A Poção Polissuco
Nos capítulos anteriores:
- E qual mesmo o nome dela?
- Ginevra Molly Weasley. Gina, como é conhecida.
Harry ofegava na cama, mas parecia não conseguir sair daquele sonho, seus olhos não abriam, ele parecia estar preso.
- Mate-a na frente de Potter, e ele verá que é melhor vir para o meu lado de uma vez por todas. Aquele menino teimoso...
Então, o albino soltou uma forte e aguda gargalhada, e finalmente Harry conseguiu abrir os olhos.
- Voldemort quer Gina, quer matá-la aqui em Hogwarts, Belatriz esta vindo atrás dela, e de mim.
Mas Rony não entendera nada, Harry estava falando em língua de cobra.
- Harry, você está me assustando, fala normal.
- Eu estou falando normal. – Mas a voz de Harry era um sussurro que serpenteava pelo salão da Grifinória.
- Para com isso...
- Ronald Weasley, eu NUNCA iria querer matar a sua família, eu NUNCA ia querer ninguém lá morto, eu NUNCA ia querer ver minha namorada e meu melhor amigo mortos, EU NUNCA IA QUERER VER GENTE QUE ME TRATA COMO UM FILHO MORTO.
- Bela! – Acenou o albino no meio de algo que lembrava um jardim escuro.
- Não vá mais atrás da menina Weasley apenas, pegue a sangue-ruim e todos os Weasley que ver, Harry Potter vai ver na mente de quem esta entrando.
- Como assim milorde?
- Ele sabe. – O homem parecia falar sozinho, pois a moça desaparatara. – Harry Potter. – Voldemort acariciou a varinha. – Se eu não tenho você, seus amigos também não irão ter.
- MALFOY? O QUE FAZ AQUI? – Harry gritava cheio de raiva? – ELE NÃO QUIS MANDAR BELATRIZ E MANDOU VOCE?
- Potter... – Draco disse docemente. – Por favor, escuta, aquilo foi uma visão criada, não posso te dizer como mas, eu sei que ele disse pro meu pai, ele ia querer uma isca, pra você se entregar, esqueça, ele não vai pegar nenhum dos Weasley, nem Hermione, nem Rony. Os Weasley estão sob o cuidado de Dumbledore, eu o avisei sobre o plano de Voldemort, de criar a visão, eles estão seguros.
- Não diga a ninguém que vim, afinal, foi ela quem me chamou. – Draco fitou Hermione. – E ela sabe bem como eu ouvi. – Piscou para a menina, desaparecendo no ar.
- Mione... – Rony a abraçou com força. – É verdade o que ele diz? Você ta de amizade com ele?
- Rony, confia em mim, eu sei de quem ser amiga, sei mesmo, o Draco não é má pessoa.
- É CLARO QUE É UMA MÁ PESSOA! – Urrou Harry.
- Dumbledore... Sabe? – Harry desviou os olhos que estavam colados na lareira e disse quase sem volume algum na voz. – Como?
- Ele sempre dá uma segunda chance às pessoas Harry.
- Mas ele é Malfoy, não merece. – Harry, ironicamente, tinha um tom de riso da voz.
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Naquela sexta feira, eu, Hermione, acordei agitada, sexta, sábado, domingo, as palavras pareciam ecoar a todo tempo na minha mente.
Quando desci para o salão comunal, Harry e Rony estavam me esperando, Rony, como sempre, com a gravata frouxa, e o cachecol colocado torto, Harry, com seus olhos de esmeralda cintilando para mim, a sua cicatriz estava num tom roxo, que eu jamais vira, com certeza, aconteceram mais coisas naquela noite que eu não tinha conhecimento.
- ‘Dia Mione.
- ‘Dia Rony.
Nós dois olhávamos para Harry, esperando o mesmo dele.
- Ah, ‘dia pessoal. – E então descemos as escadas em direção ao salão principal, eu não parava de olhar para a testa de Harry, sinceramente, acho que estava sendo até um pouco inconveniente.
