Nuvens negras se aproximam



Capítulo 30 – Nuvens negras se aproximam



Abri a boca e fechei. Olhei para Gina que estava logo atrás de mim. Ela fez uma careta como se dissesse “não me pergunta que eu não sei”. Respirei fundo. Não dava para acreditar em quem eu via parado no meio da minha sala de estar.

Gina me cutucou. Não podíamos ficar ali parados sem falar nada.

– Hãm... Malfoy! - Draco colocou o porta-retrato que segurava novamente em cima da lareira e se voltou para nós. - Er... Há que devo a honra da sua visita?

– Boa noite, Potter... Sra. Potter! - Draco foi extremamente formal. - Eu... Eu preciso falar com você!

- Monstro... Providencie um chá e alguns biscoitos, sim?- Gina se dirigiu a Monstro, pegou a minha mão e fomos à direção de Draco. - Boa noite Malfoy! Sente-se.

Draco esperou Gina se sentar, depois eu me sentei ao lado dela e ele, finalmente, sentou-se na poltrona a nossa frente.

– Er... Estou curioso... Como você sabe que moro aqui? – Perguntei, questionando-me se alguém havia falado onde eu morava.

- Você é tão obvio, Potter! - Draco deu um sorriso irônico. - Ninguém me falou, eu deduzi. Você era o herdeiro de Sirius... Depois, outro dia, visitando minha tia Andrômeda, ela comentou que o Largo Grimmauld havia mudado muito...

– Não sabia que você visitava a Sra. Tonks! – Falei já incomodado com aquela conversa.

- Ah... Eu não visito... Mas precisei falar com ela um dia desses sobre algumas coisas do patrimônio da família da minha mãe. – Entendi, com essa frase, que esse assunto estava encerrado. - Mas, eu vim aqui por outro motivo!

Monstro apareceu com uma bandeja e chá e biscoitos. Gina fez um gesto para que deixasse na mesa de centro. Ela serviu o chá e ofereceu uma xícara a Draco, que aceitou, depois serviu uma para mim e depois para ela.

– Então, sinceramente, estou curiosa para saber o motivo dessa visita um tanto inesperada... - Gina falou bebericando seu chá.

- Weasl... Sra. Potter... Não me leve a mal, mas meu assunto é só com o seu marido. - Draco falou, depositando a xícara na mesa.

- Não tenho segredos para Gina, pode falar... - Falei segurando com firmeza a mão de Gina e notando que ele observava o meu gesto.

- É claro! Eu também não tenho segredos com a minha mulher! - Draco deu um sorriso tímido. - Eu, eu... Eu preciso da sua ajuda!

Tive a nítida sensação que ia me engasgar com o chá quando ouvi Draco Malfoy dizendo que precisava de minha ajuda. Gina se mexeu no sofá. Aquela situação era muito estranha mesmo.

- Ajuda? Er... - Ele se endireitou na poltrona e continuou.

- Acho que tem alguém me seguindo... - Ele falou em um tom baixo.

- Como assim? - Questionei. Imediatamente, lembrei-me do pergaminho que continha informações sobre o filho dele. Era muita coincidência ele me procurar logo agora...

- Ora! Tem alguém me seguindo... - Draco levantou impaciente. - Tem alguém querendo o meu filho... Eu sei disso!

- Em que posso ajudar? - Perguntei. - Porque você não foi ao Ministério pedir ajuda?

- Potter! Se eu vim aqui, me humilhar para você e porque sei que o Ministério não vai resolver o meu problema! - Draco passou as mãos nervosas no cabelo. - Astoria foi para a casa dos pais com o menino. Olha, é só por ele que vim pedir sua ajuda... Meu pai... Ele quer o meu filho!
- E como eu o ajudaria? – Perguntei. Estava adorando ver o Draco Malfoy tão vulnerável na minha frente.

- A Ordem da Fênix... Acho que só a Ordem pode assegurar o bem estar do meu filho. - Draco falou sem me olhar. - Potter, Scorpion não tem nada a ver com o que meu pai ou eu fizemos... Por favor, pense nos seus filhos... Você faria tudo por eles? Não faria?

Draco olhou novamente para o porta-retrato com a foto das crianças, em cima da lareira. Eu olhei para Gina. Sabia que ela estava pensando que essa visita de Draco era suspeita. Mas seu olhar me passava uma segurança.

- Você deve entender que é difícil acreditar em você! - Gina falou. - Mas, precisamos ter alguma garantia para lhe ajudar...

- Eu sei... E eu estou disposto a fazer qualquer coisa que vocês queiram... - Draco falou encarando Gina e depois a mim. - Eu faço o que for preciso pelo meu filho!

- Ótimo! Entrarei em contato com a Ordem e depois lhe daremos um retorno. - Falei decidido.

- Mas, enquanto isso, o que faço? - Definitivamente era muito bom ter Draco Malfoy perdido em minha frente. - Quando você vai falar com a Ordem... Vocês não entendem??

- Calma Malfoy... Seu filho não está em segurança? Então? Você, com certeza, colocou gente sua cuidando dele... - Draco fez um gesto positivo. - Até onde sei, Lucius está em Azkaban...

- Ele pode escapar!

- O que você sabe? Entenda Malfoy, se a gente lhe ajudar você também vai ter que nos ajudar! - Já estava ficando irritado.

- Eu não sei de nada, só suspeito de algumas coisas, mas eu já disse Potter, eu vou colaborar... Quando a Ordem tiver uma posição, me procure! Se eu não me engano, você sabe onde moro, a Mansão Malfoy ainda fica no mesmo lugar desde a sua última visita... - Ele foi em direção a porta. - Sra. Potter, boa noite.

Draco não esperou a nossa resposta, abriu a porta para a rua e deve ter aparatado imediatamente. Gina veio ao meu encontro e me abraçou.

******

Já havia passado dois dias desde a visita de Draco e, como eu havia prometido a ele, entrei em contato com a Ordem da Fênix e expus o conteúdo de sua visita. Cornner ficou na defensiva, jamais iria acreditar nas boas intenções de um Malfoy, mas Gallarth achava que devíamos dar um voto de confiança a Draco. Hermione e Gina também foram a favor disso. Eu e Rony ainda estávamos em cima do muro mesmo. Mas aceitamos a sugestão de Gallarth: iríamos até a Mansão Malfoy para uma conversa esclarecedora com Draco.

