O Jornal
Victor acordou meio tonto, quando se levantou, e recuperou seus sentidos “pós-sono”, viu-se deitado no palco. Com um susto, ele levantou e acordou todos.
- Gente acorda! Acorda!
- O que ta acontecendo? – falou Ricardo, lentamente.
- Nós dormimos aqui? – perguntou Ana levantando lentamente do chão.
- Dormimos! – respondeu Thamyres que já estava de pé olhando o relógio. – Nossa! A aula já vai começar, vamos!
Ao abrirem a porta varias pessoas estavam esperando eles saírem de lá de dentro. Quando os cinco saíram de lá, todos deram risadas e faziam piadinhas: “Estão acostumados a dormir no chão, é?”, “Os pais de você não tem dinheiro suficiente para pagar o dormitório?”...
Ao conseguirem sair do meio da multidão uma pergunta não saía da mente deles: “Como eles sabiam?”
- Deixa isso pra lá...Vamos esquecer isto e pegar nossos materiais.
Se separaram nas escadarias; Victor e Ricardo ao chegarem ao quarto viram dois jornais presos na maçaneta, e lembraram-se que hoje era quinta-feira, o dia da entrega de jornal, então as peças deste quebra-cabeça começaram se juntar...
Abriram o jornal e viram as fotos de cada um deles dormindo no auditório, fotos deles cambaleando devido a fumaça sonífera que haviam lançado no ar. Pegaram seus materiais e foram se encontrar com as meninas.
- Que imbecis! – falaram todos juntos.
- Agora nós vamos ser expulsos! – gritou Thamyres.
- Calma, não se preocupe D. Virgulina deve estar adorando essa história de nos “aloprar”. E ela não vai querer fazer nada conosco, pois eu encontrei isso perto a algumas máscaras de anti-gás que encontrei na coxia do auditório: o anel de família de D. Virgulina. Ele o conhecia perfeitamente, pois no ano passado D.V. fez todos os alunos e professores saírem procurando o anel por toda escola, pois havia perdido, na noite anterior: ela espalhou fotos de “Procura-se”, e deu aulas de quanto o anel era importante, e toda sua fisionomia, para que tornasse a procura mais detalhada, mas fazia isto sempre choramingando, pois tinha o insano medo de perde-lo. Três dias depois, ela mesmo encontrou o anel. Onde? Em seu lixo! Dentro de uma caixinha que continha um pedaço de rosquinha de chocolate, que havia comido e sem querer derrubara o anel dentro do mesmo sem perceber, pois disse que estava meio sonâmbula e que o doce que causara isto nela, além disso, o anel era duas vezes o tamanho de seu dedo, pois havia herdado de sua avó que, com certeza não possuía mãos delicadas. – Este anel comprovaria que ela esteve lá, é uma prova e tanto! – falou Victor.
Quando chegaram a sala de aula, as caixas de som emitiram o seguinte aviso, com a voz de Jaqueline:
- D. Virgulina está chamando Victor Tozarin, Ana Dummont, Thamyres Loggy, Júlia Amastumura e Ricardo Paes para a sala dela agora!
- Não se preocupem, pode deixar que eu domo a fera– cochichou Victor.
Ao chegarem à sala de D. Virgulina, que era uma sala maior que a de Jaqueline só que era um pouco mais clara e possuía dois sofás, uma televisão e uma escrivaninha com um computador, a decoração era antiquada e a sala cheirava mofo. Ao sentarem de frente a D.V, que estava sentada em sua escrivaninha, Jaqueline apoiou-se na parede ao lado de D.V. e lançou um olhar, como de quem quer impor regras.
- Pode deixar comigo, Jaqueline... – Disse D. Virgulina em um tom meio de “Saia daqui agora!”.
- Sim, senhora. – confirmou Jaqueline, fechando a cara, saindo e fechando a porta. Mas todos tinham certeza que provavelmente ela estaria ouvindo atrás da porta.
- O que significa isso? – falou D. Virgulina ironicamente jogando o jornal sobre a mesa, lançando uma pequena camada de poeira sobre os alunos.
- A senhora deve saber muito bem o que significa isso – respondeu Ana no mesmo tom.
- Bem, D. Virgulina nós sabemos muito bem que a senhora presenciou esta cena... – revelou Thamyres.
- Eu? – respondeu Virgulina mais ironicamente ainda.
- Nós sabemos muito bem que a senhora esteve lá porque eu achei isto. – Mostrando o anel cintilante sobre os olhos de D.V. que brilharam na mesma hora.
- Meu anel! – implorou D. Virgulina, tentando agarrá-lo, agora ela estava séria.
- É isso mesmo, você esteve lá e você sabe que seus sobrinhos estavam lá também, então a senhora não poderá nos expulsar, nem nos punir! Porque se não eu vou ganhar um anel muito bonito...
- Está bem! Eu não faço nada! Mas por favor, devolva o meu anel... É de família, e se mamãe saber disso ela irá ficar muito bravo comigo!
- Sério? E ela vai ficar mais brava ainda se ela souber que você ajudou os bisnetos dela a fazer coisas erradas...
- Está bem! Eu não faço mais nada! Mas por favor, devolva o meu anel!
- Certo, mas você promete que não ocorrerá nada conosco?
- Prometo!
- Tome. – D. Virgulina pegou o anel e começou a beijá-lo e acariciá-lo como se fosse um bebê.
- Agora saiam da minha sala! E ninguém deve saber disso, ok?
- Está certo!
Ao chegarem ao terceiro andar, Júlia desabafou:
-Victor, muito bem pensado! Ainda bem que aquele anel caiu, e ainda bem que você foi dar uma espiada onde não devia!
- É mesmo! – disse Victor. Agora ele, e todos seus amigos estavam aliviados. Mas ainda havia outras para resolver: Felton, Dêsitel e Judge.
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