Conseqüências




No dia seguinte, Victor havia acordado com um grande mal estar, não sabia o que havia causado tanta dor. Ana disse que talvez alguém tivesse sabotado o ponche da festa, mas Victor não concordava com esta teoria, as dores não eram dores de barriga ou de cabeça. Eram dores fortes nas costas e nos pulmões, de vez em quando ele sentia um grande bloqueio e ar, mas depois de algum tempo voltava.

Durante as aulas de matemática, com o professor Hector, Ana também começou a passar mal, de tanta dor nos pulmões ela caiu no chão e tossiu muito, todos estavam a sua volta para tentar socorrer, e quando ela tirou a mão de sua boca, pois parara de tossir, uma pequena mancha de sangue estava entre seus dedos. O professor Hector com ajuda de Victor e Ricardo, levaram Ana até a enfermaria da escola.

Ao chegarem na enfermaria, Ana foi atendida por duas enfermeiras que já estabilizaram a tosse que estava voltando. 20 minutos depois do ocorrido, os pais de Ana já estavam conversando com uma das enfermeiras, Victor podia ouvir a conversa de longe, pois fazia muito silencio, alias era horário de aula:
-Mas o que poderia ter causado este ataque de tosses com sangue na minha filha? – perguntou a mãe de Ana, a Sr. Wanky, mais calma depois de ver a filha se recuperando.
-Então minha senhora, já lhe dissemos, ela pode ter ingerido um gás muito tóxico, que causara estes efeitos colaterais.
A partir disto, não pode ouvir mais nada, pois a outra enfermeira ao perceber que Victor estava ouvindo fechou a porta do recinto. Que foi assustadoramente reaberto pela enfermeira, que estava ao telefone aos berros. Nisto Victor percebeu que do outro lado do corredor vinham mais duas pessoas tossindo muito, com as roupas ensangüentadas, porem estava conseguindo caminhar com a ajuda de Hector novamente, quando se aproximaram, Victor notou que eram Thamy e Júlia!
-Vocês estão bem? O que aconteceu? – porém a partir daí Victor não sentiu mais nada, desmaiara. A última coisa que sentiu foi uma gigantesca pontada por detrás do pulmão.

Victor estava preso em uma espécie de labirinto, estava a dias tentando procurar a saída, estava com fome e sede, sempre se encontrava com paredes e paredes, nunca encontrava uma abertura.
Foi quando ouviu um rugido que estremeceu as paredes do labirinto, e o corredor sem saída que estava se abriu e todas as paredes se tornaram ruínas.

Foi até a extremidade das ruínas e deu de cara com um precipício, os rugidos aumentavam e destruía tudo por perto, Victor podia ouvir a respiração do ser que produzia esses ruídos ensurdecedores, e agora podia sentir os batimentos cardíacos, a “coisa” estava se aproximando.

Então Victor sentiu algo que nunca havia sentido antes dentro daquele labirinto: esperança. Sentiu que podia fazer o que quisesse, foi quando sentiu-se como um pássaro que quer sair da gaiola, e não pensou duas vezes: pegou impulso, e antes que aquele ser repugnante pudesse ao menos vê-lo, saltou do precipício, e antes que pudesse cair pelo menos um metro, sentiu um impulso gigantesco, era como se estivesse caindo para cima. E cada vez que se aproximava mais do céu, mais se sentia livre...

- Ele acordou! Acordou! – Victor acordou e levantou-se tão bruscamente que acabou batendo sua cabeça na estante em cima de seu leito. Eram as vozes de seus amigos, que estavam cada um em um leito da enfermaria.

-Todos vocês? – perguntou Victor, indignado ao ver Ana, Thamy, Julia e Ricardo sentados em suas camas, agora todos possuíam um aspecto mais saudável.

-Sim! Depois que a Julia e a Thamy chegaram quase vomitando sangue eu também comecei a passar muito mal, - disse Ricardo.

- Não exagera não Ricardo! – Disse Thamy – Ninguem estava vomitando não... Mas então, o que será que aconteceu com a gente? Depois disso me sinto tão bem. Muito mais disposta...!

-É verdade! Nunca me senti assim antes. Quanto a esses sintomas, creio que seja relativo à algum gás. Eu ouvi a enfermeira dizendo isso pros pais da Ana. – Disse Victor se levantando e indo em direção a recepção do ambulatório. – Pessoal vou ver se a gente já pode sair daqui, preciso contar uma coisa pra vocês em um lugar mais confortável, e mais seguro que este...

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