Queríamos saber em que efetivamente ele poderia nos ajudar. Mas não iríamos expor o menino em hipótese alguma, ele era um inocente e faríamos o que fosse preciso para protegê-lo, mas poderíamos ter alguns favorzinhos do pai dele. Ah, isso podíamos!

Mas hoje a missão era outra. Hoje eu tinha um compromisso que tentei fugir, tentei argumentar, mas Gina foi irredutível.

- Tiago... Vai ver se a mamãe ainda vai demorar? – Tiago estava sentado do lado de Alvo, os dois estavam imóveis. Ordens da mãe. Não podiam se sujar, pois iríamos sair e Gina terminava de arrumar Lily.

Nem foi preciso Tiago se levantar, pois Gina apareceu com Lily no alto da escada.

- Já estamos prontas, Harry... Nossa, você está tão chato hoje! – Gina resmungou. – Harry, por favor, eu não vou agüentar essa sua cara o dia todo...

- Gina... – Ela me olhou e achei melhor me calar.

Gina usava um vestido primaveril, leve e claro. Lily estava com um macacão branco, de florzinhas, e chapéu combinando, parecia uma bonequinha! Peguei-a no colo e logo ela começou a rir para mim. Gina deu uma última olhada em Alvo e Tiago, eles estavam com roupas parecidas, bermuda, camiseta e boné. Depois, olhou para mim.

- Harry... Você não vai com essa camiseta! Você a tem desde... Até já perdi a conta... – Ela conjurou uma camisa pólo que havia comprado recentemente, verde claro e me entregou para vestir.

- Não precisava. Essa que estou é ótima! – Resmunguei, mas peguei a camiseta. – Gi... Nós não vamos a nenhum lugar especial!

- Harry... Quero todos apresentáveis! - Beijou a minha bochecha e pegou Lily para trocar a roupa. – O que sua família vai pensar de mim?

- Mas são só os Durley’s. – Falei me dirigindo para a porta.

- É a sua família... Os tios e primos dos meus filhos... Harry, não complica, a gente vai, Ok?! – Depois de inúmeros convites, finalmente, iríamos almoçar na casa de tia Petúnia, para comemorar o seu aniversário. Dessa vez, não tivemos, ou melhor, eu não tive como escapar. – Querido, melhora essa cara!

******

Lá estava o n. 4 da Rua do Alfaneiros. Respirei fundo e estacionei o carro. As crianças estavam eufóricas, pois, finalmente, iam conhecer a casa da Tia Petúnia. Gina me olhou e pegou a minha mão.

- Harry... Vai ser legal! – Abriu a porta e saiu do carro. Tia Petúnia já estava à frente da casa nos esperando; quando viu Gina, veio ao seu encontro para ajudá-la com a Lily, bolsa, carrinho, brinquedos... Era tanta coisa, mas como não podíamos fazer mágica, o carro estava cheio!

- Que bom que vocês chegaram... Valter está no quintal, com Duda... – Ela deu um beijo em Tiago e Alvo e pegou Lily. – Mas vamos entrar... Vamos...

Dei um suspiro e fechei o carro. O dia ia ser longo. Gina me esperava na porta, quando cheguei perto ela me beijou e me fez entrar.
- Estão todos no quintal... – Ela me puxou pela mão e fomos para lá. – Tiago e Alvo já estão com os donos da casa...

- Ahm!? – Quando cheguei ao quintal, abri e fechei a boca várias vezes quando vi Tio Valter com Lily no colo.

- Harry, Gina... Tudo bem? Seus filhos são lindos... – A mulher de Duda veio nos cumprimentar, Beth estava grávida de seis meses. – Meu sogro se encantou pela menina... Ela é linda mesmo...

Gina sorriu e foi até tia Petúnia, seguida de Beth. Tio Valter parecia encantado com Lily. Ela sorria para ele, estava quieta... Minha filha me traiu, logo ela, que era sempre tão manhosa, sempre chorava no colo dos outros... Até no colo de Molly, Lily abria o maior berreiro. Isso só podia ser um sonho.

Mas não era. Olhei para o lado e vi Duda, com sua antiga bicicleta, Alvo e Tiago em cima dela e Duda empurrando. Meus filhos! Aproximei-me.

- Oi! Eles adoraram a bicicleta... Se tivéssemos rodinhas eles podiam andar... – Duda falou quando me aproximei. – Você não pode dar um jeito? – Ele falou bem baixinho.

- Ah... – Peguei a minha varinha e discretamente, duas rodinhas apareceram na bicicleta. – Acho que vou comprar para eles no próximo Natal!

- É... Vai ser bom... Mas já sei, eles podem ficar com essa! Ainda falta muito para o Natal! Ela tá boa! – Duda exclamou sorridente. – É um pouco grande... Mas isso não é problema!

- É... Mas você pode querer deixar para seu filho! – Falei equilibrando Tiago na bicicleta.

- Ah... Teremos uma menina... Essa bicicleta é de menino, Beth não vai querer e depois vai demorar até ela poder usar. – Duda falou. – A sua menina é linda, papai ficou encantado... Nunca o vi tão bobo com uma criança...

O almoço transcorreu tranqüilo. Tia Petúnia não cansava de dizer o como estava feliz por toda a família reunida. Confesso que não estava sendo tão ruim quando eu imaginei. Duda havia mudado muito. O casamento fez bem a ele. Tio Valter me tratou muito bem, estava encantado com as crianças. Gina e a mulher de Duda se deram muito bem, Gina até ficou de ver algumas coisas de Lily para o bebê deles.

Estamos todos distraídos conversando na sala, quando senti a falta de Tiago e Alvo.

- Cadê os meninos? - Perguntei já me levantando. Sempre ficava em estado de alerta quando os perdia das nossas vistas.

- Eles devem estar por ai... – Duda falou não entendendo a minha ansiedade.

- Lá fora Harry, com a bicicleta... – Tio Valter falou indo em direção a porta da cozinha, eu o segui.

Tiago e Alvo estavam lá fora mesmo, em volta da churrasqueira de Tio Valter. Vi logo que eles tinham aprontando. Pois labaredas grandes erguiam-se da churrasqueira.

