Capítulo 7



Capítulo VII – Aquele no qual Marlene tem a sensação de estar voando.





Narrado por:
Lily Evans




- Lily? – ouço uma voz distante me chamando. Mas não quero acordar, não vou levantar pra abrir a porta. Hoje é domingo e eu posso dormir um pouquinho mais.


- Entra. – digo, com a voz sonolenta.


- Er... sua mãe pediu que eu... que eu acordasse você e avisasse que... que o café tá... pronto.


E foi aí que eu resolvi finalmente abrir os olhos. Pra perceber que era ele quem estava me acordando. Essa seria uma boa ótima maneira de começar o dia, se ele não estivesse me vendo com a cara amassada, com o cabelo apontando pra todas as direções e eu acho que muito provavelmente a minha camisola subiu e agora ele pode ver a minha calcinha.


- Obrigada, James. – respondo, enquanto ajeito a droga da camisola e penso na forma mais rápida e indolor de morrer. Minha mãe ainda me paga. Fato.


Senti vontade de morrer outra vez ao lembrar o que ocorrera na minha primeira manhã com os Potter. Tanta coisa precisou mudar desde então. Por exemplo, o único lugar que posso ficar parecendo uma mendiga agora é no meu quarto – onde passo a maior parte do meu tempo, mesmo. Simplesmente não dá pra passar o dia de pijama pela casa.


A casa está sempre cheia: quando não é Petúnia trazendo suas amigas, coisa que aumentou consideravelmente desde que nos mudamos pra cá, é James acompanhado por Sirius, Remus e meia dúzia de garotos do time.


Mas eles nunca estão realmente. Na maioria das vezes só passam pra convidar James pra sair. Nunca vi alguém com uma agenda social tão lotada quanto a dele. Poucas eram as noites em que não saia.


Chelsea também aparecia com frequência. Mas na maioria das vezes eu só chegava a saber por Petúnia. Ela se trancava no quarto com o namorado por horas. Aquilo me incomodava, mas de certa forma era melhor do que ser obrigada a presenciar o fabuloso casal em ação.


E dessa forma o tempo passou. James lá, eu aqui, e Petúnia no meio. O café-da-manhã era quando eu mais o via. Mas não por muito tempo, pois logo ele tinha que sair pra buscar a Chelsea e, consequentemente, a irmã de intercâmbio dela, Duda, antes de ir pra escola. Eu continuava indo com Petúnia. Nada mudou drasticamente, como imaginei que aconteceria.


Minha maior surpresa foi olhar pro calendário que ficava na cozinha e constatar que já era dia 29 de Outubro. [N/A: aniversário da minha mãe, rs] Como o tempo passou tão rápido?


- O que você vai vestir no Halloween? – Marlene me perguntou, enquanto almoçávamos, antes da aula de Literatura.


- Que Halloween? – perguntei, sem entender. Uma vez que você passe da pré-adolescência, é meio estranho se fantasiar e sair pedindo doces nas outras casas. Adolescentes normais costumam ir a festas. Nós não.


- Bem, a festa esse ano vai ser... bem, na sua casa. Não está sabendo?


- Não! – exclamei, indignada. – Quem convidou você?


- James. – respondeu, também perplexa – Pensei que ele teria te dito qualquer coisa..


- É!


- Quer dizer, acho que ele presumiu que você não precisa ser convidada, uma vez que mora lá..


- Será que minha mãe sabe disso? E o pai dele?


- Ele comentou que vai ser tranquilo, eles vão estar em Athenas.


- Eles vão? – que porra tava acontecendo?


- Olha, por que você não conversa com ele? Está bem ali.


Eu já estava completamente indignada, então ignorei o fato de que ele estava sentado na mesa localizada exatamente no meio do refeitório, cercado por uma namorada ciumenta, um melhor amigo gato, Remus e minha amiga e outros cinco idiotas quaisquer.


- Você vai dar uma festa de Halloween lá em casa e não me avisou? – ele me olhou espantado um segundo, em seguida riu, arrepiando os cabelos.


- Relaxa, Evans...


