Capítulo 8



Capítulo VIII – Aquele no qual Sirius-Marlene-Matt-Lily-James sai de controle




Narrado por:
Lily Evans


Eu estava no sofá desde as quatro da tarde. Tinha consciência que já eram seis e ainda não havia achado nada de interessante na TV. Com exceção dos empregados, estava sozinha em casa. Minha mãe estava trabalhando, assim como o tio Jason. Petúnia estava no treino da animação de torcida e James no de futebol.


Não me importava. Passava mesmo grande parte do meu tempo sozinha. Katie estava estudando para a prova de Francês que teria amanhã, quinta-feira, e Marlene estava cuidando da irmã mais nova que estava doente.


O tédio estava começando a me irritar quando meu celular tocou. Sorri ao ver que era Marlene.


- Brittany está melhor? – perguntei ao atender.


- Brittany está ótima. Julie é quem está doente.


- Ah!


- Está um pouco melhor sim. Só espero que ela não comece a vomitar. Realmente não quero ter que limpar.


- Eca!


- O que você fez a tarde toda?


- Nada. Não tem nada de interessante na porcaria da TV, ninguém interessante online, nenhum dever de casa... nada mesmo.


- E você está sozinha ai?


- Estou.


- Então por que não aproveita para fazer um tour pelo quarto do James?


- Caramba, Lene! Isso é tão genial e tão... maléfico. Isso seria algo que eu faria? – perguntei, já subindo as escadas. Ela riu.


- Você é quem deve me dizer.


- Só estive aqui uma vez. Não tinha reparado o quanto fede a... meias.


- Eca. Como todo quarto masculino. Procura embaixo do travesseiro.


- Procurar o que?


- Pornografia. É o que eles escondem lá.


- Será? – perguntei desconfiada. – Não é um esconderijo muito bom, no fim das contas.


Puxei o travesseiro em minha direção e o que vi quase me fez desmaiar. Sentei na cama, com a coração batendo tão rápido que me deixava sem fôlego.


- O que foi? O que tem embaixo do travesseiro de James Potter? – a voz de Marlene parecia muito distante agora. Minha cabeça girava, enquanto mil pensamentos passavam pela minha cabeça em uma velocidade assustadora.


Por que ele teria aquela foto ali? Que sentido aquilo fazia? Ele teria esquecido a foto lá, ou olhava pra ela sempre antes de dormir? Como a foto havia parado ali? Seria só uma brincadeira de seus amigos?


- Lily! Você está me matando de curiosidade.


- Marlene... – balbuciei, ainda confusa demais. – Não é nada demais... só o esperado. Ele tem uma... uma foto da... da Chelsea. O que é normal, certo? Eles são namorados.


- Uma foto da Chelsea? Lily, sinto muito, isso significa amor. Ele não teria uma foto dela se não a amasse. Muito, pelo visto. Lily, sinto... tanto.


Meu coração se aqueceu e abri um sorriso.


- Também sinto muito – disse em um tom que pareceu feliz demais até pra mim.


Ela continuou a tagarelar, mas não dei muita atenção. Dentro de mim, uma verdadeira batalha estava sendo travada. Contar ou não contar? O que achar daquilo? Sentir felicidade ou confusão? Perguntar a ele ou não? Pegar a foto ou deixar lá? Dar alguma indicação de que eu havia descoberto ou não? Ignorar?


- Não sei o que fazer pra separar esses dois, eles só estão juntos desde setembro... dois meses! Talvez perto do Natal...


- Lene, desculpa, a gente se fala amanhã... acho que eles chegaram.


E desliguei.


Sabia que eles ainda não haviam chegado, é claro, mas não podia mais fazer aquilo, porque não suportava a ideia de mentir pra uma das minhas melhores amigas, e porque estava me sentindo culpada só por ter consciência do que ele escondia embaixo de seu travesseiro. Não poderia compartilhar com mais ninguém.


Era um segredo de James. E meu.