Quando nos aproximamos da grande porta do salão principal, eu ouvi uma voz que se sobrepunha das outras, era grave e simpática, então avistei Dumbledore parado à porta, dando algo que parecia um aviso. Os avisos de Dumbledore sempre me interessavam, interessavam à todos, mas aquele, logo percebi o assunto, e então, quando eu estava desviando de direção (preferia ficar em café da manhã do que entrar naquela coisa de show de fim de ano), Dumbledore me puxou pelo braço, e deixou espaço para todos entrarem no salão, vi então que do lado esquerdo dele estava Susana Bonnes e Draco Malfoy, então foi que eu perdi o ar, o que envolveria Susana Bonnes, Draco Malfoy?
- Onde está a Srta. Chang, Srta. Bonnes?
- Ela está vindo professor! O pessoal da Corvinal disse que ela se atrasou durante o banho.
- Ah, muito obrigado.
Ele finalmente soltou Susana, Draco e eu, e acenou com a mão para que seguíssemos ele.
- Filch, busque a Srta. Chang para mim diga que é urgente.
O homem subiu correndo com a gata de olhos vermelhos no colo, enquanto nós três seguíamos Dumbledore.
Começamos a ir na direção de onde, pelo que eu sabia, só existiam o salão comunal da Sonserina, e a sala do Prof. Snape, então, descemos uns vinte degraus, mais vinte, e mais quarenta, enquanto isso, Draco parecia ignorar a minha presença, o que era mais que correto da parte dele, conversava radiante com Susana Bonnes sobre música, bandas bruxas, e feitiços para conjurar instrumentos musicais, bem, nem que eu quisesse, eu não sabia nada daquele assunto, afinal, nascida trouxa.
- Aqui, venham, vamos entrando.
Dumbledore entrou numa sala, que eu nunca havia notado, ficava entre a sala de Snape e o salão comunal da Sonserina. Era pequena e um pouco fedida, lembrava o ar da sala de adivinhação.
- Hermione?
- Ah, sim.
Eu mal havia percebido que eu ficara parada observando a porta da sala, que era em formato de uma cobra, e tinha alguns dizeres em latim fundidos em prata.
- Bem... Vamos esperar a Srta. Chang descer...
- O que eu acho que vai demorar. – Comentou Draco, rindo com Susana Bonnes.
- Srta. Granger está tudo bem?
- Na verdade não, eu queria saber por que estamos aqui.
- Aguarde, apenas estamos esperando a Srta. Chang descer.
Japonesa lerda do caramba será que é difícil descer logo? Não adianta ficar tomando banho o resto da vida, seu olho nunca vai parecer um olho, afinal, parecem dois buracos nojentos, sua ridícula. Bem, você não é ridícula, só beijou o Harry quando a Gina devia fazer isto, e só se trancou com ele na sala precisa por causa de uma Poção do Amor, mas você não é nem um pouquinho ridícula ok?
- Ah, aí está! Obrigado Filch!
- Não é nada senhor.
Dumbledore acenou com a varinha, e a porta de trancou. Enfim, Draco e Susana pararam de rir, e todos estávamos esperando Dumbledore dizer o que é que estávamos fazendo ali.
- Bom, como o Sr. Malfoy e a Srta. Bonés já sabem. – Neste momento ele piscou para os dois. – Bom, no show de fim de ano, como já foi avisado, os times de quadribol das casas vão representar o esporte e a união dos alunos de Hogwarts, apresentando-nos uma música. Mas, a superioridade, a glória, a organização, o circulo central que faz Hogwarts funcionar será representado por vocês. Nossos monitores e monitor-chefe. – Ele sorriu radiante para Draco. – Ao contrário do time de quadribol, vocês não devem ter ajuda de ninguém de suas casas, e no caso de quem faz parte do time e é monitor, como o Sr. Malfoy, a Srta. Bonnes, e a Srta. Chang, vocês irão apenas representar a monitoria, e não irão participar da escolha musical do time. É este o recado, podem ir para suas aulas agora.
Dumbledore terminou de falar e uma tonelada de aço caiu em cima de mim, como assim, eu vou ter que cantar?
- Professor, e se eu não quiser cantar?
- Bem... Então terá alguns décimos descontados de seus NIEM’s e vai perder uma grande oportunidade de se divertir. – Ele sorriu radiante novamente.