- O que vocês fizeram? – Tratei logo de apagar o fogo e tira-los de perto. – Vocês podiam ter se machucado... Quem foi?? Quantas vezes eu tenho que dizer que vocês não podem mexer com fogo, que queima... – Falei sério com eles.

- Eu queria ver o fogo... – Alvo falou baixinho. – Tiago fez aparecer para mim.

- Tiago... Você fez mág... – Calei-me, lembrando que Tio Valter estava conosco. – Tiago, que coisa, você podia ter se machucado e machucado o seu irmão. Você sabe que não pode...

- Eu... A gente queria ver o fogo, papai... – Tiago falou se desculpando.

- Vamos entrar! Já está na hora de irmos embora... Acho que vocês vão ficar de castigo hoje...

- Harry! Foi só uma travessura de criança... Tá tudo bem! – Tio Valter falou defendendo eles. – Não precisa exagerar!

- Eles podiam ter se queimado... – Falei entrando com os dois. – É perigoso, Tiago e Alvo sabem o que devem ou não fazer...

- Mas eles não se queimaram... Eles ainda são pequenos, Harry! Tenha um pouco de paciência, são só crianças curiosas... – Respirei fundo, eu também era só uma criança e ele nunca teve paciência comigo, talvez estivesse exagerando, mas não iria admitir na frente de Tio Valter.

Fomos embora meia hora depois, alegando que já era tarde e as crianças estavam cansadas. No carro, contei para Gina o ocorrido no pátio.

- Amor, você exagerou né!? - Gina falou olhando Tiago e Alvo dormindo no banco de trás. – Você quase não briga com eles... Harry, você ficou com ciúmes das crianças com o seu tio!!!! – Gina colocou a mão na boca para abafar a gargalhada.

- EU, EU... Ok! Fiquei com ciúmes sim! Eles mal chegaram perto de mim o dia todo... A Lily não chorou no colo dele, o Tiago e o Alvo só estavam em volta do Duda, daquela bicicleta, ele nunca me deixou dar uma volta... – fiz uma careta. - Ah, Gi... Eles adoraram o tio Valter...

- Harry... O tempo muda as pessoas, não sei se eles se arrependeram ou não de tudo que fizeram com você, talvez sua tia sim, mas eles estão se esforçando para que agora seja diferente... – Gina passou a mão no meu rosto. – Quem sabe você também se esforça um pouquinho... Ah, convidei eles para passarem alguns dias conosco no Chalé da praia...

- Gina... – Ela sorriu e me deu um beijo na bochecha. – Mas eles vão ficar de castigo! Tiago fez magia, ele sabe que não pode...

- Harry... Isso ainda é incontrolável para ele, por favor, ele só tem cinco anos,... E tenho certeza que o Alvo o provocou e ele quis se mostrar... É sempre isso que acontece... – Gina deu um sorriso maroto. – E, depois, eu é que sou mais severa com eles, esqueceu?! Mas se eles vão ficar de castigo por terem se comportando mal, o pai deles também vai...

- O que? – Olhei surpreso para Gina, sabia muito bem qual seria o meu castigo. – Ok! Você ganhou ninguém vai ficar de castigo hoje! Mas eu vou comprar duas bicicletas para eles e ensiná-los a andar sem rodinha, amanhã mesmo! Nem vou esperar o Natal... Era só o que faltava o Duda ensinar meus filhos a andar de bicicleta!

Gina começou a rir.

******

Era uma terça feira chuvosa quando eu, Rony e Hans chegamos em frente à Mansão Malfoy. Por fora, era muito parecida com que me lembrava. Um elfo abriu a porta para nós e disse que seu senhor já viria. Draco já havia sido avisado de nossa visita.

A Mansão Malfoy, por dentro, era outro lugar. Era um ambiente agradável, acolhedor, as paredes eram claras, os estofados e as cortinas também. Era tudo de muito bom gosto. Astória Malfoy deve ter feito uma grande reforma quando veio morar aqui. Haviam, no porta-retratos, fotos de Narcisa, Astória e Draco no casamento deles, e várias fotos do menino Malfoy com os pais e avôs maternos. Nada lembrava Lucius naquela casa.

O elfo nos levou até um escritório, uma espécie de biblioteca, pois havia vários livros. Pelo que entendi, aquela sala devia ser onde Draco trabalhava, não era um lugar acolhedor como o resto da casa, era sombrio, escuro e bastante impessoal, só havia uma foto de Scorpion ainda bebê.

Esperamos alguns minutos e em seguida Draco apareceu, fez um gesto para que sentássemos e ele sentou-se também.

- Então... O que vocês decidiram? – Draco perguntou direto. – O que preciso fazer.

- Nós vamos cuidar para que nada aconteça ao seu filho, porém precisamos de um favorzinho seu... – Falei calmamente.

- É muito simples Malfoy... Só precisamos que você vá visitar Lucios em Azkaban e tire dele tudo que ele sabe sobre alguns assuntos, que na hora certa lhe informaremos... – Rony falou.

- Eu não posso ir visitar o meu pai... – Draco falou friamente. – Ele não vai me receber...

- Claro que pode... Ele vai sim, esses anos todos ele implorou a sua presença. – Hans se pronunciou. – Você vai e diz que está disposto a ajudá-lo...

- Onde vocês querem chegar? – Draco perguntou se caminhando impaciente pela sala. – Eu preciso saber...

- Você vai saber, quando chegar a hora... – Falei. – Olha aqui Malfoy, se você quer a proteção do seu filho, vai ter que colaborar, ok?! E sem truques! Por enquanto, só precisamos que você vá a Azkaban e converse com ele, saiba quais são suas intenções, com quem ele está aliando... Dependendo das informações que você nos der, saberemos como agir...

- Mas...

- Não tem mais Malfoy, é isso ou nada! – Rony falou impaciente.

- Talvez isso ajude... – Draco pegou um pergaminho da gaveta e nos mostrou.

- Quando você recebeu isso? – Hans perguntou, examinando atentamente o pergaminho.

- No dia que fui procurar o Potter...

- “Logo estarei livre e pronto para recuperar tudo que é meu. Espero contar com seu apoio, meu filho. L. M.”, foi por isso que você falou que ele podia fugir aquele dia na minha casa? – Draco consentiu com a cabeça. – Você tem um bom motivo para visitar o seu pai e saber mais sobre isso...

- Ele não é burro, ele não vai falar tão fácil! – Draco comentou.

