Verdades
Será que Harry tinha se dado conta de que Thiago era seu filho? Isso era tudo o que Gina conseguia pensar desde a hora do almoço. Harry não havia deixado apenas a creche, ele deixara o prédio, e não tinha retornado.
Às sete horas, Gina foi apanhada em seu apartamento por uma limusine. Ela teria se sentido uma milionária dentro do vestido azul-marinho que escolhera, mais cedo, caso seus nervos não estivessem mais esticados do que cordas de piano.
Harry cumprimentou Gina no magnífico saguão de sua residência na cidade. Vestido espetacularmente em um terno bem cortado, Harry correu os olhos apreciando Gina e um sorriso brilhante talhou sua boca larga e sensual.
– Quero que conheça meu irmão e sua esposa antes que os outros convidados cheguem.
Gina lembrou-se de ter visto, certa vez, uma fotografia de seu irmão mais novo, Rony, mas naquele exato momento ela teria preferido conversar com Harry a sós. Entretanto, obviamente aquela não era nem a hora nem o local adequado para fazer uma grande confissão sobre Thiago. Tinha sido tola em pensar que Harry poderia ter adivinhado a verdade só de olhar para o bebê. Mas ela honestamente não sabia como contar a Harry que tinha tido um filho dele.
A mão de Harry descansou em suas costas, que estavam rígidas.
– Lembra-se da morena que saiu do meu quarto e deixou você chocada no ano passado?
Gina congelou.
– Sim… mas por que motivo…
– Hermione tinha acabado de sair de uma clínica aqui em Londres depois de um aborto. Eu me mudei para um hotel para dar a Rony e a Hermione a privacidade do meu apartamento até que voltassem à Grécia – explicou Harry. – Creio que Rony estava no chuveiro quando você chegou.
– Está tentando me convencer disso?
Mas Gina não prosseguiu, pois eles estavam entrando na sala de visitas, onde uma morena bem alta estava ao lado de Rony. Harry tentava convencê-la de que aquela morena furiosa seminua era Hermione, sua cunhada. Ela se recusava a acreditar… mas bem na sua frente estava à evidência. Hermione era a mulher que Gina tinha encontrado no apartamento de Harry, e ela parecia um pouco embaraçada.
– Esse é o caso dos meus pecados voltando para me assombrar, Gina. – Hermione deu a ela um sorriso sentido de desculpas. – Eu fui tão rude com você naquele dia que sequer mencionei nosso encontro com Rony, sem falar de alguém mais! Não tem perdão, mas eu estava bastante emocionada naquele momento e você foi entrando… bem, perdi a calma… esquecendo inteiramente que não estávamos em nosso apartamento.
– Tudo bem… eu entendo. De verdade, por favor, não se preocupe com isso! – Em estado de choque com a situação que Harry a havia colocado, Gina disfarçou bem, passando a Hermione um pacotinho, elegantemente embrulhado, com um sorriso tranqüilizador. – Feliz aniversário.
Suas pernas pareciam feitas de algodão. A multidão de convidados chegando e conversando providenciou uma distração bem-vinda, mas Gina não teria conseguido olhar para Harry caso sua vida dependesse disso.
Quão boa em rastejar você é? Perguntara ele mais cedo. Como alguém podia rastejar quando o próprio chão tinha sido removido sob seus pés? Gina não conseguia se equilibrar sobre as pernas…
Passava um pouco da meia-noite. Gina acompanhou a babá até a saída. Seus olhos ardiam, mas as lágrimas se recusavam a sair. Quando os convidados de Harry começaram a ir embora, ela furtivamente partira e apanhara um táxi para casa.
– Sinto muito por tê-lo julgado mal – dissera constrangida para Harry.
– É só isso? Só isso que você tem para me dizer?
Gina estava triste demais para dizer as coisas certas. Quatorze meses antes tinha sido tão fácil para ela acreditar que ele a traíra. Ela estava apenas esperando que isso acontecesse. Estando insensatamente apaixonada por um homem que jamais pronunciava a palavra amor e nunca podia marcar um compromisso para além de dois dias à frente. Era demais para ela, ainda por cima estando de luto pela morte da mãe.