- Nossos pais sabem... quero dizer, seu pai e minha mãe sabem disso? – tinha consciência que todas as outras nove pessoas da mesa me encaravam, mas ignorei.


- Escuta, Lily.. – ele disse, levantando e me guiando pra qualquer lugar longe dos olhos e ouvidos atentos de seus amigos. – Eles finalmente estarão em lua-de-mel... só conseguiram tempo agora, quase dois meses depois, e vão estar felizes na Grécia. Você não vai querer atrapalhar isso, vai?


- Não tente me fazer sentir culpada, James!


- Não estou.


- Foi por isso que você não me contou sobre a festa?


- Foi, foi sim.. mas escute! Vai ser a fantasia! Você não vai querer perder, vai? – a forma que ele sorria pra mim, combinada com os olhos dele nos meus e a expressão suplicante dele me impediram de negar. Eu não devia, mas também não conseguia negar. Era como se ele tivesse o Poder. Sabe como é, de persuadir, como um vampiro.


- Desde que você alegue que sou totalmente inocente caso eles descubram.


Ele olhou pra mim, sorrindo de forma meio surpresa, meio satisfeita.


- Fechado.


*


- Já contei cinco coelhinhas, sete diabinhas, quatro gatinhas e nove lingeries quaisquer acompanhadas pela orelha de um pobre animal inocente. – Marlene comentou, analisando Emmeline, que se agarrava com Sirius na parede da minha sala, vestida de gatinha.


- E ai vem outra diaba. – Katie disse, animadamente.


- Hey, pessoal! Estão gostando da festa? – James perguntou, de uma forma exageradamente animada, devido as unidades alcoólicas que vinha ingerindo desde o início da festa. Seu braço – não deixei de notar - estava posto firmemente ao redor da cintura de Chelsea, uma vez que esta vestia uma provocativa lingerie vermelha e chifres de diabinha, provocando olhares de toda a população masculina da festa.


- Bastante. – Marlene respondeu, finalmente desviando os olhos de onde Emmie e Sirius tentavam desafiar a lei da Física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.


- É sua primeira festa de Halloween, Evans? – Chelsea perguntou, pelo prazer de ser desagradável.


- Vamos dançar? – resolvi ignorá-la.


- Vamos!


Minha surpresa não foi pouca. Eu havia direcionado a pergunta a Marlene e Katie – que, por algum milagre de Deus, não estava com Remus –, porém James respondeu. James!


Soltou a namorada, pegando minha mão e guiando-me até a pista de dança, deixando pra trás minha capacidade de raciocinar, além de duas pessoas surpresas e uma namorada furiosa.


Dançava de um jeito engraçado, sem medo de parecer ridículo, enquanto ria de mim que não conseguia acompanhá-lo nos passos que ele criava. Reconheci Sugar, do Flo Rida, quando todos começaram a gritar e pular, de uma forma esmagadora.


Todas as pessoas da festa estavam agora concentradas na pista de dança, tornando impossível evitar o roçar de minha pele na dele. Sorri, finalmente entrando no clima da festa.


Lil mama you give me high blood pressure when you blush. Lips feel soft as a feather when we touch, shorty that's what’s up. My lips like sugar, My lips like sugar. This candy got you sprung…


Minha vontade não era outra além de beijá-lo. E não sei quão certa eu estava, mas a impressão que tive é que ele também queria.


Bastante, pela forma como seu braço forte segurava minha cintura e ele sorria pra mim.


A música continuou, rápida como sempre, e as pessoas ficavam mais e mais animadas, mas naquele momento senti como se o mundo estivesse parando. Sim, ele estava se aproximando... seus olhos encaravam minha boca com desejo.


Fechei os olhos, esperando...


- Chelsea. – senti ele dizer em meu ouvido. Suspirei.


- Tudo bem, eu entendo. – consegui dizer.


- Que? Não! Chelsea! – exclamou, indignado, me soltando imediatamente e andando em direção a namorada. Foi quando eu vi.


Encostados na mesmíssima parede em que Sirius e Emmie estavam antes, Chelsea beijava alguém. Não consegui identificar quem, mas entendia a fúria de James.


