom engraçado , pegando a mão de Luna. - A gente pode deixar as taças e a garrafa aqui?
- Tanto faz Potter! - Disse Malfoy fingindo raiva. - Frankie busca depois, agora, por favor... - Terminou ele indicando a porta.
- Que pessoal mais mal educado! - Disse Luna sorrindo e com um aceno, ela e Harry sumiram atrás da porta, deixando Malfoy e Hermione realmente sozinhos.
Hermione tinha corado tanto que dava a impressão de ter ficado no sol por horas. Malfoy ainda sorria com aquele sorriso maroto que Hermione tanto gostava. Ela foi se perdendo em seus pensamentos, cada um mais nada a ver do que o outro, quando ela sentiu Malfoy sentar-se em frente a ela. Ambos estavam com as pernas cruzadas (tipo "indiozinho") e eles se encararam.
Malfoy sentiu o rosto corar, mas já estava ali, não iria adiantar nada recuar... Aquele "quase-beijo" deles na noite passada tinha sido o melhor da sua vida, porque ele viu que teve sentimento. Queria repetir, queria ir mais além do que só encostar seus lábios no de Hermione, não podia refrear aquela vontade. Cada segundo que se passava ao lado dela, ali sentados no chão do quarto, ele se castigava mais por nunca ter reparado em como ela era linda... Como ela É linda.
- Olha, Malfoy, eu acho que a gente não devia fazer isso, a gente mal... - Começou ela, sem perceber que também estava aproximando seu rosto do rosto do loiro, quase como se precisasse do ar dele para poder respirar, estava ofegando. - Mal se fala e você vem assim para cima de mim e eu acho que eu não pos...
- Que você não pode gostar de mim? - Perguntou ele sorrindo, perto o bastante para roubar-lhe um beijo. - Que você não pode me dar um beijo?
Dizendo isso ele não lhe deu espaço para respirar, encostou sua testa na dela e deu outro sorriso. Colou seus lábios nos dela e sua língua pediu passagem, e ela, sem sinal nenhum de evitar, permitiu que acontecesse o beijo. Deixou que se envolvesse mais com Malfoy, aquele Malfoy que tinha 'aquele' sorriso que deixava ela louca, aquele Malfoy que fazia maldades com ela no tempo de escola... Aquele Malfoy que tinha ela mais perto do que ela jamais estava de ninguém, exceto Fred. Não queria pensar em seu ex agora, estava com Malfoy, beijando Malfoy.
O beijo se alongou por minutos a fio, Malfoy estava com uma mão na nuca de Hermione e a outra ainda estava segurando a sua mão. Hermione não queria retirar a mão do colo, mas não resistiu a tentação de passar as mãos no cabelo de Malfoy. Beijaram-se, beijaram-se, beijaram-se... Depois de um tempo se soltaram, parando de se beijar com selinhos e sorrisinhos. Malfoy já tinha tirado a mão da nuca de Hermione e acariciava seu rosto, a morena enlaçou os braços no pescoço de Malfoy e sorriu.
- Hm... - Começou ela, procurando palavras para dizer a Malfoy que tinha gostado ao mesmo tempo em que queria manter uma aparência de quem não tinha ficado muito afim.
- Eu disse, não disse? - Disse ele, em tom de brincadeira.
- É... O que você disse? - Respondeu ela sorrindo um sorriso gostoso.
- Que você ia ficar caidinha pelo Draco "Gostosão" Malfoy. - Ele começou a rir, ainda acariciava seu rosto.
Ele estava tão carinhoso com ela... Nem parecia que era real. Novamente ela estava esperando que a acordassem com um balde de água fria. Mas era real! É real! Ela sorriu, sem se dar conta que o havia feito. Malfoy a encarou e sorriu também.
- Olha, a gente precisa se lavar para descermos para o café. - Disse ele finalmente, se levantando e puxando Hermione para mais um beijo. Beijaram-se como se fossem apaixonados ha muito tempo. Mas esse foi um beijo mais rápido. Ele logo parou de beijá-la, mas continuou com uma mão entrelaçada com a dela, a outra passeando pelo seu cabelo. - Quer ir primeiro? - Perguntou ele indicando o banheiro.
- Ah, pode ser! - Respondeu ela sorrindo, esquecendo completamente que precisava fazer perguntas a Malfoy sobre aqueles devaneios que ela tinha em que ouvia a voz de Bellatrix, estava bem como não se sentia à anos.