- Onde sua mulher e seu filho estão? – Rony perguntou. – Precisamos tomar algumas providencias sobre a segurança deles.

- Na casa de meus sogros...

- Ok! Ela precisa ir para algum lugar seguro e eu serei o fiel do segredo! – Me deu vontade de rir da cara que Draco fez. – Nos já temos um lugar para eles, mas você não poderá ir junto, usaremos um feitiço de ilusão para que todos pensem que Astória e o menino estão em casa... Dou-lhe 48 horas para você falar com sua mulher, depois vá com ela e o menino para minha casa, de lá eles vão para um lugar seguro...

- Depois você vai fazer uma visitinha para o seu papai... – Rony falou irônico. – Ele quer o seu apoio...

*****
A rua estava deserta. Também, quem estaria na rua no meio da noite?! Apesar de já estarmos no inicio de junho, as noites ainda eram frias. Não havia sentido ficar olhando a rua vazia. Sentou pesadamente na poltrona do quarto. O quarto estava escuro, não queria acordar Gina, poderia descer e ir ao escritório, à sala, mas não precisava de luz, só queria pensar.

Pensar em tudo que havia acontecido nos últimos onze anos, não, nos últimos dezoitos anos, desde que Hagrid foi me contar que eu era um bruxo, tudo que aconteceu com meus pais, Voldemort... Desde o dia que conheci minha história...

Os anos em Hogwarts foram tensos, mas depois, tudo se acalmou, foram quatro anos de tranqüilidade. Talvez menos. Pensando bem, os problemas começaram quando eles prenderam Malfoy. Foi somente uma crise passageira, mas a semente havia sido plantada... Mais ou menos! Dois anos de calmaria e, ai sim, as coisas começaram a se desenhar. E não era um desenho bonito! Não queria pensar nisso, mas coincidentemente, isso começou com o nascimento de Tiago, ou melhor, quando ele manifestou magia.

Será que eu não merecia ser feliz? Ser feliz com minha família? Não teria esse direito? Tudo bem, agora tudo indicava que eles queriam a Gina. Mas será que ela seria um alvo, será que Bessy teria pensando em Gina se não houvessem se casado comigo? Se eu não tivesse provocado a morte de Voldemort?

É por minha causa que Gina está em evidência! É por minha causa que meus filhos estão sendo alvos de lunáticas! “Droga”! Só queria saber por que tudo isso está acontecendo comigo? Com a minha família?

- Harry!? – Gina me chama com a voz ainda sonolenta, sentando na cama. – Porque você está acordado?

- Perdi o sono! – Fui em sua direção na cama. – Lily estava choramingando, fui vê-la, depois não consegui dormir mais...

- Hum... Vem aqui!!! – Ela me chamou para o seu lado e se aninhou em meus braços. – Harry... Qual o problema? Eu lhe conheço muito bem para saber que você não perdeu o sono à toa!

- Gina... Ah! Você sabe... A visita à casa do Draco... Eu fiquei pensando em tudo que está acontecendo... Em tudo que aconteceu desde que Hagrid apareceu na minha vida...

- Em todos os porquês? – Gina completou a minha frase. – Harry, talvez seja o destino, o nosso destino... Não temos que nos preocupar com os porquês, mas sim enfrentá-los! Como você sempre fez e como faremos dessa vez... E, ensinaremos os nossos filhos a enfrentá-los também!

- Mas Gina... – Aperto ela com mais força em meus braços. – Eu só não queria que você e as crianças tivessem que passar por isso!

- Eu sei... Mas entenda meu amor... – Gina falou serenamente. – Eu sei que você se sente culpado, eu sei que você só quer nos proteger... Mas não é sua culpa, não é de ninguém... Não é o sobrenome Potter que desperta a inveja e a ira de todos os bruxos das trevas e lunáticos...

- Eu acho que é! Devia ter adotado o seu sobrenome quando nos casamos e ter registrado as crianças somente com o sobrenome Weasley... – Gina riu. – Eu só não quero que eles passem nem a metade do que passei...

- Amor... É claro que queremos o melhor para nossos filhos... Mas não vamos conseguir protegê-los sempre! – Gina se soltou dos meus braços. – Eu faço qualquer coisa por eles e por você... Enfrento quem tiver que enfrentar! – Gina sorriu. – E depois, a Bessy quer os meus poderes, meu bem! Sinto muito, mas dessa vez, eles querem a mim e não a você!! – Gina voltou a se aninhar em meus braços, rindo.

- Ok! Dessa vez a culpa não é minha! – Falei beijando seus cabelos. – Mas acho que o fato da gente ter casado facilitou muito para a Bessy, ela quer os meus poderes e se vingar de mim pela morte de Voldemort... – Comentei rindo. – Mas, você esqueceu-se do Instinto de proteção dos Potter’s!? Não seria eu se não estivesse preocupado!

- Nunca... É esse instituto que me faz a cada dia amar mais e mais um Potter! Ou melhor, quatro! – Gina falou rindo, enquanto eu bocejava. – Harry, agora eu perdi o sono! Você vai ter que resolver isso!

- Eu!! – Falei fingindo surpresa. – Como?!

Gina ficou de frente para mim e começou a desabotoar os botões do pijama de seda que usava.

******

Como havia marcado no dia exato e pontualmente Draco, Astória e Scorpion apareceram na minha casa. Essa aproximação com os Malfoy’s era estranha. Acho que até Monstro achou esquisito. Eles chegaram quando ainda estávamos jantando, por isso ficaram algum tempo sozinhos na sala de visitas.

- Harry... Acho que é bom você ir fazer sala para nossas visitas! – Gina falou depois de alguns minutos, eu já tinha terminado o meu jantar. – Convida eles para jantar!!

Fiz uma careta, mas me levantei e fui até a sala. Draco estava de pé, olhando para o nada. Astoria estava sentada com o filho no colo, conversava baixinho com ele. O menino era uma cópia de Draco, já o tinha visto antes, mas tinha algo nele que o diferenciava do pai. Não sei exatamente o que.

- Boa noite! – Falei me anunciando. – Sra. Malfoy...

- Boa noite Sr. Potter! – Astória fez menção de levantar-se, mas eu fiz um gesto que não precisava.

- Gina já vem, está terminando de dar o jantar para as crianças... Ah! Gostariam de se juntar a nós? – Perguntei em um tom extremamente formal.

