Feitiço Estuporante
Nos capítulos anteriores:
Harry rastejou até os pés de um menino, dezesseis ou dezessete anos, loiro, olhos cintilantes, um uniforme da Sonserina, distintivo de monitor-chefe brilhando no peito, Harry subiu no colo do menino, que o acariciava e sorria.
- Continua tendo as visões com os Malfoy então? – Comentou Rony, que conjurara um copo de chocolate quente. – Quer um?
- Olha... Eu não to afim mesmo de falar nesse assunto, sabe, eu sonho toda noite com a intimidade do casal Malfoy, Voldemort está na casa deles, você sabe o que é isso Ronald?
- Preciso falar com Hermione... – Harry falava sozinho, e repetindo esta mesma frase, buscou sua capa de invisibilidade e ficou sob ela, até chegar nas margens da floresta, onde pelas pegadas na neve, seguiu Hermione, e chegou até uma jaula, onde uma leoa solitária comia um pedaço de bife cru.
- Mione? – Harry disse baixinho.
- Não me interessa saber o que viu ou não Potter, o que me interessa é que deu tudo certo, se foi isto mesmo que você viu.
Agora, Hermione sentiu o coração subir até a garganta. Harry estava certo?
- Ouviu ele Hermione? ‘Tudo deu certo’. – Disse Harry imitando a suave voz de Draco. – Agora entende que eu só quero o teu bem?
- Hermione... – Draco correu até a menina. – Tudo deu certo, minha mãe, a poção polissuco, Voldemort acha que minha mãe está no St. Mungus, mas ela está... Se passando por mim, tudo deu certo.
- Draco diz a verdade Harry, abaixe a varinha.
- Cinco... Quatro... Três... – Contavam Fred e Jorge, em coro.
- Dois... – Agora Harry, Rony, Gina e Hermione entravam para o coro.
- UM!!!!!! – Todos gritaram.
- Feliz ano novo Harry!
Assim que Draco chegou à escola checou as mensagens anteriores no livro
‘Mione, falei com a minha mãe, depois eu te digo como, é o seguinte, em Março, é o casamento, o plano esta feito, minha mãe vai nos ajudar a fugir’
‘Draco, você não acha que vão vir atrás dos nossos amigos?’
‘Dos seus, no caso, aqui na escola, eu não tenho amigos de verdade, se quiser, podemos levar o Potter, e os dois Weasley com a agente.’
‘Rony e Gina?’
‘É, Ronald e Ginevra, eles podem ir para a França conosco, quero dizer, com você, enquanto eu estou de lua de mel, vai dar tudo certo...’
‘Olha, eu vou tentar convencer o Harry, ele é um cabeça dura...’
‘Que tal alterar a memória dele?’
‘Que horror!! Claro que não... nunca... Draco... Eu... nunca esperei algo assim de você... poxa...’
‘Desculpa... é que... ta, me desculpa. Então, você convence o Potter e eu os Weasley, ok?’
‘Boa viagem Draco, te vejo no embarque em Londres’.
Na manhã seguinte, Draco leu a mensagem da menina.
O novo esconderijo do livro era no banheiro, murta, como era pouco inteligente ia demorar para juntar as peças e então o livro teria que ser mudado novamente de lugar, além de estar sob dezenas de feitiços protetores.
- Será que esse tal Caribe vai ser legal, quero dizer, sem magia, como vamos nos virar?
- Acho que vai ser bem exótico. – Disse Harry ajeitando o capuz. – Pelo menos o clima lá vai ser melhor.
- Tomara que a viagem seja segura, papai adorou a idéia de viajar de avião trouxa.
- É... É bem a cara do seu pai essas coisas...
- Talvez pudéssemos usar magia escondido... É obvio que todos vão fazer isto... Sabe, pensar que daqui algumas horas estaremos no Caribe!
- Sei lá Ronald... Entra logo no trem, tem gente atrás de você!
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‘Mexe, mexe no meu caldeirão
Gira, gira,
Na batida do meu coração...’
Cantavam todas as meninas em coro dentro do avião, nós, meninas, estávamos sentadas na parte frontal do avião, e os meninos atrás, nossas varinhas estavam todas com Snape e McGonagall, assim como artefatos mágicos, nossos galeões foram transformados em dinheiro de trouxa assim que pisamos em Londres.
- A Mione roubou poção na casa do bruxão, a Mione roubou poção na casa do bruxão! – Cantava Parvati Patil, animada.
- Quem eu? – Eu disse também cantarolando.
- Você!
- Eu não...
- Então quem foi?
- Foi o Harry!
Todos riram e gritaram, e então, não somente eu, mas todo o avião, inclusive os professores cantaram em coro:
- O Harry roubou poção na casa do bruxão, a Harry roubou poção na casa do bruxão!
- Quem, eu? – Harry se levantou cantarolando.
- VOCÊ! – Todos gritaram rindo.