- Professor, qual tipo de musica devemos cantar? – Disse Draco.
- Uma que não fale palavrão. – Dumbledore deu risada. – A que você escolher Sr. Malfoy.
- Professor, pode ser música de trouxa? – Eu disse gaga, o que mais eu poderia cantar?
- Claro que sim, como já disse, a música que você escolher!
- Prof. Dumbledore, e se eu precisar de instrumentos?
- Srta. Chang, na biblioteca eu disponibilizei livros sobre feitiços de conjurar tudo que irão provavelmente precisar para o show de fim de ano.
- Ok. – Cho assentiu.
- Ah! – Ele acenou quando estávamos levantando para ir embora. – O Sr. Malfoy como já é monitor chefe, estará isento de inscrições, mas as Srtas. Chang, Bonnes e Granger, por favor, serão vocês que vai receber as inscrições dos alunos. – Ele sorriu. – Boa sorte! E até a ultima semana de aula.
- Não se preocupa Cho, ainda tem cinco meses! – Disse Susana, animando Cho, que parecia mais apavorada do que eu, com a idéia de cantar.
- É, vai ser legal. – Sugeriu Draco, acenando discretamente para eu o segui-lo.
Ele correu para trás de uma coluna no meio da escada das masmorras, abaixou, quase deitando no chão.
- Já viu o negócio do livro?
- Você é louco? Eu tava indo pra lá agora, vou cabular a aula do Snape!
- A aula do Snape? Sabe, eu posso ir junto...
- Como? Vão desconfiar!
- Claro que não...
Foi então que eu percebi sobre o que Draco estava falando, Crabble e Goyle estavam no corredor abaixo de nós.
- Psiu! Vocês dois...
- DRACO! – Gritou Goyle. – Onde você tava?
- Não interessa, agora entenda uma coisa: Eu estou muito doente e não pude vir as aulas antes do almoço, ok? E não deixe ninguém ir me buscar no dormitório, entendeu?
- Sim.
Então, Goyle, comendo um enorme pão de queijo, seguiu em direção a sala de Snape.
- Faça o mesmo com seus amigos.
- Mas... Dumbledore me viu...
- Dumbledore? – Draco deu uma risadinha. – Ah... Deixa disso Mione, fala logo pro Potter e pro Weasley a mesma coisa que eu falei para o Goyle.
- E se desconfiarem que eu e você sumimos?
- Ninguém vai, afinal, a gente se odeia, pelo menos pra eles. – Draco me deu um selinho, e por um minuto me senti confiante o bastante para chamar Rony.
- Ronald... Ronald... – Eu dizia baixinho.
- Fala mais alto, assim ele não te ouve.
- RONALD!
- Mione? Que é que você ta fazendo aí deitada na escada?
- Psiu... Eu estou muito doente e não pude vir as aulas antes do almoço, ok? E não deixe ninguém ir me buscar no dormitório, entendeu?
- Sim...
Ele saiu cambaleando e voltou na direção de onde Harry o esperava.
- Que foi?
- Fui me desapertar.
- RONY! Você não está mais no primeiro ano...
- Mais deu vontade ué...
Os dois entraram na sala de Snape, e toda a escola entrou para a suas respectivas salas, os corredores ficaram livres para a biblioteca.
- Toma isto! Esqueceu que estamos doentes? – Draco me estendeu um frasco com um liquido verde e leitoso, que eu sabia muito bem o que era.
- Poção Polissuco? Nem ferrando! – Empurrei o copo para ele. – Eu não faço mais isto!
- Não é? Ah ta, por que ‘não faz mais’ você já fez alguma vez?
- Não... Claro que não, ok, de quem é?
- Duas bobinhas da Sonserina.
- Você vai virar menina?
- Fazer o que... Tudo para o nosso plano de fugir dar certo.
Então, dois fios de cabelo loiro boiavam na minha poção, enquanto, um cacho negro boiava na dele, bebemos, com a pior cara possível, e logo eu era uma menina muito bonita, de olhos azuis, e cabelos loiros muito lisos, e Draco, uma branquela que parecia com Belatriz Lestrange.