Ela havia canalizado toda sua raiva e frustração naquele garoto, pela vontade com que o beijava. Passei os olhos pela pista desesperadamente, procurando alguém que fosse capaz de impedir a briga que estava prestes a começar.


Sirius ainda estava grudado com Emmeline, no meio da pista de dança agora, por isso corri em direção a Remus, que estava em uma roda mais afastada com os amigos.


- Remus! James... Chelsea... Mais alguém... Briga!


- Que? – ele perguntou, espantado. Meu melhor amigo sabia ser lerdo, às vezes.


- Vem cá. – disse, puxando-o pela mão com urgência e nenhuma delicadeza.


- Ei! – protestou, antes de finalmente ver a roda que havia sido formada ao redor da briga. Não para apartá-los, óbvio, mas para assistir e incentivar. – Quem está ali?


- James! – disse, e ele saiu empurrando até chegar onde James estava.


Enquanto Remus os separava, encontrei Chelsea assistindo à briga que a própria havia causado do outro lado da sala. Mantinha os braços cruzados e um sorriso de satisfação no rosto. Uma raiva irracional me atingiu.


- Você está gostando disso, não está? – perguntei, com todo ódio que consegui expressar.


- Nem imagina o quanto, Evans. – respondeu, sem desviar os olhos da briga. Sirius havia finalmente largado Emmie e estava ajudando a apartá-los. – A culpa disso tudo é sua, você sabe.


- Minha? – questionei, sem acreditar no que ouvia. – Não fui eu que beijei um cara qualquer tendo namorado!


- Você estava dançando com o meu namorado. Vou ser clara com você, Evans. Minha paciência está quase acabando... não vai querer me ver com raiva, não vai mesmo.


- Oooooh.. agora estou realmente apavorada. Acho que vou procurar outro lugar pra morar, sabe? Estou cansando de ver o James vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana...


Ela ficou vermelha, parecendo realmente enfurecida agora.


- Que coisa é essa que você está vestindo, de qualquer forma? É um anão de jardim?


Olhei pra minha roupa sem entender. Não porque quisesse me certificar que não parecia um anão de jardim - tinha certeza absoluta que minha fantasia era de Sininho e era bem convincente -, mas porque queria entender porque ela havia mudado a abordagem tão subitamente. Realmente acreditava que insultar minha roupa me deixaria chateada?


Ri alto, deixando-a ainda mais vermelha.


- A sua é de puta? Não precisava ter gastado dinheiro, era só ter usado aquelas merdas que você usa diariamente. – e me afastei, antes que ela pudesse entender.





Narrado por:
Katherine Mackenzie


 


- Vai ficar tudo bem com o James? – perguntei de novo, só pra me certificar.


- Agora tá tudo bem. Marlene, Lily e Sirius estão cuidando dele lá em cima. – Remus garantiu – Mandei Chelsea pra casa.


- Ela acabou com a festa. – lamentei – Estava tão boa.


- Tudo bem. Já eram quase quatro da manhã, não foi um estrago tão grande.


- Espero que agora James termine com ela.


- Por que, Katie? – perguntou, divertido.


- Ela não é a garota certa pra ele, Remus. Nossa, pareci Marlene falando das namoradas do irmão mais velho.


Ele riu.


- Quem é a garota certa pra ele, então?


- Lily! Sempre foi!


- Não acha que seria meio estranho? Considerando que eles agora moram na mesma casa? – ele questionou.


- Não acho que seria nada estranho. Seria exatamente como Alice e Jasper Cullen. Bem, não exatamente, mas você entendeu.


- Alice e Jasper Cullen, quem?


- Ninguém. – respondi, rindo. Garotos... – Que horas você vai pra casa?


- Vou dormir aqui. James convidou a mim e Sirius. E você?


- Vou dormir aqui, também. – respondi, rindo – Lily condivou.


- Aahh, mas que interessante. – tive que rir, mediante a cara de safado que ele fazia. – Me sinto na obrigação de beijá-la no sofá pela próxima hora.


- Remus! – exclamei, corando, porém me dirigindo ao sofá com ele. Já que estávamos ali..


