O trigre e a Leoa



Nos capítulos anteriores:



- Na verdade é um dom raríssimo, assim como o Potter é ofidioglota eu nasci com Legilimiens em mim, eu consigo ler a mente de qualquer pessoa que está próxima de mim, basta eu tocar nela, olhar, o simplesmente querer.

- Fique bem... – Eu respirei fundo. – Draco.

- Obrigado Mione. – Ele sorriu para mim, depois me levou até a porta da enfermaria, de onde ficou me olhando até eu desaparecer no corredor.

- Profeta Diário! Profeta Diário! Olhem só o que aconteceu... Olhem só! – Dino chegou radiante com o jornal nos braços, jogando o papel na mesa do salão principal, eu notei os olhos de Draco querendo saber o que era toda aquela gritaria.

- Lucius Malfoy vai vir para Hogwarts hoje à tarde... – Simas lia a notícia em alto e bom tom, enquanto Draco me olhava apavorado.

- Parece que esta sabendo de uma coisa de Draco fez, a Rita Sketeer não falou, droga de mulher burra, ia ser legal saber o porque do Malfoy levar uma bronca do pai na frente de toda a escola. – Rony disse num tom de riso.

- Draco Black Malfoy! Faça-me o favor, arrumando brigas no meio do corredor...

- Você devia ter vindo quando eu estava doente, mamãe veio, mas como sempre, não deixou ela chegar perto de mim...

- Cala essa boca menino, me respeita que eu sou seu pai!

- Você é um idiota que maltrata minha mãe! COVARDE!

Foi então que eu, descontrolada, fui atrás dele, toda a mesa da Grifinória me olhou assustada, eu não liguei para os olhares deles, o que importava é que estavam machucando Draco, e que eu não podia ficar parada.

- Srta. Granger, afaste-se! – Snape colocou o braço na minha frente, querendo me impedir de me aproximar de Lucius, que segurava Draco pelas orelhas, e dera um soco na boca dele, que sangrava muito.

- Como ousa Srta. Granger? – Ele se aproximava de mim. – Você sabe com quem está falando?

- Claro, com o cara que tinha que pegar a profecia e deixou ela quebrar, com o cara que deixou você-sabe-quem muito furioso.

- Como ousa...

- E o cara que segundo Draco, tortura a própria mulher, o cara que vende o filho para um empresário Francês, eu sei com que falo Sr. Malfoy.

- Menina ousada... Menina bobinha!

- Depois da queda do Fudge não tem mais poder nenhum Sr. Malfoy...

- Draco... quem é essa criaturinha?

- Desculpe Hermione... o que disse? – Ele não estava me ouvindo, eu não tinha tempo para dizer tudo outra vez.

- Me empresta sua vassoura Harry. – Todos no salão comunal pararam e olharam para mim, Harry tossiu forte.

Lembrei-me também da Prof. Hooch ensinando a gente a voar no primeiro ano, dei um forte impulso com os pés e decolei, em direção à Londres, o vento frio cortava a capa de invisibilidade, que cobria eu e a vassoura.

Me aproximando de Londres avistei o tal condomínio, pousei na frente de um muro branco e comprido, lembrei da passagem para o Beco Diagonal, foi então que eu tirei a minha varinha das vestes, e fiz um feitiço aleatório que não deu certo.

- Você pode aparatar Hermione.

“Malfoy, Draco, leia minha mente, leia minha mente, estou do lado de fora da janela, com a capa de invisibilidade, Draco, leia minha mente, sou eu, Hermione, leia minha mente, por favor”

“Lado de fora da janela? Não vejo nada.”

“Estou invisível. Estou com a Firebolt de Harry, pule a janela e venha comigo.”

“E para onde vamos? Você tem algum dinheiro? Podemos ficar em algum lugar trouxa... Assim ninguém vai nos achar...”

“Eu conheço um bom lugar, teremos que voar até Portugal, ou pelo menos aparatar lá.”

- Por que veio aqui? Por que se arriscou?

