Capítulo 6
Capítulo dedicado a math e. gomez, nath krein, Gabrielle, Gaby Black, yohana Fletcher, Lúuh McKinnon Black, mandy cullen black, Natie Fonseca, Daniela Moony e quem mais acreditou que esse dia chegaria, até mesmo quando eu deixei de acreditar. Muito obrigada.
Capítulo VI – Aquele no qual Sirius salva e estraga tudo
Narrado por: Marlene McKinnon
Depois de algumas horas, Katie estava linda para o Remus. Lily e eu não tínhamos muito mais a fazer lá, então desejamos a ela um bom encontro e fomos para nossas respectivas casas.
- Hey, onde você estava? – era Brittany, minha irmonstrinha de 9 anos.
- Dormi na casa da Katie, passei o dia na casa da Lily... por que?
- Porque você tem que se arrumar, nós estamos indo tomar sorvete e depois veremos um filme no cinema.
Programa legal pra ser feito com as amigas ou namorado. Não com seus pais e duas irmãs menores.
- Nós, quem?
- Eu, você, Julie, mamãe e papai. Lógico. Vamos!
- Vamos você sozinha, que tal? – respondi, enquanto subia as escadas e me isolava no meu quarto. Estava ligando o computador quando uma voz me chamou:
- Marlene! Vá se arrumar, nós vamos sair. – era minha mãe, à porta do meu quarto.
- Se não se importa, mãe, vou ficar.
- Mas nós vamos fazer um programa de família. Isso quer dizer: a família toda.
Programa de família sábado à noite... tinha como ser melhor?
- Então vai ter que trazer o Eric de Oxford.
- Engraçada. Vá logo. – e fechou a porta. Deixa ela sonhar, não faz mal.
Lily Evans – não fala! says:
Pensei que pudesse aguentar, mas a Chelsea ta aqui até hoje, se agarrando com o James lá na sala!!!!!!!!!
Lily Evans - não fala! says:
QUERO VOLTAR PRA CASA!
Marlene, says:
Calma, Evans! Não pode ser tão ruim. Fique no seu quarto... ninguém está tentando te forçar a assistir o novo High School Musical no cinema com seus pais e irmãs, ta?
Lily Evans - não fala! says:
Sinto muito, Lene! Quer uma dica? Se tranque no banheiro. Dor de barriga sempre funciona.
Marlene, says:
UAHUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHUHAUHAUHAUAUAHUAHAUHU
Marlene, says:
Sabe o que vai te animar?
Lily Evans - não fala! says:
O que?
Marlene, says:
Segunda-feira vai começar a venda dos ingressos pra nova turnê do McFLY. Que nós vamos, é claro.
Lily Evans - não fala! says:
Vai ser exatamente quando?
Marlene, says:
Assim que eles voltarem do Brasil..
Lily Evans - não fala! says:
Eles estão lá DE NOVO? Isso é o que, a quarta vez?
Marlene, says:
Terceira. Eles amam aquele lugar! Eu tava conversando com a intercambista brasileira… como é mesmo o nome dela, Mary something?
Lily Evans - não fala! says:
Maria Eduarda.
Marlene, says:
Exato. Daí ela me disse que todas as vezes que eles vão pra lá é essa loucura. São perseguidos vinte e quatro horas por dia.
Lily Evans - não fala! says:
Nossa.. Vai ver é disso que eles gostam. Por isso que vivem lá, agora... Safados.
Lene Jones, says:
Vem ser safado aqui em casa, Jones!
Lily Poynter - não fala! says:
Vem ser safado aqui em casa, Poynter! HAHAHAH
Narrado por: Lily Evans
Conversei besteira com a Lene por mais meia hora no MSN, até que ela precisou por em prática o plano dor de barriga. Coitada.
Sabe do que preciso agora? NUTELLA! Será que existe esse tipo de alimento nessa casa? Cozinha... pra onde é a cozinha, afinal? Eu só sei ir da sala pro meu quarto.
OK. Vou ter que ir até a sala e descobrir...
Ai, Senhor! Que o James e a Chelsea estão se agarrando no sofá da sala há horas não é novidade... mas quem é aquela que o Sirius ta pegando? Ai, ai, ai. Marlene não vai gostar nada de saber disso!
Só reparei que estava parada olhando pra eles com cara de boboca quando ouvi a vozinha enjoada da Chelsea:
- Ta olhando o que, querida? – todo mundo virou pra olhar pra mim.
- Precisa de alguma coisa, Lily? – James me perguntou gentilmente.
