Estudo dos Trouxas



Nos capítulos anteriores:



- Diga para Hermione que dez voltas vão bastar, avise-a para não sair de Hogwarts, e não falar com Draco Malfoy em hipótese alguma.

- O gira-tempo?

- Sim, o gira-tempo. – Dumbledore sorriu.

“Dobby e Winky” – Uma voz pareceu soar em sua mente, então, tudo ficou claro, os elfos domésticos.

- Todos vocês vão subir junto com as comidas na hora do café da manhã, depois irão até o Prof. Dumbledore e falaram que não tem mais suco de abóbora, e vão ficar gritando lá em cima até lhe fornecerem suco para o café da manhã ser completamente servido ok?

- Mais... Temos suco Hermione.

- Dobby, apenas faça isto, e por favor, não diga que fui eu, isto vai ajudar como vocês nem imaginam, por favor, façam o maior escândalo possível.

- Lucius Malfoy vai vir para Hogwarts... – Simas falava na mesa da Grifinória.

- DRACO! – Logo Lucius surgiu gritando.

Os gritos de Lucius não eram tão altos quando os elfos, que choramingavam, pegavam tigelas e batiam em suas próprias cabeças, se jogavam no chão.

- SILÊNCIO! – Dumbledore gritou. – Lucius... – Dumbledore foi com passos leves na direção do homem, que estava ao lado da mesa de Sonserina, puxando o filho pela orelha.

- Professor...

- Esta escola e estes alunos estão sob minha responsabilidade, e não admito que pegue Draco Malfoy, nosso monitor chefe e leve-o deste lugar, não vê que estamos enfrentando um momento de crise? – Dumbledore acenou com a cabeça para os elfos que se torturavam em cima das quatro mesas, enquanto alunos do primeiro ano choravam e gritavam ‘mãnhê!’

- Eu vou embora, mas vou voltar.

- Pois que volte! Não tenho medo de você Lucius.

Lucius saiu tão rápido que por um instante ele pareceu voar, muito bravo, e resmungando consigo mesmo.

- Vamos, o que estão esperando? – Disse Dumbledore. – Parem de cuidar da vida do menino Malfoy.

- Alvo, o suco. – McGonagall disse em um tom de riso.

Logo Dumbledore conjurou sucos de abóboras para todos, e os elfos voltaram á cozinha, onde Hermione não se encontrava mais.

- Oi. – Hermione reconheceu a voz de Draco. ‘O que ele esta fazendo aqui? O certo seria eu não me aproximar dele, e se tudo der errado novamente?’

- Oi. – Hermione respondeu seca.

- Tudo bom? – Ele sentou ao lado da menina, jogando o braço sobre os ombros dela.

- Tudo sim. – Ela sorriu.

- Por que veio aqui? Está em horário de aula...

- Você também... – Ele sorriu. – A propósito, você estava na sala do Snape, nas masmorras, como veio parar aqui tão rápido?

- Bem... Magia. – Ela sentiu-se realmente nervosa naquele momento.

- E Juliet? Juliet Delacour?

- Me caso com ela, e depois fujo você.

- Como disse?

- Fujo. Com. Você. – Ele disse pausadamente.

E numa noite em que Hermione observou a outra Hermione sentada na cama, seus pés soltaram-se do chão e agora, ela era a menina sentada na cama.



---



O vento frio entrou pela janela do dormitório feminino, Padma havia aberto a janela, seis corujas segurando cartas e pacotes pousaram nas camas ao redor da castanha, mas nenhuma na sua. Ela observou por alguns minutos, e ninguém ali parecia desconfiar o que ela havia feito. Ao abrirem as cartas as meninas gritavam, falavam radiantes entre si, Hermione continuava enrolada nos cobertores, fingindo estar no mais profundo sono.

- Trem? Feito trouxas? Cara, vai ser o máximo! Minha mãe viu no Profeta... E a tua?

- No Profeta também! Bem, e ela?

Hermione sentiu que todos estavam olhando para ela.

- Acho que a mãe dela não lê o Profeta, é trouxa né?

- E o pai também... Mais nem tem graça pra ela, afinal, ela já sabe essas coisas... Né?

