E agora?
Capítulo 11 – E agora?
Harry acordou em sua casa. Estava deitado, mas não se lembrava de ter ido para o quarto. Olhou ao redor. Gina não estava. Já devia ter se levantado.
Levantou-se e foi até a cozinha. Ele apenas sonhara com tudo aquilo ou era tudo real?
- Nossa! Eu fui derrotado por alguém que não sabe diferenciar uma visão de um sonho? –perguntou uma voz grave ao lado dele na cozinha
Harry estava tão sonolento que nem tinha reparado que não estava sozinho...
Olhou de relance. A voz grave parecia ser a do Rony, mas ele nunca tinha derrotado Rony.
Tomou um grande susto ao perceber que a voz pertencia a Lorde Voldemort.
- O que foi? Nunca viu? –perguntou Voldemort sentando-se na mesa diante deles.
- Você ta morto. –falou Harry
- Parece que eu ESTAVA morto. Voltei à vida de novo... –falou Voldemort
Harry olhou bem para ele. Não tinha a aparência ofídica de antes. Parecia o jovem Tom Riddle. Era tudo muito estranho.
“- Devo estar ficando maluco!”- pensou Harry
- Eu achei a mesma coisa ao acordar e perceber que estava no Largo Grimmauld, antiga sede da Ordem da Fênix... Até perceber que eu estava vivo demais para um defunto. –falou Voldemort mostrando uma mancha vermelha na testa
Ele havia batido com a testa na parede ao tentar atravessá-la.
- Você não parece o Lorde Voldemort de antes de morrer. –falou Harry
- Eu percebi... Tô parecendo um garotinho... Um insulto! –falou Voldemort mal humorado
- Mais quem ressuscitou? –perguntou Harry
- Que eu saiba até agora, só eu. Mas não te garanto nada. –falou Voldemort
- Mas que merda! Até nos meus pesadelos eu estou na maldita casa da minha família! –gritou uma voz rouca da sala ao lado
- Sirius? –perguntou Harry
Ele tinha quase certeza de que estava ficando maluco. Sirius também ressuscitara?
Harry esqueceu-se de Voldemort na cozinha e foi até a sala. Era o cômodo onde Sirius havia lhe contado sobre a família, sobre a fuga de casa aos 16 anos, sobre a amizade entre ele e o pai.
Mas quem ele viu não foi o Sirius fugido de Azkaban. Foi um homem bem cuidado, com os cabelos negros meio bagunçados, caindo displicentemente sobre os olhos, bem mais lisos, bigode e cavanhaque. O terno era o mesmo do dia da morte.
- Amor, isso pode não ser um pesadelo. –falou uma voz feminina
- E se não é um pesadelo, é o que? –perguntou Sirius
- Pode ser que o tal cara-de-fantasma estivesse mesmo falando a verdade e que todos ressuscitamos. –falou a moça
Era Anastácia Lestrange.
- E o seu querido irmão abriu mão de voltar apenas para contar toda a verdade para o Harry? Para contar que os pais dele éramos nós e não os Potter? Ele pode até ser gente boa, mas não é um santo! –falou Sirius
- Larga de ser besta, fedelho mimado! É óbvio que isso não é um pesadelo. –falou uma voz estridente
Era Bellatrix.
- Viu? Além de voltar para a Maldita casa dos meus pais, ainda tenho que aturar a biruta da minha prima! Isso É um pesadelo! –falou Sirius
- Deixa de ser dramático, cãozinho... Ela não é tão ruim assim. Sempre achei que fosse super divertida! –falou Anastácia
Bellatrix começou a rir.
- Cãozinho... Ei, totó... Quer dar um passeio com a tia Bella? –perguntou Bellatrix debochada
- Não zoa com o apelido dele, Trix. –falou Anastácia
Bellatrix fechou a cara.
- Cruzes, quem te deu um apelido tão feio? –perguntou Sirius
- Sua querida namoradinha... –falou Bellatrix mal humorada.
- Nossa, Ana... Ainda bem que fui eu que escolhi o nome do nosso filho. Se você escolher nomes tão bem quanto apelidos, o coitado ia agir como a Nymphadora, só ia se apresentar pelo sobrenome. –falou Sirius
- Ei! Você concordou que Luna era bonitinho... –falou Anastácia
- E se fosse homem? –falou Sirius
- Que tal Salazar? –falou Anastácia
Sirius fechou a cara. Anastácia e Bella fizeram um cumprimento como quem diz: um a zero para a gente.
- Ainda bem que foi o Sirius quem escolheu. Que nomezinho feio... Parece nome de bruxo das trevas. –falou Harry
- Baby Potter! –falou Bellatrix
- Não sei se reparou, mas você voltou com apenas 17 anos. –falou Harry
Anastácia olhou para a tapeçaria segurando o riso.
- O que? Como o cara-de-fantasma me fez voltar com 17 anos? –perguntou Bellatrix furiosa
- Fazendo... Aquela fase horrível das espinhas, não? Ta cheia delas. –falou Sirius
- Ana... –falou Bellatrix
- Desculpa... –falou Anastácia
- Cadê o pus daquela planta com nome estranho e aparência bizarra que usa para isso? –perguntou Bella
- Olhe no banheiro. Deve ter lá por causa do meu filho mais velho. Ta dando um monte. –falou Harry
Bellatrix saiu correndo da sala.