- Nos já jantamos Potter... Mas, obrigada! Não queremos atrapalhar, portanto, acho que isso pode ser rápido. – Olhou para Astoria e sorriu.

- Calma. Tudo no seu devido tempo! – Falei fazendo um gesto para ele se sentar. – A Sra. Malfoy já sabe dos acontecimentos?

- Já! – Draco falou friamente. – Por que a demora?

- Vamos esperar Gina... – Falei me levantando e me servindo de um whisky de fogo, ofereci a Draco e ele aceitou.

Vinte minutos depois Gina apareceu com Lily no colo, Tiago e Alvo vinham atrás dela.

- Boa noite! Astória quanto tempo?! Malfoy – Gina cumprimentou todos alegremente e fez um carinho nos cabelos loiros de Scorpion, que ainda estava no colo da mãe. – Desculpe a demora, mas não é fácil alimentar os três... Apesar de Lily não comer ainda!

- Ela é linda! – Astória não tirava os olhos de Lily. Lembrei que na época que Gina esteve no hospital, ela também estava, infelizmente, perdeu o seu bebê. – Uma linda criança! Sua casa também é linda, Gina!

- Obrigada! – Gina sentou-se com Lily, Tiago e Alvo vieram para o meu lado. Olhavam interessados em Scorpion. – Hei! Tiago, Alvo porque não levam Scorpion para brincar com vocês lá em cima... Monstro, por favor, os acompanhe...

Astória cochichou algo no ouvido de Scorpion e o menino saiu do colo da mãe sorrindo.

- Vem... Você tem uma vassoura? – Tiago perguntou a Scorpion.

Scorpion só mexeu a cabeça positivamente. Ele era um pouco mais alto que Alvo, se não me engano, tinha meses de diferença. Tiago e Alvo saíram correndo, deixando o menino para trás, Monstro o pegou pela mão e o levou. Draco abriu a boca para falar algo mas Astória o olhou com aquele olhar que eu conhecia muito bem. Era aquele olhar que Gina costumava me dar, quando eu devia ficar quieto.

- Potter, podemos ir logo com isso? Para onde eles vão? Quando? – Draco falou impaciente.

- Astoria e o menino ficarão na casa dos meus pais... – Gina falou calmamente. – Irão amanhã, hoje farei uma poção de ilusão, para que todos pensem que eles estão em casa, por isso passaram a noite aqui!

- A casa dos seus pais??? – Draco adquiriu uma tonalidade vermelha, talvez roxa.

- A Toca... Isso mesmo! Ninguém ira suspeitar que sua família esteja na Toca... – Falei, satisfazendo-me com o olhar de indignação de Draco, mas sabia que ele não tinha outra saída. – É o lugar mais seguro que existe para um Malfoy!

- Não se preocupem, está tudo certo... Meus pais estão empolgados em ajudar! – Gina comentou. Molly e Arthur realmente ficaram empolgados em hospedar dois Malfoy’s. Ou melhor, preocupados, pois foi preciso contar algumas coisinhas para eles e para todos os Weasleys. – Não é o que está acostumada Astória, mas tenho certeza que você vai ficar bem! Terá sempre muita criança, Scorpion não se sentira sozinho...

- Isso vai ser bom, ele é tão sozinho! – Astória falou tristemente, ela não tirava os olhos de Lily. – Gina, eu... Eu posso segurá-la?

Gina sorriu e ofereceu Lily. Lily resmungou um pouco, mas como estava quase dormindo, não chorou. Astória parecia em um mundo só dela, com Lily no colo. Draco tinha um olhar terno para a mulher e minha filha. Não gostava de Draco olhando para Lily desse jeito.

- Er... Você pode ir vê-los no domingo, mas terá que ir conosco... Terá que vir aqui para ir conosco... – Falei, chamando a atenção de todos para mim.

- Ok! Já que não tenho outra alternativa! – Draco falou. Não sei se ele se referia a visita ou a toda situação.

- Queria tanto uma menina... – Astória falou baixo, devolvendo Lily que começou a chorar alto. – Mas Merlin não quis... Talvez um dia eu ganhe uma neta...

Gina sorriu e pegou a filha novamente.

- Er... Gina, precisamos fazer a poção, Malfoy tem que levar... – Falei já me levantando.

- Ok! Na verdade só preciso de um fio de cabelo seu... – Olhou para Astória. – E de Scorpion; é quase como um feitiço de ilusão... Quando chegar em casa... – Gina se voltou para Draco - coloque gotas da poção no quarto, na sala, nos ambientes da casa... Quem olhar de fora verá a imagem do menino e da Astória... É como uma fotografia, em tamanho real e se mexendo, mas quando se chegam perto, as pessoas não estão ali... – Gina explicou.

Era um feitiço de um livro muito antigo em italiano, escrito por uma sétima filha. Hermione, não sei como, conseguiu esse livro para Gina. Gina havia literalmente devorado o livro em horas. Tinha uns feitiços, poções que eu nunca tinha ouvido falar.

******

Astória e Scorpion foram muito bem recebidos na Toca. Molly fez tudo que podia para Astória Malfoy se sentir a vontade. Mas era uma situação estranha: Malfoy’s hospedados na Toca.

Como todos os Weasley pertenciam a Ordem da Fênix, achamos por bem contar o que estava acontecendo. Contamos tudo, desde a história do Herdeiro, as suspeitas sobre os poderes de Tiago, os poderes de Gina, algumas hipóteses que havíamos levantado.

É claro que meus cunhados ficaram furiosos por não ter contado antes. Mas foi uma questão de segurança, não queríamos envolver muita gente nessa história. Mas, infelizmente, as coisas estavam fugindo do nosso controle. A saída de Righi fez com que algumas coisas começassem a vazar.

Notas suspeitas foram divulgadas no Profeta Diário. Suspeitamos que Righi tivesse falado algo, já que estava furioso por ter sido afastado não só do caso, mas também do departamento de aurores por tempo indefinido. Mas, se ele estivesse falando para a impressa, com certeza não voltaria a seu um auror, pois o código de conduta dos aurores era bem rígido quando a falar a imprensa sobre algum caso. Mas ainda não tínhamos prova. Era, no momento, um dos nossos menores problemas.

- Foi engraçada a cara do Draco quando soube que a mulher e o filho ficariam na Toca! – Falei rindo.