*


Não foi a toa que Lily e James haviam nos convidado pra dormir lá. Nós seis gastamos duas horas e meia pra arrumar a casa, supervisionados por Petúnia, que não podia ajudar por estar fazendo as unhas, segundo ela.


Não nos importamos. Na verdade, até nos divertimos, ouvindo música alta enquanto limpávamos o chão imundo.


Lily foi tomar banho assim que terminamos. Nós nos jogamos no sofá, exaustos.


- Foi uma boa festa. – Sirius comentou, enérgico.


- Você não fez nada além de beijar Emmeline. – Remus ironizou.


- É, digamos que eu beijei Emmeline. – respondeu, sarcástico. Ele estava se referindo, claro, ao fato de que subiu com a garota e se trancou em algum quarto por uma hora, no início da noite. Todos haviam visto e comentado.


- Em que quarto você se trancou com ela, por sinal? – James perguntou, irritado – Porque se foi no meu, você é um cão morto...


- Relaxa. – disse, enérgico. E então sussurrou:

- Foi no quarto da Petúnia.


- Eca! – ela exclamou, correndo escada acima para, provavelmente, trocar os lençóis de sua cama. Rimos.


Percebi a forma que Marlene ria, tentando parecer indiferente. Eu a conhecia bem demais pra saber que ela estava fingindo.


- E você, James? – perguntei – O que vai acontecer entre você e a Chelsea?


- Não sei. – respondeu, sério – Ela fez aquilo de propósito, porque chamei Lily pra dançar. Foi muita infantilidade dela.


- Você não devia ter batido no garoto. Ele foi vitima. Devia ter batido nela! – Marlene disse, de forma sanguinária.


- Esse ódio de vocês... – Sirius disse, rindo.


- Bater, não. – Remus interviu – Mas você não devia ter descontado no garoto, realmente. Você não o namora. Tem que se resolver com sua namorada.


- Ex. – James afirmou. Depois suspirou. – Ou não. Tem razão. Eu não sei o que fazer.


Controlei-me muito pra não dizer: acaba tudo com aquela vaca. Fica com a Lily. Por favor. Lily!


- Vocês precisam conversar. Daí você decide. – Sirius disse – Por isso que não namoro, é complicado demais. Emmeline é livre pra ficar com qualquer outro cara, e eu com qualquer outra garota.


Oh, que agradável. Eles nem eram namorados e ela já havia entregado o prêmio de bandeja pra ele.


- Cara, você é doente. – Remus disse, indignado. O que era fofo, mas incompreensível, já que estávamos juntos há mais de um mês e ele nem havia tocado na palavra “namoro”.


- Você também é livre pra ficar com outras. – Sirius disse, malicioso – Não está namorando, está?


Levantei a sobrancelha pra ele. Aonde queria chegar?


- Eu não quero... Não preciso... Ficar com outras... Katie e eu... – gaguejou, subitamente nervoso, o que fez Sirius e James rirem.


- Relaxa, Remus. Sirius só está sendo ele mesmo. – eu disse.


- Ou seja, insuportável. – James concluiu, antes de apanhar do amigo. Nós rimos.


A campainha tocou, e Sirius levantou pra atender, animado.


- Olha só quem temos aqui! – disse, fazendo sinal pra alguém entrar.


- Oi, Sirius. – reconheci Chelsea pela voz antipática. Cada palavra que ela pronunciava passava a impressão de que estava, literalmente, morrendo de tédio. – Onde está James?


Olhei pra James. Sua expressão indicava surpresa e também certa raiva.


- Ele não está...


- Mande-a entrar. – James disse, alto, do sofá.


- Ah, olha só, ele voltou. – eu estava rindo das loucuras de Sirius, mas não tanto em respeito a James.

- James. – Chelsea exclamou, não antes de olhar de cima a baixo para Marlene e para mim. – Precisamos conversar.


- Você acha? – perguntou, sarcástico.


- Em particular. – disse. Ele levantou, fazendo sinal para que ela o acompanhasse. Entraram no escritório do pai de James.


Nós quatro nos encaramos. Sirius abriu um sorriso sacana e caminhou até a porta do escritório, pra tentar ouvir a conversa. Rindo, o acompanhamos. Eu já sei que não vou pro céu mesmo, então...