- É uma Black? – Eu apontei para ele.
- Não, mas eu sempre achei ela parecia com minha tia, você também não acha?
- É... Agora vamos, afinal, só dura uma hora!
Subimos correndo em direção à biblioteca, que estava muito vazia.
Rodeamos todas as prateleiras, procurando algum exemplar, até que Draco achou, e não era um, haviam dezenas de exemplares de Hogwarts, uma história na biblioteca, eram tantos que a gente até se perdeu, tinha versão nova, versão antiga, versão dos duendes do séc. XIX, versão dos bruxos das trevas, versão dos aurores, versão dos ministros da magia.
- Aqui! – Ele gritou, ou ela.
- Que foi? Pra que gritar desta maneira?
Eu vi, então, o motivo do grito, e senti vontade de gritar também.
- A versão original!
- É.
- A que eu li quando tinha dez anos.
- É, deve ser, mas é ele, o único exemplar da versão original.
- E agora, como fazemos para deixar ele enfeitiçado, para que só nós lermos?
- É simples.
Ele pegou o livro, abriu-o numa mesinha escondida, que estava ao lado de uma janela que tinha uma vista maravilhosa, eu, que era tão esperta, descobri que tinha alguém tão esperto quando eu, e ele estávamos bem ali, na minha frente. Murmurou muitas palavras, fez uns acenos estranhos com a varinha, e empurrou o livro silenciosamente na minha direção.
- Agora dia ‘Eu preciso de um lugar para escrever algo secreto que só eu e Draco vemos’
- Ok. – Respirei fundo, e toquei a capa do livro com a minha varinha. - Eu preciso de um lugar para escrever algo secreto que só eu e Draco vemos.
O livro que era grande e grosso se transformou num caderno que lembrava muito o diário de Tom Riddle, tinha uma capa marrom de couro, e todas as páginas eram vazias.
- Diga algo.
- Draco, você consegue ler o que eu escrevo? – Eu disse, e então, letras surgiram nas páginas. – Eu sorri para ele.
- Agora diga ‘Que mais ninguém, além dele e de mim, veja isto’
- Que mais ninguém, além dele e de mim, veja isto
E então, o livro tornou a ser o livro grosso de velho, e foi flutuando até a prateleira.
- Na capa, eu coloquei um pingo dourado, uma gota, é o sinal do nosso livro, para que nem eu, nem você, pegue o livro errado.
- Você é mais esperto do que eu imaginava.
- É, bem, obrigado. – Disse ele pomposo
- Draco, isto funciona mesmo?
- Sim.
- E como sabe desse feitiço?
- Papai me ensinou, bem, não foi com esta finalidade que ele esperava que eu o usasse, mas de qualquer modo, eu aprendi como se faz. – Ele sorriu para si mesmo.
- Psiu, olha. – Eu tirei um espelho do bolso da capa e lhe mostrei, que meus olhos estavam castanhos, e que ele estava loiro novamente.
- EITA CARAMBA!
- CORRE!
Deixamos a mesa da biblioteca correndo, derrubando pergaminhos e tinteiros por todo o salão, descemos as escadarias, e ouvimos a sineta tocar, era hora de Trato de criaturas mágicas, então, ele correu para o salão comunal da Sonserina, onde ficaria doente, e eu, para o da Grifinória, onde eu também ficaria bastante doente.
- Senha.
- Mulher gorda, posso passar?
- A senha mudou hoje cedo.
- E eu não sei, estou doente, sai para tomar um banho, será que posso entrar?
- De maneira alguma.
- Por favor... Eu sempre lembrei todas as senhas nestes seis anos, e a propósito, eu sou monitora.
- Até que enfim você se lembrou.
- EU ORDENO QUE ME DEIXE PASSAR!
- Passa logo...
Ela se virou e eu entrei para o salão comunal, passei correndo pelas escadas e me deitei na cama, onde soltei meu corpo e comecei a fingir, minha terrível doença, com um pouco de peso na consciência, afinal, enfeitiçar o livro era a minha tarefa.
Enquanto isso, na aula de Snape, outra aluna estava ausente, Padma Patil.
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