- Verdade, foi... Mas ao mesmo tempo, foi triste! – Gina falou entregando cerveja amanteigada para Rony e Hermione.

Havíamos acabado de almoçar, estávamos sentados no quintal do Largo Grimmauld, Tiago, Alvo e Rose brincavam perto de nós. Lily dormia em uma cestinha do meu lado e Hugo brincava no cercadinho com alguns cubos mágicos.

- Mas não havia outra opção para os Malfoy’s! – Hermione comentou. – Draco sabia que tinha que fazer isso...

- Mas... Eu não entendi ainda porque o Alan foi libertado... – Gina se sentou do meu lado e me alcançou uma cerveja. – Ele não era cúmplice da Bessy?

- Sinceramente, não concordei com essa atitude do Hans. Mas ele é o chefe! – Falei preocupado. – estava na cara que não ia dar certo usar o Alan como uma isca para pegar a Bessy... Ela é muito esperta!

- Eu e Harry falamos para o Hans que não era uma boa opção... Mas ele não nos deu ouvido! – Rony comentou. – Ele está desesperado com esse caso, ainda mais depois do que foi noticiado no Profeta Diário! O Ministro quer resultados logo!

- Mas o que aconteceu de fato? – Hermione perguntou.

- Quando pegamos o Alan, Hans achou melhor levá-lo para o Ministério, deixá-lo incomunicável e sob a nossa vigilância lá. Até ai tudo bem! – Bebi um gole da minha cerveja e continuei. – O problema foi que Hans resolveu colocá-lo em liberdade, como se não houvesse acontecido nada, para Bessy contatá-lo, ficaríamos de olho e a pegaríamos.

- Hãm... Até eu sei que a Bessy é esperta demais para cair nessa... É claro que ela sabia que o Alan tinha sido pego! – Gina comentou. – Ele ficou preso mais de uma semana! Ela não iria facilitar tanto!!

- Sim... Tentamos argumentar isso com o Hans... Mas ele quis tentar mesmo assim... E foi um grande desastre... – Rony falou por fim. – Bessy mandou o seu recado... Assim, que Alan voltou para os eu antigo apartamento, ele recebeu uma encomenda, provavelmente da Bessy, e foi enfeitiçado, nos chegamos a tempo de salvar a sua vida, o levamos para o St. Mungus, mas os curandeiros acham que o feitiço é muito forte e ele teve quase toda sua memória destruída, ele está uma criança, como o Hugo...

- Nunca ouvi falar de um feitiço que destrói a memória de uma pessoa assim... – Falei
.
- Hum... É um feitiço muito poderoso e perigoso. Acho que estava no livro roubado do professor Vangh – Hermione mencionou. – Aquele livro tem feitiços muito poderosos... Em mãos erradas, pode causar um grande estrago!

- Pelo que Rony falou, tem um feitiço parecido naquele livro que você me deu Mione... – Gina comentou. – Chama-se “Finita Memoria”... A pessoa recebe um objeto enfeitiçado, um livro, uma caixa, algo que possa ser aberto... Quando ela abre, vai inalar uma fumaça verde, que instantaneamente vai ir direto para a sua memória e começa a apagá-la decrescentemente, até chegar à memória de um bebê... Nenhum curandeiro vai conseguir reverter o quadro...

- Então, a situação do Alan não tem volta... – Falei olhando para a Gina. – Apesar de ele ter falado tudo o que sabia para nós...

- O livro que eu dei para a Gina, ele foi escrito por uma sétima filha, muitos feitiços que tem no livro que foi roubado, são feitiços de artes das trevas, mas esse outro livro tem como reverter alguns feitiços... – Hermione explicou. – Além de conter os contra-feitiços para evocação dos mortos e transferência de poderes...

- Mione... Como você conseguiu esse livro?! – Rony perguntou algo que eu queria muito saber.

– Ah! Esse livro, eu... Eu consegui... Com um amigo, de Berlin. – Rony, quando ouviu a palavra "amigo", se interessou mais ainda pelo assunto. - Só existem duas cópias e ele me cedeu esse exemplar para a Gina, expliquei por cima a situação, mas como Gina é uma sétima filha ficou bem mais fácil convencê-lo... Depois que usarmos, precisamos devolvê-lo, por segurança...

- Quem, Hermione? – Rony falou indignado.

- Rony, alguém que você não conhece, ok, Amor?! Está tudo bem, ele é casado com uma garota muito legal, foram bons amigos quando estava em Berlin... Quando tivermos uma oportunidade, lhe apresento. – Hermione falou calmamente e deu um selinho em Rony.

- Mas... Eu posso reverter o feitiço no Alan... – Gina falou pegando Lily que havia acordado. – Só preciso vê-lo.

- Eu não sei... – Falei sendo muito sincero. – Ele poderia ter causado maiores problemas com as crianças...

- Alan foi uma vítima da Bessy... Mas pensamos sobre isso depois... – Lily começou a resmungar. – Eu acho que ele merece uma segunda chance... Todos merecem sempre!

- Er... Vamos ver como as coisas vão ficar! - Talvez Gina tivesse razão, todos merecem uma segunda chance. – Rony... Vamos voar com as crianças?

O rosto de Rony se iluminou.

- Eu também vou... Estou com saudades de voar. – Gina falou colocando Lily de volta a cestinha.

Pegamos as vassouras e fomos voar. Eu com Tiago, Gina com Alvo e Rony com Rose. Hermione ficou nos olhando com Hugo e Lily.

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No domingo, Draco apareceu cedo no Largo Grimmauld para ir conosco para à Toca. Estava com uma cara... Mas, até agora, estava dando tudo certo. Mas foi muito estranho ter Draco na Toca. Nunca imaginei ver um Malfoy almoçando com os Weasley. E, por incrível que pareça, ele estava bem! Não falou nenhuma gracinha, não foi irônico, foi extremamente educado com todos. Sabia que ele estava agindo assim somente porque no momento era importante para ele.

Astória estava se dando muito bem com Molly, até ajudava nas tarefas da casa. Scorpion, então nem se fala, estava encantando com tantas crianças a sua volta. Era uma criança quieta, na dele, mas muito esperto. Estava se dando muito bem com Rose e Alvo.