Que Harry preferisse uma bela morena a ela, triste e melancólica, tinha feito perfeito sentido. Ela pensara que Harry era um cretino, um cretino infiel. Só que ele não era. Agora, ela era a única errada e muito errada.
A campainha da porta soou. Ela sabia que era Harry. Foi quando finalmente seus olhos se encheram de lágrimas. Ela o amava tanto. Como tudo tinha dado tão errado?
Vestindo uma camisa branca não inteiramente abotoada, mostrando a musculatura bronzeada do peito, seus cabelos escuros despenteados e o maxilar enrijecido, Harry parecia um pirata muito sexy.
– Eu não sei o que dizer a você – falou Gina depois de abrir a porta.
Harry colocou no chão o pacote que carregava e a tomou nos braços, examinando seus olhos úmidos com ar de censura. E então, sem qualquer aviso, ele a beijou com paixão explosiva, apertando sua boca contra a boca macia de Gina, por diversas e diversas vezes, até que ela estivesse molhada de desejo, com calafrios, os sentidos cantando e a mente totalmente vazia. Levantando o rosto para observar melhor as reações de Gina, Harry sorriu vorazmente e a ergueu nos braços.
Mas ele não procurou pelo quarto, e sim a carregou até o sofá. Depois pegou o pacote que havia trazido e colocou em seu colo.
– O que… o que é isso?
– É para Thiago.
– Thiago?
– Eu o vi na creche ontem. – Com as faces morenas ruborizadas, Harry abriu os braços em um gesto carinhoso. – Ele me deu um sorriso deste tamanho… parecia tão pequeno e frágil… eu não vou dizer que ele é o bebê mais bonito que já vi. Ele é, provavelmente, o primeiro bebê para quem eu de fato olhei.
Tremendo, Gina retirou um coelho de pelúcia azul do pacote e sua garganta convulsionou-se em mais lágrimas.
– Tive algo parecido quando era criança… – compartilhou Harry.
Vergonha e culpa se apossaram de Gina fazendo com que se sentisse a pior das criaturas.
– Harry… Thiago está… Thiago está com seis meses de idade.
Harry continuou a examiná-la, imóvel.
– Thiago é seu filho – ela disse por fim. Seus olhos brilhavam. – Nunca houve outro homem. Fiquei grávida em Paris, de você.
Com o coração sangrando, ela viu a compreensão crescer nos olhos dele. E depois descrença, choque e aceitação, seguidos por um olhar endurecido de condenação.
– O que você acabou de me dizer – Harry tinha a respiração suspensa – está além de qualquer perdão.
Em agonia, Gina viu Harry se afastar dela e bater a porta.
Tatiane: Obrigada por ler e comentar, principalmente por já saber o que vai acontecer, muito obrigada mesmo.
Yumi: Demorei um pouco para atualizar, mas a culpa é da internet, espero que o problema já esteja resolvido agora, aff. Bem, por esse capítulo você sabe se estava certa ou não, eu quando li não imaginava quem era a morena, mas já imaginava que o Magnata não tinha traído a Ruiva.
Anna: Acho que demorei um pouco, mas não foi tanto assim né? Espero que goste desse capítulo, e muito obrigada por comentar.
Annywp: Bem, acho que matei sua curiosidade com esse capítulo, a morena era a cunhada do Harry, e ele não desconfiou que era o pai do Thiago, não me pergunte como, já que eles são super parecidos.
Dani: Os capítulos são muito pequenos mesmo, mas a história não é minha, é só uma adaptação, eu faço capítulos bem maiores nas minhas fics, e um segredinho *cochicha*: eu estou postando dois capítulos juntos, isso mesmo, dois capítulos, imagine se eu fosse má e postasse só um?
Natália: Linda a Gina estava, mas também se meteu numa enrascada, agora é esperar para saber se o Harry vai perdoar ela.
Prika: Confusão? Não, que isso... está sendo boazinha, isso foi um mar de maus entendidos, esse povo, fica tomando decisões precipitadas, é cada uma *suspira*...
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