Por um amanhã colorido



Capítulo 34 - Por um amanhã colorido

- Você foi tão corajoso! – Falei muito baixo, acariciando de leve seus cabelos. Alvo dormia tão serenamente que nem se mexeu. Sua mãe havia lhe dito aquelas palavras naquele dia, que hoje parecia tão distante. Aquele dia que ela não teve medo de morrer, de lutar... Foi assim que eu derrotei Voldemort, vencendo meu medo da morte e me entregando a ela, se necessário fosse!

Voltei a olhar pela janela, os primeiros raios de sol despontavam, tudo indicava que o dia ia ser iluminado e quente. Voltei a admirar meu filho dormindo naquela cama do St Mungus. Sim, dos meus três filhos, Alvo era o mais parecido comigo.
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Gina se mexeu, estava encolhida em uma poltrona. Minha Gina. Era, sem dúvida, a mulher mais corajosa que conhecia. Lílian Evans – minha mãe - também foi, mas eu não a conheci. Conclui que mães são mulheres corajosas.

- Oi! – Hermione entrou no quarto, ainda vestia aquelas roupas ridículas de hospital, mas tinha uma aparência ótima. – Como eles estão?

- Tudo bem! Alvo foi examinado e lhe deram algumas poções revitalizantes, mas vai ter que ficar aqui até amanhã... – Olhei novamente para ele. – Gina, está bem! Alguns ferimentos leves que já foram remediados... Mas ela só sai daqui com ele!

- Eu espero que me liberem antes do almoço... – Hermione me ofereceu uma caneca de café. – Rony teve quer sair, mas já deve estar voltando!

- Bom dia... – Gina resmungou. – Seja lá o que você esteja tomando... Eu quero! - Dei-lhe meu café e ela fez uma careta assim que provou, mas continuou bebendo. – Mione “ce’tá” bem?

- Ótima! – Hermione sorriu. – Mas, confesso que eu não aguento de curiosidade para saber exatamente o que aconteceu... Rony resumiu bem resumidinho! Depois Hans o chamou...

- Bom! Quanto à operação Malfoy, não sei de nada, depois que viemos para cá, não vi mais Rony... ...– Falei, sentando no braço da poltrona de Gina.

– Ah! O que aconteceu no encontro com o Malfoy? – Gina comentou.

- Não sei detalhes... Mas parece que Lucius Malfoy morreu, aquela auror Helen Smith também... Ah, Goyle foi capturado, Crayde escapou... – Hermione respirou fundo e continuou. – Umbridge morreu! E Theodore não está nada bem!

- Ok! Acho que vou procurar Hans e Rony, para ficar por dentro do que realmente aconteceu! – Falei me levantando. – Vocês vão ficar bem?

As duas balançaram positivamente a cabeça.

******
Hermione recebeu alta na hora do almoço. Alvo ficaria mais um dia, mas somente para observação. Molly estava com ele para Gina ficar com Tiago e Lilly um pouco e eu precisei ir a uma reunião no Ministério.

Hans daria uma declaração à impressa, informando a posição oficial do Ministério sobre o caso. Conseguimos, ou melhor, Rony, conseguiu convencer Hans a não mencionar o nome de Gina e de Alvo nos relatórios. Não queria, em hipótese alguma, que eles - principalmente Alvo - fossem expostos.

Ficamos sabendo que o dono da loja, Trevor O’Maily, que Bessy estava usando como esconderijo havia sido morto. Seu corpo foi achado já em estado deplorável em um parque, pela policia trouxa. Como haviam aurores que trabalhavam infiltrados na policia trouxa, para identificar casos parecidos com este, logo o departamento de aurores foi notificado. Até o momento, as investigações revelavam o óbvio: O´Maily foi morto, possivelmente, na loja. Haviam marcas de vários feitiços, haviam duelado, ele tentou se defender. Depois de morto, foi transportado para o parque trouxa.


Quando cheguei ao Ministério, a coletiva de impressa ainda não havia terminado. Rony estava encostado em um pilar quando me aproximei.

- Ainda demora?

- Não sei... Mas Hans está se saindo bem! – Fiquei quieto e prestei atenção no que Hans falava. – Ele acabou de esclarecer o ocorrido na Operação Malfoy.

Rony começou a me contar o que havia ocorrido, pois Neville e George haviam contado para ele, e havia pontos nessa história que Hans não divulgaria para a imprensa.

- George e Neville, usando a poção polissuco como eu e você, se juntaram a alguns membros da Ordem, Cornner e Gallarth, Smith, Dones, France, mais alguns aurores e Hans. Ninguém desconfiou que nós não fossemos nós. Chegaram no horário combinado ao deposito com o Draco, Lucius já estava lá, aparentemente sozinho! – Rony fez uma pausa. – Eles começaram a discutir, Draco o culpou pela morte da mãe, pela infelicidade dela, enfim... Então Lucius sacou a varinha e começou o duelo entre pai e filho, dizendo que tudo que ele fez foi pensando em Draco, em recuperar o poder da família Malfoy. Apesar de tudo, Draco não estava disposto a matar o pai, então só se protegeu dos feitiços... Mas ele não ia aguentar por muito tempo. Então Hans apareceu para ajudar Draco, nessa hora apareceu Goyle e Crayde e mais alguns bruxos, os nossos também saíram do esconderijo e começou a batalha...

Rony parou enquanto passava alguns colegas por nós, cumprimentando-nos, e depois continuou.

- A coisa toda estava bem nivelada... Até que o patrono que mandei para George apareceu revelando ele e Neville... Eles se deram por conta que o plano deles estava ameaçado e apelaram, apareceu meia dúzia de dementadores... Foi o caos... A Smith, Helen, conseguiu se livrar de dois, mas Goyle a acertou em cheio com uma maldição de morte, Dones conseguiu estuporá-lo. Os outros aurores e Gallarth conseguiram se livrar do outros dementadores, mas a presença deles deixou todos fracos...

- Grande perda... A menina era muito boa! – Comentei.