Rony não estava gostando nada dessa história. Confesso que achava estranho ver meu filho brincar com o filho de Draco. Mas nunca quis ou vi motivos para criar inimizades entre crianças. Mas ficava muito desconfortável quando via Draco olhando para Lily, sempre tirava ela de perto.

- Harry... Porque você a tirou? – Gina falou baixinho quando peguei Lily no colo. – Tá dando muito na vista que você não quer o Malfoy perto da nossa filha...

- Gina... Eu não sei, mas não gosto dele olhando para ela. – Beijei os cabelos de Lily e segurei-a com força nos meus braços. – Ele olha para ela como se quisesse... Rouba-lá!

- Aham... Harry, que absurdo! Ele deve associar a filha que eles perderam, ela teria a mesma idade da Lily... Ele não seria louco de pensar em roubar a filha de Harry Potter! – Gina beijou a minha bochecha. – O almoço esta servido!

- Mas Gi, eu ainda não confio nele! Sei lá... – Falei baixinho para ela.

- Harry, eu também não confio muito... Mas eu usei um dos meus poderes... - Gina baixou mais o tom de voz. - Sabe, li os seus pensamentos... Está sendo difícil para ele, mas ele não vai fazer nada de errado... Mas, fique de olho! Nosso melhor amigo ele nunca vai ser mesmo!!!

Todos fomos almoçar. O resto da tarde passou normal. Draco foi embora logo após o almoço. Marcamos seu encontro para daqui três dias com o pai em Azkaban. Ele queria resolver logo isso. Acho que era um grande martírio para ele ver o filho conviver com os Weasley e passar essa temporada na Toca.

Três dias depois, eu e Rony acompanhamos Draco até Azkaban. Lucius não demonstrou nenhuma reação ao ver o filho. Os dois foram extremamente frios um com o outro. Ficamos do lado de fora da sala, observando por uma espécie de espelho o encontro dos dois.

- Que coisa estranha esses dois! – Rony comentou.

- Acho que não vamos conseguir muita coisa... – Falei, me concentrando na conversas dos dois...

- Porque você veio? – Lucius perguntou. – Achei que não queria mais me ver...

- Você me chamou... Eu vim... – Draco evitava olhara para o pai. – O que você quer?
- Saber se ainda posso contar com você, meu filho! Se você ainda é um Malfoy!! – Draco ficou em silêncio, então Lucius continuou. – Meu neto é um Malfoy... Temos que voltar a termos o nosso nome respeitado!

- Eu lutei muito para limpar o nosso nome... – Draco praticamente sussurrou. – O que realmente você quer de mim?

- Foi bom lhe ver meu filho! – Lucius se levantou. – Eu entrarei em contato como você na hora certa! Quero muito conhecer meu neto!

Lucius deu por encerrada a visita. Como pensei, não conseguimos muita coisa. Também seria sorte demais que Lucius contasse seus planos para Draco no primeiro encontro, depois de anos. Mas alguma coisa ele estava planejando, meus instintos diziam que algo estava para acontecer.

Quando voltamos para o Ministério, nuvens pesadas encobriam o céu. Uma tempestade estava para desabar.

- É melhor irmos para casa logo... Acho que vai chover muito! – Falei assim que entramos na nossa sala.

- O encontro com o Malfoy foi um desastre. – Rony comentou.

- Não! Sabíamos que seria assim... Lucius está pronto para agir... Temos que ficar atentos!

- É... Ah! Você é Gina irão para o Chalé da Praia nesse verão? – Rony mudou de assunto.

- Vamos sim... Gina quer ir... Já reforcei os feitiços de segurança! Você e Mione também vão vir conosco? Acredita que ela convidou meus tios?

- Acredito sim! Acho que nós também vamos... Mione não quer viajar para longe nessas férias...

Conversamos mais um pouco sobre a viagem para a praia, iríamos ao inicio de julho. Um pouco antes de desabar uma grande tempestade, fomos para casa.

Dias depois, houve uma festa na creche das crianças para encerrar o ano letivo. Esse ano foi um piquenique. Foi um dia maravilhoso: jogamos quadribol, apostamos corrida de vassouras, até Hermione resolveu voar! Também ensinei Tiago a andar de bicicleta, pois comprei uma bicicleta para ele e Alvo. Não queria meus filhos andando na bicicleta velha do Duda!!

Quando chegamos em casa, estávamos todos exaustos.

- Vou dar um banho neles... Fica com a Lily? – Gina perguntou praticamente arrastando Alvo e Tiago para o banheiro.

- Sim... Também vou dar um banho nela! – Gina concordou.

Depois de um tempo, já estava colocando Lily no berço quando Gina apareceu.

- Harry... – Olhei para Gina que estava parada na porta, ela estava com uma expressão preocupada. – Hans, está chamando você lá na lareira... Parece que houve uma fuga em Azkaban!

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N/B: Mais um capítulo cheio de “tudo” para nós! Momentos família (o que é esse “Sweet Duda”??), momentos engraçados, momentos mais “quentes” (Uou! Acho que vai rolar algo em “Doces Momentos” com a MM do “desabotoar do pijama”), e começaram os momentos de tensão! Lucius Malfoy soltou! É, realmente o nosso herói tem todos os motivos para reclamar! E, de novo, Miss Day acabando no melhor da história!!!! Beijos, Alessandra.
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N/A: Autora entra, meio desconfiada, meio se escondendo... com medo de levar uma azaração... Pessoal, quero pedir desculpas pela demora do capítulo, foram várias coisas que aconteceram, muito trabalho mesmo e o capítulo como disse a Alessandra tinha um pouco de tudo, por isso tive que ser mais cuidadosa, não podia deixar furos, pois a fic entra com esse capítulo na fase de finalização... É, infelizmente, tá chegando ao fim, tenho esquematizado até o capítulo 40 e não pretendo me estender mais. Quanto ao capítulo, como o próprio nome diz, nuvens negras se aproximam e a tempestade chegará logo e vai tirar o Harry dos trilhos... Espero que tenham gostado desse capítulo, ele me deixou com um gostinho de quero mais não só por causa do final, mas também pelos momentos famílias, as conversas do Harry e da Gina na cama que sempre terminam com uma nc oculta... Gente, tem muita nc oculta para escrever para DM!!! Agora, tenho uma noticia chata, para mim também, capítulo novo, só em 2009. Sei que vocês ficaram chateados, eu também estou, mas não tenho condições de escrever um capítulo bom e com todas as informações que quero passar na correria que final de ano... Final de semestre, festas, viagens então só volto em janeiro, mas esse tempo não significa que não vou escrever, mas já adianto que só postarei capítulo novo em janeiro. Mas teremos capítulos de DM e a uma short que está no forno e espero que saia ainda esse ano. Então obrigada a todos por acompanhar a fic esse ano, a todos que comentam e aqueles que não comentam também, quero desejar desde já um Feliz Natal e espero contar com todos em 2009. Também quero agradecer a três amigas maravilhosas que a fic me trouxe esse ano: a Alessandra ( a beta mais que perfeita!) a Carol (que me ajuda com surtos de criatividade maravilhosos) e a Anny (que sempre pede momentos família e sempre dá dicas ótimas)... Meninas obrigada por toda a ajuda, vocês são maravilhosas! Me alonguei no comentário... mas é fim de ano... essas coisas.... Bem curtem o capítulo e não me abandonem, estarei firme e forte em 2009. Beijos e carinhos sem ter fim para todos!!!!

