Tempestade - parte 1

Capítulo 31 – Tempestade – parte 1

“Crack”. Abri os olhos e vi móveis conhecidos ao meu redor. Estava no hall da minha casa. Tirei a capa de auror e guardei no armário. Sorri ao ouvir vozes infantis vindo da cozinha.

- HARRY?? É VOCÊ? – Gina gritou. – Estamos na cozinha!

Fui direto para lá. Estava exausto, faminto, sujo e morrendo de saudades de Gina e das crianças. Afinal, foram praticamente três dias sem colocar os pés em casa. Mandava patronos para Gina para dizer que estava tudo estava sob controle. Não sei se ela acreditava. Mas não tínhamos outra coisa para falar sobre a fuga de Azkaban. Estávamos fazendo o que era humanamente possível no momento.

- Oi! – Beijei Tiago e Alvo, que desenhavam enquanto esperavam o jantar. – Tudo bem por aqui?

- Papai!!! Que bom que você voltou! – Tiago exclamou, me mostrando o desenho que fazia. – Desenhei você pegando os bandidos que fugiram...

Olhei para Gina e ela veio ao meu encontro com Lily no colo, me deu um beijo rápido e me passou a bebê.

- Saiu no jornal uma foto sua... Não deu para esconder deles... Tiago entendeu rapidinho! – Ela falou se desculpando. – Ta tudo bem?

- Eu também “to” desenhando papai... – Alvo me mostrou o seu desenho, era um homem com uma capa preta. – Homem mal! – disse, arregalando os olhinhos.

- Ah... Monstro, estou faminto!! O jantar vai demorar? – Achei melhor não falar nada, devolvi Lily para Gina. – Vou tomar um banho, estou exausto... Depois lhe conto tudo! Mas ta tudo sob controle... – falei, acarinhando os cabelos rubros que tanto amava.

- Claro amor... Vai tomar seu banho, o jantar já vai estar pronto né, Monstro? – Gina falou serenamente.
- Sim meus senhores... Tudo pronto em quinze minutos... – Monstro falou eficiente. – Monstro está feliz que meu senhor tenha voltado bem!

- Obrigada Monstro... Já volto! – Fui direto tomar um banho.

Era bom estar em casa. Desde que ficamos sabendo da fuga em Azkaban, eu Hans, Rony e outros aurores nos envolvemos muito no caso. Primeiro, fomos direto para Azkaban, onde ficamos sabendo que a fuga já estava sendo planejada há tempos, os prisioneiros, liderados por Lucius Malfoy, aproveitaram a troca da guarda, calcularam exatamente quando entraria um equipe de novatos e se aproveitaram da inexperiência destes para colocarem o plano em ação.

Azkaban era um lugar deprimente. Depois da guerra, muitos comensais da morte foram para lá. Os dementadores não faziam mais a segurança da prisão, que era agora da responsabilidade dos aurores, que recebiam treinamento especial para trabalhar lá. Entretanto, para os novatos sempre era uma experiência impar, que gerava muita insegurança e medo. Foi nisso que alguns prisioneiros (comensais e simpatizantes) se apoiaram para iniciarem uma rebelião.

De acordo com o que fomos informados, os presos aproveitaram-se do fato de que uma turma de iniciantes iria fazer a vigília no turno da noite. Foram pacientes, pois uma turma nova só entra de dois em dois anos. Goyle conseguiu desarmar um auror na hora que serviram o jantar e pegou sua varinha. Até agora não entendi como isso aconteceu, por mais inexperientes que fossem eles não iriam cometer um erro tão primário. Talvez tenham pensando que eles nunca tentariam nada tão tosco, por isso não se preocuparam. Quando os aurores se recuperassem das maldições que sofreram, saberíamos melhor o que aconteceu. Mas acho que os aurores subestimaram os presos, pois acharam que eles jamais iriam tentar, simplesmente, desarmá-los; estavam atentos e preocupados em se defender de algum feitiço mais complexo.

Depois de atacarem dois aurores, já em posse de suas varinhas, Lucius e Goyle lançaram maldições nos outros novatos, deixando-os inconsciente. Para criar mais confusão, eles soltaram muitos prisioneiros - que fugiram ao esmo - lançaram azarações simples e muito feitiço de confusão, o que, obviamente, deixou-os como gnomos tontos, andando em círculo para reagirem. Quando os aurores se deram por conta do que estava acontecendo, a confusão já era grande demais e três prisioneiros haviam desaparecido dos corredores escuros de Azkaban. O objetivo era bem simples: criar confusão soltando vários prisioneiros, desviando a atenção para que Lucius, Goyle e Dolores Umbridge escapassem.

Mas uma pergunta ainda não tinha resposta: quem ajudou Lucius nessa fuga? Ou melhor, quem ajudou essa quadrilha? A resposta nos levava a alguém do Ministério. Mas quem? Alguém que tinha ido visitá-lo, que mantinha contato... Alguém influente? Não acredito que alguém do Ministério esteja envolvido nisso, depois de Voldemort, muitos tinham medo de envolver-se ou de demonstrar sua simpatia com as artes das trevas, pois isso era reprimido severamente pelo Ministério.

Ocorreu, inclusive, um caso que foi amplamente divulgado na impressa, causando muita polêmica, pois um medibruxo foi acusado de usar feitiço das trevas para fins curativos. Ele alegava ser inocente, dizendo só usar o tal feitiço para ter resultados melhores no tratamento de uma doença trouxa que estava atingindo alguns bruxos. O medibruxo foi condenado e mandado a Azkaban, onde morreu meses depois vitima de depressão profunda. Também houve algumas prisões que, na minha ótica, foram arbitrárias. Mas, havia no ar constantemente o medo de que algo parecido com o que aconteceu com Voldemort se repetisse.

Mas, voltando à fuga de Azkaban... Meus pensamentos sempre me levavam a um único nome: Draco Malfoy. Pois, tirando Draco, não fomos informados de mais ninguém visitando Lucius. Até porque todas as visitas ao Malfoy eram autorizadas pelo Departamento de Aurores, assim como, de todos os prisioneiros considerados extremamente perigosos. Ele não podia receber corujas, patronos... Não havia nenhum meio de comunicação dos prisioneiros com o mundo fora de Azkaban.

Ou será que alguém de Azkaban havia lhe ajudado, facilitando o uso da lareira da sala do diretor? Isso era impossível, pois o diretor de Azkaban era uma pessoa acima de qualquer suspeita, foi auror na mesma época de Moody. Eu o conhecia, e era uma pessoa justa, ética... Pareceu-me realmente transtornado com a fuga e, principalmente, por ter sido algo tão simples!

