A Procura de Um Aliado (28/04/

A Procura de Um Aliado (28/04/



Capítulo 12 - A Procura de um Aliado

Nem seu pai, nem sua mãe apareceram quando Gina e eu, na sala de visitas, falávamos do seminário.
Com os olhos em mim, Gina queria saber que notícia era a que me afligia tanto. Quando lhe disse o que era, seu rosto perdeu a cor .
--Mas eu não quero! Não quero e não vou entrar em seminários!
Gina, a princípio, não disse nada. Encolheu o corpo e deixou-se estar com as pupilas perdidas, a boca entreaberta, toda parada. Então eu, para dar força às afirmações, comecei a jurar que não seria padre. Naquele tempo eu jurava muito, pela vida e pela morte.
Jurei pela hora da morte. Que a luz me faltasse na hora da morte se fosse para o seminário. Gina não parecia crer nem descrer, não parecia sequer ouvir. Quis chamá-la, sacudi-la, mas vê-la naquele estado me desarmou. Essa garota que brincara comigo, que pulara, dançara, creio até que dormira comigo, me deixava agora com um medo jamais sentido. Enfim, tornou a si, mas tinha a cara lívida, e rompeu nestas palavras furiosas:
--Não!Não vai! Não!
Fiquei aturdido. Gina apesar de ser uma garota, sempre foi firme e forte quando se tratava de seus sentimentos e tamanha explosão me assustou. É verdade que quando a defender-se de injustiças e obviamente seu interesse, enfrentava quem lhe aparecesse.
Mas nunca a vi tão irritada e desesperada como então. Parecia disposta a dizer tudo a todos.
Eu, assustado, não sabia o que fazer, repetia os juramentos, prometia ir naquela mesma noite declarar em casa que, por nada neste mundo, entraria no seminário.
--Você? Você entra.
--Não entro.
--Você verá se entra ou não.
Calou-se outra vez. Quando tornou a falar, tinha mudado: não era a Gina de costume, mas quase. Estava séria, sem aflição, falava baixo. Quis saber a conversação da minha casa. Eu contei tudo, menos a parte que lhe dizia respeito.
--E que interesse tem Sirius Black em lembrar isto? Perguntou-me no fim.
--Acho que nenhum, foi só para fazer mal. É um sujeito muito ruim! Mas, deixe estar que me há de pagar. Quando eu for dono da casa, quem vai para a rua é ele! Você verá! Não pisará mais nesta casa!Mamãe é boa demais, lhe dá atenção! Ele a fez chorar hoje!
--D. Lílian? Mas chorou por quê?
--Não sei. Só o ouvi dizer que ela não chorasse que não era coisa de choro... Ele chegou a mostrar-se arrependido e saiu. Eu então, para não ser apanhado, deixei o canto e corri para a varanda. Mas, deixe estar, que ele me paga!
Disse isto fechando o punho, e proferi outras ameaças. Ao relembrá-las, não me acho ridículo: a adolescência e a infância não são ridículas, é um dos seus privilégios. Este mal ou este perigo começa na mocidade, cresce na madureza e atinge o maior grau na velhice. Aos quinze anos, há até certa graça em ameaçar muito e não executar nada.
Gina refletia. A reflexão não era coisa rara nela, e eu sabia que pensava pelo apertado dos olhos. Perguntou algumas circunstâncias mais, as próprias palavras de uns e de outros, e o tom delas.
Como eu não queria dizer o ponto inicial da conversa, que era ela mesma, não lhe pude dar toda a significação. A tensão de Capitu estava agora particularmente nas lágrimas de minha mãe. Em meio disto, confessou que certamente não era por mal que minha mãe me queria fazer padre. Era a promessa antiga que ela, temente a Deus, não podia deixar de cumprir.
Fiquei tão satisfeito de ver que a maneira doce com a qual falava de minha mãe que peguei da mão dela e apertei-a muito. Gina com um leve sorriso continuou a pensar.
Tínhamos chegado à janela quando um senhor que a tempo nos conhecia, passou com suas cocadas, parou em frente e perguntou:
--A mocinha vai querer cocada hoje?
--Não, respondeu Gina.
--Cocadinha tá boa.
--Vá embora. - quase sussurrando.
--Dê cá! Disse eu descendo o braço para receber duas.
Comprei, mas tive de comê-las sozinho, Gina recusou. Vi que em meio da crise, eu conservava um canto para as cocadas,mas Gina não. E mais uma vez percebi o quanto ela estava abalada com a notícia: simplesmente amava doces.
Como podem ver, Gina aos quatorze anos já calculava tudo o que faria para si mesma. Não sei se me explico bem. Entenderão melhor ao longo da história.
Continuamos a pensar.
Tio Remo, era um "boa-vida", mas respeitava minha mãe acima de tudo e por mais que fosse contra o seminário, não era capaz de dar um passo para impedi-lo. Prima Dora era melhor que ele, e melhor que os dois seria o Padre Alastor, pela autoridade, mas o padre não havia de trabalhar contra a Igreja: só se eu lhe confessasse que não tinha vocação...
--Posso confessar?
--Pois, sim, mas não acho o mais sensato. Já Black...
--Que tem Sirius Black?
--Pode ser um bom aliado.
--Mas se foi ele mesmo que falou...
--Não importa! Continuou Gina - Ele gosta muito de você. Não lhe fale acanhado. Não demonstre medo, mostre que há de vir a ser dono da casa, mostre que quer e que pode. Faça também elogios! Ele gosta muito de ser elogiado. Sua mãe gosta muito dele, e com certeza há de ouvi-lo mais do que os outros.
--Não acho, não, Gina.
-- Então vá para o seminário.
-- Isso não.
-- Mas que se perde em experimentar? Experimentemos: faça o que lhe digo. Dona Lílian pode ser que mude de idéia!Se não mudar mete-se então o Padre Alastor no meio. Você não se lembra como Dona Lílian não queria ir ao teatro e Sirius a convenceu facilmente?
--Lembro. Disse que o teatro era uma escola de costumes.
--Exato! Tanto falou que sua mãe acabou consentindo, e pagou a entrada dos dois... Ande, vá falar com ele!Olhe, diga-lhe que está pronto a ir estudar leis em Londres.
Estremeci de prazer. Londres era um sonho a ser conquistado dia após dia. Prometi falar a Sirius Black nos termos propostos. Gina repetiu, me lembrando de tudo o que deveria dizer e como dizer. E insistia em que pedisse com jeito e consideração.
Conto lhes tudo isso para que compreendam que tudo foi calculado aos mínimos detalhes. Por Gina obviamente.