Era um segredo nosso. Mesmo ele não sabendo da parte que me incluía.


Olhei para a foto de novo.


Uma garota ruiva e magra sorria pra si mesma, enquanto tentava se equilibrar em um dos pés sobre o tronco de uma árvore que havia sido cortada.


Eu lembrava bem da foto. Havia sido tirada no último inverno, há quase um ano, por Marlene, durante uma viagem que nós três fizemos a Stonehenge de trem para passar o tempo.


Pus a foto em seu lugar e corri para o meu quarto. Ela devia estar à esquerda do meu mural, entre Dougie Poynter e Edward Cullen, que agora estavam lado a lado. Quando será que ele pegou aquela foto?


Depois de vinte minutos pensando, decidi que o abordaria discretamente. Então, quando ele chegou do treino, cansado e sorridente, seguido por um animado Sirius Black, eu o estava esperando comportadamente no sofá da sala, com um sorriso acolhedor.


- Oi meninos! Como foi o treino?


- Caralho, Evans. Que susto. Pareceu minha mãe agora. – Sirius disse, enquanto James ria, mas o ignorei.


- É que às vezes esqueço que você mora aqui – James disse. – Sempre trancada no seu quarto.


Então era por isso que ele mantinha aquela foto embaixo do travesseiro? Pra lembrar sempre que eu morava lá?


- Onde está Petúnia?


- Quantas perguntas ela faz – Sirius brincou. Mostrei a língua para ele, rindo.


- Saiu com o namorado.


- O amante.


- Sirius! – James o repreendeu, enquanto o amigo ria.


- Ela saiu com o feio ou o bonito? – perguntei, me segurando pra não rir também.


- Eu tenho cara de quem acha homem bonito?


- Tudo bem, Sirius – revirei os olhos. – Com o gordo ou com o magro?


- Com o magro – os dois disseram ao mesmo tempo.


- É. Foi com o amante – retruquei, fazendo os dois rirem alto enquanto sentavam-se comigo no sofá.


James segurou minha mão, ainda rindo. Meu coração acelerou-se novamente. Não sabia bem o que era aquilo, mas estava ficando incontrolável.


- Passou a tarde sozinha? – perguntou, me olhando nos olhos intensamente. Sua preocupação parecia real.


- Sim – respondi.


- Não acredito em você – Sirius disse – Tenho certeza que ela está escondendo um brasileiro no quarto.


- Seu idiota. Ele não passou a tarde treinando com vocês? – respondi, revirando os olhos outra vez. James riu.


- Então procure aquele da sorveteria.


James e eu olhamos pra Sirius sem entender. Especialmente James, uma vez que ele não estava lá.


- Que menino da sorveteria? – perguntou desconfiado.


- Matt? – eu disse, quase engasgando. – Você está louco? Ele vai sair com Marlene. Nesse fim de semana.


- Mas é de você que ele gosta – o garoto afirmou, fazendo James levantar uma das sobrancelhas.


- Não estou entendendo nada – disse. – Pensei ter ouvido você dizer que a beijou domingo?


- Beijei.


- Então por que ela vai sair com ele?


- Porque ele ainda está com Emmeline – eu disse, em defesa da minha amiga.


- Sirius... – James repreendeu, segurando o riso.


Tudo bem. Chega de distrações.


- Estou tão chateada – disse, suspirando. Imediatamente os dois tinham seus olhos em mim, me analisando preocupadamente. Me controlei pra não rir.


- Por quê? – perguntaram, quase ao mesmo tempo.


- Essa casa é tão grande. Nunca vou achar o que perdi! – Levantei, caminhando pela sala em círculos, para enfatizar minha agonia.


Minha atuação era fajuta, mas eles estavam acreditando. E era o que importava.


- O que você perdeu? Posso mandar um dos empregados procurarem pra você...


- Bem, eu acho que fui roubada.


- Roubada? – perguntaram os dois, assustados.