Sai do banho e fui pegar uma roupa limpa. Minha cabeça fervilhava, eram muitas perguntas sem respostas. Mas sempre vinha a minha cabeça a imagem de Draco. Draco havia feito raríssimas visitas ao pai e todas acompanhadas por aurores, a última por mim e Rony. Mas ele não iria nos trair. Ou iria? O filho dele estava sob nossa proteção. Ou só seria parte de um plano?

Obviamente que a segunda coisa que fizemos depois da fuga foi ir atrás de Draco. Claro que o pai não entrou em contato com ele, mas colocamos aurores de vigia. Draco assegurou que o pai não havia o procurado e que ele não colocaria tudo que conquistou em jogo, inclusive a segurança do filho e da mulher, para ajudar Lucius. Mas mesmo assim, ele era Draco Malfoy, era sonserino e eu ainda não confiava nele.

Depois, nos dedicamos a prender os prisioneiros que estavam por ai causando problemas. Não podíamos deixar bruxos perturbados causando confusão, tanto para a comunidade bruxa como para os trouxas. Agora, de Lucius e companhia, nem sinal. E isso me dava uma sensação de impotência muito grande; pensava, principalmente, na segurança de meus filhos e de Gina.

*****
O jantar foi tranquilo e harmonioso, como sempre eram os jantares em minha casa. Gina não me perguntou nada sobre a fuga de Azkaban, sabia que depois eu contaria para ela, mas agora só queria curtir o momento de tranquilidade e fingir que não havia problemas.

- Gi... Eu e Rony achamos que seria legal você e a Hermione irem para o Chalé da Praia com as crianças no final da semana. – Falei já no fim do jantar. – Amanhã mesmo vou reforçar os feitiços de segurança da casa... Assim, como Draco deduziu que moro aqui, qualquer um pode fazer. Ainda tem vários bruxos soltos... Você sabe, alguns me odeiam... – Falei tentando parecer engraçado, mas Gina não riu.

- Ok, eu entendi Harry... – Gina falou estranhamente calma. - Se vocês acham melhor. Vocês também vão? – Gina serviu a sobremesa para os meninos e para mim.

- Vamos sim. Monstro e Nikki também irão... Er... Não quero que as crianças fiquem sozinhas em nenhum momento. Alguém da Ordem também estará por perto... – Gina parou o que estava fazendo e me olhou. – Gina... Sei o que está pensando. Não é exagero! Malfoy está aprontando algo e eu sei, por tudo que sabemos do Herdeiro, do roubo dos livros, da Bessy... Eles querem as crianças!

- Ta certo! Harry, eu não vou discutir isso com você, sei que DESSA VEZ seus medos não são infundados. – Gina suspirou. – Eu... Eu também estou com receio...

- Aconteceu alguma coisa? – Era estranho, Gina estava aceitando minhas ideias sem questionar. – Gi... Aconteceu algo?

- Não Harry... Mas, minha intuição diz que vai acontecer... Só não sei quando e como, mas sei que envolve as crianças... – Gina falou temerosa. – E a segurança da Toca, meus irmãos?

Havia uma nuvem em seus olhos. Ela estava com uma aparência cansada, olheiras profundas como se não dormisse há dias.

- Não se preocupe, vamos reforçar os feitiços de segurança da casa de todos... E, eu sou o fiel do segredo da Toca. – Gina deu um sorriso triste. – Todos vão ficar bem!

- Vou fazer uma lista das coisas que preciso levar para a praia... Monstro poderá ir ao Beco amanhã comprar... Precisamos de Pó de Flú também! Seu filho... – Gina olhou para Tiago e falou. – Espalhou Pó de Flú pela casa toda!

Tiago baixou os olhos envergonhados, mas Gina sorriu da travessura do filho. Depois do jantar, fiquei com as crianças enquanto Gina organizava a lista de compras com Monstro. Os três estavam agitados, Gina comentou que eles sentiram muito a minha falta e foi inevitável que Alvo e Tiago não vissem fotos minhas e de Rony nos jornais e questionasse a mãe o que estava acontecendo.

Não é porque eram meus filhos, mas eles eram espertos demais. Tiago era muito habilidoso, já estava controlando a magia, fazia feitiços simples facilmente, feitiços que eu tive uma certa dificuldade para fazer no meu primeiro ano na escola; Alvo não havia manifestado magia ainda, mas já sabíamos que era sensível a magia poderosa e, principalmente, a magia das trevas, isso ainda era incontrolável para ele, normalmente, ele ficava meio adoentado ou se comportava estranhamente, ficando agressivo; Lily também tinha algo especial, mas ainda não havíamos identificado, mas Gina já havia comentado que todos que ficavam perto dela aparentavam uma certa tranquilidade ou ficavam felizes, ela era manhosa, mas só para chamar a atenção, dificilmente, Lily chorava alto.

******
Gina estava amamentando Lily no nosso quarto e eu estava no quarto de Tiago com Alvo no colo, que já dormia, contando uma história para ele e Tiago.

- Então...

- Papai... – Tiago me interrompeu. – Você prendeu muitos bandidos? Não ficou com medo?

- Sim, filho... Eu prendi muitos bandidos, mas não fiquei com medo! – Falei sendo sincero com ele, meu medo não era por aqueles bruxos que capturamos logo.

- Mamãe disse que você é corajoso! – Tiago falou bocejando. – Quando eu crescer também vou prender bandidos!

- Achei que você iria jogar quadribol!

- Também! – Tiago já estava com os olhinhos fechados. – Termina a história!

Nem terminei a história e Tiago já estava dormindo. Acomodei Alvo na cama dele. Meus instintos fizeram com que antes checasse o quarto deles. Talvez fosse bom eles dormirem no mesmo quarto e Monstro ficar com eles. Não. Não iria ficar paranóico com isso. Não iria permitir que fizessem isso comigo!

Quando cheguei ao nosso quarto, Gina estava colocando Lily no berço portátil que ela às vezes usava pela casa ou quando íamos para a Toca.

- Lily está febril, acho melhor que ela durma aqui! – Gina me explicou. – Ontem ela teve febre e não quis mamar, Alvo também esteve febril esses dias... Fiquei a noite acordada com eles...

- Por que você não me chamou? Por isso você está parecendo tão cansada... Gina, você devia ter me chamado! – Falei velando o sono de Lily. – Você chamou o medibruxo?

- Harry, falei com ele na lareira, é só uma virose... Dei as poções que ele indicou. Hoje Alvo nem tossiu e comeu como um típico Weasley! E depois, você sabe como o Al é. – Gina me abraçou e sorriu. – São só coisas de criança! Você estava com problemas maiores... E, e eu também estava preocupada com você... As crianças querendo saber do pai e, eu não sabia o que dizer...