- Eu não... – Ele fez que ‘não’ com a cabeça, os olhos vermelhos de um riso que estava sendo segurado.
- Então quem foi?
- Foi o Snape!
- Professor, Snape. – Corrigiu-o McGonagall.
Ai que todos riram mesmo, até a McGonagall soltou uma risadinha. Então, todos nós subimos nas poltronas do avião, e começamos a bater palmas e gritar muito alto:
- O Prof. Snape roubou poção na casa do bruxão, o Prof. Snape roubou poção da casa do bruxão?
- Quem eu? – Disse ele sério, numa voz grave e pomposa.
- Ah, Severo, não fique assim é brincadeira de criança, ria com eles! Faz bem! – Aconselhava McGonagall.
- VOCÊ!
- Eu não... – Ele mexeu a boca, parecia estar querendo sorrir...
- Então quem foi?
- Foi o Sr. Weasley!
- O ‘Sr. WEASLEY’ roubou poção da casa do bruxão, o ‘Sr. WEASLEY’ roubou poção da casa do bruxão... – Todos imitaram o ‘Sr. Weasley’ que Snape havia dito, o que deixou a brincadeira ainda mais cômica!
Rony que observava Lilá cantarolando abobado, com um tapa na nuca de Harry, voltou ao mundo real.
- Eu... Não... Claro que não... Foi... Foi... Foi a Padma!
- A Padma roubou poção da casa do bruxão...
Logo a noite se aproximou, mas isto não era sinal de que iríamos ficar quietos e bem comportados.
- Que tal uma brincadeira? – Harry dizia pomposo. – Já que é uma viagem trouxa, que tal brincarmos de verdade ou desafio?
- Como é isso Harry? – Perguntou um menino corado, com um cachecol da Lufa-lufa.
- Bem, é um jogo, exemplo, eu sorteio alguém, ai eu pergunto ‘Verdade ou Desafio’ ou a pessoa diz a verdade, ou vai enfrentar um desafio.
- Que tipo de desafio?
- Ah, imitar bichos, dizer um segredo, beijar alguém... Qualquer coisa...
- Hum...
- Então, vamos pessoal?
Neste momento, algumas meninas lançaram um olhar ‘Me joga na parede e me chama de comensal’ para Draco, que estava sentado em sua poltrona, lendo um livro de Feitiços, com seus óculos quadrados apoiados no nariz cuidadosamente desenhado, e com as pernas jogadas, uma para cada lado.
- Sem tirar a roupa, por favor. – Disse McGonagall, que parecia amedrontada. – Severo, estes trouxas adolescentes são mesmo uns sem-vergonhas.
- Mais que o Potter, com certeza não são. – Acrescentou o homem.
Em minutos, Harry havia preparado uma garrafa recém conjurada, e um circulo de cadeiras, também conjurado por Snape.
- Agora é só girar a garrafa, pra quem o lado da boca apontar vai ser quem vai perguntar, e o lado oposto, quem deverá ser perguntado.
Harry foi até o centro do circulo e acenou com a varinha, a boca da garrafa estava virada para Gregory Goyle, e o outro lado, para Neville.
- Então Longbottom, verdade ou desafio?
- Verdade.
- Hum... – Goyle olhou para Pansy e Crabble, ambos ao seu lado, e depois olhou para Malfoy, como se não soubesse o que perguntar. (Draco continuava sério, torcendo o nariz, e odiando tudo aquilo).
- Vai perguntar ou não Goyle? – Neville o enfrentou. – Mudo de opinião, quero desafio.
Todos que estavam rindo devido ao ‘Vai perguntar ou não, Goyle’, agora estavam estupefatos, Neville queria um desafio.
- Eu o desafio a duelar comigo.
Prof. Snape, orgulhoso da atitude de seu aluno lhe entregou uma varinha, e McGonagall entregou a de Neville.
- Cuidado Sr. Longbottom.
- Sei o que fazer professora.
- Acho que Goyle foi longe demais, sabe, Longbottom não é um aluno muito bom... – Comentou Minerva.
- Me poupe Minerva! – Bradou Snape. – Ele sabe se virar, qualquer acidente, estamos aqui para isso.
- Acho que deveríamos impedir a brincadeira...
- Como disse, é uma brincadeira.
Os dois foram até o centro do circulo, os olhos de todos estavam apertados como fendas, alguns de dedos cruzados, outras meninas com os olhos tampados sob as mãos, e Harry, com uma cara de ‘eu não devia ter sugerido isto’.
- Expelliarmus. – Disse Neville, com clareza e suavidade.
Goyle arregalou os olhos e olhou para sua varinha caída a metros de si, enquanto olhava para a varinha, outro feitiço o atingiu, arrancando gritos, berros, palmas e pulos de todos os alunos.