- Sim. Bem, não era nada valioso, por isso não consigo imaginar porque alguém pegaria... ela estava lá, no meu mural, onde sempre esteve. Bem entre Dougie Poynter e Edward Cullen. E então sumiu.


- Você perdeu uma foto, é isso? – Sirius disse, já voltando a posição relaxada de antes. – Mas é muito simples: imprima de novo.


- É claro que eu poderia imprimir de novo – disse, evitando olhar pra um dos dois – Mas me deixa ainda mais curiosa. Onde estaria minha foto?


- Que foto era? – Sirius perguntou, ligando a TV.


- Minha. Em Stonehenge. Gosto daquela foto. O que você acha... James? – olhei pra ele, que mantinha a expressão meio divertida e meio preocupada. Sorriu.


- Tem certeza que você a pôs lá? Talvez tenha tirado e não lembre.


- Tenho certeza.


- Só tem uma solução, então – disse, tirando algo do bolso.


- Qual?


- Vamos ter que começar a tirar fotos novas. Sorria.


Fiz uma expressão de dúvida. Exatamente quando ele apontou o iPhone pra mim e tirou uma foto. Droga.


- Me deixe ver isso! – supliquei. Ele me mostrou a foto, rindo de mim. Revirei os olhos quando Sirius soltou aquela risada que mais parecia um latido. – Apague.


- Jamais – James disse, ainda rindo. Tudo bem. Puxei o meu iPhone do bolso e apontei pra ele, tirando várias fotos enquanto ele tentava me impedir, entre gargalhadas.


- Que merda! – Sirius reclamou, rindo também. – Vem cá, Evans.


Daí ele me puxou pelo braço, no que eu cai no sofá, bem perto de James.


- Sorriam os dois – Sirius ordenou, puxando o celular de minha mão. James e eu nos encaramos, sem entender. Pude ouvir o primeiro clique.


Então James passou os braços fortes pela minha cintura, sorrindo, e não vi alternativa melhor além de passar os meus pelo pescoço dele. Aquelas fotos iriam pro Facebook. E Chelsea iria amar.





Narrado por:
Katherine Mackenzie


Hoje é sexta-feira. Eu gosto de sextas. Significa que no outro dia não tem aula. Significa uma hora inteira de beijos no carro de Remus depois do treino de futebol, que acaba exatamente junto com a minha aula de artes.


Estava evoluindo nos desenhos com as duas horas de aula na sexta.


A única coisa chata de sexta era o prato especial do almoço. Não que eu não gostasse de Cottage Pie. Até que gostava bastante, era algo bem... inglês. O problema todo era que Emmeline era alérgica a ela. E fazia questão de lembrar a todos, reclamando irritantemente alto e por longos dez minutos toda semana.


Ia começar a conversar com Remus sobre a possibilidade de almoçar com minhas amigas na sexta. Talvez na quinta, também. Emmeline, Chelsea, Petúnia e todos aqueles jogadores de futebol e líderes de torcida estavam começando a me encher. Mas eu não queria que ele pensasse que não gostava dos amigos dele, já que ele gostava bastante das minhas amigas e era até o melhor amigo de uma delas.


- Você vai comer tão pouco – ele disse, enquanto carregava minha bandeja em direção à mesa que sentávamos diariamente. Algumas cabeças se ergueram pra assistir nossa travessia, mas eu já estava quase acostumada com isso. Era estranho estar do lado popular da escola, para variar, mas não era de todo ruim.


Os olhares, claro, eram também pra o ato que estava sendo praticado. Carregar a bandeja da garota era praticamente sinal de casamento na AEHS.


Sorri para ele.


- Não estou com tanta fome assim.


- Assim eu fico preocupado.


- Não fique – eu disse, sentando à mesa. Imediatamente, olhei pra mesa das minhas amigas, onde realmente queria poder estar hoje. Sorri satisfeita ao ver que Matt estava sentado com as duas. Não sei se por Lily ou por Marlene, mas estava.