Gina me puxou para cama, fez com que eu me sentasse e ela se aninhou em meus braços. Sabia que a febre de Alvo não era coisa de criança. Ele era sensível, sabia que estávamos com problemas.

- Me conta o que aconteceu... – Gina pediu e eu falei tudo que tinha acontecido... – Não acredito que Draco saiba do pai. Mas, amor, tenho certeza que alguém do Ministério ou de Azkaban facilitou essa fuga! Umbridge... Achei que a sapa já havia morrido!

- Eu também Gi! Nunca imaginei que Umbridge estivesse envolvida nisso também... Amanhã eu e Rony vamos rever todas as visitas nesses últimos anos do Malfoy e dos que estão com ele... Alguém ou alguma coisa passou despercebido por nós! – Falei desanimado.

- Eu e Hermione poderíamos ajudar mais... Na praia, podemos ajudá-los a ver essas visitas, tentar encontrar uma conexão... Malfoy sempre foi um suspeito em potencial, mas se a Umbridge também fugiu, devemos ver com quem ela teve contato durante esse tempo! – Gina falou. – Vocês vão tomar o depoimento dos presos que conseguiram capturar?

- Sim, mas é outra equipe que vai fazer isso! O Quin está cobrando resultados imediatos, você sabe como o Ministério tem medo de que certas coisas voltem a acontecer! Mas, vai ser difícil esconder a história do Herdeiro por muito tempo, ainda mais depois do que o Righi falou. – Abracei Gina com mais força. – Hum... Quanto À Umbridge, você tem razão. Eles armaram isso muito bem!

- Quanto ao Herdeiro e Bessy, nada ainda? – Gina perguntou, mesmo sabendo, apesar de não termos muita coisa concreta, que a fuga de Lucius estava ligada ao Herdeiro e a Bessy.

- Não... Mas sabemos que eles estão juntos, achando Lucius e sua quadrilha, achamos a Bessy e o Herdeiro... – Isso era muito provável.

Ficamos em silencio por um momento. Até que um resmungo mais alto de Lily nos tirou de nossos pensamentos. Gina foi vê-la.

- Ela deve estar sonhando... A febre não voltou... – Gina voltou para cama. – Sabe, eu acho que sei como fazer esquecer os problemas por algumas horinhas? Posso tentar?

- Achei que você nunca iria sugerir? – Falei sorrindo para ela. – Mas Gi, Lily tá aqui?

- Até que parece que é um problema... Depois de três filhos você ainda se preocupa com isso. – Gina ficou de joelho na cama de frente para mim. – Mas eu repito o que sempre lhe digo desde que Tiago nasceu: ninguém vai ficar traumatizado, tá dormindo, não tá vendo, só temos que ser silenciosos... Mentira! Talvez eu fique traumatizada com essa saudade toda...

Eu não disse nada. Fui ao seu encontro e a derrubei na cama. Por algumas horas poderia esquecer meus problemas, meus medos nos braços da mulher da minha vida.

******
Acordei com os resmungos de Lily. Ela estava encantada com o móbile de quadribol que havia no berço portátil, que era o mesmo que os meninos usaram. O móbile tinha miniaturas de vassouras e do pomo de ouro.

Levantei-me e fui até ela, retirei-a do berço e minha bonequinha sorriu para mim. Gina não estava na cama, não ouvi barulhos no banheiro, ela devia estar na cozinha. Ainda era muito cedo.

- Quando você vai dizer papai? – Falei para Lily que ria mais. – Vai ser papai a sua primeira palavra, né linda?!

- Você tem dúvida? Mamãe e que não vai ser, tenho certeza. – Gina falou atrás de mim. – O que não é nada justo, mas já me conformei!

Eu e Lily rimos de Gina. Percebi que Gina estava vestida para sair. Usava uma calça jeans, sandálias de salto alto, camisa rosa e colocava algumas coisas dentro de uma bolsa preta de couro.

- Aonde você vai tão “trouxamente” linda assim? – Perguntei curioso.

- Vou ao Beco Diagonal com Monstro fazer algumas compras para levarmos para o chalé da praia... – Gina falou indo ao banheiro. – Você não vai ao Ministério agora de manhã, né? Pode ficar com as crianças ou então os deixo na Toca!

- Não... Não vou ao Ministério, só pela tarde eu e Rony vamos Azkaban... – Falei colocando Lily sob protestos no berço de novo. – Eu fico com eles!

- Que bom! – Gina beijou a minha bochecha. – O café já tá pronto, é só aquecer... Tiago e Alvo estão dormindo ainda... Tem mamadeiras para a Lily, mais tarde dá uma papinha de maçã para ela... Você vai ficar bem com eles?

- Vou! – Falei um pouco incerto. – Gi... Você precisa mesmo ir? Er... Posso ir com você mais tarde... – Gina sorriu.

- Ta, mas daí as crianças ficariam somente com Monstro! – Gina sabia muito bem qual era o meu ponto fraco. – Harry, tá tudo bem! Eu sei me defender muito bem... – Ela beijou a minha bochecha e continuou. - Monstro volta logo... Eu vou demorar um pouco. Quero passar em um supermercado trouxa, passar no Pasquim para ver como as coisas estão por lá. E... – Gina deu um suspiro. - Quero ir ver a Angelina... Ela vai ter que ficar até o bebê nascer no St Mungus... Acho que só volto depois do almoço!

- Ok... Mas, se cuida! – Gina me deu um beijo rápido, beijou Lily e saiu como um raio do quarto. – Agora somos só nós dois, bruxinha...

Peguei Lily de novo e me deitei com ela do meu lado na cama. Fiquei balançando seu corpinho até que nós dois dormimos novamente.

Acordei uma hora depois com Tiago e Alvo em cima da cama, eles tinham ligado a TV, Lily estava acordada, mas quietinha do lado dos irmãos.

- Papai, “to” com fome! – Tiago falou.

- Ah, tudo bem filho, vamos descer que eu dou o café para vocês... – Me levantei. – Só um pouco, papai vai trocar de roupa...

Desci com as crianças, como Gina falou já estava tudo pronto para o café. Coloquei Lily na sua cadeirinha e servi Tiago e Alvo. Lily não parava de choramingar...

- Papai, Lily tá com fome! – Alvo comentou. Acho que ele tem razão. Aqueci a mamadeira de Lily e peguei-a para lhe dar. – Papai, sujou!

Alvo derrubou os cereais com leite em cima dele, fazendo um lambuzeira no chão, que Tiago não viu e pisou e deixando pegadas por quase toda a cozinha.