- Nessa confusão, Cornner ficou frente a frente com Lucius, eles discutiram algo a respeito de Narcisa... Não sei bem o que, mas Cornner o matou. Neville disse que foi um acerto de contas, algo pessoal. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu, eles estavam em um local afastado do depósito... Isso não nos interessa. Por fim, Crayde conseguiu escapar, ele e mais alguns capangas, Goyle foi capturado, mas ele só fazia o serviço sujo mesmo, não sei se vai ajudar muito.

- Hum... Mas iremos interrogá-lo, quem sabe ele ficou sabendo de algo... Se bem que com a morte da Bessy, que me preocupava mais, acho que esse caso já está resolvido!

- É o que espero! – Rony finalizou. – A coletiva já está no fim... Vamos ver o que Hans diz...

- Theodore Lindson está em coma. Acreditamos que ele foi vítima de uma carga muito grande de magia das trevas. Mas temos que esperar ele acordar, para podermos conversar com ele e entender o que realmente aconteceu. – Hans deu uma pausa.

- Mas como o filho daquele- que-não-deve-ser-nomeado foi atingindo? Como ele se envolveu com Bessy Macffyn? Porque somente Ronald Weasley e Harry Potter estavam no local onde Dolores Umbridge foi atingida mortalmente, Theodore ficou gravemente ferido e Bessy Macffyn virou cinzas? – Rita Skeeter questionou.

Meu corpo todo ficou tenso. Hans concordou em manter Gina fora disso. Sabia que seria melhor evitar inúmeras especulações com o fato de que a mulher de Harry Potter usou poderes fora do comum para liquidar uma bruxa louca.

Hans limpou a garganta e com a voz grave e segura começou a falar...

- Dolores Umbridge era tia de Bessy Macffyn, por isso estavam no mesmo local, sabemos que Umbridge estava gravemente enferma e ela não morreu devido aos feitiços lançados pelo auror Ronald Weasley, mas sim devido a sua enfermidade. – Hans bebeu um gole de água e continuou. - Weasley e o Potter seguiram uma pista de última hora e tiveram a sorte de encontrarem T. Lindson já gravemente ferido, por isso precisamos que ele acorde para saber como foi parar lá. Seguindo... Houve um duelo entre os aurores contra Bessy Macffyn e Dolores Umbridge. Foram lançados feitiços que normalmente usamos nesse tipo de confronto e nenhum dos feitiços lançados por Potter ou o Weasley provocaram as cinzas de Macffyn. Acreditamos que ela usou alguma maldição que se reverteu para ela.

- Mas... – Rita insistiu. – Ainda não está clara a relação da Macffyn com o Herdeiro!

- Para nós também, Sra. Skeeter. Por isso temos que esperar Lindson se recuperar! – Hans já estava impaciente.

- E em relação ao confronto que resultou na morte de Lucius Malfoy e na prisão de Goyle. E, na fuga de Adolph Crayde... Qual a relação dele com tudo isso? – Rita continuou.

- Fomos informados de uma conspiração que ligava Macffyn, Umbridge e Malfoy, sendo financiada por A. Crayde. Lucius Malfoy também ameaçou a vida de seu filho Draco
Malfoy, que o denunciou e cooperou com essa operação. – Hans foi direto e objetivo.

- Mas...

- Enviaremos a impressa uma nota esclarecedora sobre os fatos, mas no momento são essas informações que temos... – A entrevista estava sendo encerrada. – Iremos conduzir alguns interrogatórios e partir na captura de Crayde. Obrigada pela presença de todos.

- Última pergunta auror Hans... Fiquei sabendo por fontes seguras que um dos filhos de Harry Potter foi sequestrado por Bessy Macffyn e que Hermione Weasley deu entrada no St. Mungus devido a maldições lançadas em um ataque... Isso é verdade? Qual a relação do Potter com Macffyn?

- Bom... O que posso informar é que Sra. Weasley sofreu um acidente doméstico e o departamento de aurores não foi informado do sequestro de nenhum dos filhos de Harry Potter. Pelo que sei, estão todos bem, em casa e em segurança. – Hans falou com segurança e eu respirei aliviado. – Sem mais perguntas!

Hans levantou-se e veio em direção a mim e Rony sem dar bola para um bando de repórteres que não pareciam nada satisfeitos.

- Potter... Eu quero saber exatamente o que sua mulher e seu filho estavam fazendo naquele lugar. – Hans questionou. - E por que diabos vocês deram a poção polissuco ao Longbottom e ao Weasley!

- Hans... Obrigada por omitir o nome da Gina e do Alvo... – Comecei a falar. – Você sabia do sequestro do Alvo... Eu e o Rony seguimos outra pista, como você falou!

- Potter... O plano era o Malfoy!!! Vocês imaginam a minha surpresa quando eu percebi que meus dois melhores aurores não passavam de amadores. Amadores bons em duelos, mas amadores... – Hans procurava não gritar para não despertar o interesse das pessoas que estavam por perto, mas ele estava furioso. – Vocês têm noção do que é expor civis em missões de aurores? Eles podiam ter morrido!!!

- Neville e George são bons... São membros da Ordem... – Rony tentou explicar. – Hans, nós só fizemos o que achamos melhor... E, depois, vocês não conseguiram nada de concreto, só capturaram Goyle e bruxos que não estavam encabeçando essa conspiração... E para completar, Cornner, membro da Ordem, matou Lucius Malfoy, ele era o nosso alvo, precisamos dele vivo... Cornner o matou alegando legítima defesa, mas sabemos que não foi bem isso que aconteceu! Como ficaria minha irmã e meu sobrinho se não tivéssemos agido assim?

Hans demonstrou um certo desconforto. O que Rony havia falado colocava em cheque a sua liderança no caso, suas decisões.

- Ok! - Hans suspirou, pois não havia o que fazer, a não ser concordar. - Mas eu quero saber tudo! E quando digo tudo, é tudo mesmo. Toda a verdade que envolve os poderes de Ginevra. Por que eu sei que vocês estão omitindo vários fatos...

Eu e Rony não falamos nada, somente o seguimos em silêncio até sua sala.