- O que aquele idiota está fazendo ali? – Sirius sussurrou pra James, acompanhando meu olhar. Remus e eu ouvimos, mas não Emmeline, que estava ocupada conversando com Chelsea e Petúnia.


- Não sei – James disse, estreitando os olhos. – Por que ele está olhando tanto para Lily?


- Está olhando pra Marlene – eu o corrigi –, porque eles têm um encontro amanhã.


- Sério? – Sirius perguntou, com um brilho diferente no olhar. – E para onde eles vão?


- Para o Joe’s, acho – respondi sem entender.


- Onde fica o Joe’s?


- Na Soho. Por que diabos você quer saber, Sirius?


- Ah... por nada. Muito obrigado, Katie. – E então voltou a falar de futebol com James. E eu fiquei sem entender nada.


*


- Como foi o treino? – perguntei, quando nos encontramos de novo, às seis e meia.


- Bom. O próximo jogo vai ser em duas semanas. Nós precisamos ganhar pra continuar no campeonato. E a aula de artes?


- Ótima. Estou ficando boa em natureza-morta. A Sra. Lynn disse que, nesse ritmo, logo estarei desenhando pessoas.


- Pessoas vestidas, espero. – Nós rimos todo o caminho até o carro dele, enquanto caminhávamos de mãos dadas.


- Na verdade eu estava pensando em levar você a um lugar. Temos uma hora, certo? Importa-se?


- Não me importo – respondi subitamente curiosa.


Enquanto dirigia, tudo indicava que para o centro, conversávamos sobre o Natal, que chegaria no próximo mês e iluminaria a cidade, deixando-a absurdamente linda.


- Westminster?– questionei quando descemos do carro. Não estava reclamando, era mesmo lindo. Mas eu não entendia por que ir até ali.


Ele sorriu de lado, me abraçando pelos ombros enquanto caminhávamos às margens do Rio Thames. O Big Ben estava aceso e sorri ao avistar o London Eye.


- Eu te trouxe aqui... – ele começou, ainda caminhando. – No cenário do nosso primeiro beijo.


- Sim.


- Katie – suspirou, finalmente parando de caminhar e olhando em meus olhos. – Domingo passado, Sirius insinuou que você poderia estar saindo com outras pessoas...


- Eu não estou – respondi, rapidamente.


- Eu sei que não está. Mas ele não estava mentindo. Você pode. E é por isso que estamos aqui.


- Estamos aqui por que eu posso sair com outras pessoas? – perguntei confusa. Ele riu.


- Estamos aqui principalmente porque eu não quero que você saia com ninguém além de mim. Katie, eu percebi que não quero sair com outras garotas. E não quero que você saia com outros. Eu quero que você seja minha. Só minha.


- Remus, eu...


- Você quer ser minha namorada?


Pisquei forte duas vezes, olhando pra ele sem entender. O sorriso em seu rosto era empolgado, mas eu não conseguia entender muito bem. Eu queria ser... o quê? Mil pensamentos passavam em minha cabeça em uma velocidade assustadora.


- Katie? – perguntou inseguro.


- Desculpe, é que você me pegou desprevenida.


- Ok. Vou perguntar de novo. Você quer...


- Quero – respondi sorrindo. Ele sorriu de volta.


- Bem, isso é um alívio. Já estava achando que você ia me mandar pastar.


- Jamais faria isso com você – respondi, e então voltei a beijá-lo, daquela forma e naquele lugar que eram só nossos.





Narrado por: Marlene McKinnon


Eu não entendia qual era a de Sirius Black. De verdade, não entendia. Que tipo de pessoa larga uma festa para ser babá de bêbada, cuida bem da bêbada, beija a bêbada, evita uma humilhação da bêbada na aula de química, beija a bêbada para impedi-la de sair com outro e não liga nem uma vez?


Quero dizer, eu sei que ele é Sirius Black e tudo mais, e que só está sendo ele mesmo. Mas depois de toda a história do pH e do encontro com o Matt eu achei que ele gostasse de mim. Ao menos um pouco.