- Você tem que me desculpar. – ordenou.


- Nossa, ela é direta. – Marlene sussurrou. Eu ri baixinho.


- Por que faria isso? – James respondeu, igualmente sério.


- Porque eu te amo! James, eu te amo, e não sei viver sem você. Você tem que me desculpar, tem que me desculpar...


- Você sabe o que fez, não sabe? Como acha que posso confiar em você de novo depois disso? Beijar outro cara na minha frente, na minha festa, na minha casa.


- James, por favor, por favor, por favor! – conseguia ouviu os soluços dela, mas não tinha muita certeza se ela tem humanidade suficiente pra chorar ou se estava apenas fingindo.


- Que bom que ela quase não tá implorando, né. – Remus disse, fazendo-nos rir outra vez.


- O que ta acontecendo? – alguém perguntou atrás de mim. Vi Lily nos olhando confusa quando virei.


- James e Chelsea estão ai dentro. – Sirius respondeu.


- Legal. – a ruiva disse, antes de pregar o ouvido à porta também.


- Nunca mais vou ficar com outros caras. Nunca mais, James! Nem vou olhar pra qualquer outra pessoa. Você é o amor da minha vida, nós vamos ficar juntos pra sempre, todos os dias da eternidade... – repetia, cada vez mais desesperada.


Lily tinha uma expressão horrorizada. Acho que todos tínhamos. Quem imaginaria que a confiante Líder de Torcida se humilharia assim pra alguém?


- Não precisa implorar. – James disse, provavelmente tão desconfortável com a situação quanto nós. - Preciso pensar. Você me...


- Magoei você? Mas você também me magoou! Me largando sozinha e chamando a Evans pra dançar! Se eu não tivesse feito nada, todos estariam comentando na escola segunda-feira, e minha reputação já era.


- Eu ia dizer que você me enfureceu. Sério que você está preocupado com sua reputação? E com a minha, você já pensou em se preocupar?


- Reputação de corno! – Sirius sussurrou, fazendo com que eu quase caísse no chão de rir.


- Você bateu bastante no Liam. Ninguém vai querer se meter com você. – a garota disse.


- Olha, não sei, Chelsea. Não sei. Quando te pedi em namoro, te disse que queria que fizéssemos isso funcionar. Acreditei que você fosse diferente...


HA! Ele é tão burro quanto aparenta?


- ...mas você se revelou igual a todas as outras garotas que namorei.


- Óbvio. – Lily disse, revirando os olhos.


- Mas eu vou mudar! Vou mudar por você! Juro que não vou ser mais tão implicante com a Evans. Juro que vou parar de implicar quando você quiser comer Fast Food.


- Chel, se acalme. Não é nada disso.


- Você me chamou de Chel! – celebrou. – Você ainda me ama, não ama?


- Chel, eu...


- De novo! Oh, James. Eu sabia, eu sabia. Vamos ficar juntos pra sempre. Obrigada, muito obrigada!


Pelo silêncio que prosseguiu, supus que eles estivessem se beijando. Simples, fácil demais. Voltamos pra sala, arrasadas. Remus e Sirius gargalhavam, comentando como o amigo estava encrencado.


- Ela o tem na palma da mão, essa Chelsea. – disse Sirius – James está em problemas. Ela o domina direitinho.


- Que bom que eles se acertaram. – Remus declarou – Não me olhem assim. Eles se gostam. Claramente estava infeliz com a ideia de se separar dela.


- É. – Lily disse – Problema dele se gosta de ser corno.


Sirius riu. Mas foi o único.





Narrado por:
Marlene McKinnon


Quando James e Chelsea subiram pro quarto dele, decidimos que seria bom mudar de ambiente. Então tomamos banho, trocamos de roupa e decidimos andar até a sorveteria mais próxima, apesar de estar tão nublado que era fácil prever uma chuva.


- Estou com frio. – disse – Má ideia andar. Podíamos ter ficado por lá.


- E presenciar o casal em ação? Não, obrigada. – Lily protestou, fazendo Katie e Remus rirem.