- Ah, Granger! - Chamou ele, quando ela se virou, ele pareceu fingir ter esquecido o que ia falar, pois gaguejou: - As... As roupas, é... Você pode usar outras roupas minhas se quiser. Frankie trouxe mais peças íntimas de mamãe que encontrou... - Ele ruborizou.

- Hm... Okay! - E se virou, tentando imaginar por que Malfoy tinha chamado ela.




A sala de jantar da Mansão Malfoy estava cheia: Minerva estava presente e ocupava uma extremidade da mesa, sentada na ponta. Depois estavam Ron e Lilá, George e Angelina (Angelina soltou um gritinho de felicidade quando viu Hermione e George só acenou com a cabeça.) e Harry e Luna. No outro lado da mesa, sentado ao lado da professora Minerva, estava Neville Longbotton, do seu lado estavam Gui e Fleur e depois Sr. e Sra. Weasley. Havia duas cadeiras vazias: a de Malfoy e a de Hermione. Malfoy sentou-se na ponta e Hermione ao lado. Todos se cumprimentaram com formais "bons dias”, comeram o café em silêncio, sem perceber a excitação de Harry e Luna e sem ver os olhares furtivos que Hermione e Malfoy Trocavam.
- Granger, passe a jarra... - Disse ele se dirigindo a Hermione, que o olhou com incredulidade. - por favor! - Terminou sorrindo para ela e dando uma piscadela.
- Hm... Então eu e Harry temos uma coisa para falar! - Começou Luna, enquanto Hermione dava a jarra de suco de abóbora para Malfoy. - Vamos Harry! - Cochichou ela para Harry, que estava se levantando com uma torrada na mão.
- Bem, obrigada aos presentes - Começou ele com tom de brincadeira, mas logo ficou sério. - Bom, a gente, eu e Loony, queremos comunicar a vocês que nós...
- ESTAMOS NOIVOS! - Exclamou Luna, transbordando felicidade. Parecia que ia explodir a qualquer momento.
Todos sorriram e aplaudiram. Sra. Weasley chorou e Minerva parecia uma mãe que estava vendo um filho que estava se casando.
- Meus parabéns, cara! - Disse Ron.
- Aew, meu irmão, quem diria, Harry e Luna... Estou... - Disse George. - Como dizem os trouxas? Ah sim, estou vendo que vocês estão pagando a língua, hein? - Terminou ele, dando um tapinha nas costas de Harry e um abraço em Luna. - Meus parabéns, cara! Vocês merecem!
Depois de todos os cumprimentos, todos se se sentaram à mesa, e terminaram o café. De repente, escuta-se uma música vindo do nada, parecia que saía das paredes da Mansão. Era um Feliz Aniversário? Um bolo magnífico apareceu no centro da mesa de jantar, um bolo lindo, com uma vela com o número 20 em cima.
- Feliz 20 Potter! - Disse Malfoy sorrindo. - Parabéns!
Depois do café, todos se retiraram. Naquele dia havia muito a ser feito. Harry e Luna saíram para fazer compras e Luna queria de todo jeito que Hermione fosse junto. Depois de muita recusa, Luna se convenceu e disse que iria trazer umas peças de roupas para ela da Madame Malkin. Ron e Lilá estavam discutindo a decoração de sua nova casa no escritório de Draco. Neville ficou na Mansão, estava cuidando do jardim, Sr. e Sra. Weasley tinham voltado para a sua casa em Surrey, onde moravam desde que deixaram a toca no ano da Guerra. Minerva tinha voltado a Hogwarts, estava fazendo um programa de férias com alguns alunos e tinha se retirado só para o caso de Hermione voltar a ter 'ataques'. George e Angelina passavam o tempo todo juntos, conversando, se "pegando", dando uns amassos ("coisas não muito bonitas de se ver", concluiu mentalmente Hermione, depois que pegou os dois juntos na cozinha.). Então sobraram eles: Hermione e Draco.
Malfoy esperou todo mundo sair da mesa e indicou a escada para Hermione. Ela assentiu e saiu na frente, com ele a seu encalço. Subiram as escadas fazendo o menor barulho possível, chagaram ao quarto e Hermione levou a mão à maçaneta, mas Malfoy a segurou e sussurrou no seu ouvido:
- Não é aqui. Vem! - Disse ele segurando na mão de Hermione e a levando para o final do corredor do 2º andar, onde tinha uma parede.