- Quero saber onde é a cozinha, e se você sabe se minha mãe já chegou...
- Ela ta no quarto do meu pai... digo, no quarto deles. – ele sorriu – E vou te mostrar a cozinha. Espere só um minuto, Chel.
Ele disse, já que ela totalmente tinha se levantado e ia nos seguir até a cozinha. Não pude deixar de revirar os olhos... como alguém pode ser tão detestável e irritante?
James não perdeu esse gesto.
- Vocês realmente se odeiam, não é? – ele perguntou, em tom divertido, enquanto caminhávamos até a cozinha.
- Muito. Não entendo como alguém como você possa... esquece.
- Haha, agora fala.
- Deixa pra lá.
- Começou, termina, Evans.
- Será que você pode ao menos esperar até que eu esteja na cozinha? – vai que ele se ofende e me deixa aqui... eu realmente PRECISO de Nutella agora.
- Ok, mas não pense que esqueci.
- Não sei que diferença faz a minha opinião pra você. Você vai ouvir, e depois vai voltar pra sala e continuar comendo ela e...
- O que?
- Nada!
- Espere. Você disse: “comendo”?
- Disse..? – assumi, desesperada, desejando poder retirar as palavras.
- HAHAHAHAHAHA... Qual o seu problema, garota?
- Desculpa..? – sabia que estava extremamente vermelha, agora.
- São só alguns beijos, não significa muita coisa.
Só alguns beijos? Só alguns beijos? Ele estava deitado no sofá, ela em cima dele... eu vi bem onde estavam aquelas mãos!
- Sabe o que você ta precisando?
- O que?
- De uns bons amassos.
OK, agora eu fiquei ainda mais vermelha. Ele não disse isso!
- Nunca teve um namorado? – fiz que não com a cabeça, humilhada. - É... é mais ou menos isso. Chegamos à cozinha, o que você quer?
- Nutella. – falei, com o fiozinho que era minha voz.
- Não sei se tem... acho que acabou.
- Aah..
- Você pode esperar 20 minutos enquanto eu deixo a Chelsea em casa e vou com você comprar?
- Não, James! Eu totalmente posso esperar até amanhã.
- As ordens do meu pai foram claras, ruiva. Qualquer coisa que você precisar.
Eu ri. O pai do James era o melhor. Minha mãe tinha sorte.
- Certo. 20 minutos então... vou estar no meu quarto.
Certo, tenho vinte minutos. Acho que dá pra tomar um banho e trocar de roupa... já são nove da noite.
Depois do banho, troquei a roupa que estava por uma calça jeans antiga e uma regata básica, afinal só íamos ao supermercado, e ainda estávamos em Setembro, de modo que eu não congelaria se saísse assim.
Estava penteando os cabelos quando alguém bateu a porta. Era James.
- Hey! Olha só para esse quarto, já está bastante parecido com você.
Claro, agora que preenchi o mural e as paredes com alguns pôsteres, quadros e fotos.
- É, andei trabalhando um pouco nele...
- Essas fotos são ótimas... essas são mini Marlene, mini Katie e mini você?
- Sim.
- Você e a Petúnia! Com quantos anos?
- Acho que eu devia ter uns 5... e ela 6.
- Seu pai?
- Sim.
- Você parece muito com ele.
Eu sorri em resposta.
- E... meu Deus... você e a Chelsea! Com 7 ou 8 anos... brincando de boneca... na sua casa e... HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!
- Oh, acho que misturei. Essa foto deveria estar na pilha de lixo.
- Claro que não, isso é um clássico. Quando penso que já vi de tudo... HAHAHAHAHAHAH.
- Cala a boca! – eu disse, rindo.
- Então... pronta pra ir?
- Eu nasci pronta, caro James.
- Isso é bom! Como foi seu dia?
- Foi bom. – respondi, enquanto caminhávamos em direção ao supermercado – Katie ficou linda com a nossa ajuda.
- Eles fazem um belo casal, não é? – James perguntou, animado.
- Acho que sim. – respondi, desviando o olhar. Ainda era difícil acreditar que agora dividíamos uma vida. Ainda mais difícil com o questionário que ele havia feito poucos minutos atrás.
Eu preciso de um namorado, e pra ontem.
- Teremos um jogo de futebol nessa quarta! – disse, ainda mais animado – Você quer ir?
- Com... com você? – perguntei, mais animada também.
- Em teoria. Vou jogar, então...