- Quer que eu te aqueça, Marlene? – Sirius perguntou, sorrindo do jeito de sempre, fazendo meu estômago revirar-se nervosamente. Ok, isso tinha que parar.


- Não, obrigada.


- Se mudar de ideia...


- Você vai saber. – eu disse. Poucos minutos depois entramos na sorveteria, obviamente vazia, já que ninguém em sã consciência aprecia sorvete no frio.


Estávamos na sorveteria há trinta minutos, Sirius já tinha esgotado seu estoque de piadas. Pelo menos as engraçadas, de qualquer forma, de modo que eu já queria voltar pra minha casa e fazer nada até que fosse a hora de dormir e encarar mais uma segunda feira.


Foi mais ou menos quando um grupo de garotos barulhentos entrou rindo na sorveteria. Eles eram bonitos, então imediatamente troquei olhares com Lily e Katie... mas nenhuma olhava pra mim da mesma forma predadora.


- Sua retardada. – Lily disse, baixo. – Eles são da AEHS.


- São?


- Da aula de Literatura! – Katie disse.


Meu Deus! Por que não os reconheci? Jude, John, Paul, Daniel e Matthew são conhecidos. Será que passei tanto tempo admirando Sirius Black nas aulas de Literatura que até comecei a esquecer as feições das pessoas?


- Vocês por aqui! – reconheci quando Matt veio falar conosco, especialmente por Lily, de quem sempre foi muito afim.


- Tudo bem, garotas? – Daniel disse. Os outros estavam mais interessados em sorvete, mas tudo bem porque esses são os dois mais bonitinhos dos cinco. rs.


- Tudo. – respondemos – Sentem ai.


- Bom Halloween, espero? – Lily perguntou.


- Foi bom. – Matt respondeu, indiferente.


- Por que não foram pra festa na casa da Lily? – Katie perguntou, gentilmente.


- Teve festa na casa da Lily? Pensei que estavam todos na do Potter. – Daniel perguntou.


- É a mesma coisa. – Sirius respondeu, com uma grosseria na voz que não pude explicar. Ele era sempre educado.


- Ah, é verdade! Tinha esquecido! Ainda é estranho imaginar que os dois... de qualquer forma, como você está lidando com isso, Lily? – Matt perguntou, solidário. Ela riu, envergonhada.


- Tudo bem, não mudou muita coisa, na realidade.


- Sério? Bem, se você não puder mais aguentar, me liga, posso resgatar você a qualquer hora de lá..


- Por que ela não aguentaria? – Sirius voltou a perguntar, em tom desafiador.


- Por nada.. – Matt respondeu, naquele tom que queria dizer “tudo”.


- Olha aqui, cara, se você tem alguma coisa contra... – Sirius começou, de forma agressiva, mas foi interrompido pro Remus.


- Chega, Sirius.


Era incrível como eles sempre obedeciam Remus. Katie olhou para ele de forma devota. Matt manteve um sorriso sarcástico no rosto. Percebi o quanto ele ficava fofo assim.


- De qualquer forma, já vou indo. Foi um prazer... Marlene?


- Sim? – respondi, surpresa por ele ter se dirigido a mim.


- Eu estava pensando... talvez você queira sair comigo um dia desses?


- Sair com você? – perguntei, olhando pra Lily. Ela sorriu, fazendo sinal afirmativo com a cabeça. Percebi que Sirius mantinha os punhos fechados e uma expressão assassina no rosto. Sorri. – Seria ótimo.


- Excelente. Amanhã acerto tudo com você. – sorriu – Até mais.


E então, sem pegar sorvete nenhum, saiu da sorveteria, seguido pelos amigos.


- Marlene tem um encontro! – Lily e Katie comemoraram, me fazendo rir meio envergonhada.


Estávamos andando de volta pra casa de Lily e James quando Sirius me segurou pelo braço discretamente, fazendo os outros nos ultrapassarem e andando lentamente ao meu lado.


- Vai mesmo sair com aquele cara? – perguntou, a voz ainda inexplicavelmente furiosa. Olhava pra frente, evitando contato visual.


