A Conversa com Anastácia
Capítulo 12 – Um sonho realizado
Harry terminou o café e voltou para a sala onde estava Sirius e Anastácia. Só Sirius estava lá.
- Como ela está? –perguntou Harry
- Ela vai ficar bem. –falou Sirius
- E para onde ela foi? –perguntou Harry
- Não sei direito, acho que ao banheiro. Mas está demorando muito, deve ter se enfurnado no sótão. –falou Sirius
- Não vai atrás? –perguntou Harry
- Ela precisa ficar sozinha. Quando está meio chateada, ela se isola para tentar colocar as idéias no lugar. –falou Sirius
- Eu fazia a mesma coisa... Menos quando eu podia escrever para você. –falou Harry
- Eu sinto muito por não ter contado... A situação foi bem complicada. –falou Sirius
- Se você me assumisse, colocaria James e Lily na cadeia. E a sua vida já estava complicada. Eu entendo isso. Mas eu precisava vê-la... –falou Harry
- Se ela não estiver no banheiro, está no sótão. Onde ficava o bicuço. –falou Sirius
- Vou lá um minuto. –falou Harry saindo
Percorreu o escuro corredor rapidamente, subindo ainda mais rápido a escada. Os sentimentos confusos, a mente embotada. Lembrava-se de como queria ter tido uma mãe e um pai na época em que morava com os Dursley. Em como sentia falta do Amor que recebeu de Lily e James. Mas agora ele tinha a oportunidade de ter uma mãe de carne e osso, não apenas de sensações.
Parou diante de uma porta de madeira antiga, já começando a mofar.
Harry abriu a porta e entrou. Deparou-se com uma escrivaninha de mogno cuidadosamente arrumada, ao lado de uma estante abarrotada de livros e pergaminhos. Na frente, havia uma cama de casal, e ao lado, dois sofás vermelhos, um de dois lugares e um de três. Anastácia estava sentada na escrivaninha, lendo alguma coisa. Harry imaginou que ela apenas lia, pois não viu nenhuma pena ou tinteiro por perto.
- Sirius, eu só preciso de uns minutos. Estava relendo alguns trechos das minhas anotações. Da época da faculdade, lembra? Eu tinha parado de usar pergaminho para usar caderno, pois achava que assim ficava mais fácil de manter tudo organizado... Lembra? –perguntou Anastácia
- Não sou o Sirius. –falou Harry
- Sente-se. –falou Anastácia conjurando uma outra cadeira ao seu lado
- Bem... Eu não sei por onde começar. –falou Harry sentando-se ao lado dela
- Eu tenho um monte de perguntas para fazer. –falou Anastácia
- Muitas? -perguntou Harry
- Algumas... Mas acho que vai nos ajudar a nos conhecer melhor. Algumas da escola. Pode ser? –perguntou Anastácia
- Claro. –respondeu Harry
- Qual casa? –perguntou Anastácia
- Griffinória. Você foi da Sonserina, não? –perguntou Harry
- Fui. Monitora da sonserina. E depois Monitora-chefe. Mas ainda não sei porque deram o cargo para mim... Eu cumpria detenção pelo menos uma vez por semana pelo excesso de uso de imperdoáveis. –falou Anastácia
- Eu tive algumas detenções. Mas só uma vez por usar imperdoáveis. –falou Harry
Os olhos dela brilharam.
- Qual? Por que? –perguntou Anastácia
Harry riu. A mãe não tinha um pingo de juízo na cabeça.
- Crucciatus. Um aluno cuspiu no rosto da professora Mc Gonagall. Acabei usando. –falou Harry
- Mas logo nela? A professora Minerva era tão gente boa. –falou Anastácia
- Foi por isso que eu fiquei revoltado. Mas é proibido, ilegal. O colégio tinha regras que proibiam o uso de imperdoáveis. –falou Harry
- Regras foram feitas para serem quebradas. –falou Anastácia
- Sonserinos sempre tem um completo desprezo pelas regras. Esses livros são seus? –perguntou Harry
- Não todos. Alguns eram do cãozinho... Digo, do Sirius. Do curso de Auror, sabe? –falou Anastácia
- Eu sou auror. –falou Harry
- Medibruxa formada. Só não consegui exercer mais do que uma semana de trabalho. Me mataram no meu segundo plantão... Chato, não? –falou Anastácia
- Tanta coisa poderia ter sido diferente... –falou Harry
- Não adianta lamentar o passado. O jeito é levar a vida adiante. –falou Anastácia
Ela acariciou os cabelos do filho com as pontas dos dedos. Harry fechou os olhos para sentir melhor o carinho.