- Ah! – me senti a pessoa mais burra do mundo. – Pode ser.
- Ótimo. Chame Marlene e Katherine.
- Vou chamar. – respondi, imaginando que aquela seria a primeira e última vez em que eu iria pra um jogo de futebol da escola. – A Chelsea vai estar lá?
Ele me olhou de uma forma estranha antes de responder:
- Ela é uma líder de torcida, afinal de tudo.
- Líder de torcida... certo. – sabia que tinha falado besteira de novo. – Bem, espero que ela tenha se.. acalmado.
- Ficou tudo bem. – James respondeu, categórico – Agora escolha sua Nutella, Evans.
- Tudo bem, tudo bem.
Narrado por: Katherine Mackenzie
Sabia que tinha chance de perder completamente a audição em cerca de dez anos. Grande chance. Minha mãe já havia pedido, meu pai implorado, já haviam me mostrado reportagens de revistas com falas de cientistas ressaltando os prejuízos do fone de ouvido alto. Mas e daí? Qual o sentido de ouvir música em qualquer volume abaixo de máximo? Perde toda a graça.
E era por isso que eu estava ouvindo a mesma música no volume máximo há duas horas. Cantava junto, tentando reproduzir o sotaque americano tão diferente do meu, britânico. E apanhando pro espanhol, rápido demais pra mim.
One, two, three, four. Uno, do', tres, cuatro. I know you want me. You know I want cha. I know you want meeeeeeee. You know I want cha!
Por mais irritados que meus pais e minha irmã estivessem com a minha cantoria, eu não ligava. Estava feliz. E felicidade é sinônimo de cantar.
Rumba! Ella quiere su Rumba! Rumba! Ella quiere si Rumba! Si é verdad que tu ere guapa, yo te voy a poner gozar. Tu tiene la boca grande dale ponte a jugar!
- PARA COM ISSO, KATHERINE! – ainda consegui ouvir a voz da minha mãe, mesmo com a altura do fone. – ABAIXA ESSE FONE!
Tudo bem, tudo bem. Tirei o fone do iPod, jogando-o em sua caixinha de som. Agora tocava alto pra casa inteira.
One, two, three, four. Uno, do', tres, cuatro!
- ABAIXA ESSE SOM! – meu pai gritou, batendo a minha porta. Gargalhei, arriscando também uns passos de dança.
6 to tha clock, on my way to the top uh. Pit got it locked from brews to the locker, all I.P uh, big and packer, that he's not, but damn he's hot!
- Por que ela ta fazendo isso? – quase gargalhei mais ainda ao ouvir a voz da Little.
- Adolescência, filha... é a adolescência.
I know you want me. You know I want cha. I know you want meeeeeeee. You know I want cha!
Pausei a música no momento em que meu pai deu um soco na minha porta que julguei ser capaz de derrubá-la. Não queria ficar sem uma porta no meu quarto. Ajeitei meu cabelo e minha expressão, transformando-a no mais angelical possível.
- Algum problema, papai? – perguntei, sorrindo docemente. Ele ficou absolutamente vermelho de raiva.
- KATHERINE! – gritou.
Não consegui segurar o riso dessa vez.
*
- E só por isso você está de castigo? – Lily perguntou, indignada.
- Estou. Nesse momento, por exemplo, estou na biblioteca municipal fazendo uma pesquisa sobre a Revolução Gloriosa. É um dos poucos lugares que tenho permissão pra ir.
- Com certeza que está. – Marlene garantiu, antes de voltar a gritar pelo Sirius.
O time da escola estava perdendo de três a um, mas torcida mais animada não existia.
- Cadê o Remus? – a ruiva voltou a questionar. – Por que não está jogando?
- Ele foi suspenso desse jogo. Levou um cartão de alguma cor no jogo passado.
- Ah.. certo. Não sabia que ele era violento.
- Você nem imagina... – brinquei, fazendo as duas rirem. – Bem, tudo tem seu lado positivo.
- E qual é?
- Ao término do jogo, ele não vai estar fedendo a queijo, todo suado. Já seu irmão...
- Calada! – Lily disse, me batendo. Marlene e eu rimos. – Já disse que ele não é meu irmão.
- Sorte a sua. Seria um pecado muito, muito grande ter pensamentos pervertidos em relação a seu irmão. – Marlene ironizou.
- Ele não é meu irmão! E eu não tenho pensamentos pervertidos em relação a ele! Não gosto dele! Nem um pouco... AH MEU DEUS, ELE FEZ UM GOL! ELE FEZ UM GOL! GOOOOOOOL DO JAMES! CARAMBA!!!!!