*******

- Porque eu não posso aprender? – Gina me questionou quando já enquanto estacionava em frente ao Largo Grimmauld, n. 12. Tenho certeza que muitos achavam estranho estacionar o meu carro exatamente na divisória entre o n. 11 e o n. 13. – Harry...

- Ok! Mas meu amor... Você não poder fazer magia enquanto estiver dirigindo! E muito menos ultrapassar a velocidade... – Falei calmamente, Gina há tempos queria aprender a dirigir, confesso que não me esforcei muito para ajudá-la nisso. – Lembra àquela vez, na estrada, você queria ir a 150 km por hora... Bom, não é como a vassoura!

- Harry... Eu sei, ok! O carro não é como a vassoura, mas eu dependo de você se quiser sair com os três... – Gina choramingou. – Você sabe que eles não gostam de aparatar, e usar o Pó de Flú causa alergia no Al... Lilly fica tão irritada que é difícil acamá-la!

- Ok, Gina... Podemos ver isso depois... – Estávamos voltando para casa, Alvo tinha recebido alto e Gina não o queria exposto a nenhum tipo de magia, por isso fomos buscá-lo de carro, que com o uso dos transportes mágicos, ficava mais na garagem do que rodando por ai. Mas agora Gina resolveu que queria aprender a dirigir, que isso iria facilitar para levar Tiago na escola, para se locomover com eles. Eu desconfiava que ela queria evitar usar magia com Alvo.

A casa estava em silêncio quando entramos. Mas logo Monstro veio nos receber.

- Oi Monstro! – Alvo falou sorridente.

- Meus senhores... Meu senhor Alvo, que bom tê-lo novamente em casa... Monstro ficou tão preocupado, depois de tudo que aconteceu...

- Sim Monstro! Cadê Tiago e Lilly? – Gina perguntou. Monstro ainda se culpava por ter “deixado” levarem Alvo.

- A senhorita Lilly dormiu a pouco e meu jovem senhor Tiago está no quarto... – Monstro baixou a voz. – O Senhor Tiago estava muito tristonho... Não quis comer nem o bolo de cenoura com calda de chocolate que fiz!

Eu e Gina sabíamos muito bem o motivo da tristeza de Tiago. Desde que Alvo foi sequestrado e depois os dias no hospital, deixaram Tiago chateado. Ele achava que o irmão havia sido castigado por tê-lo estuporado, falamos que não era isso, mas Alvo tinha se machucado e estava no hospital e logo voltaria para casa. Mas Tiago não parecia convencido, afirmou várias vezes que o irmão havia ido embora, nada que falássemos mudou a situação.

- Vamos fazer uma surpresa para o Tiago! – Gina comentou com Alvo. – Mas você tem que ficar em silêncio! - Alvo concordou e riu baixinho escondendo o rosto no meu ombro.

Quando chegamos ao quarto de Tiago, ele estava sentado no chão, brincando com o time de quadribol de brinquedo. Eu fiquei com Alvo, longe da vista dele e Gina entrou.

- Oi amorzinho! – Gina sentou no chão com ele. – O que está fazendo?

- Brincando, mas não dá certo... Não tem ninguém no outro time! – Tiago resmungou.

- Porque você não brinca com a Lilly?

- Mãe! – Tiago exclamou, como se dissesse o óbvio. – Ela é pequena e é menina...

- É, você tem razão! Mamãe trouxe uma surpresa para você! – Gina sorriu. – Harry... Trás a surpresa!

O rostinho de Tiago se iluminou quando viu Alvo, que foi correndo em direção ao irmão, derrubando-o com o abraço.

- Você voltou! – Tiago exclamou surpreso.

- Eu não queria machucar... – Alvo falou se afastando um pouco. – Desculpa...

- Você é bruxo, como eu, né mamãe! – Tiago comentou. – Poderoso!

- Isso, os dois são poderoso, bruxinhos poderosos... – Falei encantando com a cena. – Isso pode ser um grande problema!

- Harry... Você duvida?! – Gina falou sorrindo como se adivinhasse o que eu estava pensando. – Hein... Agora você tem com quem brincar Tiago. Vou pedir para o Monstro trazer o lanche para vocês!

- OBA!!! – Os dois falaram junto.

Gina saiu e eu fiquei ali mais um pouco vendo Tiago e Alvo. Admirando a cumplicidade e amizade dos meus filhos.

******

O verão já dava sinais que estava chegando ao fim. Alvo já estava em casa há três dias, e como suspeitamos, a exposição dele à magia das trevas havia debilitado-o bastante. Mas agora ele já havia recuperado suas forças.

“Crianças se recuperam muito rápido Sr. Potter, ainda mais crianças bruxas...”. O medibruxo infantil havia comentado comigo quando foi vê-lo no quarto. Era como o Superman exposto a kriptonita. Lembrei que roubava as revistas em quadrinhos de Duda do Superman. Gostava muito das histórias do herói. De alguma forma, sempre me senti com ele.

Terminei meu banho e voltei a pensar em Alvo. Não tínhamos nada a fazer em relação a essa “sensibilidade” dele, os medibruxos nos alertaram que isso sempre ia acontecer e com o tempo ele ia ficar mais forte e aprender a se defender, identificar os sintomas. A única coisa que podíamos fazer era evitar que ele tivesse contato com magia das trevas e ficarmos atentos a mudanças de comportamento ou algo que fuja do normal.

Isso realmente me preocupava. Percebi que Gina andava exagerando nos cuidados com ele. Primeiro pensei que era por que ele estava no hospital, por tudo que aconteceu. Mas uma sirene soou dentro de mim quando ela comentou que talvez fosse melhor Alvo não frequentar a creche esse ano e que ela estava pensando seriamente em não voltar a trabalhar. Ela evitava fazer qualquer tipo de feitiço perto dele.

- Eles já dormiram! – Me assustei ao ouvir a voz de Gina, precisa ter todo o cuidado para falar com ela sobre essa proteção, não queria Alvo criado em uma redoma de vidro. – Hermione e Rony vem amanhã para o jantar.

- Ótimo! Gi... – Comecei a falar, mas Gina me ignorou.