Anastácia levantou-se e o abraçou.
- Eu acho que eu puxei o coração de donzela do Sirius. –falou Harry rindo
Encostou a cabeça no ombro da mãe. Era tão bom se sentir amparado, protegido.
- Mas puxou a minha falta de tamanho! –falou Anastácia
Harry lembrou-se que Anastácia era abaixo dos ombros de Sirius. Era bem baixinha. Ele estava sentado e ela precisou levantar-se para abraçá-lo.
- Como era a sua relação com a sua família? –perguntou Harry
- Sempre me dei muito bem com a minha mãe e com o Rodolphus. Mas a minha relação com o Rabastan e com meu pai sempre foi péssima. Mais com o Rabastan. Eu não correspondia às expectativas de meu pai. Não queria entrar para os Comensais. E amava a minha mãe demais. Eu não tinha vergonha dela ser trouxa. –falou Anastácia
- Por isso brigavam? –perguntou Harry
- Meu pai me colocou para fora de casa assim que soube que eu tinha ajudado o Sirius a fugir de casa. E Rabastan me fez descobrir o que era uma sessão de Crucciatus. Se não fosse por Lily, nem sei como eu estaria agora... Quero dizer, ainda não entendi muito bem esse negócio de ter voltado. –falou Anastácia
- Nem eu... Sempre me falaram que quando uma pessoa morre, faz uma viagem sem volta. –falou Harry
- Sempre me falaram a mesma coisa. Até que eu acordei... Pode se chamar de acordar. Eu estava em um cemitério, meu caixão aberto e a Bella estava na minha frente falando com um homem com cara de fantasma. O nome dele era Hades. Ele nos trouxe de volta à vida. –falou Anastácia
Harry ficou sério.
- Ele é um bruxo? Um bruxo das trevas? –perguntou Harry
- Não... Não é possível devolver a vida a alguém mesmo por magia negra. –falou Anastácia
- Tem certeza? Voldemort voltou da morte... E eu to falando da primeira vez que minha mãe... digo, Lily o destruiu. –falou Harry
- Mas ele não tinha sido morto. Apenas perdido os poderes. Quando alguém vem a falecer, ocorrem duas mortes. A do corpo físico e a do corpo astral. A primeira é do corpo físico. Se a pessoa teve uma vida correta, o corpo astral simplesmente se desfaz, como uma nuvem de incenso. Mas se a pessoa fica presa aqui nesse mundo, precisa de energia para se manter. Ou de um hospedeiro. Precisa se alimentar... Isso não é natural. Voldemort criou as Horcruxes para impedir essa segunda morte. A partir daí, ele só precisava refazer o antigo corpo. –falou Anastácia
- Como sabe? –perguntou Harry
- Bem, eu era de uma família de bruxos das trevas... Sabia um pouco do assunto. –falou Anastácia
- Como se conheceram? –perguntou Harry
- Eu o estuporei durante uma detenção no terceiro ano. Aliás, eu tinha estuporado James e Sirius, mas o primeiro foi o Sirius. Daí, o James veio cobrar satisfações e eu o estuporei também. Mas o James foi na semana seguinte. –falou Anastácia
- Estuporou o Sirius e começou a namorar ele? –perguntou Harry
- Bem, só namoramos no quinto ano. E depois dele insistir um pouquinho. –falou Anastácia
- Como a Lily fez com o James? –perguntou Harry
- Um poucochinho mais sacana, pode ter certeza. Teve um baile à fantasia e eu disse que só sairia com ele se ele se vestisse de gueixa e se declarasse apaixonado por um amigo dele no salão Principal. Coitado do Remus... –falou Anastácia rindo
- Ele fez isso? –perguntou Harry
- Fez... O coitado do Aluado quase levou beijo na boca e tudo... Mas eu disse antes que aceitava. –falou Anastácia
- Você foi má... –falou HArry rindo
- Com certeza. Mas foi engraçado. Ele ficou LINDO de batom vermelho. –falou Anastácia rindo mais ainda
- Então você era meio malvada? –perguntou Harry
- Meio? Ninguém entendia como a Lily andava comigo! Eu era A Ovelha Negra de Hogwarts. –falou Anastácia
- Rodolphus tinha me passado uma imagem meio diferente. Quase a de uma santa... –falou Harry
- Mas eu sou quase angelical com as pessoas que eu amo. –falou Anastácia
- To vendo... –falou Harry
- Mas eu não era namorada dele na época. Éramos rivais. E no amor e na guerra vale-se tudo. –falou Anastácia
Harry continuou abraçado na mãe.
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