Marlene e eu rimos por cinco minutos inteiros depois dessa.
Trinta minutos depois, o jogo terminou empatado. Sirius havia feito o terceiro gol, e assim equilibrado a partida. Estava caminhando com Lily e Marlene em direção ao carro de Petúnia, que nos daria carona, quando alguém me alcançou. Era evidente que estivera correndo todo o caminho até mim, mas mesmo assim cheirava tão bem quanto sempre.
- Katie! – sorri ao som de sua voz. Remus não me deu a opção de responder. Puxou-me para um beijo lento e longo, do tipo que fazia minha cabeça girar. Estava ficando meio viciada naquilo desde nosso primeiro encontro, sexta passada.
Sorri ao me separar dele.
- Gostou do jogo?
- Empate não é tão ruim. Melhor que uma derrota.
- Claro que teríamos mais chance de vencer se eu estivesse jogando... – disse, sorrindo.
- Convencido!
- Quer que eu te deixe em casa? Podemos passar pra tomar um sorvete antes, ou algo do tipo...
Mordi os lábios, tristemente.
- Não posso. Prometi que estaria em casa assim que o jogo acabasse. – não achei que seria agradável contar que estava de castigo. Optei por uma mentira inocente.
- O jogo pode ter atrasado pra começar. – ele disse, acariciando meus cabelos.
- Desculpa, Remus... não vai dar mesmo.
- Tudo bem. Te vejo amanhã, então?
- Claro. – beijei-o rapidamente nos lábios, antes de correr para o estacionamento. Petúnia me deixaria um pouco antes de minha casa, afinal eu fora até a biblioteca de metrô, teoricamente. Não poderia voltar de carro, por isso rejeitei o convite de Remus.
- Nós vimos tudo! – Petúnia me informou, sorridente. Era estranho, ela ainda estava sendo agradável conosco. – A Susan também viu!
- Susan? – perguntei, confusa.
- A Líder de Torcida que ele trocou por você. – Marlene disse, animada.
- Aaahhh...
Verdade seja dita. Ele não trocou ninguém por ninguém. Ele me disse que nunca tinha visto a tal garota antes... não do jeito que ele tem me visto nos últimos dias, ao menos. Líder de torcida, ou não. Magoada, ou não. Ameaçadora, ou não... a verdade é que eu estava com o Remus. E estava feliz.
Não podia ligar menos pra todo o resto.
Narrado por: Marlene McKinnon
As meninas realmente pensavam que eu não sabia. Não havia outra explicação pro comportamento estranho que elas tiveram a semana inteira na escola. Quer dizer, sempre me puxando de um lado pro outro... pra bem longe do Sirius. Não falei com ele uma única vez desde a mudança da Lily. Mas era óbvio que sabia. Sempre soube.
Ele não havia me beijado porque nutria qualquer tipo de sentimento por mim, além de, muito provavelmente, atração. Ele não estava apaixonado, ou tampouco demonstrava que nossa sessão de amassos na casa de Katie sequer chegara a acontecer.
Me sentia tão burra e, tão usada... mas ninguém jamais saberia daquilo, claro. Deixava minhas amigas brincarem de esconde-esconde pela escola. E entrava no jogo delas.
O nome da menina que ele estava vendo era Emmeline Vance, se não me engano. Estava no último ano, sendo dois anos mais velha que Sirius e três anos mais velha que eu. Já ouvira Lily falando dela (elas estavam na mesma aula de Cálculo Avançado): “se você não souber resolver uma questão, pergunte pra Emmie. É incrível como ela entende tudo... nunca vi ninguém tão inteligente!”
Mas é claro que não me sentiria ameaçada por aquilo. E daí que eu mal conseguia multiplicar frações enquanto ela já havia nascido multiplicando-as? E daí?
E ok, eu podia ser ruim na matemática, mas era boa em todo o resto. Com a exceção de Química, talvez... e estava exagerando. Aprendi a multiplicar frações há três anos. O que eu não sabia mesmo era resolver uma função exponencial.
De qualquer forma, jamais usaria isso na minha vida prática. Então whatever. Sirius estava com ela nesta semana... e provavelmente isso seria tudo. Segunda apareceria sozinho... ou com outra.
- Alguém poderia me dizer a resposta? Marlene? – o professor de Química perguntou, tirando-me do meu devaneio. Corei quando todas as cabeças voltaram-se pra mim. Vi que Sirius sorria, solidário.