- É, você tem razão, ela já sabe agir como trouxa...

- E os Sonserinos, eles vão odiar!

Hermione ouviu uma onda de risadinhas. Colocou a mão levemente em baixo de seu travesseiro e abraçou o mesmo, respirou fundo e penso onde estaria Draco, afinal, não havia se transformado em animago, muito menos saído de Hogwarts, e nem ido até Portugal junto com Hermione.

- Menina!! – Ela ouviu Parvati gritar. – Ups... Babado fortíssimo!

- Parvati, assim você parece a Rita Skeeter falando, que houve criatura?

- Sabe o Malfoy?

- Uhhh, SEEEI! – Todas falaram em coral.

- Bem, a minha amiga da Sonserina me disse que ontem ele estava todo triste no salão comunal, a Pansy sabe... Ai ela se aproximou sem ele saber e ele estava lendo um bilhete com a letra... dela.

Não foi preciso abrir os olhos para saber quem era ‘dela’, era obvio. Agora Pansy sabia que Hermione e Draco tinham alguma coisa bastante suspeita para um Sonserino e uma Grifinória.

Depois que todas as meninas desceram, Hermione acordou.

Flocos de neve cobriam as janelas da torre da Grifinória, e Hermione logo se apressou para a primeira aula da quinta-feira.

Lembrou-se então que já era Novembro, e ao apanhar o cachecol, as luvas e o gorro deixou a carta que recebera de Krum cair no chão, releu-a com cautela, depois dobrou e guardou no fundo do malão, sorrindo para si mesma, como se já não fosse o suficiente todas as aventuras até Novembro para uma copa de quadribol.

A Professora de Estudo dos trouxas estava parada à porta da sala, esperando o restante dos alunos da Lufa-lufa chegarem quando Hermione entrou na sala, logo avistou Harry e Rony sentados na primeira fileira, lendo um panfleto azul berrante e sorrindo, pelo jeito, estavam muito felizes.

- Hey meninos! – Hermione juntou-se a eles.

- Mione, você já viu? – Rony estendeu o folheto para ela, sim, ele não estava mais com raiva.

- Aula pratica de estudo dos trouxas.

Hermione não conseguiu segurar a risada. – Pratica? E quem é sangue-ruim?

- Não fala assim, sangue-ruim... é feio. – Harry a advertiu.

- Sou sangue-ruim sim! E com muito orgulho Harry, agora me explica o que vai haver nesta tal aula pratica, afinal, segundo Hogwarts, uma história, os artefatos dos trouxas não podem ser usados em Hogwarts, será que vocês não leram o livro?

- Não precisamos ler, você já sabe ele de cor! – Rony soltou uma risadinha.

Logo as carteiras vazias foram preenchidas por alunos da Lufa-lufa , estavam cobertos de neve, pelo jeito o caminho até a sala de aula não foi nada fácil.

A Professora soltou no ar uma lista com nome dos alunos, e chamou um por um, confirmando suas presenças.

- Harry, o que era aquele folheto? – Hermione disse baixinho no ouvido do garoto.

- Ela já vai explicar.

A Professora se colocou de pé, Hermione arrumou sua postura, ficando ereta e esperando ansiosa pela explicação da Professora.

- Queridos Alunos, um projeto que envolve Hogwarts e o Primeiro Ministro Trouxa vai ser explicado a vocês agora, eu... – A porta se abriu. – E a nossa querida Prof. McGonagall, vamos coordenar cinco dias de aulas de trouxa para vocês, afinal, estão no sexto ano, e ano que vem serão maiores de idade. O projeto ‘Bruxos conhecendo trouxas’ estará se iniciando daqui uma semana, cartas já foram enviadas para seus pais, e já foi publicado do Profeta Diário da segunda-feira sobre o projeto.

- Bom dia alunos de Lufa-lufa e Grifinória. – Agora Prof. McGonagall quem falava. – Bem, nestes cinco dias, vocês vão aprender a usar metrô, trem, avião, ônibus, caixas bancários, manusear o dinheiro trouxa, como os trouxas se vestem, energia elétrica, política, tudo o que aprenderam nestes seis anos nas aulas de Estudo dos Trouxas será colocado em prática.