- Harry... Quero ir à escola nova do Tiago... A diretora não nos falou nada sobre a segurança da escola! – Novamente um alarme soou dentro de mim.

- Gina... É uma escola excelente! Uma das melhores da comunidade bruxa, antes de Hogwarts! Todos os filhos dos aurores e dos funcionários de alto escalão do Ministério estudam lá... Os filhos do Ministro da Magia também a frequentaram... Nunca houve nenhum problema... - Fui ao seu encontro.

- Eu sei! Só quero conferir! – Achei melhor não comentar nada. Não queria brigar com ela, não essa noite! – Ok! Eu sei o que está pensando... Harry, ainda é tudo muito recente para mim... Prometo que vou tentar me controlar!

- Está bem! Sabe, me lembrei de uma coisa! – Achei melhor mudar de assunto.

- Que você ficou de levar o Ted para comprar o material dele para a escola? Harry, você comprou a coruja dele?

- Comprei sim... Vamos pegá-la quando formos ao Beco Diagonal! Mas não é isso que eu estava pensando! – Gina fez uma cara surpresa. – Temos uma data importante se aproximando...

- Claro... Você acha que eu ia esquecer o nosso aniversário de casamento!

- Pensei em fazermos uma pequena viagem esse ano. – Gina não demonstrou nenhuma reação. – Serão somente alguns dias. Pensei em Barcelona ou Lisboa. O que acha?

- Harry... Depois de tudo que aconteceu, eu acho muito cedo a gente sair... – Gina deu a volta na cama.

- Gina, a gente os leva e também Monstro... Vai ser bom! Gina, está tudo bem agora!

- Tiago tem escola! Lilly é muito pequena para uma viagem para outro país, Alvo ainda está se recuperando... Agora não Harry, talvez nas férias do Natal?

- Gi... Vai ser legal! Monstro pode ficar com eles então! Com seus pais! Cinco dias, um fim de semana Gina? Meu amor, a gente merece! – Era impressão minha ou havia uma nuvem de preocupação nos olhos de Gina? Preferi ignorar qualquer sinal, depois pensaria nisso. Fui até ela com a melhor cara de pedinte que tinha. – Amor, eu sei que você está fragilizada... Uma viagem seria reconfortante. Pensa com carinho! E, se lembre da única vez que eu dormi longe de você, todos esses anos e o motivo...

Um brilho de compreensão passou pelos olhos de Gina. A única vez que dormimos separados foi por causa da minha superproteção por ela, na gravidez da Lilly...

– Harry, eu... Bom, se você diz que está tudo bem... – Gina se aproximou mais de mim. - Hum... Você não quer me convencer? - Ela sorriu marota.

- A Toca é muito segura, mas segura que essa casa... Falaremos com eles todas as noites pela lareira... Rony ficará de alerta... Voltamos se acontecer qualquer coisa estranha...

- Harry... Não era bem essa forma de me convencer que eu estava pensando! – Gina me interrompeu languida, tirando meus óculos.

******
- Gi... Eu não sei! - Ouvi a voz de Hermione quando me aproximava da cozinha. – O que o Harry acha?

- Eu não falei para ele... Ele está tão aliviado com essa história ter chegado ao fim que acha que estou ficando paranóica! – Gina falou e eu parei antes de chegar à cozinha. – Sei que estou exagerando com os cuidados com o Alvo principalmente,... Mas a possibilidade de perdê-lo me deixa fora dos trilhos... – Gina deu um longo suspiro. - Mas talvez seja só impressão minha, né!?

- Sim, Gina... – Hermione falou com um falso entusiasmo na voz. – Não fale nada para ele, ainda não... Vou fazer algumas pesquisas, daí a gente vê se deve ou não falar para os meninos! Se existe um motivo concreto para sua preocupação. Gi... Quanto a essa proteção com as crianças, eu estaria fazendo a mesma coisa!

- Ok! Acho que me contagiei com o instinto de proteção dos Potter’s! – Gina falou rindo. – Mas é melhor assim Mione, talvez depois da viagem eu tenha mais respostas também! – Gina tinha uma rusga no meio da testa. Achei melhor me anunciar e deixei cair de propósito o pote vazio que carregava no chão. – Harry! Amor, estava falando para a Hermione sobre a nossa viagem...

- Ah... – Disfarcei pegando o pote. – Nós vamos viajar Gina?

- Vamos sim... Só que vamos para a Itália! – Percebi a troca significativa de olhares entre Hermione e Gina. O que essas duas estavam aprontando? – Como na nossa lua de mel! O que acha amor?

- Ok! O que você quiser... Itália então! – Seja lá o que estivesse acontecendo, Gina me contaria quando achasse que eu precisava saber. – As crianças querem mais batatas fritas!

Tínhamos organizado o jantar no pátio, aproveitando que era um dos últimos dias quentes do verão. Falamos pouco sobre a viagem, comentamos sobre a ida de Ted para a escola, sobre os preparativos para o primeiro aniversário de Hugo e o fato dele já estar caminhando sozinho.

- Rose demorou em ter tanta segurança em caminhar sozinha... – Hermione comentou. – Hugo ainda nem fez um ano!

- Ah, é sempre assim, Alvo caminhou mais rápido que Tiago! Acho que ele via o irmão caminhando e queria ir atrás. – Gina riu, pois com certeza ela lembrou que quem ficava exausto com aquela andança toda éramos nós. – Al falou mais cedo e caminhou também!

- Acho que isso tem haver com o fato do Tiago ter sido o primeiro. Fomos exageradamente cuidadosos com o Tiago... – Comentei lembrando que a primeira vez que Tiago caiu, eu e Gina ficamos tão assustados que por pouco não o levamos ao St Mungus. – Relaxamos mais com o Al e com Lilly!

- Ora! Aprendemos a ser pais com ele! – Rony exclamou. - Eu e a Hermione exageramos também com Rose, não repetimos alguns erros com Hugo, mas cometemos outros.

- Isso é verdade! Tenho a sensação que estamos deixando Lilly preguiçosa, pois é só ela resmungar que vamos atendê-la... – Concordei com Gina.