- Não sei, professor.
- Não sabe? – replicou, irritado.
- Desculpe? – arrisquei.
- Desculpe não é a resposta.
Talvez eu tivesse mais chance se soubesse qual era a pergunta que ele havia feito.
- pH significa Potencial Hidrogeniônico, senhor. – meu coração acelerou quando percebi que quem respondia por mim era Sirius. Ainda estava sem reação. – e consiste num índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.
Todos os olhares voltaram-se para ele, mas Sirius não perdeu a seriedade ou o foco em nenhum momento.
- Uma solução será ácida se o pH variar de zero a sete. Será básica se o pH for acima de sete e neutra se for igual a sete. Quer que eu continue ou já ta bom?
- Suficiente, senhor Black! Apesar de apreciar seu conhecimento sobre o assunto, a pergunta foi dirigida a senhorita McKinnon. Na próxima é detenção para os dois, fui claro?
Confirmei com a cabeça, olhando pra Sirius com muita gratidão. Ele havia salvado tudo. Mas ele não olhou pra trás nenhuma vez.
*
- Ele só queria atenção. – Lily retrucou.
- Ou ele pode mesmo gostar dela. – Katie debateu.
- Então ele podia dizer isso de um jeito mais romântico do que “toda solução é neutra quando o pH for igual a sete!” – rebati, revoltada. Elas riram.
- Querida... você é a coisa mais valiosa da minha vida... eu estou apaixonado por você. Pegue esta solução básica, com pH acima de sete, como prova de meu amor! – Lily interpretou, com uma voz grossa que ficava ridícula nela. Quase cai da cadeira rindo.
- O que é tão engraçado? – Remus chegou animado, sentando ao lado de Katie.
- Só Lily Evans sendo Lily Evans. – Katie respondeu.
- Ei! – a ruiva protestou, mas acabou rindo depois.
- Se importam se eu roubar a amiga de vocês um instante?
- Claro que não... – respondi, lançando olhares maliciosos pros dois. Katie me fuzilou com o olhar, ao mesmo tempo em que ria pro garoto. Saíram. Mas não era surpresa. Ele havia feito essa mesma pergunta todos os dias da semana, não seria diferente hoje, sexta.
- Esses dois estão encaminhados. – Lily comentou, feliz.
- Certeza. Hoje faz uma semana desde que você ficou com ele. – comentei, quando o intercambista brasileiro passou por nós, sorrindo.
- Nem me fale. É o tipo de coisa que eu teria desfeito se pudesse voltar no tempo.
- Ele está gostando daqui, não é? Fez o primeiro gol do jogo quarta passada...
- Fez. – Lily disse, séria – Eu soube que ele está com a Susan.
- A do Remus? – questionei, surpresa. – Ele é rápido.
- Ela é ainda mais rápida.
- Espera um segundo, Lils.
Levantei em um salto, andando apressada pra alcançá-lo ali, enquanto ele atravessava o refeitório.
- Sirius! Hey, Sirius!
Ele virou. Sorriu levemente a me ver.
- Oi, Marlene. – disse, formal. O que aconteceu com o Kim?
- Eu só queria... agradecer pelo o que você fez na aula de Química. – respondi, de repente cheia de incertezas pelo tom de voz dele.
- Ah... aquilo não foi... não precisa agradecer, não foi nada.
- Então tá – ia voltando pra minha mesa quando uma garota bem mais alta que eu chegou, falando de forma enérgica.
-... e daí a mulher disse que o problema é meu se sou alérgica ao prato especial de sexta. Que eu devia começar a trazer meu almoço de casa! Quanta insolên... ah, oi!
- Oi. – respondi, desejando não ter levantado da mesa em que estava há um minuto. Sirius parecia pensar o mesmo, porque sua expressão não poderia ser mais desesperada enquanto olhava de uma pra outra.
- Emmie, essa é Marlene McKinnon. Marlene, essa é Emmeline Vance.
- Tudo bom? – perguntei, pra ser educada, mas não dei tempo para que ela respondesse. – Era só isso mesmo, já vou indo.
Andei apressada pra mesa de onde não devia ter saído, pra evitar que eu me humilhasse ainda mais. Na garganta, uma sensação familiar associada à chegada de lágrimas. Mas eu certamente não choraria na escola. E certamente não choraria por ele.
Ele havia salvado e estragado tudo, afinal.
*
P.S.: formatação nova do floreios e borrões 10 x 0 Elisa.
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