- Er... Depois eu limpo... – Lily não quis mais mamar, mas continuava resmungando, acho que precisa trocar sua fralda. – Tiago, Al... Vocês ficam aqui terminando o café que eu vou lá dentro trocar a Lily... Não me aprontem nada!

Subi com Lily. Tentei trocar ela o mais rápido que pude com medo do que pudesse estar acontecendo lá em baixo. Ainda bem que Lily cooperou e em minutos já estava de volta na cozinha. Quando cheguei à cozinha, esta estava uma bagunça sem tamanho, tinha comida espelhada por todo o chão...

- Caiu tudo papai... Eu só queria botar na pia! – Tiago falou se desculpando.

Dei um longo suspiro. Ainda bem que Monstro viria antes de Gina e ela não veria essa cena.

- Vocês já terminaram... Acho que precisam de um banho, vamos subir...

A bagunça no banheiro foi imensa. Mas era tão bom ver meus filhos felizes, sem nenhuma preocupação, não sabia do perigo que corriam com a fuga de Lucius Malfoy.

Monstro chegou um pouco depois do banho deles. Nem precisei falar nada, ele logo se prontificou para limpar a bagunça da cozinha e disse que também iria iniciar o almoço. Fiquei o resto da manha com os três em cima da minha cama olhando TV até Monstro avisar que o almoço estava pronto.

******
Quando fui para Azkaban me encontrar com Rony, Gina ainda não havia voltado. Confesso que já estava preocupado com essa demora, nem conseguia me concentrar na investigação em Azkaban, só queria ir para casa e ver se ela estava bem. Mas me negava a mandar um patrono. Gina, com toda certeza, diria que estava exagerado.

- Hei... Harry... – Rony me chamou, pelo jeito já estava me chamando há tempos. – Cara, onde você tá com a cabeça?

- Er... O que foi Rony? Eu, ainda to cansado... – Falei disfarçando. – Acho que não vamos conseguir mais nada por aqui...

Rony assentiu com a cabeça e apartamos em uma rua movimentada. Caminhávamos devagar...

- Já temos todos os pergaminhos com as visitas do Malfoy, Umbridge e Goyle... O diretor de Azkaban, não disse nenhuma novidade... Os presos que fugiram e foram capturados, também não falaram novidades... Tenho certeza que nenhum está junto com o Malfoy... Harry eu estou falando! – Rony parou de repente. – Harry... O que tá acontecendo? Você tá tão distraído hoje?

- Er, nada... Eu, só estou preocupado com tudo, tentando achar alguma ponta, alguma coisa que tenha passado... – Suspirei. – Vamos para minha casa? Gina saiu cedo hoje...

Aparatamos no Largo Grimmauld e senti um alivio quando senti o cheiro floral do perfume que Gina usava desde os tempos da escola. Não resisti e a abracei com força, com se não a visse há tempos.

- Harry... Você está bem? – Gina comentou.

- Estou com saudades... – Falei. – Fiquei preocupado com sua demora.

- Eu disse que iria demorar! – Gina se soltou dos meus braços e deu um beijo no irmão. – Tudo bem, Ron?

- Na medida do possível! – Rony falou. – Gi... Eu to com fome... Não tem comida nessa casa? – Falou já indo para a cozinha e sendo seguido por mim e por Gina.

Monstro serviu um lanche para todos e Gina foi buscar as crianças para lancharem também.

- Tio Rony também pegou bandidos como o papai? – Tiago perguntou assim que viu Rony.

- Peguei vários, Tiago! – Rony falou de boca cheia. – Alguns foram difíceis, eles eram muito maus...

- Ronald... Menos, ok?! Não quero que eles fiquem impressionados... Tiago teve pesadelos... – Gina falou baixo. Olhei surpreso para ela. Isso ela não tinha me contado. – Podemos ir para o Chalé da Praia depois de amanhã, já falei com a Hermione... Amanhã Monstro e Nikki irão para lá, para deixar tudo pronto para quando chegarmos...

- Ok! – Falei com Lily no colo. – Amanhã eu e Rony precisamos falar com o Malfoy... Al, não imite seu tio, não coloque tanta comida na boca!

- Astória e o menino ainda ficarão na Toca? – Gina perguntou, sentando-se a mesa.

- Acho que sim... A Toca ainda é o melhor lugar para a segurança de um Malfoy... – Comentei. – Mas queremos armar uma armadilha para pegar Lucius. Draco é a nossa melhor isca. Mas a Ordem tem um plano B para a segurança deles.

- Mas há riscos Harry... Não podemos confiar plenamente no Draco. – Gina sentenciou.

- Mas não temos outra opção, Gina! – Rony mencionou. – E temos em nossa mão a segurança do filho e da mulher dele... Ele não irá nos trair ou nunca mais verá o filho! - ficamos em silêncio por uns instantes.

- E a Angelina? – Perguntei, por fim mudando de assunto.

- É bem provável que o bebê nasça antes da hora, mas está tudo sob controle... Freddy está na Toca com a mamãe e o papai... – Gina sorriu. – Adivinha a novidade que Luna me contou? – Como eu e Rony ficamos em silêncio, Gina continuou. – Ela tá grávida!

- Ah! Legal! – Comentei.

- Luna mãe... Eu não consigo imaginar... – Rony falou, eu também não conseguia visualizar muito a Luna sendo mãe.

*******

Muito cedo, no outro dia, eu e Rony fomos até a Mansão Malfoy. Draco nos esperava no escritório. Ele já sabia o que queríamos e não mostrou nenhuma resistência para nos ajudar.

- Como vamos conseguir contato com meu pai, sem ele suspeitar que seja uma armadilha? – Ele perguntou, depois que expusemos o que queríamos exatamente.

- Vamos esperar. Tenho certeza que Lucius vai dar o primeiro passo... – Falei olhando para o jardim bem cuidado da Mansão Malfoy. – Mas seria bom que, de alguma forma, ele fique sabendo que você está disposto a recebê-lo!

- Mas como? Ele deve estar escondido? – Draco questionou. – Ele deve saber que eu estou sendo vigiado!!

- Bom, eu e Harry deixamos escapar no Ministério que você não está contribuindo com as investigações... Tenho certeza que mais cedo ou mais tarde essa informação vai chegar aos ouvidos do seu querido pai e ele vai lhe procurar... – Rony falou calmamente. – Você só precisa nos informar quando isso acontecer, para agirmos...

- Ok! Mas ele não tentou nada ainda... Er... Meu filho e minha mulher, eu preciso ter certeza... – Draco falou baixo.