- Chegou a hora. - Murmurou ele e a parede continuou sólida. - Vamos.
Ele a puxou para dentro da parede e eles a atravessaram a parede, que lembrava a Plataforma que ficava escondida dos trouxas em King Cross. Juntos, entraram no que parecia um quarto bem arrumado e escuro, não tinha janelas e suas paredes eram feitas de pedras, como as da sala comunal da Sonserina.
- Aqui é o meu refúgio. É aqui que eu fiquei escondido quando meu pai descobriu que eu era da Ordem sabe? - Começou ele olhando para os quadros. - Ele queria me matar, mas depois, com muito custo aceitou.
- Ah, Malfoy, eu sinto muito pelo que aconteceu... - Disse ela, indo em direção a Malfoy e pondo a mão no seu ombro. - Mas eles já se foram... Acho que o melhor que temos que fazer é... - Ela foi surpreendida pelo olhar de Malfoy, que estava fixo no seu, como se seus olhos perfurassem os de Hermione.
- Sabe, Granger... Eu acho que tá acontecendo uma coisa legal entre a gente e... - Disse ele, um pouco desconcertado, desviando o olhar dos olhos castanhos fixos de Hermione. - E eu não quero que faça alguma coisa só porque você acha que é o certo... Eu, é... - Ele estava começando a corar. - Não quero me machucar e nem quero que você se machuque, porque eu realmente acho que to...
- Que tá... - Disse ela, incentivando ele a continuar.
- Acho que to me apaixonando por você. - Disse ele finalmente, virando o rosto para o lado, para não ter que olhar para Hermione.
Ela só sorriu. Entao aquela história de 'I can't help the way I've fallen for you' era verdade? Hermione segurou o rosto de Malfoy com as mãos e o virou, de modo que Draco a encarasse. Ele estava muito vermelho e parecia estar furioso. Foi quando Hermione lhe deu um selinho e disse bem baixinho, encostando sua testa na dele:
- I can't help the way I've fallen for you... - Quando foi para beijá-lo, um grito agudo e assustador veio do andar de baixo. Não parecia nada com os gritinhos de Luna mais cedo naquele dia. Pareciam gritos de terror, de medo, gritos que deixaram os pelos da nuca de Hermione de pé.
- Pegue a varinha, Granger! - Disse Malfoy sacando a dele. - E vem comigo.
Ela obedeceu e os dois saíram da sala pela parede mágica com a varinha em punho. Desceram correndo as escadas a procura dos gritos, mas eles haviam cessado. Ao invés disso, vinham passos apressados em direção à sala de estar. Havia um corpo no chão, um corpo de mulher... Angelina ainda respirava, mas tremia freneticamente e parecia ter sofrido muita dor, pois estava com a aparência muito fraca.
- Angie... - Neville ajoelhou-se ao lado de Angelina e a olhou. - O que houve?
- George... - Foi sua única palavra antes de desmaiar.
Os outros se olhavam, com espanto, sem entender nada. Foi Lilá que se manifestou antes de todos perceberem, e apontou para o teto, onde havia uma espécie de mensagem, mas estava escrita em runas. Lilá era boa em runas, logo decifrou e disse em voz alta:

- "Obrigada Granger. Agora eu sei que só você impede a Revolução Magnífica! George”. Bom, eu acho que ele foi para o outro lado. - Disse ela com sua vozinha insuportavelmente doce demais. - Vamos cuidar de Angelina e pensar em algo! - Finalizou se retirando com Ron em seus calcanhares, levando Angelina nos braços.
- Ela é sempre tão burra! - Exclamou Neville irritado. - "Vamos cuidar de Angelina! Blablabla..." - Disse ele numa imitação de Lilá.
Hermione deixou um sorriso escapar-lhe, mas depois retomou a expressão preocupada que tinha antes, virando-se para Malfoy, disse:
- Então, tínhamos um traidor?! - A sua pergunta era quase uma afirmativa.
- É, parece que sim. - Respondeu ele seco. - Que acha, Longbotton?
- Tanto faz, não gostava dele mesmo. Acho que só seria mais um para matar. - Disse ele se retirando.
- E, Malfoy, o que é essa Revolta Magnífica? - E sem perceber, se viu caindo nos braços de Malfoy, a visão escurecendo e as vozes sumindo...

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