A Guerra de Comida
Depois de tantos problemas, para piorar, surgiram mais ainda: Rosalinda, professora de português, passara um trabalho gigante, onde teriam que classificar todos os verbos começados pela letra “A” do dicionário, e para variar, ela ainda queria o trabalho manuscrito! Tirando esse “peso” que foi adicionado a nossa mente a aula foi calma, exceto pela grande barbaridade que ela fez ao adicionar os verbos da letra “B” ao trabalho de Red, que estava resmungando desde o inicio da aula sobre este trabalho.
Após esta aula eles apenas tiveram aula de história, com o professor Gabriel, e de ciências com o professor Paulo, que também adicionaram mais trabalhos para o nosso calendário.
Após todo esse stress dessas aulas os cincos foram almoçar.
Chegando ao refeitório tiveram uma surpresa: as mesas estavam cobertas de bolos de vários sabores: chocolate, morango, baunilha, abacaxi, ameixa e muito mais! Ainda havia um grande cardápio para salgados e muitas variedades de comida.
Foi então que lembraram: era o aniversário da escola! Victor, Ana e Julia sentaram-se de um lado da mesa, justamente o lado que dava as costas para Dêsitel e Felton, pois não haviam mais lugares. Ricardo e Thamyres sentaram-se do outro lado.
De repente Felton virou-se para falar com eles, com uma cara de espanto.
- Ué? Ainda não foram expulsos? – gargalhou.
- Nós não iremos ser expulsos... – indagou Ana.
- Que? Mas eu falei tudo pra minha tia e... – choramingou Desitel.
- Sua titiazinha caiu na nossa! Alias, me parece que a inteligência dela é relativamente inferior, muito parecida a de vocês!
- Ah, é? – falou Dêsitel.
- É! – confirmou Ana.
- Nossa Aninha, minha amiga, que pena! Seu uniforme tão limpo... parece que tem uma mancha de ketchup na sua camisa... – falou Dêsitel, apontando para o uniforme de Ana e com a outra mão escondida atrás das costas.
- Sério? Eu não to vendo... – respondeu Ana, inocentemente.
- Agora tem! – gritou Dêsitel, tirando de suas costas um frasco de ketchup, e espirrando na cara e na roupa de Ana.
- Quem você pensa que é?! – gritou Victor, pegando uma torta de morango e metendo na cara de Dêsitel.
- Mas eu te pego! – gritou Felton, pegando uma jarra de suco e jogando o conteúdo em Victor.
- Não faça isso nunca mais! – falou Ricardo, pegando seu macarrão e jogando em Felton.
Várias pessoas olhavam, dentre elas, Karina gritou excitada:
-Que comece a GUERRA!
Era comida pra tudo quanto é lado... Era batata voando pra um, e macarrão voando pro outro. Se não estava delirando, Victor jura que viu até um porco assado voar pela janela do refeitório.
Foi quando se enfiaram em baixo da mesa que Victor exclamou aliviado:
- Sorte, que a D.Virgulina foi viajar...
- É, mas ainda temos a Jaqueline... – Disse Thamyres, desanimada ao lembrar-se da inspetora.
E foi como se a mesma tivesse lido seus pensamentos e resolvido entrar no refeitório.
- O que significa isso? – gritou Jaqueline, entrando no refeitório. No mesmo momento todos pararam, exceto alguns meninos da quinta séria que não paravam de jogar bolinhos uns aos outros.
- Vou tentar algo para ela entrar nesse clima, ... – cochichou Ana para Victor – Jaqueline, você já assistiu o filme: “A Pop da vez”? – Ana foi se aproximando mais de Jaqueline, com isso algumas outras pessoas já foram voltando ao clima da guerra.
- Eu... já assisti sim, por que? Alias é um dos meus favoritos...
- Ah... e não tem uma cena, na escola onde a Trace começa uma guerra de comida, e isso a torna mais popular no colégio?
- É mesmo! Então você quer dizer que... – continuou Jaqueline.
- Sim é a sua chance de se tornar popular nesse colégio!
Jaqueline não pensou duas vezes, pegou uma torta de ameixa e meteu na cara de Judge.
Foram mais ou menos meia hora de guerra, até a comida acabar e virar apenas uma massa espessa que formara uma crosta no chão. Todos estavam inteiramente sujos e sentiam-se porcos em chiqueiros, mas estavam com um sorriso de orelha a orelha.
Quando Jaqueline percebeu que a guerra tinha acabado, se deu conta que faltavam apenas 15 minutos para D. Virgulina chegar da viagem. Então a mesma surtou, e aquele momento que todos presenciaram de uma Jaqueline feliz e amigável se extinguira, e com a cara que ela fez ao se levantar, pareceu a todos que nunca mais voltariam a ver aquela tal de Jaqueline
Então ela falara no volume alto que já ouviram:
- Eu quero isto completamente limpo em no máximo 14 minutos! Agora! – Levantou-se, e fora em direção a porta, quando saiu os alunos realmente perceberam que aquilo não era uma brincadeira, que tinham que limpar tudo antes que D. Virgulina aparecesse.
Então montaram um esquadrão de limpeza, e em 13 minutos o refeitório ficou limpo como jamais o viram. Talvez os alunos houvessem se esforçado apenas pelo medo de serem expulsos se D. Virgulina desconfiasse de alguma coisa, ou apenas por estarem extremamente felizes e inspirados a fazerem tudo da melhor forma possível.
Após todo o esquadrão de limpeza, todos correram para seus dormitórios para tomarem banho, e acabarem com as evidencias do que realmente ocorreram ali.
Além do mais, era a festa de aniversário da escola! E todos estavam empolgadíssimos para o baile que o ocorre todos os anos.
Tomaram banho e já estavam vestindo as roupas de gala que haviam sido colocadas sobre as camas. Provavelmente os pais foram informados e mandaram os ternos dos filhos e os vestidos das filhas. A festa seria no grande salão que se situava no sétimo andar; o local estava todo decorado com arranjos, tapetes vermelhos, e muitas mas muitas fitas penduradas no teto.
- Hoje foi um dia inesquecível... – comentou Julia, quando todos já estavam na festa, sentados em suas mesas, tomando ponche.
- Foi muito bom espremer aquelas comidas na cara da Dêsitel... – falou Ana, dando risada.
- Foi mesmo! – falou Ricardo, bebendo um gole de sua bebida.
A festa correu bem até o fim, afinal todos os alunos possuíam um grande ar de felicidade, o que tornara a festa livre de briga e confusões.
Jaqueline, a inspetora, também ria a toa de vez em quando, mas logo depois já fechara a cara. Talvez nunca mais Jaqueline contaria aquilo para ninguém, e nem comentaria para ninguém, mesmo sabendo o quanto foi bom, quando ela ouvia alguns cochichos e comentários, fingia que não escutava, ou falava que a pessoa estava louca, que aquilo nunca teria acontecido.
Após todo o discurso de D. Virgulina, falando sobre os anos da escola, sobre as novas regras e sobre muitas coisas que ninguém prestava atenção, todos os alunos foram, para cama.
Aquele dia, com certeza, fora um dos melhores que Victor, Ana, Júlia,Thamyres e Ricardo já haviam presenciado; não só eles, mas toda escola havia presenciado.
E infelizmente, este dia havia terminado.
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