Mas ele não só não teve a decência de ligar, como também apareceu de mãos dadas com Emmeline no almoço de segunda-feira. Como se o beijo de domingo não tivesse acontecido. Como se, ao chegar à casa de James, ele não houvesse beijado minha testa e dito “preciso ir. Te ligo depois”. Como se minhas amigas não tivessem soltado gritinhos histéricos por incríveis sete minutos.


Então, quando Matt sentou ao meu lado no almoço, dei-lhe meu melhor sorriso e combinei os detalhes de nosso encontro no sábado.


E é por isso que estou aqui. No Joe’s, que tem uma pizza incrível, segundo ele. Me arrumei com toda a animação que consegui juntar, parecendo realmente bonita com meu vestido preto e meu salto. Ou foi o que ele disse. Ele também não estava nada mal, mas tudo o que eu conseguia pensar era em como eu queria que ele fosse outra pessoa.


- E então, você também pretende ir pra Oxford, como seu irmão?


- Bem, eu estava pensando mesmo em ficar por aqui. Amo Londres, não sei se consigo ficar tão longe assim.


- Oxford não é tão longe! Só uma hora de trem.


- É verdade. Para onde você quer ir? – perguntei, para ser educada. Odiava falar sobre qualquer coisa relacionada à escola nos finais de semana.


- Cambridge. E suas amigas?


- Katie pretende ir para Oxford, mas Lily quer ficar por aqui também.


- Entendo... Deve ser ruim pensar em separação, não?


- Bastante. Mas e seus amigos?


- Ainda não decidiram. Mas espero que possamos todos irmos pra Cambridge. Seria incrível.


- Seria – respondi. – Mas ainda falta muito tempo.


Ele continuou falando alguma coisa. Tinha certeza quase absoluta que envolvia as palavras “faculdade” e “Estados Unidos”, mas não conseguia mais ouvir.


Não quando a porta do Joe’s abriu e um casal entrou sorridente. A garota, uma loira alta, gargalhava perturbadoramente alto. O garoto, moreno dos olhos azuis, mantinha as mãos em sua cintura, passando os olhos pelo local, com um sorriso arrogante no rosto.


Quando seus olhos encontraram os meus, seu sorriso aumentou, e eu tive certeza de que, não importava o que Matt fizesse, aquela noite estava acabada. Tentei levantar e fugir, inventar qualquer desculpa pra não ficar ali, mas ele foi mais rápido.


Ainda segurando a cintura de Emmeline, caminhou em nossa direção, sendo perfeitamente educado.


- Mas que surpresa agradável – cumprimentou, fazendo Emmeline rir ainda mais, sem motivo real. – Boa noite!


- Boa noite – Matt respondeu educadamente. Tentei responder também, mas, aparentemente, não tinha capacidade de emitir sons. Então, pisquei forte três vezes, na esperança que ele fosse apenas produto da minha imaginação, de tanto que pensei nele nos últimos sete dias.


Mas ele ainda continuava lá.


- Vocês conhecem a Emmeline, certo? Emmie, esse é o Max.


- Matt – ele corrigiu.


- E você já conhece Marlene.


- Claro. A garota do pH, certo?


- E você, a alérgica ao prato especial de sexta – falei, pela primeira vez, no mesmo tom amistoso que ela usou. Ela riu.


- Prazer em revê-los – ela disse, e ele a puxou pela mão, sentando em uma mesa um pouco atrás de nós, de onde eu podia vê-los perfeitamente. Matt, que estava de costas para eles, não teve a mesma sorte. Ai, meu Deus.


- Então, como eu ia dizendo... minha mãe queria que eu fosse para os Estados Unidos fazer faculdade. Quero dizer, por que ela me quer tão longe?


Olhei bem para a cara dele. Ele realmente achava que eu estava preocupada com a faculdade agora? Sábado à noite, faltando dois anos pra terminar o Ensino Médio e com a mão de Sirius Black enfiada na blusa de Emmeline Vance a quinze metros de distância?