- Olá... –falou Anastácia
- Olá... Situação estranha, não? –perguntou Harry
- Bastante. –falou Anastácia
- O que acha, cãozinho? –perguntou Harry
- Bem... Não sei. –falou Sirius
- Está aí há quanto tempo? –perguntou Anastácia
- Desde o primeiro grito do Sirius. Eu ouvi a confirmação da história do Rodolphus. Olha, essa história ainda está meio confusa para mim... Posso continuar chamando-os pelos nomes? –falou Harry
- Claro... Isso ta confuso para todo mundo. E além do mais, ta sabendo da verdade há apenas umas 4 horas. –falou Anastácia
Sirius olhou para o chão.
- Preciso ir trabalhar. Ah, Lorde Voldemort voltou. Ta na cozinha. Vou lá tomar café. –falou Harry
- Harry... Você nunca tinha ouvido falar de mim mesmo? –perguntou Anastácia
Harry olhou para Sirius.
- Eu imaginei que Sirius sofria muito por uma pessoa. Ele sempre fica com o cabelo comprido quando está triste. Acho que ele não conseguia falar porque isso o fazia sofrer mais. –falou Harry
- Então ele nunca falou nada de mim? –perguntou Anastácia
- Não... Mas temos bastante tempo para nos conhecer não? –perguntou Harry
- Temos. –falou Anastácia
O olhar meigo que ela dirigia para Harry mudou para fúria assassina quando deparou-se com os olhos de Sirius.
- Harry, querido, que tal deixar eu e seu querido paizinho a sós? –perguntou Anastácia
Harry assustou com a mudança dela. Sirius dirigiu um olhar de súplica ao afilhado, ou melhor, filho, que apenas disse um “boa sorte” e saiu de perto.
- Não contou para ele? –sibilou Anastácia
- Calma, amor... Eu posso explicar. –falou Sirius
- Explicar? O pobrezinho teve que enfrentar um Lorde maluco sem saber que tinha o pai por perto, achando que estava sozinho? Foi por isso que ele morou com os Dursley? Sabia que eu e Petúnia nunca nos demos bem? Não era óbvio que ela e o marido transformariam a vida do nosso filhotinho em um inferno? –esbravejava Anastácia
- E queria que eu fizesse o que, Anastácia? Eu estava ocupado, esqueceu? Meio preso em Azkaban, sabia? Por que você não fez nada? –perguntou Sirius
- Porque eu estava meio MORTA! E depois? Não estou falando apenas da época em que estava preso. Estou falando depois que fugiu! –falou Anastácia
- A minha vida já estava estragada! Queria que eu arruinasse a dele também? Harry tinha um futuro, tinha sonhos, tinha uma família... Não era a biológica, mas era quem ele tinha como referência de amor paterno e materno. Queria que eu tirasse isso dele? Ele já perdeu coisas demais! Queria que eu tirasse dele uma das poucas coisas boas que ele tinha? –perguntou Sirius
- Não... –murmurou Anastácia
A morena começou a chorar. Sirius abraçou-a.
- Temos a chance de aproveitar algum tempo ao lado dele. Vamos aproveitar isso. –falou Sirius
Anastácia abraçou-o com força.
Harry caminhou pensativo até a cozinha. Ele sempre quis ter um pai e uma mãe. Alguém com quem conversar, que desse a ele amor e carinho. E agora tinha. E achava tudo isso muito estranho. Sirius não contou nada porque não queria que ele sofresse. Abriu mão de muita coisa por causa dele. Foi morto por causa dele... E a mãe sofria por causa da distância entre eles, da distância entre ela e o filho. Anastácia não tinha culpa nenhuma do que havia acontecido. Estava morta.
Harry sentou-se ao lado de Voldemort na mesa.
Nem percebeu que havia mais gente com ele. Ao lado de Voldemort estava Bellatrix. Ao lado de Harry, Remus Lupin.
- Tudo bem, Harry? –perguntou Remus
- Ele é mesmo meu pai? –perguntou Harry
- Sirius? Com certeza. –falou Remus
Harry ficou olhando para as próprias mãos.
- Até onde iria para garantir a felicidade de seu filho, Harry? Abriria mão da sua para isso? –perguntou Remus
Harry olhou-o surpreso.
- Sem sombra de dúvida! Faria qualquer coisa pelos meus filhos! –falou HArry
- Então não tem como você condenar o Sirius, você faria o mesmo. Acha mesmo que todo padrinho se comporta como ele se comportava? Ele agia como pai, só não deixava isso claro. –falou Remus
Harry ficou pensando. Remus estava certo. Mas... E agora? O que ele faria?
- Bem, depois temos que conversar sobre algo importante como Harry... Sobre o motivo da nossa volta. –falou Voldemort
- Isso pode esperar até a hora do almoço. –falou Remus
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