- Outro dia, ela começou a chorar e Tiago já foi vê-la e ela parou... Acho que não queria ficar sozinha! – Comentei rindo. – Acho que é porque ela é menina, caçula... Tiago e Alvo já sabem que tem que cuidar dela!

- O que não vai ser nada bom para minha filha quando ela ficar maior, né Ronald?! – Gina usou um tom irônico e todos rimos da careta de Rony.

Terminamos o jantar descontraidamente. Enquanto as meninas limpavam a louça, eu e Rony colocamos as crianças para dormir. Combinamos de conversar sobre os últimos acontecimentos depois que eles já estivessem dormindo, assim teríamos mais sossego.

*******
Rony estava sentando no chão, entre as pernas de Hermione, segurava uma caneca fumegante de chá. Hermione mexia distraidamente nos cabelos do marido. Gina estava sentada no sofá próximo, com as pernas encolhidas.

- Ok! – Falei me acomodando ao lado de Gina e depositando uma tigela de biscoitos na mesa de centro e mais chá quente (a noite seria longa), que foi atacada por Rony, mesmo sobre os protestos de Hermione que alegava que ele havia acabado de jantar. – Eu acho que a palavra é toda de Gina!

- Obrigada meu amor! – Gina falou se servindo demais chá. – Bom, acho que devo começar da parte em que eu e Bessy entramos pela lareira... Não sei se vocês se deram por conta, mas pela rede de Flú só poderíamos ir a algum lugar ligado a nossa lareira, e a nossa lareira não estava ligada a loja que o Alan trabalhava! Na verdade nos aparatamos na loja...

- Como? Vocês estavam na lareira! – Falei surpreso.

- Não Harry, nos não estávamos na lareira. Você e Rony acharam que nos entramos na lareira. Bessy foi muito cuidadosa! Ela não confiava que eu estivesse sozinha e ela estava comigo, podíamos aparatar sim. Os feitiços de segurança não impediam de eu e você, Harry, aparatarmos.

- Isso é básico! Qualquer feitiço de segurança pode ser quebrado pelos donos da casa... – Hermione comentou. – E pelo que vocês me contaram, Gina havia mencionado os feitiços de segurança da casa para ela. Ela é muito esperta mesmo!

- ERA esperta, Mione. Entretanto, isso foi a primeira coisa que percebi. – Gina falou cautelosa. - Teria que ter muito cuidado com ela, pois ela não iria blefar e o Alvo estava em perigo, achei melhor não tentar nada e deixei-a me conduzir. Talvez tenha sido meu erro e Alvo não teria passado por tudo que passou! Mas acho melhor contar tudo para vocês...

“Quando chegamos à loja, ela lançou algum feitiço de confusão ou dominação, pois eu não conseguia me localizar, nem usar nenhum feitiço, me sentia exausta até para respirar e também, em um primeiro momento, tive dificuldade para reconhecer o Alvo. Sabia que era ele, sabia que era meu filho, sabia que precisava da minha ajuda, mas algo me prendia no lugar em que estava e não conseguia ir até ele. Sabia o que acontecia a minha volta, mas não conseguia reagir!
“Então vi o Theodore. Não sei exatamente o que aconteceu, mas olhando para ele, vi em seus olhos um pedido mudo de ajuda. Vi Alvo em um canto, chorando... Então uma sensação estranha, era como se somente eu ouvisse uma voz, me dizendo que precisava me concentrar, limpar a minha mente e não deixar a Bessy me dominar novamente.
“Consegui me concentrar e me livrar do feitiço da Bessy. Pelo que entendi, por ser a sétima filha, não é qualquer feitiço que me atinge. Mas achei melhor fingir que ainda estava sobre o poder dela. Bessy e Umbridge conversavam sobre os feitiços do livro do professor alemão. Elas pretendiam fazer dois feitiços um para pegar os meus poderes e outro para tentar evocar o espírito de Voldemort. Mas elas também esperavam que os poderes da Sétima pudessem reverter a enfermidade da Sapa Velha. Bessy sabia que trazer Voldemort era praticamente impossível.
“- Bes... Primeiro pegue os poderes dela, depois será mais fácil matarmos o Potter e trazer o Lorde novamente.
“- Tia, não tem como trazer o Lorde de novo. Eu já pesquisei todas as possibilidades... e nenhuma é viável sem termos algo do seu último corpo físico. – Bessy tentou argumentar. – Além do que...
“- Mas temos o Herdeiro, ele deve servir! Um dos filhos do Potter! – Umbridge insistia.
“- Não é o primogênito... Depois a maldição que ligava Voldemort a Harry Potter foi quebrada na batalha, não existe mais nada que ligue o Potter ao Lorde... – Bessy falou impaciente. – Eu achei que poderíamos, mas é impossível! E esse infeliz, se é mesmo filho do Lorde, deve ter herdado o sangue ruim da mãe!
“- Droga! Bes, querida, tem que haver um jeito... Você, com os poderes da Sétima, vai ficar mais poderosa e tenho certeza que vai conseguir achar um meio... – Umbridge falou esperançosa, com o livro em mãos. – Vamos fazer o feitiço com a Weasley, ou agora Potter, ou qualquer outro nome que essa traidorazinha do sangue tenha!
“Bessy devia entrar em minha mente, dominar meus pensamentos, meus atos, iria dizer algumas palavras e meus poderes iriam ser transferidos para ela. Basicamente era isso. Mas não era tão simples entrar na minha mente e me dominar, ela sabia que eu estava bloqueando qualquer tentativa dela. E isso era uma coisa inconsciente minha. Eu não queria ser dominada por ela, mas estava disposta a ficar enrolando, tinha esperança que Harry e Rony chegassem logo.
“O meu plano era simples: ganhar tempo. Deixaria Bessy pensar que estava conseguindo até Harry e Rony chegarem. Mas isso não deu certo, os poderes da sétima, de alguma forma, agiam por conta própria. Era eu, eu estava lá, mas era como se tivesse outra Gina agindo comigo!
“Bessy percebeu o que estava fazendo e obviamente se voltou contra Alvo. Começou a lançar alguns feitiços nele. E claro que eu reagi, mas não fiquei fora de controle como aconteceu depois... Nós acabamos duelando, sei que estava ganhando, e eu estava sem varinha, mas elas estavam com Alvo e até aquele momento não sabia se podia confiar em Theodore.
“- Crucius! - Umbridge lançou o feitiço em direção a Alvo.
“- NÃO! – Alvo se assustou com o grito de Theodore e correu em minha direção. Eu me distrai com ele e um feitiço de Bessy me atingiu na perna e eu cai.
“- Seu infeliz! Você não devia protegê-lo! Avada kedavra... – Um luz verde saiu da varinha de Umbridge, atingindo em cheio o peito de Theodore.
“- Tia, não! Protego! – Bessy conseguiu deter o feitiço, mas Theodore já havia caído e batido com a cabeça. – Ele ainda pode ser útil! Esqueceu... Ele nos pediu para poupá-lo!
“Umbridge, contrariada, baixou a varinha, mas bufava de raiva. Bessy caminhava de um lado para o outro impaciente. Pensei em aproveitar que elas estavam descontroladas e fugir dali com Alvo, mas também não iria deixar Theodore a mercê delas, afinal, foi a intervenção dele que salvou a vida do meu filho, e eu sabia que ele precisava da minha ajuda.
“- Incarcerous! – Bessy me aprisionou onde eu cai. - Eu ainda não desisti de você. Vou ter o que quero custe o que custar. Aproveite e se despeça do seu filhinho... Depois que tiver o que quero nem ele e nem você vão ser úteis!
“- Se é os poderes da sétima que você quer, eles são seus...
“- Se fosse tão fácil Gina... Eu já os tinha! – Bessy pegou o livro. – Droga! Eu fiz tudo certo! Tem alguma coisa faltando... Eu só não sei o que é!
“- Ela tem que estar fraca Bes... – Umbridge rosnou. – O menino tem que morrer...
Depois vocês apareceram... “