- Prof, onde vamos colocar as coisas em pratica? – Perguntou cheio de interesse um aluno da Lufa-lufa.

- Bom, caro Miguel, vamos para o Hemisfério Sul.

A sala se encheu de risadinhas e vozes excitadas.

- Para onde exatamente? – Voltou a perguntar o menino.

- Para o Caribe.

Então a sala se encheu de gente falando muito ao e ao mesmo tempo.

- O caribe?

- Cara ... Lá é lindo...

- As trouxas de lá são maravilhosas

- E as praias...

- Sabia que lá é calor nesta época do ano?

- Tem umas comidas magníficas...

- Será que poderemos usar magia?

- Pode levar gente de outra escola?

- Pode aparatar lá?

- Pode levar artefatos mágicos?

- Pode levar a família?

- Todas as casas vão?

- Todos os alunos?

- Até do primeiro ano?

- Os Profs também vão?

- Pode entrar no mar?

- O Snape vai tirar aquela capa?

- Será que ele vai lavar o cabelo lá?

- E a Sonserina, ele não vão querer ir.

- É obrigado ir?

- E se meus pais não deixarem?

- E se você-sabe-quem estiver lá?

- E se ele matar o Potter?

- É, e se ele descobrir e matar o Potter...

- É melhor o Potter não ir então.

- SILÊNCIO! – Gritou McGonagall. – Bem, respondo todas as perguntas, mas por favor, façam silencio! Que bagunça, pensei que fossem as casas mais comportadas de Hogwarts. – A mulher logo percebeu o rosto de Harry corando, ele havia ouvido o ultimo comentário. – E você vai Potter, sob a minha responsabilidade, a não ser que não queira ir, e se você não for, todos os Weasley não iram, parte da Lufa-lufa, e toda a Grifinória, bem, é melhor você ir Potter, e não se preocupe, Dumbledore estará lá, e Voldemort não te tocara enquanto Dumbledore viver.

- E se ele matar Dumbledore? – Um menino da Grifinória levantou-se com um tom de voz muito preocupado.

- Sr. Finnigan... Bem, isto esta fora de cogitação.

- Nada esta fora de cogitação para Lord Voldemort! – Rony estava em pé, como Simas, e deu um murro na mesa. – Tempos como estes, e vocês nos levando para o Caribe, que merda Hogwarts virou? Não vêem que Harry corre perigo se for!?

- Como ousa se referir assim a sua escola Sr. Weasley?

- Me perdoe... – Rony se sentou, corando ainda mais que Harry. – Me alterei.

- Percebi. – McGonagall ergueu o nariz cheia de pompa, e começou a andar pela sala, observando cada aluno. – Bem, Vocês não poderam usar magia, apenas quando for pedido, não poderão levar alunos de outra escola, o projeto envolve apenas Hogwarts... Não poderão aparatar, ESPEREM! Eu direi tudo sobre a viagem se não me interromperem aos gritos mais uma vez. – Lançou a Rony e Simas um olhar furioso. – Nada de artefatos mágicos, haverá uma surpresa na viagem, os artefatos ficaram por conta da escola. Todas as casas vão, Prof. Severo Snape garantiu a presença de TODOS os alunos da Sonserina. – Hermione sentiu um calor a invadir. – Os únicos alunos que vão são os do sexto ano, apenas sexto ano, somente sexto ano. Nem todos os Professores iram para a viagem, afinal, as aulas são normais porque apenas vocês estão no passeio, não a escola toda, quem irá coordenar vocês sou eu, Prof. Snape, Prof. Dumbledore. – Ela olhou para Harry, com algo que parecia piedade no olhar. – E Prof. Sprout. A Prof. De Estudo dos Trouxas não tem uma substituta, por isto, ficará aqui, e eu me assegurarei de que tudo o que estão fazendo foi aprendido em sala de aula. Não é obrigado ir, mais valerá muitos pontos nos NIEM’s.

- E quando aos dormitórios? Vai ser separado por casa? – Rony perguntou, com certeza pensando em uma menina de outra casa.