- Não se preocupe, nada vai acontecer com eles... Eles estão em segurança! – Falei olhando direto para os olhos cinzentos de Draco. – Seu pai vai entrar em contato sim... Agora não, a fuga é muito recente, ele vai deixar a poeira baixar!

- Potter, se acontecer algo comigo... Eles vão ficar bem, você garante isso? – Senti muita sinceridade na voz de Draco. – Meu pai não vai colocar as mãos no meu filho?

- Eu não vou deixar isso acontecer! O menino não tem culpa de nada! – Falei. Ainda era muito dúbio o que pensava sobre Draco, queria verdadeiramente confiar nele, mas algo impedia isso. – Entraremos em contato...

Rony se levantou e saímos daquela casa.

******
Com a gravidez de Luna, Gina voltaria a trabalhar em setembro. Ela havia ficado um ano sem trabalhar e, eu gostava de ter minha mulher em casa. Mas sabia que Gina queria voltar a trabalhar, ela sempre trabalhou e as crianças nunca foram problema. Ainda mais que Tiago iria para a Escola Primária de Magia, ficaria horário integral, Alvo continuaria na creche e Lily ficaria em casa com Monstro, qualquer coisa sempre tinha a Sra. Weasley e, até mesmo minha Tia Petúnia para nos ajudar com eles.

Já estávamos há uma semana no Chalé da Praia; perto do meu aniversário Tia Petúnia e Tio Valter viriam passar alguns dias. Duda e a mulher estavam na casa dos pais dela. Essa aproximação ainda era muito estranha para mim. Mas, como prometi a Gina, estava me esforçado.

O Sr. e Sra. Weasley estavam na Toca, já que estavam com hóspedes não poderiam sair. Ultimamente, minha sogra não se desgrudava do velho relógio que indicava onde estavam todos os Weasley’s, que nesses últimos anos, havia ganhando vários ponteiros – e perdido o de Fred. Mas para nenhum, nem o meu, o ponteiro indicava perigo mortal, o que deixava Molly mais tranquila. Também tinha Angelina, que estava no hospital, George havia praticamente se mudado para a Toca com Freddy.

Fleur e Gui foram para França com os filhos; Carlinhos estava na Romênia e, Percy foi com a mulher para a casa de campo de família dela. Todos estavam avisados para se protegerem, reforçando os feitiços de segurança. Ted e Sra. Tonks também estavam protegidos, tinham ido para a Irlanda visitar alguns parentes e só voltariam quando estivesse próximo de Ted ir para a escola.

Rony e Hermione estavam conosco no Chalé. Hermione e Gina estavam trabalhando em alguns pergaminhos de Azkaban, onde informavam as visitas e o teor destas que, principalmente, Umbridge haviam recebido.

A maioria dos presos que haviam fugido foram capturados novamente, eles não haviam ido muito longe e, como suspeitávamos, eles só escaparam para desviar nossa atenção para que Lucius, Umbridge e Goyle ganhassem tempo para se esconder. Mas também não íamos deixar bruxos das trevas, assassinos e ladrões soltos por ai! A comunidade trouxa já estava sofrendo alguns atentados estranhos, então concentramos nossas forças para capturá-los. Lucius ainda não havia entrando em contato com Draco. Mas sabíamos que era uma questão de tempo, ele devia estar esperando as coisas se acalmarem.

Mas um fato novo nos chamou atenção. Theodore havia entrando em contato com Neville. A mensagem que ele mandou por uma coruja ainda era uma incógnita:

“Quando o poder cega, transforma o desejo em obsessão. A vingança e a dor caminham juntas para o encontro com o mal. Inocentes serão usados. O tempo se esvai. Cuidado. T.L.”

A letra no pedaço de pergaminho era corrida, como se estivessem escrito as pressas, como se fosse um aviso. Mas porque o Herdeiro nos avisaria do perigo? O que estaria acontecendo? Até onde sabíamos, ele estava do lado deles e não do nosso.

- Ele pode ter se arrependido... – Anna comentou, colocando Alice no chão para brincar com Hugo. – Ele é bastante influenciável... Foi só prometer algo que ele ficou do lado deles!

- Sim, talvez ele tenha se apaixonado pela Bessy... O que é bem capaz para um homem como ele, solitário, triste... Ela pegou em cheio no ponto fraco dele! – Gina comentou nos servido de cerveja amanteigada.

- Eu acho que foi isso sim! – Neville se serviu de cerveja. – Ele se envolveria com qualquer mulher que mostrasse interesse, o menor que fosse nele!

- Mas porque nos avisar agora do perigo? – Comentei.

- Talvez agora ele tenha noção do que está acontecendo de fato! – Hermione falou. – Não podemos esquecer que existe a possibilidade dele não ser o filho de Voldemort. De ele ter bons sentimentos e ter se dado por conta qual era o lado certo.

- Verdade! Não temos certeza da sua origem... Mas seria muita coincidência se ele não fosse. – Rony falou sentando do lado de Hermione.

- Coincidência demais! – Gina falou. – Mas se existe essa possibilidade, a gente precisa pensar nela.

- Entramos em contato com alguns membros da Ordem nos EUA e eles estão investigando novamente sobre Theodore. – Comentei, servindo-me de mais cerveja. – Pois, Voldemort renegou o filho muito rápido... Não sei, mas ele nunca desistiu de nada tão fácil. Se o menino não manifestou magia quando ele foi visitá-lo, ele sabia que isso podia acontecer mais tarde... Ele sempre foi um bruxo habilidoso, identificaria qualquer vestígio de magia por mais insignificante que fosse.

- Precisamos saber se Theodore é ou não o herdeiro de Voldemort. – Neville concluiu. – E como podemos trazê-lo para o nosso lado, qualquer ajuda é sempre bem vinda.

Neville e Anna ficaram mais um pouco conosco e depois seguiram, via flu, para casa, pois Alice já estava dormindo.

*******

Todos já estavam dormindo, menos eu. Por mais que tentasse, não conseguia tirar essa história da minha cabeça. Era tanta coisa junta. Precisava garantir e zelar pela segurança dos meus filhos, da minha família, dos meus amigos, de todos... Complexo de herói? Nessas horas não queria ser Harry Potter, queria ser qualquer um que não tivesse tanta responsabilidade nas costas. Nessas horas desejava secretamente que o menino da profecia tivesse sido Neville, ou melhor, que não houvesse profecia alguma...

Não era só a história do herdeiro. Existia a intenção trazer Voldemort de volta, existia a possibilidade do Herdeiro se transformar em um novo Voldemort e, também havia a possibilidade deles quererem a Gina por causa dos poderes da sétima filha. Sem mencionar que Lucius e Umbridge queriam se vingar de mim, e para isso nada melhor do que atingir meus filhos, minha família. Maldição!

