Resolvendo Tudo



– Eu não quero que você case comigo para fazer o que é decente… ok? – Enquanto Gina falava ao telefone às nove horas da manhã seguinte, engolia os soluços. – E a essa hora do dia eu não quero conversar sobre a mácula que estou despejando sobre seu filho sendo mãe solteira!

– Por que você está agindo desse modo? – questionou Harry sendo inteiramente irracional.

Gina desligou o telefone.

Deixando Thiago com a vizinha que cuidava dele nas raras ocasiões em que saía sozinha, Gina dirigiu-se à Devlin Systems. Precisava esvaziar sua mesa. Tinha esperanças de que se chegasse perto da hora do almoço atrairia o mínimo de atenção.

Harry não acreditou quando Gina se recusou a casar com ele. As necessidades de Thiago tiveram destaque especial em cada argumento seu. Infelizmente, Gina não ouvira uma palavra do que desejava escutar. Sua teimosia raivosa em não perdoá-la pelo passado e sua recusa em ver os dois lados da situação aniquilariam qualquer casamento. Não era suficiente que ela o amasse.

Gina acabava de limpar sua mesa quando Harry apareceu. Surpreendentemente, ele parecia indeciso. Com os nervos em alta tensão, Gina sentiu o coração disparar ao vê-lo. Alto, moreno, devastadoramente sexy e inflexível como o aço.

– Você nunca escutou meu lado da história – argumentou Gina.

– O que quer dizer?

– O que significou ter meu primeiro e único caso de amor com alguém como você. – Seu olhar foi ao encontro daqueles olhos verdes e intensos. – Você foi romântico e atencioso, mas nunca me passou segurança. Você foi tranqüilo demais, esperto demais, até mesmo amável demais para sugerir um compromisso que não tinha planejado assumir…

– Gina… – Harry franziu a testa, tenso.

– Quando encontrei Hermione no seu apartamento, já estava convencida de que você enjoara de mim. Você não me deu motivo algum para acreditar que teríamos um futuro além de seu próximo telefonema – defendeu-se Gina fragilmente. – E, no entanto, ainda acredita que eu deveria ter voltado correndo com a grande notícia da gravidez.

– Você não acha que podia haver uma grande distância entre o que eu estava sentindo e o que mostrava a você que sentia?

As mãos elegantes de Harry apoiavam-se em sua cintura.

– Não. Nem mesmo no meu cartão de dia dos namorados tinha aquela palavrinha de quatro letras… amor, Sr. Impassível. – A tristeza crescia dentro dela como uma onda na maré alta.

– Eu quero de verdade casar com você…

– Você não precisa casar comigo para ver Thiago. – A emoção ameaçava esmagá-la, e Gina saiu andando pelo corredor.

– Gina… – chamou Harry com a respiração vacilante.

Ela continuou andando, os olhos inundados de lágrimas.

– Eu amo você…

Hesitando, Gina pestanejou.

– Sempre amei você! – proclamou Harry.

Rostos curiosos apareceram em todas as portas do corredor.

Gina voltou-se em meio a um círculo de pessoas desconcertadas. Percebendo no olhar de Harry uma intensa vulnerabilidade, observando a tensão em suas feições bronzeadas, ela compreendeu que ele estava sendo sincero em cada palavra. Uma onda frenética de felicidade tomou conta de seu ser.

– Eu também o amo.

– Assim é público o suficiente para você? – Um sorriso largo abriu-se no rosto de Harry sob a aprovação muda de uma audiência receosa de ser entusiástica demais. Ele caminhou até ela e a tomou nos braços. – O Sr. Impassível acaba de dar um grande salto…

Na limusine, a caminho de apanhar Thiago, Harry abraçou Gina mantendo-a colada a seu corpo musculoso. Depois de beijá-la avidamente, ele agora se mostrava grave.

– Eu achava que você sabia como eu me sentia…

– Como? Por telepatia?

– Quando estivemos juntos no ano passado, poderia ter dito que eu amei você logo na primeira semana, mas decidi que seria melhor… bem…

– Mais prudente deixar quieto?