- Porque o feitiço não deu certo? – Rony perguntou.

- Eu não sei... – Gina falou. – Não consegui achar uma explicação para isso, eu não lutei contra ela, mas alguém fazia isso! Mas o que me preocupa é o fato da Bessy ser uma bruxa poderosa!

- Mas ela morreu! – Exclamei. – Virou cinza!

- Eu não sei... – Gina repetiu.

- Gina, eu vi, as cinzas, você viu! – Rony comentou. – Não existe outra possibilidade!

- Ela era uma bruxa poderosa, inteligente, astuta, pegava as coisas rápido... – Gina comentou procurando o apoio de Hermione. – Não devemos subestimá-la.

- Ele pode ter feito algum feitiço para se proteger! – Hermione falou. – Voldemort tinha as horcruxes para se proteger!

- Bessy não era Voldemort... ELA MORREU! – Falei usando um tom mais alto do que pretendia e Gina apertou com força minha mão. – Er... terminou!

- É, terminou! – Gina falou sem muita convicção. - Mas, tem o Theodore, o que vai acontecer com ele? Eu acredito, tenho certeza, que ele é do bem!

- Só saberemos quando e se ele acordar! Mas quando ele se colocou diante do Alvo, o protegendo também senti que ele é do bem! – Comentei tentando parecer calmo. – Ele salvou o Al duas vezes!

- Porque poupá-lo? Quem queria o Theodore? – Hermione questionou. Diante do nosso silencio ela continuou. – Quem mais estava com a Bessy, tirando o Malfoy e a Umbridge?

- Hum... Quem também estaria interessado no Herdeiro! – Rony falou pensativo.

- Crayde, esqueceram dele? – Hermione falou. – Ele estava financiando toda essa operação. Mas um bruxo como ele não ia se envolver em uma história dessas a toa!

- Ouro e poder! Era isso que ele estava querendo! – Comentei. – Não há porque ter interesse em Theodore...

- Mas ele se aliou a Bessy... Ele é um bruxo que não faz negócio se o lucro não for muito, mas muito bom! – Hermione mexeu-se desconfortável na poltrona e continuou. – Ele fugiu ok? Bom o governo bruxo alemão, que sempre fez vistas grossas aos crimes de Crayde, teve que tomar uma atitude e deu um alerta geral, colocando ele como procurado.

- Ele também está sendo procurando pela polícia trouxa, está envolvido com tráfico de drogas, contrabando e mais outras coisas ilegais. – Rony completou.

- A Bessy, Umbridge e Malfoy não são mais uma ameaça. Temos que nos preocupar com Crayde... Os outros que estavam envolvidos já estão presos e os que fugiram não são uma ameaça eminente. Mas Crayde... Deixamos passar muito coisa!

- Sim, Harry... Crayde ainda é uma ameaça! – Gina comentou pensativa. – Talvez seja ele e não ela...

- O quê? Não entendi Gina!

- Nada... - Gina sorriu, mas não deixei de notar a breve troca de olhares entre ela e Hermione. – Crayde precisa ser detido logo! Precisamos saber o que ele quer com Theodore.

Conversamos mais um pouco, mas logo fomos dormir, já estava tarde e no outro dia iria ao Beco Diagonal com Ted comprar seu material para Hogwarts, pois dali a dois dias ele embarcaria no Expresso Hogwarts para o seu primeiro ano.

******
Andrômeda trouxe Ted cedo, pois o menino estava ansioso demais.

- Vamos logo, Dindo!

- Ted... Deixa o Harry terminar o café! – Andrômeda falou calmamente. – Como está querida?

- Que bom vê-la! Harry, vocês vêm almoçar em casa? – Gina perguntou oferecendo café a Andrômeda. – Aqui está a lista... É só segui-la e vocês estarão em casa antes do almoço!

- Eu... Acho que dá tempo! – Peguei a lista, Gina havia colocado as lojas que devia ir e o que deveria comprar. Era só entrar na loja e comprar!

- Eu vou aproveitar e fazer uma visita a sua mãe, Gina... Passo aqui no final da tarde para pegar Ted. Quero aproveitar muito esses dias antes dele ir para escola! – Andrômeda beijou a testa do neto. – Comporte-se querido!

