A farsa por trás da farsa
Nos capítulos anteriores:
- ME CHAMARAM? – Um homem albino entrou pela porta, sua capa molhada pela chuva, um vento frio entrou com ele, atrás do homem um outro, louro e alto, ao lado do segundo, um terceiro, um menino, Draco Malfoy.
Voldemort virou a varinha na direção de Draco.
- VOCÊ! Fez o que errado? Este era o plano perfeito.
- Para Dumbledore não há planos perfeitos! – Gritou Hermione.
- FOI TUDO UM PLANO MINHA QUERIDA! UM PLANO PARA VOCE TRAZER O POTTER PRA CÁ, E OLHA, DEU CERTO NÃO? AGORA CALE A BOCA ANTES QUE EU TE MATE.
- NÃO GRITA COMIGO...
- VOCÊ NÃO ESTA REALMENTE ME AMANDO ESTÁ? AH... POR QUE SE ESTIVER, É MELHOR ME ESQUEÇER... OU PREFERE QUE EU LIMPE SUA MEMÓRIA NOVAMENTE?
- ATÉ DUMBLEDORE ESTAVA NOS AJUDANDO!
- DUMBLEDORE CAIU FEITO UM PATINHO ATÉ SNAPE ABRIR SEUS OLHOS!
- Pensamos que tivesse morrido... – Disse Rony, por incrível que fosse, lágrimas caiam de seu rosto.
- Pensamos que tivesse se matado. – Harry abaixou a cabeça. – Bem, vou deixar vocês dois sozinhos...
O menino de olhos verdes subiu uma escada em frente ao banheiro, uma escada que dava acesso aos quartos no piso superior. Rony e Hermione ofegaram por alguns instantes até se entregarem para um forte abraço.
- Eu... Eu quis tanto te dizer... Eu e Harry queríamos tanto te avisar. – Rony ofegava no ombro da menina.
- Eu sei... Sou uma burra, uma burra.
“Draco?” Ela repetia o mesmo nome para si mesma, como uma prece, uma prece para ouvir a voz de seu amor em sua mente outra vez, só mais uma vez.
Muitos quilômetros dali, um loiro se contorcia no chão de um banheiro de mármore preto, apoiando as mãos da pia, com os olhos vermelhos de lágrimas, cabelos desarrumados e manchas no rosto, ele fechava os olhos com força, e falava, consigo mesmo, algumas palavras, na esperança de conseguir falar com ela.
“Hermione?” Ele repetia para si mesmo, dentro de sua mente, algo nunca sentido aconteceu, um frio enorme tomou conta de sua cabeça, que começou a dor insuportavelmente.
“Draco... Pode me ouvir?” Dizia a menina, chorando, jogada no chão.
“Posso...” Lágrimas pesadas e grossas saíram dos olhos do menino de sangue-puro, e ele sentiu como se aquele momento fosse o único.
“Imperius?” Perguntou a menina, se a resposta fosse ‘sim’, existia grande chance de Draco ser realmente bom, e Lucius ter descoberto o plano, e usado o próprio filho... se a resposta fosse ‘não’, então Hermione tinha um grande problema.
“Sim... Eu tentei lhe dizer, eu desmaiei antes, eu fugi, estou em Paris, num bar de esquina, é madrugada, preciso te ver!”
“Acredito em você. Mansão dos Black, sede da Ordem da Fênix, Londres.”
Ali, iluminado pela pouca luz do luar que entrava pela janela estava Draco Malfoy.
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Hermione levou as mãos até os lábios, seus olhos não tinham mais nenhuma lágrima, e sim, um brilho incondicional, seu coração batia tanto quanto na noite em que Draco fora a praia com ela, e ela olhava para ele como o olhou na primeira vez que o viu.
-Draco... – Ela contraiu os lábios e não sabia o que dizer.
-Não precisa dizer nada... – Ele correu até a menina e a abraçou forte, tão forte que Harry abaixou a varinha e guardou-a no bolso, as lágrimas de Draco rolavam pelos ombros de Hermione, e o mesmo aconteciam com as dela nos ombros dele, Draco soluçava, e acariciava a pele da menina.
- Nunca vou fazer isso, nunca mais, eu deixo tudo, todos, eu... Eu amo você.
- Eu... Eu também te amo. – Hermione afastou os fios de cabelos que cobriam a face suada de Draco. – Nunca, nunca vou deixar você, e sempre vou acreditar em você...
- Me desculpa por tudo essa noite, eu juro, não era assim que era para ser...
- Por que não trouxe sua mãe? Onde ela está?
- Deixa isso pra lá... Draco... Quem chamou Voldemort?
- Meu pai.
Rony acabara de observar que Harry guardara a varinha.