Estava sem sono. Então me levantei, andei pela casa em silêncio, conferi se estava tudo em ordem. Ver Tiago, Alvo e Lily dormindo tão serenamente me dava certa tranqüilidade. Só queria sentir isso sempre. Resolvi dar uma volta na praia. Caminhei sem rumo sentindo a água fria em meus pés. Depois fiquei parado só olhando as ondas quebrarem na areia. Então senti aquele perfume floral, tão conhecido meu...

-Não gosto de acordar e não encontra na você na cama! – Gina falou com aquele tom maternal que ela usava com as crianças. – Não gosto quando você faz isso, Harry!

Gina apareceu ao meu lado, enrolada em uma velha colcha de retalhos. Sorri para ela.

- Desculpe... Não faço mais, prometo! – Me inclinei e beijei levemente seus lábios.

- Eu fico ansiosa, você sabe... – Gina se aninhou no meu peito. – Sem sono de novo?

- Eu só estava pensando... Gosto de ficar vendo o mar! – Falei, afagando seus cabelos, que o vento não deixava parar quieto.

- Um galeão pelos seus pensamentos!

- Não precisa tanto... Penso em muita coisa... Mas precisamente sobre o primeiro verão que viemos para cá... Só nos dois... Lembra?

- Lembro... Nosso primeiro ano de casados... – Gina sorriu. – Lembro que eu tinha areia até... – Ela ficou nas pontas dos pés e cochichou algo no meu ouvido.

- Lembro bem daquele dia... Isso me dá ideias, sabia?– Falei, lhe beijando docemente. – Mas já que você tem essa colcha, podemos colocar na areia e você não vai ficar com areia até...

Gina não falou nada, pegou a colcha e esticou na areia e puxou a minha mão para sentar ao seu lado.

- Vão sentir a nossa falta... Rony fará um escândalo se souber onde estamos...

- Acho que não... Estão todos dormindo, e quando estava procurando você, eu ia bater no quarto do Rony e da Mione, mas achei melhor não... Ouvi alguns barulhos interessantes vindo de lá... – Gina sorriu marota. – E depois, Rony tem que parar com essa mania, por Merlin estamos casados há quase nove anos... Como se ele e a Hermione não fizessem a mesma coisa!

- Nove anos... - Falei e comecei a rir. Gina me olhou com um ar interrogativo. – Lembrei daquele dia que eu e Rony pegamos você e Dino no maior amasso no corredor... – Gina riu e ficou levemente corada. – Sabe, foi naquele momento que eu senti ciúmes de você, quer dizer, eu não sabia que eram ciúmes. Mas, eu ri porque a única coisa que eu pensava era que eu não havia gostado de ver você beijando o Dino porque você era irmã do Rony... Mas, eu queria estar no lugar dele e tentava me convencer que não podia, pois você era irmã do meu melhor amigo, tive pesadelos com ele correndo atrás de mim com um bastão de quadribol... – minha careta deve ter sido impagável...

Gina se deitou rindo muito.

- Não é engraçado... – Me deitei do lado dela.

- Que bonitinho... E por isso que eu o amo tanto! – Gina sorriu e eu me inclinei para beijá-la novamente.

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Alguns dias antes do meu aniversário, nasceu Roxanne Ângela Weasley. George era só alegria, pois depois de uma gravidez complicada, a menina havia nascido saudável e Angelina passava muito bem. Fomos ao St Mungus conhecer a mais nova Weasley e aproveitamos para pegar tia Petúnia e tio Valter para ficarem conosco alguns dias.

Tudo parecia muito calmo. Uma tranqüilidade intranqüila, se é que isso existe. Theodore não havia mais se comunicado com Neville. Lucius também não havia feito nenhum contato com Draco. Já estávamos duvidando se isso iria ou não acontecer.

Meu aniversário passou sem novidades, nem havia motivo para comemorar. Mas Gina fez questão de organizar um almoço familiar. Depois veio o aniversário de Gina. E, novamente, não tínhamos novidade, mas mesmo assim não passou em branco: todos os Weasley’s vieram, tia Petúnia com a família, mais Ted e a Sra. Tonks, Neville, Anna e a filha e também Luna e o marido. Foi um dia maravilhoso. Perfeito para esquecermo-nos dos nossos problemas.

Um dia depois do aniversário de Gina, quando eu e Rony chegamos do Ministério, encontramos Gina e Hermione ansiosas, mas felizes...

- Harry, Rony... Que bom que chegaram, não agüentava mais esperar... – Hermione se empoleirou no pescoço de Rony. – Acho que encontramos a peça que estava faltando nesse quebra-cabeça...

- Como?! – Perguntei, pelo sorriso das duas era uma coisa muito boa. – O que vocês descobriram?

- Muita coisa Harry! Coisa que esclarecem muito essa história... – Gina falou, me beijando. – Mas antes, alguma novidade? Lucius entrou em contato com Draco?

- Er... Não. Mas resgatamos todos os bruxos que ainda estavam saltos por ai... Só precisamos nos preocupar com Lucius, Umbridge e Goyle. – Falei aliviado, era um problema a menos.

- Ok! Então vão tomar banho, depois do jantar eu e a Gi contamos o que descobrimos. – Hermione sentenciou. Eu e Rony nos olhamos e obedecemos, como sempre.

Depois do jantar fomos sentar na varanda, as crianças estavam brincando por perto. Hugo estava em seu cercadinho e Lily no colo de Gina, ela andava inquieta por causa dos dentinhos que estavam nascendo. Eu e Rony estávamos ansiosos para saber o que as meninas descobriram.

- Bom... Analisando os pergaminhos que vocês trouxeram de Azkaban, verificando as visitas do Malfoy e Umbridge... – Hermione começou. – Descobrimos que Bessy fez algumas visitas a Umbridge, e provavelmente, ajudou na organização da fuga...

- COMO?! – Eu e Rony perguntamos ao mesmo tempo.

- Poção polissuco... – Gina falou se levantando com Lily. – Bessy vem fazendo visitas regulares a Umbridge há pelo menos há cinco anos! – Eu e Rony arregalamos os olhos, Gina parecia que lia nossos pensamentos. – Muito simples, ela ia visitar a Umbridge como se fosse Gawen Licon.

- Gawen Licon é o responsável pelas finanças da Umbridge desde que ela foi para Azkaban, ou seja, sempre fez visitas regulares a ela para prestar contas e sempre foram liberadas pelo departamento de aurores, visitas privadas, ou seja, não havia presença de aurores... – Hermione esclareceu. – Só que notamos um padrão diferente no comportamento dele em algumas visitas nos últimos anos... Então tivemos um estalo e começamos a juntas peças...