- Vou. – respondi, tentando ler a expressão em seu rosto.


- Por quê?


- Porque ele me convidou. É o que você faz quando caras bonitos te convidam pra sair. Sai com eles.


- Tive a impressão que é da sua amiga que ele gosta. – sua voz ainda era baixa e furiosa, mas eu sabia que a frase era maldosa.


- Não sei. Por que não pergunta pra ele? – mantive minha voz calma, apesar da dificuldade que estava encontrando, à medida que suas perguntas ficavam mais irritantes.


- Não. – disse, firme – Você não pode sair com ele.


- Sério? E por que não? – respondi, irônica.


- Eu não... ele não... bem, é óbvio que ele só está... – então subitamente parou de andar, o que obviamente me fez parar também. Segurou minhas mãos com firmeza, olhando nos meus olhos. O contato de nossas peles, combinado com o azul profundo dos olhos dele causou uma série de arrepios. Em mim.


- Por favor, Kim. Não saia com ele. – falou de uma forma extremamente doce, como nunca havia sido antes comigo, nem mesmo durante nossa sessão de amassos no quarto de Katie. Meu coração acelerou-se de uma forma assustadora.


Ele deu um passo em minha direção. Involuntariamente, ou não, passei meus braços pelo pescoço dele. Eu também o encarava de forma intensa.


- Preciso de um bom motivo pra isso. – eu disse, me aproximando ainda mais. Estávamos tão perto que o hálito dele me invadia, fazendo com que eu perdesse a linha de raciocínio que tentava tão desesperadamente concluir.


Ele não respondeu. Ao invés disso, suas mãos grandes e fortes seguraram minha cintura com firmeza e fechei os olhos, ansiosamente.


Quando seus lábios encontraram os meus, uma sensação maravilhosa me atingiu, como se meu corpo tivesse sido atingido por uma poderosa corrente elétrica. Pensei em como aquilo era bom por dois segundos, antes de mais uma vez não conseguir raciocinar. E então eu estava sendo beijava como ele nunca me beijara antes. Como ninguém havia me beijado antes.


Aquilo era bom. Na verdade, era maravilhoso. Senti como se estivesse voando. Minha mente e meu corpo estavam ocupados por Sirius Black, e tudo o que eu sabia era que no momento precisava dele mais do que qualquer outra coisa, mais perto do que estávamos.


Não sei por quanto tempo nos beijamos, mas quando abri os olhos não havia sinal de Katie, Remus e Lily. Olhei pra ele, sorrindo. Ele me encarou de volta, me olhando de forma séria. Ainda estava ofegante, então caminhamos de volta pra casa em silêncio. Ele segurou minha mão com firmeza e assim prosseguimos.


Não havia ninguém mais feliz no mundo que eu naquele momento. Tinha certeza.


xxx


 


N/A: oi gente :)


Eu só queria dizer muito obrigada a quem leu, a quem comentou, a quem gostou, e tudo mais. É muito bom saber que apesar das circunstâncias ainda tenho leitores tão carinhosos e compreensivos como vocês, então um sincero obrigada, vocês alegraram os meus dias com cada comentário. Ah, nem acredito que to postando dez dias depois, isso é um recorde :D


Espero que tenham gostado do sétimo também, desculpem se ficou meloso demais em algum ponto, mas acho que vocês já estão familiarizados, essa sou eu. Há.


Super beijos pra:


Raah B. Potter, math e. gomez, Daniela Moony, nath krein, Gaby Black, yohana Fletcher, Gih Meadowes, mariana radcliffe, Lúuh McKinnon Black, Miss Laura Padfoot, Fernanda M, Jully W. Malfoy, Taise Okubara e Cristiana Veloso (ALBINA MALDITA!)


Vocês moram no meu coração. Menos a Albina Maldita. Ela mora no Vinhais, que, aliás, é até bem perto daqui.


Ah, mais uma coisa, quem quiser me seguir no Twitter, to informando atualização por lá também. @elisamelo


P.S: formatação nova do floreios e borrões 20 x 0 Elisa. É, cada capítulo vai ser com uma fonte diferente até que eu ache uma que me agrade.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.