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N/A: Olá gente! Demorei, eu sei... Estou em semana de fechamentos e está dificil ter um tempinho para digitar!! Já tenho mais 4 capítulos prontinhos, só no aguardo!rsrs
Agora temos uma capa!! Muito obrigada a Luxúria por ela!!!

Mica: Não irei abadonar vocês!! Eu como uma leitora H/G neurótica vivo cobrando os autores da minhas fics favoritas!!rsrs!Estou tentando aliviar um pouco da personalidade da Capitu, deixá-la menos "dissumulada"...Mesmo pq ainda não sabemos o fim da nossa história não é mesmo!!! muitos beijos e obrigada por tudo! **Continuarei alimentando a sua criaturinha**

Barney:Fico feliz que vc goste do vai e vem...Em certos momentos o livro chega a ficar confuso e eu estou tentando retratar da melhor maneira possível! Infelizmente Capitu era filha única, e Gina tbm será! Esse foi um grande preço que tive que pagar nessa fic: não tenho como incluir os outros Weasley! Somente Draco e Hermione farão parte da história! muitooo obrigada e muitos beijos! **cadê o capítulo catorze?

Luxuria: Muito obrigada pela capa!! Amei mesmo! Eu normamelmente imagino H/G como Daniel e a Bonnie, mas esse visual obscuro dos dois ficou perfeito!! amei!!! beijosss

POR FAVOR, POR PIOR QUE TENHAM ACHADO! QUEM LER COMENTE!!!!

Capítulo 13 amanhã cedo gente!!


muito beijos!

Anna!

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