- Acampamentos trouxas são separados apenas meninos de meninas, e assim será, meninos em um dormitório, junto com Dumbledore e Snape, meninas no outro, junto comigo e com Prof. Sprout.

A sineta tocou, indicando o final da aula, e ela parecia ter passado muito rápido, como toda a explicação da Professora. Quando todos os alunos estavam de pé, McGonagall acenou com a mão, e todos viraram-se para ela.

- E os nascidos trouxas, por favor, seus pais já autorizaram suas idas, não se preocupem!

Hermione saiu da sala acompanhada de Harry e Rony, como sempre. Uma onda de excitação tomou conta dela por dentro, um acampamento do Caribe, verão, frutas, uma nova cultura, um novo povo, lugares maravilhosos, era óbvio que iríamos ficar nos melhores hotéis.

Aquele dia, para um dia normal já teve surpresas demais, mas Hermione pensou errado quando achou isto, ela tropeçou na barra da capa de Rony quando ele parou do nada no corredor, não era apenas ele, todos olhavam estupefatos para um grande cartaz. Realmente, aquele dia estava prometendo muitas surpresas.

- Harry, car***! Você leu isto?

- Se você saísse da frente, sabe, eu ia tentar ler.

Rony deu espaço, e Harry quase caiu para trás quando viu as letras cintilantes no cartaz, o monte de gente impedia Hermione de ler.

- Música? Time de quadribol? Ta brincando?

- É... pelo jeito...

- Harry... Que a gente faz? – Neville estava atrás de Harry.

- Neville, você não é do time, e sabe, fique feliz por isto.

- Eu sei que não sou do time, mais, ali diz que os alunos da casa tem que ajudar seu time a ensaiar a musica, as quatro casas, a taça de quadribol, a taça das casas, tudo agora depende de uma musica patética, ninguém aqui sabe cantar, principalmente um jogador de quadribol.

As pernas de Hermione ficaram tão moles, e ela começou a transpirar tão frio, que pensou que ia morrer.

- Que foi Hermione, você ta pálida...

- Ronald, tem alguém de um time de quadribol que sabe cantar, e ele canta muito.

Uma onda de lembranças tomou conta de Hermione:



- Dança comigo.



Fomos até a pista de dança, onde abraçado comigo, ele continuava a cantar com o microfone apoiado no meu ombro. E os passos eram dois pra lá, dois pra cá, no maior estilo filme de romance.



Everything I know, and anywhere I go / It gets hard, but I won’t take away my love

[Tudo que seu sei, e qualquer lugar que eu vou / Pode ser duro, mais isto não vai levar meu amor embora]

And when the last one falls / When it’s all said and done / It gets hard, but I won’t take away my love

[E quando o último cair / Quando tudo for dito e feito / Pode ser duro, mais isto não vai levar meu amor embora]

Senti seus lábios tocarem os meus, como no nosso primeiro beijo.

I’m here without you baby, but your still on my lonely mind / I think about you baby, and I dream about you all the time

[Eu estou aqui sem você amor, mais você continua na minha mente solitária / Eu penso em você amor, e sonho com você todo o tempo].



Não, não, não, definitivamente não, ela não podia entregar Draco, mas também não podia deixar sua casa perder.

- Quem Mione, quem que canta?

- É, Hermione, quem canta? Como você descobriu? Ah, você é demais! – Harry a olhava tão curioso quanto Rony.

- Mione, você ta bem?

- Mione?

- MALFOY! – Deu um grito e saiu correndo feito uma bala pelo corredor.

- Malfoy? – Rony demorou alguns segundos.

- Malfoy! Como foi que ela descobriu que ele canta? Cara, a Mione é demais, não é Rony? – Harry tinha uma expressão abobada no rosto.

- Nem imagino como ela descobriu. – Rony disse ironicamente.

- Não disse pra você? – Pansy Parkinson, do outro lado do corredor disse para Padma Patil, e deu uma piscadela.

- É, pelo jeito a Granger é cheia de segredos.

- E pelo jeito. – Pansy suspirou. – Lucius Malfoy não ia gostar de ver seu filho se metendo com uma sangue-ruim.

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