- Eu sempre me comporto! – Os cabelos de Ted adquiriram uma tonalidade amarelo brilhante e em seguida um azul turquesa.

- Ok! Vamos Ted... – Beijei rapidamente Gina e fui para a lareira com Ted.

- Amor... Não esqueça o presente dele! – Gina lembrou-me da coruja que havia comprado para Ted, iríamos buscá-la depois que comprássemos tudo que era necessário.

******
Já havíamos comprado tudo que estava na lista, faltava somente buscar a coruja de Ted.

- Dindo, posso tomar um sorvete?

- Claro! – Fomos devagar em direção a sorveteria.

- POTTER! – Ouvi alguém me chamar, parei e olhei para trás. – Posso falar com você?

- Er... claro! Ted, vai na frente, te encontro lá logo, ah, pede um sorvete de flocos para mim! – Ted saiu correndo e eu fiquei parado esperando que Draco Malfoy dissesse o que queria comigo.

- Ted vai para Hogwarts né?! Ele cresceu... – Concordei com um gesto afirmativo, Draco não havia me parado para falar de Ted, apesar de que eles eram parentes, eu sempre esquecia esse pequeno detalhe. – Na verdade, eu queria agradecer... Por ter protegido Astória e meu filho.

- Só fiz o certo. É o meu trabalho, sou auror, esqueceu? – Não deixei de carregar essa última frase com ironia. – Quanto ao seu pai, eu...

- Meu pai... Não preciso de seus pêsames, ele teve o que mereceu! – Draco falou frio. – Potter, acontece que Astória quer oferecer um jantar em agradecimento para você e Gina...

- Ah! – Tive vontade de rir, mas logo em dei por conta que por Gina era capaz de aceitar esse convite. – Não precisa, sinceramente, não precisa!

- Astória jamais vai aceitar um não como resposta! Só estou lhe avisando, ela vai enviar o convite direto para Gina... – Draco falou baixo. – Confesso que eu preferia evitar esse jantar, mas minha opinião não é muito considerada por minha mulher!

- Eu e Gina iremos viajar, posso conseguir adiar esse encontro... Mas será difícil não aceita-lo! Bom, minha opinião também não conta muito... – Comentei. – Ted, está me esperando... Eu preciso ir!

- OK! Vou comentar com ela que vocês não estarão na cidade, talvez ela desista! – Sem dúvida, essa também era a minha esperança...

Fui ao encontro de Ted e preferi esquecer esse pequeno dialogo com Malfoy. Depois do sorvete fomos buscar a coruja.

O menino ficou tão feliz ao ver a grande coruja acinzentada que seu cabelo adquiriu várias cores.

- É minha? De verdade? – Ted não parava de repetir. – Como devo chamá-la?

- Bom, Ted, escolha você! Ela é sua!

- Será que seria errado eu chamá-la de Ninfa? – Ted perguntou enquanto caminhávamos em direção ao Caldeirão Furado para irmos para casa. – Minha mãe se chamava Ninfadora, Vovó disse que todos a chamavam de Dora ou Tonks, mas eu gosto de Ninfa. Minha mãe não ficaria chateada?

- Não querido! – Parei e me abaixei para ficar da sua altura, Ted não era um menino grande para seus onze anos. – Tenho certeza que sua mãe ia gostar muito que sua coruja recebesse esse nome.

Ted sorriu e comentou.

- Ninfa! Vick vai ficar com inveja que eu tenho uma coruja agora! Mas vou poder mandar cartas para ela da escola. Ainda vai demorar para ela ir para Hogwarts, vou sentir saudades dela!

Ted continuou falando de como sentiria saudades de Victorie, mas que às vezes a menina era muito chata, pois sempre queria brincar da mesma coisa e não gostava de jogar quadribol com ele.

******
No dia primeiro se setembro, todos fomos nos despedir de Ted na Estação King Cross. Ted estava tão empolgado, tinha tanta certeza que iria para Grifinória. Foi nostálgico atravessar a parede para chegarmos à plataforma 9 3/4. Tive a sensação que a passagem não iria se abrir, como no meu segundo ano em Hogwarts e eu e Rony fomos para lá no carro voador do Sr. Weasley.

Comentei rapidamente com Gina sobre o encontro com Draco, falei que ele havia mencionado um jantar, como já sabia, ela disse que se fossemos convidados iríamos aceitar. Mas somente depois da nossa viagem para a Itália.

Resolvemos viajar na última semana de setembro, achei melhor não questioná-la sobre estarmos indo para a Itália, ela estava tão empolgada. O que era estranho, pois antes, quando mencionei a viagem, ela estava mais resistente a sairmos, mas agora estava mais empolgada do que eu!

- É melhor você não dizer nada! Cara, elas são estranhas! – Rony comentou, enquanto me ajudava a embarcar o malão de Ted. – Hermione está me enlouquecendo por causa do aniversário de Hugo!

Ri da cara que Rony fez. Ele e Hermione seriam sempre Rony e Hermione, mesmo com os anos passando, eles achavam um motivo para brigarem. Gina comentou que era melhor ignoramos essas briguinhas deles, pois eles brigavam em um minuto e no outro já estavam de bem.

- Ted! É melhor nos despedimos, já está quase na hora! – Andrômeda se adiantou nas despedidas, abraçou longamente o neto e fez inúmeras recomendações. – Qualquer coisa avise Minerva ou Hagrid!

Depois foi a vez de Rony, Hermione, Victorie, Gina e eu.

- Ted... Procure não se meter em confusão. Lembre-se, seu pai foi professor! – Falei. - Escreva-nos para contar em que casa ficou... O chapéu sempre vai respeitar o seu desejo!

- Ted, não esqueça que seu pai foi um maroto, faça jus ao nome dele! – Rony cochichou em seu ouvido. – Harry não lhe deu um presente especial? – Vendo a negativa de Ted, Rony voltou a cochichar com ele. – Talvez no Natal! – E voltou a falar normalmente. - Sua avó e seu padrinho vão dizer o contrário, mas não esqueça que seu pai foi um maroto!