Reji – que bom que está na área! Sempre fico na expectativa pelo seu comentário. O Rony e Harry vão entrar em pânico só de pensar nessa possibilidade, da Rose e da Lily namorarem. Eu vou fazer uma coisa diferente em relação ao par da Rose, acho que o Rony vai sofrer mais ainda... hehe. A pedra é misteriosa mesmo, mas já revelei bastante coisa... Agora é só juntar dois mais dois... O Alvo é muito fofo, mas ele é mais sensível por isso esse sentimento dúbio em relação à Lily, mas ele ama a irmã e vai protegê-la muito. Eu quero um Harry, para fazer um Alvinho só para mim... ehehehe... Também fiquei imaginando a cara deles quando a Hermione falou sobre a Gina e o Harry, o Rony deve ter bufado de raiva, para ele a Gi vai ser sempre pura e inocente e as crianças foram deixadas na porta do Largo Grimmauld! Sempre achei que a Gina era poderosa (JK perdeu uma grande personagem, ainda bem que existe fics onde a Gina é poderosa)... Tem tanta nc oculta nesse capítulo, esses dois são viciados um no outro. Quanto a Bessy, lembre o que Dumbledore falou, sempre existira a luta contra o bem e o mal, sempre haverá alguém querendo o poder... agora o que vai acontecer... Eu sei, mas ainda não vou contar.., ehhehe! O treinamento do casal foi algo... o duelo tinha um outro objetivo oculto! Espero que tenha gostado desse capítulo também... a visita era o Draco pedindo ajuda... Beijos!
Lele - Obrigadao!!! Nossa, a fic não é perfeita não! Hehe, mais uma viciada né! Ainda bem que é um Vicio saudável... Beijos!

Jessica M. Adams – Hehe, esse treinamento foi maravilhoso... pena que o Draco estragou... Coloquei em italiano, pois eu também faço italiano. Eu já disse, que quero um Harry para mim para poder fazer um Alvo. O Harry e o Rony vão surtar com essa história de namorados. Pensei muito nos poderes da Gina, não queria fugir muito do que supomos depois de ler os livros, mas sempre achei que ela era poderosa, afinal o Eleito não iria casar com uma bruxinha qualquer. Mas, como eu já disse, você tá no caminho correto... A Bessy vai ser uma pedra no sapato da Gina, e como uma boa mãe que se preze a Gina vira fera quando mexem com seus filhotes... Mas não vou falar muito, vou esperar o seu próximo comentário, para ver se você continua no caminho certo... Bem a pedra, aos poucos vou revelar mais sobre ela, como a pedra era usada pelas mães para proteger seus filhos, o amor materno ganha mais força com ela, mas ela tem outras utilizações também, por isso ela esquenta demais nas mãos dos pais... Hum, mas não para o mal que ela queima as mãos deles. Tem muita gente que queria ressuscitar na fic, o Sirius é um deles, mas daí tinha que ser outra história... você chutou e acertou, é o Draco sim, mas será que ele mudou realmente? Recebeu seu premio né? Beijos!

Gih Weasley – Olá... Obrigada! Quem era na porta... pois é, era o Draco, a Bessy não iria aparecer, ainda não! O Alvo é lindo, fofo, tudo de bom, quero fazer um Alvinho para mim... O Harry vai surtar, com a ajuda do Rony, sobre essa história... O duelo, foi maravilhoso, pena que o Draco atrapalhou... Mas mistério nesse capítulo para você. Beijos!

Lua Potter - Oi!!!! O Alvo é muito fofo sim. O Tiago não apareceu, mas já escrevi tanto dele né... Mas não me esqueci dele não. O duelo foi maravilhosoooo pena que o Draco atrapalhou. Beijos!

Ayla Tereza - Matei sua curiosidade, espero que sim... Beijos!
Yumi Morticia Voldemort – OK! Vou falar sim! Eu também acredito, estudo bastante sobre isso. Beijos!

Bruxicca - Obrigada! Continua lendo sim... Beijos!

Tonks e Lupin – Hehe, a Lily é a princesinha do Harry, essa menina vai ser a perdição do Harry... Ah, o Harry e a Gina são especiais, tem uma vida movimentada, cheia de aventura... O Alvo é muito fofo mesmo! Beijos!

Duda Serejo – Obrigada! O Alvo é apaixonante mesmo! Acertou né! Ganhou o prémio né! Beijos!
Deh – Obrigado! Que bom que você resolveu comentar... Adorei! O Harry e o Rony vão surtar com essa história... aguarde! Quanto a visita, adivinhou né... recebeu seu premio? Ah, quanto ao pedido, vai ser um pouquinho antes.... Beijos!
Laurenita – Obrigada! Beijos!

Camila – Seja bem vinda! Obrigada! Continua lendo e comentando, beijos!

Carolina Vilela Good God - Pronto! Atualizei! Beijos!

Tatii Potter – Obrigada! Continua lendo, espero que você continue gostando. Beijos!

Beatriz Cotrim – Pronto capítulo novo para você! Beijos!

Fernanda Campos – Pronto, mais um capítulo... Beijos!


Gente... espero ter respondido todos os comentários, se esqueci de alguém sinta-se beijado e abraçado e, desculpem pelo esquecimento! Beijos e carinhos sem ter fim para todos!

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