- Guardar a varinha? – Disse Rony baixinho.
- Acho que o Malfoy não é mais uma ameaça. – Harry sorriu ao ver Hermione e ele abraçados. – Quem sou eu para dizer que eles não podem ficar juntos, né?
- Eu te amo, te amo, te amo, te amo mais que tudo, mais que a minha própria vida, eu morreria por você... Minha Hermione.
- Meu Draco... – Ofegou a menina, ainda muito abraçada com o loiro. – Meu amor. Minha vida.
Rony sorriu para Harry, Luna e Gina que estavam semi-desmaiadas ficaram de pé, e olharam o abraço, que durava uns cinco minutos.
- Harry, faça alguma coisa! – Pediu Gina.
- Faço sim! – Harry virou-se para Gina e a abraçou muito forte, com o mesmo carinho que Draco abraçava Hermione.
- Também te amo Gina. E tudo que ele ta falando pra ela, bem, eu já disse pra você.
Gina riu.
Rony juntou-se aos dois, abraçando a irmã mais nova, e Luna também, abraçado Harry.
Um silêncio nada mortal, e sim, confortavelmente adorável preencheu o espaço na mansão Black.
Dez minutos se passaram, os seis se entreolharam e começaram a rir, não sabiam exatamente o motivo nem quando iriam parar, mas todos desceram rindo até a cozinha, onde um jantar suculento os aguardava.
Eles comeram rápido, ainda muito agitados. Gina era a única que parecia desconfiada.
- Harry... – Disse a ruiva baixinho, durante o jantar. – Faça algo, chame alguém, sei lá, ele enganou a Mione, e por que você e o Rony estão deixando ele aqui? Eu e Luna estamos apavoradas.
- Gina... Você não notou ainda? – Harry sorria satisfeito.
- Você esta igual ao Dumbledore, fala logo!
- Observe ele, e vai ver que ele não é mais uma ameaça.
- ‘Não é mais uma ameaça’ Quem você pensa que é? E se ele matar todos nós? E se ele explodir a casa? Você ta querendo morrer Harry? Se quiser eu chamo o Voldemort, pelo menos vai ser uma morte mais nobre...
- Gina... – Harry fez um gesto de desprezo com a mão. – Antes da meia noite você vai entender.
- E Luna? Esta apavorada tanto quanto eu!
- Luna? Olha bem pra ela... Sinceramente? Ela já descobriu, assim como o Rony e eu.
- E por que não me contam?
Draco devorava uma coxa de frango coberta de molho de tomate, Hermione enchia sua colher de purê de batatas, e nem no meio do jantar, Draco e Hermione soltava as mãos, Harry bebia vinho com um ar tranqüilo e suave, que, segundo Gina, lembrava muito Dumbledore.
Gina olhava apavorada para Draco, e comia sua salsicha, como se aquela rapidez fosse mudar o fato de estar comendo na mesma mesa que Draco Black Malfoy. Luna Lovegood, assim como Harry Potter, bebia vinho tranqüilamente.
Harry apenas deu uma piscada para Draco que continuou a comer sua coxa de frango que transbordava molho de tomate e estava muito bem passada, Harry, continuou bebendo seu vinho, Gina o olhava apavorada.
Luna estava sentada ao lado de Rony, os dois trocavam piadas e riam muito, na frente deles, Draco e Hermione conversavam com a loira e o ruivo e soltavam altas gargalhadas, Harry comia feito um porco, como se jamais tivesse visto comida na vida, finalmente havia deixado a taça de vinho de lado, e Gina, continuava de cara fechada, achando que era loucura manter Malfoy dentro de casa.
Do nada, todos ficaram quietos, pareceu que todos viram a mesma coisa ao mesmo tempo, Draco corou, Rony piscou para Harry, já haviam visto aquilo na hora em que o menino desaparatou. Draco estava de camiseta, coisa rara, pois ele sempre usava longas capas ou blusas grossas para esconder a marca negra. Seu braço esquerdo estava branco por completo, a não ser por gotas se suor, não havia nenhuma marca, nenhuma cicatriz, nada, a marca negra de Draco havia sido retirada.
- Uma vez eu li que... Quando um comensal da morte, com o perdão das palavras Draco, ele nunca mais se torna um comensal da morte, não é mais aceito por vocês-sabe-quem. – Explicava Hermione. – E são realmente raros os casos de marca negra retirada, a pessoa tem que fazer uma traição de tamanho inimaginável, mas Voldemort costuma matar as pessoas antes de retirar a marca...
- A parte da traição foi a que eu fiz. – Draco sorriu. – Creio que o pavor estampado nas faces de Gina e Luna desde o momento em que cheguei... Bem, agora já sabem que não pretendo explodir a casa.