Eu geralmente acreditava em destino, mas não hoje à noite. Eu poderia dizer, pelo timing perfeito deles, que aquilo foi completamente planejado. Provavelmente parte de algum tipo de plano doentio pra fazer com que eu me sentisse mal. E não podia estar funcionando melhor. Desde que sentaram, eles estavam se agarrando, de forma desnecessária e extravagante. Não que mais alguém estivesse se importando – aquilo era Londres, ninguém se importava com ninguém.


Mas eu estava. E muito.


- Quero dizer, Harvard parece legal, não parece? Ivy League e tudo mais, mas são tão caras e tão... distantes. Mas acho que New York seja bom. Então talvez eu me inscreva pra Columbia. E NYU.


Meu Deus, ele não cansava. Sorri, dizendo “claro” e “sério?” nos momentos necessários, então ele meio que não percebeu que eu não conseguia tirar os olhos de Sirius, que agora beijava Emmeline com fervor no pescoço.


Aquilo era um pesadelo. Dos piores.


Discretamente, puxei meu iPhone. Digitei uma única palavra e enviei para Katie.


Mensagem de Marlene às 20:39
Socorro.


Rezei pra que ela estivesse com o celular, e desocupada o suficiente pra me salvar. Se ela ligasse, pediria licença pra atender, inventaria uma emergência em casa e sairia de lá.


Pelo amor de Deus, que ela não esteja com o Remus, e nem correndo pela casa atrás da Little Lucy. Pelo amor de...


Graças a Deus!


Mensagem de Katie às 20:41
O que foi?


Lerdeza tinha limites, pelo amor de Deus...


- Algum problema? – Matt perguntou gentilmente.


- Ah, é só a Katie mandando mensagem... acho melhor ver o que ela quer, se não se importa.


E então aproveitei para ir ao banheiro. Ao menos pra lavar o rosto ou respirar um ar diferente do de Sirius Black.


Mensagem de Marlene às 20:45
Problemas. Muitos deles.


Fiquei sentada respirando por um minuto inteiro, quando Katie finalmente me ligou.


- O que foi, criatura? – perguntou, mais curiosa do que preocupada.


- Se eu descobrir quem foi o gênio do mal que disse que eu estaria aqui hoje a noite para Sirius Black, eu juro que mato.


- Sirius Black?exclamou, surpresa.Ele não... ele está... aí? Sozinho?


- Há! Até parece que ele vai sozinho pra algum lugar. Está com aquela loira.


- Então foi por isso que ele me perguntou...


- Foi você quem disse?! – quase gritei, indignada.


- Ele perguntou, eu respondi. Desculpe, Marlene, não percebi que ele faria algo tão cruel assim.


- Se eu não gostasse dele, diria que o odeio. Aquele cachorro filho de uma...


- Chega, Lene. Diga para o Matt que você quer ir para outro lugar, pronto.


- Mas a pizza ainda nem chegou!


- Então fica aí. Não sei. Meu namorado está me esperando, desculpa. Me conta como foi depois. Beijos.


E desligou. Muito útil. Obrigada, Katherine. Por que todas as amigas viram inúteis quando estão namorando? De fato, amiga parceira é amiga solteira.


Respirei fundo antes de sair do banheiro.


E quase gritei outra vez.


Parado em frente ao banheiro, encostado na parede com os braços cruzados e um sorriso cínico no rosto estava ele.


- Aquele cachorro filho de uma... o quê? – perguntou, animado.


Além de tudo estava ouvindo minha conversa! Fui atingida por uma súbita fúria.


- Olha aqui, Sirius Black – comecei, apontando um dedo na cara dele. Ele sorriu ainda mais, erguendo uma das sobrancelhas. Ficou incrivelmente sexy, mas me irritou ainda mais. – Eu não sei que tipo de jogo você pensa que está fazendo aqui, mas não estou me divertindo.


- É claro que não está. Aquele Max é um chato.


- O nome dele é Matt. E não interessa. Que porra você está fazendo aqui?