- Mas, hum... O Malfoy e a Umbridge não mantinham contato em Azkaban... – Falei, os presos do porte deles eram incomunicáveis. – Que peças? Não temos nenhum dado que ligue a Umbridge e a Bessy.

- Sim, sabemos Harry... Mas espere. – Hermione deu uma pausa. - Quanto à comunicação, eles usavam uma forma muito simples para se comunicar... Bilhetes escritos de forma trouxa em código, se alguém pegasse não iria entender... – Hermione comentou. – Achamos registros no depoimento dos aurores que encontraram na cela do Malfoy alguns bilhetes em uma “língua” estranha, escrito com uma tinta azul, caneta esferográfica muito comum para os trouxas...

- Os bilhetes, eu achei estranho aquilo... Mas não consegui associar a nada. – Comentei pegando Lily.

- As visitas do Licon foram questionadas há uns dois anos, mas Umbridge recorreu e conseguiu novamente o direito às visitas... – Rony falou.

- Seria bom entrar em contato com o Licon, ver até que ponto ele está envolvido, mas eu acredito que ele não sabe nada, pode estar sendo chantageado... É melhor vocês verificarem! – Gina sentenciou. – Bom, quando à Bessy e à Umbridge, eu e Hermione ficamos curiosas para saber se existia uma possível ligação entre elas. Desconfiamos que fosse a Bessy por causa de um registro simples: em algumas visitas Licon usava óculos escuros e não os tirava, Lincon não é o tipo de homem que usa óculos escuros... Bessy sempre usou óculos escuros, até mesmo quando estávamos na escola e não havia sol!

- Isso é interessante... – Rony falou pensativo.

- Exato amor! Muito interessante por sinal! – Hermione tirou Hugo do cercadinho, pois o menino já estava sonolento. – Entrei em contato com o Departamento de Registro das famílias bruxas – todas as famílias puros sangues tem suas árvores registradas. Eles me mandaram uma cópia da árvore genealógica da família da Bessy e para nossa surpresa encontramos a Umbridge na árvore da família Macffyn.

– Na época da escola, eu não me lembro da Bessy participar da Brigada Inquisitorial da Sapa Velha, a maioria dos alunos da Sonserina fazia parte... A Bessy sempre foi muito distante de tudo e de todos... – Gina fez uma pausa. – Mas investigando a vida dela, descobrimos laços de parentesco muito próximos...

- Umbridge era irmã da mãe da Bessy... Depois da guerra, a Umbridge foi presa, Bessy perdeu toda a família, restou uma tia paterna que casou com um trouxa e foi renegada pela família... Mas isso nós já sabíamos. – Hermione continuou. – Bom, Bessy ficou um tempo afastada do mundo bruxo, deduzimos que quando ela voltou, tentou entrar em contato com a tia, mas isso não foi possível. Ele teve que descobrir um jeito, usou o Licon e foi quando ela iniciou todo esse plano...

- Mas, agora, a gente precisa de uma coisa... Precisamos falar com o Alan... – Gina falou séria. – Eu sei que ele está impossibilitado, mas eu posso reverter esse quadro. Harry, eu tenho certeza, que o Alan vai dar as informações que a gente precisa...

- Você e o Rony, como aurores, podem chegar até ele... Liberarem o nosso encontro com ele... – Hermione falou com aquele ar decidido que era não melhor contrariar. Alan estava em uma ala restrita no St Mungus com a memória em frangalhos, ele não sabia nem o seu próprio nome. – Se a gente saber os porquês, podemos saber o ponto fraco nesse plano para agirmos... Saber exatamente qual o objetivo da Bessy!

- Isso é perigoso! – Rony falou e se levantou nervoso. – Monstro... Entra com eles, já tá tarde!

- Rony tem razão... Talvez, Alan não saiba o que vocês querem saber... Nós usamos veritasserum no depoimento, ele falou tudo que sabia... – Falei, não gostando nem um pouco das intenções de Gina e Hermione. – Tiago, não resmunga, tá na hora de dormir...

- Mamãe, eu não to com sono... – Tiago foi até Gina choramingando.

- Mas tá na hora de entrar... Monstro, prepare-os para dormir, sim? Por favor, dê um leite quente... Mamãe já vai contar uma história. – Gina beijou a testa de Tiago e o fez entrar, seguido por Alvo e Rose. - Harry, Bessy sabia dos riscos que corria e era muito habilidosa com poções, existe uma poção que anula o efeito do veritasserum... Algumas informações podem estar retidas na memória do Alan... Eu tenho certeza que ele sabe, ele conhece a Bessy desde criança, ela o ajudou a se tornar um auror...

- Vou botar Hugo no berço, já volto! – Hermione parou na entrada da porta e falou. – Gina tem razão. Alan sabe muito mais do que falou no depoimento... Harry, lembra que foi importante você saber do passado de Voldemort, ficou mais fácil entender as escolhas dele... Dumbledore não iria lhe mostrar tudo sobre o passado dele sem um objetivo bem delimitado. É isso que precisamos saber da Bessy.

- Gi... Eu acho perigoso! – Falei dando atenção a Lily que choramingava no meu colo. Mas as palavras de Hermione faziam sentido. – Eu acho que ela tá muito irritada Gina, não é melhor passar a poção para os dentes?

Gina conjurou a poção e pegou Lily para passar.

- Harry, por favor! Eu sei que isso é preciso... Vocês vão estar juntos! – Gina me olhava com aquele olhar que dizia que não adiantava contrariá-la, ela já estava decidida do que faria. – Harry... É necessário fazer isso! Assim saberemos o que realmente eles querem da gente... De mim, de você... Deles... – Olhou para Lily e deu um sorriso triste. Esse era o meu ponto fraco.

- Ah... Eu vou falar com Hans. – dei de ombros, vencido. – Mas eu ficarei o tempo todo junto!

- Eu não acho que seja uma boa ideia! – Rony comentou. – Mas se é tão importante assim... Eu também fico!

- Temos uma tempestade pronta para desabar sobre nossas cabeças... Precisamos usar todos os meios para nos proteger dos raios e trovões... – Hermione abraçou Rony.

Hermione havia feito uma analogia perfeita. As nuvens sobre as nossas cabeças diziam que o tempo estava fechado, era uma questão de tempo para a tempestade desabar. Mas eu já estava ouvindo os trovões ao longe. Franzi o cenho e coloquei a mão sobre minha cicatriz. Ela não doía, mas senti uma espécie de coceira.