- Estupefaça. – Disse Neville, com a mesma clareza. Deu uma piscadela para Harry. – A AD valeu à pena. – O menino, seguindo as instruções de Harry girou a garrafa, que apontava agora para mim,e o outro lado, para Malfoy.
‘Não pergunte nada que a Mione que eles conhecem perguntaria. Por favor.’ – Draco dizia em pensamento.
‘E o que pergunto?’
‘Eu escolherei Desafio, duele comigo também, posso acabar com você?’
‘Vamos estuporar um ao outro ao mesmo tempo’.
‘Ok’.
Queria rir. Malfoy também. Harry, que estava ao meu lado, apertou minha mão forte, como se aquele fosse meu último momento de vida. Rony arregalou os olhos na minha direção, como se também achasse que eu ia morrer ali, bem diante deles.
Enchi meus pulmões de ar, olhei ao meu redor, todos olhavam de mim para Draco, de Draco para mim, meu coração parecia estar pulando para fora do corpo.
- Ve-ve-verdade ou desa-fi-fio? – Eu gaguejei. Ninguém riu, todos sabiam que aquilo não daria certo. Harry apertava minha mão com mais força, Rony me olhava com mais profundidade.
- Desafio. – Draco disse com tanta pompa e com tanto rancor na voz, que eu quis rir, mas eu estava demasiado nervosa com o que fazer para rir, estuporar um ao outro ao mesmo tempo, estuporar... estuporar...
Snape, cheio de orgulho, entendeu a Draco a sua varinha, e McGonagall me entregou a minha, Harry e Rony me olhavam como se eu fosse morrer, toda Sonserina sorria, Grifinória, Lufa-lufa e Corvinal estavam apreensivas.
- Qual desafio? – Perguntei novamente.
- Um duelo. – Draco não queria aquilo, ele ia me machucar, e feio, e eu faria o mesmo.
- ESTUPEFAÇA! – Dissemos ao mesmo tempo, gritinhos da Sonserina, berros das outras casas, eu ainda estava de olhos fechados, mas Malfoy não parecia bem.
‘Me desculpe por isso Mione’. – Pensou ele.
‘Não foi nada. Vamos continuar?’
‘Mas é claro.’
- Reducto! – Disse eu.
- Sec-Sec-Sectumsempra!
Havíamos ido além do feitiço estuporante, e isso, não estava nos planos, por que Draco estava realmente me machucando?
- Mione! – Harry correu me abraçando.
- O que foi que esta besta fez com você?
- Do que me chamou Potter?
- BESTA!
- AH... CRUCIO!
- PROTEGO. – Harry tomou a minha varinha e apontou-a para Malfoy.
Malfoy caiu no chão de barriga para cima do outro lado do avião ele agora parecia muito bem e cheio de saúde, eu estava sangrando por todo o corpo e com o ombro deslocado por causa do feitiço estuporante, eu estava agora caída no chão, Malfoy não olhava para mim, só conseguia sentir os braços de Harry me apertando, como se aquele carinho fosse me curar, a dor aumentava...
- Acho que fomos longe demais por esta noite, todos dormindo, AGORA! – Snape conjurou camas, e as pessoas, sem dizerem nada, foram dormir, ouvia-se alguns choros de desespero, com certeza, não era aquilo que eles esperavam para a primeira viagem de muitos ali, botando de prática os conhecimentos trouxas.
Durante a madrugada, enquanto o Prof. Snape cuidava de um Draco que gemia muito e choramingava, Minerva McGonagall ficava ao meu lado, acariciando minha testa, na qual ainda restava uma cicatriz e um pouco de sangue.
- Ai... Minha perna... ainda dói... – Gemia Draco na maca ao lado da minha.
McGonagall e Snape haviam enfeitiçado o avião para que tivesse um compartimento que lembrasse a enfermaria do St. Mungus.
‘Draco, pode me ouvir?’
‘Mione... me desculpa pelos machucados...’
‘Me desculpa por quebrar sua perna...’
‘Mione... Você viu o que aconteceu hoje à noite? Sabe... Às vezes eu não consigo controlar a minha força com feitiços...’
‘Draco, você foi criado assim, vai demorar, mas você vai conseguir mudar, eu sei...’ Eu disse por pensamento, porém, algo no fundo do meu coração me dizia, que Draco havia usado aquela situação para mostrar quem ele realmente era, e o que ele realmente queria comigo.
‘Que bom... Não vejo a hora de fugirmos...’
‘Não fala nisso... O Snape ta bem do seu lado...’
‘Mas só você pode ouvir...’
‘Eu sei... Nunca se sabe, Boa noite.’
‘Boa noite.’
Enquanto uma Hermione menos ensangüentada e um Draco com a perna recém-curada dormiam profundamente, Harry Potter rastejava fracamente pelo chão frio daquela mansão que já conhecia, sua pele fria e pegajosa grudava nos pequenos fios do tapete, a fraqueza tomava conta de si, até que parou, Harry desmaiou, ali no chão mesmo.
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