Gina (22/04/2008)



Capítulo 9 -Gina

De repente, ouvi chamar uma voz de dentro da casa:
--Harry!
E outra vez na casa:
--Vem cá!
Não pude me segurar. As pernas pularam os três degraus que davam para o quintal, e caminharam para o muro vizinho. Era costume delas, às tardes, e às manhãs também. Afinal as pernas também são pessoas, apenas inferiores aos braços, e tomam iniciativas, quando a cabeça não está boa. As minhas chegaram ao pé do muro. Havia ali uma porta de comunicação aberta a mando de minha mãe, quando Gina e eu éramos pequenos. A porta não tinha chave nem tranca, se abria empurrando de um lado ou puxando de outro, e fechava-se ao peso de uma pedra ou uma corda. Era exclusivamente nossa. Quando crianças, fazíamos visita batendo de um lado, e sendo recebidos do outro com festa. Quando as bonecas de Gina adoeciam, o médico era eu. Entrava no quintal dela com um pau debaixo do braço, para imitar o bengalão do Doutor Fudge, tomava o pulso da doente e pedia que mostrasse a língua. "É surda, coitada!", exclamava Gina. Então eu coçava o queixo, como o doutor, e acabava mandando aplicar umas injeções: era a tratamento habitual do médico.
--Harry!
-- Vem cá!
A voz de minha mãe era agora mais perto, como se viesse já da porta dos fundos. Quis passar ao quintal, mas as pernas há pouco tão rápidas,pareciam agora presas ao chão. Afinal fiz um esforço, empurrei a porta, e entrei.
Gina estava ao pé do muro, voltada para ele, riscando com um prego. O barulho da porta a fez olhar para trás. Ao me ver, encostou-se no muro, como se quisesse esconder alguma coisa. Caminhei para ela. Naturalmente eu estava mudado, porque ela veio a mim, e perguntou inquieta:
--Que é que você tem?
--Eu? Nada.
--Nada, não. Você tem alguma coisa.
Quis insistir que não era nada, mas não achei minha voz. Eu era todo olhos e coração. Um coração que desta vez ia sair, com certeza, pela boca fora. Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, pequena, forte e linda, em um vestido de chita branco. Os cabelos ruivos lhe caiam pelos ombros, a franja lhe ocultando parte dos olhos. Com a pele clara, olhos castanhos claros, nariz pequeno, tinha a boca fina e o queixo delicado. As mãos, independente de suas tarefas, eram sempre macias, não cheiravam a sabão, e sim ao aroma floral mais irresistível que já senti em minha vida. Calçava sapatilhas vermelhas.
--Que é que você tem? Repetiu.
--Não é nada, disse finalmente.
E emendei logo.
--É uma notícia.
--Notícia de quê?
Pensei em dizer que ia entrar para o seminário e ver sua impressão primeiro. Se ficasse chocada é que realmente gostava de mim, se não, é que não gostava. Mas todo esse cálculo foi ocultado rapidamente, quando percebi que agora tinha a visão de...
--Então?
--Você sabe...
Olhei para o muro, o lugar em que ela estivera riscando, escrevendo ou esburacando, com o prego. Vi uns riscos abertos e lembrei o gesto que ela fizera para cobri-los. Então quis ver de perto, e dei um passo. Gina agarrou-me, mas, ou por temer que eu acabasse fugindo, ou que desse risada, correu adiante e apagou o escrito. Ela somente aumentou em mim o desejo de ler o que era.

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N/A: Estou de volta!! E aqui vai o capítulo 9 para vocês!
tenho duas notícias para dar: uma boa e uma ruim!
A boa é que estou com 4 capítulos prontinhos só para serem digitados. A má é que estou lotada de serviço, portanto acho que hoje não sai mais capítulo!
farei o possível!

MUITO OBRIGADO POR TODOS OS COMENTÁRIOS!

Por favor, quem gostar indique a fic! É muito melhor escrever quando se tem o reconhecimento!!!

Estou com mais um projeto H/G, mas provavelmente só mais para o fim da semana...e não é uma fic minha...

MUITOS BEIJOS A TODOS!!!!

Anna!

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