Lily havia se acalmado, senti que Gina me observava. Será que ela percebeu que eu cocei a minha cicatriz? Normalmente, Gina captava as coisas no ar. Ela veio em minha direção e me beijou docemente.

- Se é mesmo uma tempestade... O bom é que apesar, de causar estragos, ela sempre vai embora... E se estivermos protegido, ela passa, sem deixar muitos estragos... – Gina sorriu e deitou a cabecinha de Lily no ombro, acariciando seus cabelos.

Eu respirei fundo e beijei os cabelos de Gina, senti aquele cheiro floral que sempre me fazia tão bem. Lily sorria docemente adormecida no colo da mãe.


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N/B: Que capítulo mais ansioso! Day má! Day má!!!!! Ahhh, eu sabia que aquele filhote de sapo com trasgo iria voltar à cena! Bandida nojenta! Eu ainda fico entalada com a sapa cor de rosa! Afinal, eu não devo contar mentiras, certo? :D Ainda bem que a filhota do George nasceu bem! Agora, eu concordo com o Rony... Luna grávida?Que Merlin ajude o pobre bruxinho!!! E queridos! Nãos estranhem “ideia” sem acento e a ausência de tremas! Lembrem-se que a reforma ortográfica entrou em vigor no dia primeiro! É um bando de regras, mas estou tentando já adaptar a betagem a elas... Beijos, Alessandra.
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N/A: Autora entra, meio desconfiada, meio se escondendo... com medo de levar uma azaração... Mas eu avisei que o capítulo ia demorar... Mas agora ele chegou, a primeira parte, a segunda vem logo, o capítulo tá quase pronto, então acho que posto antes do dia 20... Mas depois, me perdoem, eu sei que vão querer me azarar, mas vou viajar e capítulo novo, só em março e com grandes emoções no ar... Quanto ao capítulo, como o próprio nome diz, uma tempestade se aproxima... Bom, alguns podem achar o final do capítulo meio estranho, mas como a principio não iria dividi-lo e depois resolvi, então o finalizei na metade, com muitas perguntas no ar... Bom, vamos fazer uma brincadeirinha, vocês me digam o que acham que vai acontecer e dependendo das respostas eu digo se estão no caminho certo, para deixar mais emocionante, quem acertar em cheio o que vai acontecer, vai receber o capitulo inteiro antes de todo mundo... Tem um NC oculta que vai ter um capítulo em Doces Momentos, mas só em março... Espero que gostem e que 2009 seja um ano maravilhoso para nós... Um grande beijo para todo mundo!!!!!

Naninha Potter – Capítulo completo para você, espero que goste. Que bom que está gostando da fic... Continua lendo. Beijos!

Pedro Henrique Freitas – Os capítulos de agora em diante estarão bem tensos... Muita insegurança no ar, mas o próximo vamos entender o porquê de tudo isso. Bom a idéia de Incrível foi essa mesmo, relatar o que aconteceu logo depois da guerra, é claro que a vida de Harry Potter não seria só calmaria,... então muito coisa ainda está por vir. Quanto aos nomes, eu não concordo muito, tirando o Tiago Sirius, mas não quis fugir do que a JK escreveu né! Continua lendo...Beijos!

Fêh Weasley – Capítulo completo para você, espero que goste. Beijos!

Tatii Potter – Janeiro já chegou… o próximo vem rápido, mas depois só em março! Lucius e uma querida amiga fugiram né... Eu to me coçando para não contar o que vai acontecer... Continua lendo, beijos!

Yumi Morticia Voldemort – Janeiro chegou, teremos logo a parte 2 do capítulo e depois só em março... Não me azare... Eu também achei muito engraçada o ciúmes do Harry, mas é bem compreensível né, eles infernizaram tanto o Harry e agora aparecem tão bonzinhos?!? Beijos!

Deh – Obrigada! Os momentos famílias sempre foram os meus preferidos, adoro escrevê-los... O Harry é ciumento sim, imagina quando a Lily começar a namorar... Beijos!
Ayla Tereza – Querida... Já estamos em janeiro! E logo virá o próximo capítulo, mas depois só em março mesmo. Fique com muita raiva do Lucius sim, mas acho que você vai ficar com mais raiva ainda da Umbridge... Beijos!

Cecília Potter – Ok! Vou dar uma olhada na sua, mas lê a minha também! Beijos!

Quézia – Pois é, passou rápido e janeiro já chegou... logo teremos o próximo, mas depois só em março mesmo... Beijos!

Nath Tsubasa Evans – Obrigada! Fico feliz que você esteja gostando do andamento da história... As vezes acho que viajo muito! A história tá se encaminhando para o final sim, mas ainda tem muita coisa para acontecer... Beijos!

Laurenita – Espero que gosto do capítulo, beijos!

Reji Cullen – Que bom que esta de volta! Entendo muito bem o sumiço... Faz parte! O Draco ainda é uma incógnita para mim na fic, estou em dúvida quando os rumos da vida dele... Se Draco foi uma surpresa, o que você diz da Umbridge, essa ai resgatei do inferno... mas tudo tem uma explicação. Estou me coçando para não falar o que vai acontecer, pois o próximo capítulo é decisivo... O Harry é uma figura, ciúmes do Valter, heheheh, mas é compreensível né! Ah, o Harry sofre muito sim, mas tem momentos felizes, faz parte da vida né! Imagina a vida do Harry sem aventura?? A Gina é mais que perfeita para o Harry, ele não seria feliz com outra... NCs ocultas de novo, mas não se preocupe uma já esta engatinhada para DM, adivinha qual será??? Scorpius e Rose... hum, mas tem um projeto futuro, que envolve eles, na verdade será um triangulo... mas só depois que Incrível acabar... Bom... Até o próximo, beijos!

Lua Potter – Espero que esse capítulo também esteja bom, quanto ao Draco estar bonzinho, ainda não sei... Será que ele deve ficar bonzinho? Harry ciumento é uma figura... Beijos!

Tonks e Lupin – Lucius fugiu e com companhia... Bom, muita coisa vai acontecer... Quanto ao Draco ele ainda é uma incógnita, ainda não decidi de que lá ele está realmente... Beijos!

Morgana Potter – Se existe eu não... Eu estou enlouquecida procurando o meu... Beijos!

Carolina Vilela Good God - Como você disse, o que os pais não fazem pelos filhos... Bom, mas o meu Draco ainda é uma incógnita... Os capítulos estão ficando muito grande, é isso complica um pouco, pois tem mais informação e tenho que ser mais cuidadosa... Mas o próximo vem rápido. Beijos!

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