- Ronald! – Hermione puxou Rony. Sabia que ele estava pensando que eu havia dado o mapa do maroto para Ted. Até pensei em dar, mas não havia o achado, talvez Gina soubesse onde estava, mas ela não gostaria de saber o que pretendia com ele.

- É melhor você embarcar... – Ted novamente se despediu de todos e embarcou no Expresso, acenando para todos. Quando a locomotiva começou a se mover, Tiago, Victorie, Alvo e Rose correram acenando para Ted; Hugo e Lilly haviam ficado em casa.

- Voltem... Está na hora de irmos! – Gina chamou as crianças.

- Eu vou buscá-los! – Rony se afastou para buscá-los, nos despedimos de Andrômeda, que aparatou dali mesmo. Nós iríamos almoçar em uma lanchonete trouxa e depois eu e Rony iríamos para o Ministério e as meninas voltariam para casa com as crianças.

Caminhávamos devagar pelas ruas de Londres, Rony e Hermione na frente com as crianças e eu e Gina um pouco atrás.

- Harry... – Gina me chamou, falou baixo. – Acho que tem alguém nos seguindo!

Olhei discretamente para trás, e não vi ninguém.

- Acho que foi um engano! – Falei também baixo. – Tiago, não corre! Gi, você sabe onde está o meu mapa do maroto?

- Harry... Eu sei o que vi, tem alguém nos cuidado desde a estação! – Gina comentou enquanto entravamos na lanchonete. – Não consegui ver se era um homem ou uma mulher, mas usava uma capa preta e um chapéu!

- Gina, eu não vi ninguém... Quer dizer, não tem ninguém suspeito aqui! – Olhei novamente ao nosso redor e só vi pessoas caminhando rapidamente. – Gina, vamos entrar!

Gina suspirou e olhou novamente ao redor como se certificasse que não havia ninguém mesmo e depois entrou. Acompanhei o gesto de Gina, meus olhos se focaram em uma cabine telefônica, havia alguém ali que antes não estava, alguém de capa preta. Pisquei varias vezes, mas quando voltei a olhar para o local não vi mais nada suspeito. Talvez estivesse impressionado com as palavras de Gina, ninguém, mesmo um bruxo, não iria conseguir desaparecer em frações de segundos! Repeti essa ideia diversas vezes em minha cabeça, para tentar me convencer.
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N/B: Nhá! Quando eu penso que voltarei a respirar, lá vem a Srta. Agatha Day Christie com mais um mistério! Capítulo revelador e intrigante ao mesmo tempo! Quem diria, Gina paranóica! Também, depois de quase perder um filho.. Que atire o primeiro avada quem não agiria exatamente como ela! Beijos a todos, Alessandra.

N/A: Bom, meus queridos leitores capítulo 34 completinho para vocês. Quem achava que essa história já iria para o final feliz... Ainda temos cinco capítulos mais o epílogo, então ainda muita água vai rolar debaixo dessa ponte. Quero saber as hipóteses de vocês sobre o que está assombrando a Gina... Como sempre, qualquer coisa que tenha deixado passar me avisem, Ok!! Hoje o comentário é rápido, coloquei aparelho nos dentes, então estou me adaptando... Próximo capítulo, acho que para maio, mas não sei... Ah, quanto a surpresa, vem no final da fic. Beijos para todos.
Daiana

Fêh – Hehehe, capítulo completo agora, não precisa se desesperada! A surpresa vem no final da fic!!! Continua lendo, beijos!

Tatii Potter – Capitulo completinho para você! Espero que algumas de suas dúvidas tenham sido saciadas. Continua lendo, beijos!

Ayla Teresa – Não quero matar ninguém, imagina ficaria sem leitores... O que a Gina e Mione estavam conversando, hum, o que será? Aguarde os próximo capítulos... beijos!

Deh – Obrigada! Beijos!

Laís Viana – Capítulo completo para vocês... quanto ao Herdeiro, bom ainda temos cinco capítulos e muita história para contar! Continua lendo, bjs!!!

Alessandra – Já tá chato ficar lhe agradecendo sempre a Alessandra... Mas é a beta mais que perfeita!!! Beijos!

Luúh C. – Quando tiver intervalo nos estudos, leia a fic... ótima distração, nossa, isso não é conselho que uma professora dê!! Hehehehe... Mas continua lendo, bjs!

Laurenita – A Gina é maravilhosa, além de ser casada com o Harry é uma ótima mãe! Obrigada! Beijos!

Reji – Feliz em ler novamente seus comentários... Não some novamente! A surpresa, não saiu como eu gostaria, mas acho que vocês vão gostar mais ainda, mas só no final da fic. A Gina é muito poderosa, no próximo capítulo vamos entender muita coisa... Beijos!

Lua Potter – Gina estava perfeita mesmo, dizem que as mães tem o sexto sentido, no caso da Gina é o sétimo! Beijos!

Ana Potter - Que bom que você voltou... Agora não some novamente! Obrigada, sempre escreve aquilo que gostaria de ler e eu também me emociono quando to escrevendo. A parte do Alvo foi muito difícil de escrever, passar emoção sem ser piegas... outro susto desses... Não posso prometer nada! Bjs!

Pedro Henrique Freitas – Que bom que gostou do cap.... mas filme com grande orçamento! HEHEHHEH, podemos pensar a respeito! Provavelmente, o jovem que tava de vigia na loja era um sonserino, só sonserinos seriam covardes né! Que bom que gostou do Rony mais objetivo, imagino que ele amadureceu... a fic se encaminha para o final sim, mais cinco capítulos... Beijos!

Naninha Potter – Obrigada... As férias foram ótimas, inspiradoras... mas agora voltei ao trabalho! Continua lendo!!! Bjs!!!

*LeLe* - Nossa... que bom que vc se sentiu dentro do capítulo... hehehe. Bjs!

Tonks e Lupin –Tudo vai ficar bem, mas ainda vai demorar mais um pouquinho... a Gina não está paranóica! Beijos!

JOSY CHOCOLATE - Obrigada! Continua lendo... Beijos!

Jooooooo Potter – Obrigada! Continua lendo... Beijjos!




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