– Mais sensato deixar a corrente levar por um tempo. – Seus olhos verdes a olhavam com terna admiração. – Então você perdeu sua mãe e eu me senti como se tivesse perdido você.

– Foi mesmo? – Essa confissão chocou Gina.

– Você me deu o fora. Eu não sabia se pressionava ou se me afastava. No final, acabei tomando a decisão de me afastar e isso foi um erro.

– Achei que você tinha se cansado de mim! – Gina suspirou.

– Fiquei arrasado quando você me dispensou… – Harry respirou pesadamente. – Então esperei algumas semanas e tentei entrar em contato com você novamente, mas você já havia se mudado.

– Diga-me, por que presumiu que Thiago não era seu filho?

– Thiago parecia menor da primeira vez em que o vi. Eu pensei que ele fosse mais novo do que realmente é. Fiquei maluco por alguns dias, doente de ciúme – admitiu arrependido. Algo que estava intrigando Gina desde quarta-feira à noite instigou-a a mudar de assunto.

– Neville abriu a porta para mim na noite do jantar. Por que ele não organizou tudo para você?

A referência a seu empregado fez Harry sorrir maldosamente.

– Você não trabalhou demais, yinkeka mou? Tinha de inventar um trabalho para você!

– Inventar?

– Não a promoção… a posição transitória de secretária social. Se você fosse direto para o quadro de diretores, jamais teria tido a oportunidade de ficar a sós com você. No momento em que me recobrei do choque de descobri-la na Devlin Systems, decidi que tentaria conquistar você novamente.

Gina estava perplexa com o que ele acabara de contar.

– Mas naquela entrevista… você foi tão impessoal.

– Se eu tivesse sido próximo e íntimo como estou sendo agora… você teria ficado assustada e ido embora! – Uma luz provocante iluminou seus olhos e Harry pediu outro beijo amoroso. – Eu tinha de convencer você de que a trataria como um patrão, mas sabia que ia ser um desafio muito grande.

– Para mim também. Não podia imaginar você como meu chefe.

– Adorei quando você sentiu ciúme. Então você me desejou um ótimo fim de semana com Alisha James, e eu achei que você estava rindo de mim!

Fazia tempo que a limusine tinha chegado a seu destino e estava parada. Saindo de um outro abraço, Harry e Gina registraram esse fato cerca de dez minutos depois.

Subiram correndo a escada para apanhar Thiago e disseram como ele era um bebê maravilhoso. Seguro entre o amor dos dois, Thiago bocejou e dormiu, enquanto seus pais, de mãos dadas, sonhavam com o futuro…


Natália: Finalmente eles se entendem, resolvem os maus entendidos, eu quando cheguei a essa parte da história fiquei até com raiva, mas depois achei muito bom, não tinha nada para separando-os só eles mesmos, e agora estão felizes.

Anywp: O Harry na verdade é meio machista mesmo, mas acho que o maior problema dele era o medo de amar, assim como o da Gina, estavam os dois tão preocupados em descobrir o que o outro sentia que esqueciam de passar seus próprios sentimentos para o outro, mas o importante é que se entenderam finalmente.

Yumi: Os dois são confusos mesmo, tentam demais decifrar um ao outro, e no amor não é assim, ou em qualquer relacionamento, seja de amor ou não, a pessoa tem que demonstrar o que sente, se o Harry tivesse demonstrado que ama a Gina, ela não teria se abalado tanto com a Hermione, iria lutar pelo Harry e tudo seria resolvido bem antes, mas já que isso não aconteceu, pelo menos agora as coisas se resolveram.

Dani: Eu também achei linda a cena do Harry brincando com o filhinho, foi tão fofo! E a Gina pensou que o Harry só queria casar com ela por causa do Thiago, como fica claro no começo desse capítulo, uma bobagem é claro, já que o Harry desde o começo tenta tê-la de volta...

Só falta mais um capítulo (que é bem pequeno, tratem-no como um epílogo) e a fic termina, depois vou me dedicar a minha nova fic que estou desenvolvendo com uma amiga, vai se chamar "O valor da vida", vai demorar um pouco para eu começar a postá-la, mas prometo que vou tentar fazê-la o mais rápido possível, beijo!

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