- Só curtindo, Lene. Qual é? – disse, sorrindo ainda irônico. – Não ficou com ciúmes, ficou?


- Claro que não – respondi, rápido demais. – Você pode beijar quem você quiser.


- Ótimo – disse, parando de sorrir.


- Ótimo – eu respondi, no mesmo tom insolente.


Mas no momento em que virei, ele me puxou pelo braço... beijando-me em seguida. Por que, de uma forma ou de outra, sempre acabávamos assim?


Descontei toda a raiva que estava sentindo naquele beijo. Em relação a tudo. Não era certo o que estava fazendo comigo desde Setembro. E não era justo, também.


Empurrei-o na parede, passeando minhas mãos furiosamente por dentro de sua camisa. O fato de ele ser absolutamente perfeito não ajudava em nada.


Parei de beijá-lo, encarando-o furiosamente. Mas ele olhou pra mim como se nunca tivesse visto nada parecido e voltou a distribuir beijos, dessa vez por toda a extensão do meu pescoço. Aquilo estava mesmo me enlouquecendo, então eu o empurrei depois de uns minutos.


- Já chega – eu disse, ainda com raiva.


- Eu devia enfurecê-la mais vezes – comentou, sorrindo. Percebi que ele estava meio ofegante.


- Isso tem que acabar. Você não pode me beijar sempre que quiser.


- Você disse que eu podia beijar quem eu quisesse.


- Com exceção de mim – disse, revirando os olhos, sem acreditar que ele estava usando minhas próprias palavras contra mim. – Você não vale nada.


Ele sorriu ao ouvir minhas palavras.


- Mas você gosta de mim mesmo assim.


Desisti de lutar quando ele me puxou pela cintura outra vez. Eu não aprendia. Incrível.


xxx




N/B: Elisa do meu céu... COMO ASSIM O JAMES TEM UMA FOTO DA LILY DEBAIXO DO TRAVESSEIRO! Image and video hosting by TinyPic quase pari aqui. E, aff, não tem como não gostar dessa cachorrada da Marlene e do Sirius HUAHAUHAUHUAHA sério, ele é muito, mas muito, mas MUITO filho da puta, é. Claro que é por isso que o adoramos. Só quero ver até onde você vai com essa de Sirius-Marlene-Matt-Lily-James. As coisas estão ficando tensas, HUM. Quanto ao Remus e à Katie, AWWWWWWWWWWWWWWWW!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Super AW, de verdade. *-* Agora, assim, ce sabe que adoro a Katie tudo mais, mas sacanagem dela deixar a Marlene na mão, ok. E Marlene está certa: amiga companheira é amiga solteira, rs. E, pra não dizer que deixei passar em branco, PETÚNIA COM AMANTE HUAEHUAHEUHAUEHA MAS LÓGICO -.- não que o Vernom vá fazer muita coisa ali entre as pernas dela falei* e CA-HAM... vamos esperar para ver o que a Chelsea vai achar das novas fotos no Facebook do James.


E é isso aí, pessoal. Comentando muito, muito, muito pra deixar a Elisa em êxtase. É PRA COMENTAR, FALOU? É.


Um beijo e um queijo,
Nanda.




N/A: oi gente :)


Espero que vocês tenham gostado desse capitulo, eu realmente não sei até onde vai a putaria Sirius-Marlene-Matt-Lily-James, mas estou me divertindo tanto quanto vocês HAHAHAH. A foto que o James tinha embaixo do travesseiro é essa:


Image and video hosting by TinyPic


É que achei no We ♥ It e não tinha como não incluí-la, hihi, tão linda *-* E se alguém tiver, me sigam! Hahaha.


http://weheartit.com/sweetballad


O capitulo era pra ter saído antes, mas alguns problemas pessoais impediram. De qualquer forma, mais uma vez, muito obrigada pelos comentários, é muito bom saber que vocês estão curtindo a fic. Até o próximo capitulo!


Lisa.

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