“Duvido, deve ser mais outro plano, outra mentira.” Pensou Gina.
- Outra mentira? – Draco se levantou, batendo a mão na mesa, fazendo os copos e pratos balançarem.
- Draco... – Hermione o puxou pelo braço de volta à cadeira. – Controle-se.
- Controlar-me? Ela acha que eu estou mentindo, eu NUNCA menti pra ninguém aqui, Hermione sabe muito bem do que eu digo.
Hermione assentiu, Draco continuou falando.
- Eu podia ser uma pessoa má até o final do ano passado, mas... quando vi uma certa pessoa antes do começo do ano letivo, eu... Eu me apaixonei, eu amei, e este amor me fez perceber que me pai tratava minha mãe feito uma rata de lixo, e que ela deveria ser livre, percebi que Dumbledore estava disposto a me ajudar se eu estivesse realmente disposto a mudar, eu nunca ia imaginar que nos últimos dois meses meu pai controlou minha mãe com a maldição Império e fez ela entrar na minha mente e ler cada vírgula dos meus pensamentos, ele ficou sabendo de todo o plano, e mais uma vez, o Potter foi o que atraiu os planos do meio pai, anteriormente, vocês-sabem-quem entregou à mim e ao meu pai a missão de capturar Harry Potter, não... Eu não podia capturá-lo, muito menos matar seus amigos, e foi seguindo cada passo de Harry Potter que eu vi o quão linda era a menina que ele chamava de amiga, Hermione Granger. – Draco parou por um instante, olhou Hermione nos olhos, e sorriu para a menina, depois, continuou a falar. – A mentira nessa história é que lá, em Châteu Villet, meu pai estava me controlando, Imperius, ele ama essa maldição, tanto quanto Tia Bela ama Cruciatus.
- Tia Bela? – Harry levantou-se com raiva, deu um murro na mesa, e atravessou-a, pegou Malfoy pelos colarinhos. – Como ousa dizer o nome dela? Aquela vaca matou meu padrinho, e você diz isto como se fosse a coisa mais normal do mundo?
Hermione não fez nada, apenas ficou com a boca aberta, olhando os gritos de Harry.
- Hein... Me diz seu cachorro de rua! ME FALA MALFOY! ISTO É UMA MENTIRA! ESTE MOMENTO! Passou maquiagem na marca negra é?
- Pottah... Me ouve...
- Harry... sol-so-solta ele! – Gaguejou Hermione.
- Não se pode maquiar a marca negra Harry. – Disse Luna. – Malfoy esta falando a verdade.
- Harry, por mim, solta ele. – Disse Gina. – Ele é inocente, você vai acabar cometendo uma loucura assim!
Harry respirou fundo, e soltou Malfoy. Hermione abraçou o loiro forte enquanto Harry voltava ao seu lugar na mesa.
- Continue falando. – Disse Harry, abaixando a cabeça e fixando os olhos no prato vazio na sua frente.
- Como eu ia dizendo, a única mentira foi em Châteu Villet, ele me controlou, eu tentei dizer para Hermione...
- É, mas seu pai chegou... – Confirmou a menina.
- Ele chegou. – Assentiu Draco.
Luna Lovegood, Rony Weasley, Gina Weasley e Hermione Granger acreditavam em Draco, acreditavam que ele era realmente uma boa pessoa, à qual, como diria Sirius, coisas ruins aconteceram, assim como aqueles integrantes da Armada de Dumbledore, Draco era um adolescente que estava procurando seu lugar no mundo, procurando sua função, perguntando para que nasceu.
Rony e Gina, perdidos, sempre procurando dar o melhor, e o mundo nunca aceitou o melhor deles, sempre foram motivos de chacota pela vida simplória que levam.
Luna Lovegood, a menina que vê tudo aquilo que os outros não vêem, vê além dos corpos, vê as almas, pelas janelas da alma, os olhos, Luna consegue ver o que se passa em cada coração, e com sua nobre bondade, consegue ajudar, a cada pessoa, mesmo dizendo que ela é estranha ou idiota, ela perdoa, e segue em frente, rumo ao seu destino.
Hermione Granger, a menina que não tem sangue bruxo, não tem magia na família, mas tem a inteligência desejada por milhares de bruxos, tem um orgulho interior que só alguém como ela poderia ter, tem prazer em respeitar as pessoas e correr atrás da justiça.
Harry Potter, um misto de todos os outros, só que com algo diferente: Ele teve a oportunidade de escolher o seu destino, de escolher à qual lado se aliar, não como Draco, que nasceu de um lado, e morreria naquele lado, se os quatro Grifinórios e a guerreira Corvinal não tivessem o ajudado.
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