- Eu ia vir de qualquer maneira, vi o jeito que sei pai de trouxe.

- Mais você... Como achou minha casa?

- Por você, eu procuraria até no fim do mundo.



---



- É magnífico! – Disse Draco um pouco bobo.

- Nossa... É horrível aparatar. – Eu disse cambaleando, me deitei na areia.

- Será que meu pai acha a gente aqui?

- Não... Não existem bruxos em Portugal.

- Ei, você sabe de muita coisa, sabe tudo. – Ele brincou, deitando-se do meu lado na praia.

- Draco... – Eu peguei na mão dele, me deitando sobre seu tórax. – Você queria ir para Durmstrang? Só agora eu me toquei do que eu fiz, te tirei de casa quase que a força, sabe... Pode voltar se quiser.

- Mione... Era justamente sobre você que eu estava escrevendo no meu diário esta noite, como seria ficar sem ver você? – Ele sorriu, e começou a acariciar meus cabelos.

- Sabe, todos conhecem seu pai, você é famoso Draco, é a mesma coisa de fugir com o Harry, amanhã cedo, todos vão estar procurando por você, vai sair nos jornais, até nos jornais trouxas, o mundo todo vai saber que você sumiu...

- Meu pai que pensasse nisto antes de me tirar de Hogwarts.

- É, eu achei que estava ficando louca quando peguei a vassoura do Harry, mais tudo deu certo. – Eu sorri.

- Então o Potter salvou minha vida?

- Tecnicamente... – Eu me sentei na areia. – Você já foi em algum lugar trouxa Draco? Já agiu como trouxa?

- Mione, eu nunca tinha vindo na praia.

- Porque não?

- Papai disse que de dia queima a pele.

- É esta a graça da praia, queimar a pele, olha, eu sou cheia de marquinhas. – Eu abaixei a gola da minha blusa. – São de biquíni, que tal nadar? Já que você não curte muito o sol, nadar de noite seria uma ótima.

- Acho melhor não...

- Draco Black Malfoy está com medo? – Eu o desafiei.

- Quem chegar por último é a mulher do rabo-córneo! – Ele saiu correndo em direção a água, onde antes de entrar, despiu-se de sua capa negra, era a primeira vez que Malfoy estava agindo como trouxa, e ele estava adorando, eu como já sabia como era o mar, entrei mais calma do que ele, ele estava radiante, pulava feito uma criança de três anos.

- Vem, pula as ondas comigo. – Ele me puxou, quase me derrubando.

- Draco... você ta parecendo uma criança de um ano de idade, eu pensei que parecia uma de três, mais até uma de três anos pula menos que você.

- Bobinha! – Ele me abraçou.

Muito molhados, saímos da água, afinal, precisávamos de um lugar seguro para passar a noite, e ficar lá até que pudéssemos voltar à Hogwarts, eu tinha que voltar antes do meio-dia para Hogwarts, não poderia passar disto, como a capa de invisibilidade estava comigo, eu já tinha tudo feito na cabeça, iria esconder Draco na floresta proibida, com o Grope, só tinha que achar um jeito de falar isto à ele.

Fomos até o primeiro bar trouxa que vimos, um feitiço fez as roupas ficarem secas, e escondemos nossas varinhas, Draco conjurou uma mala, onde ele diminuiu o tamanho da vassoura, e guardamos a capa.

- Um quarto com duas camas de solteiro por favor. – Eu estendi dinheiro trouxa para o balconista.

- Si señora! – Ele respondeu em um espanhol com sotaque Português.

O bar tinha um ar muito simpático, havia música ao vivo, um karaokê, eu e Draco estávamos famintos, então decidimos ficar ali por alguns minutos, ouvir um pouco de música e comer alguma coisa.

- E quem vai ser o nosso próximo cantor desta noite? – Anunciava uma moça ruiva e muito bonita, todas as pessoas rodavam as cabeças, a procura de alguém.

- EU canto! – Draco se levantou, e todos aplaudiram.

“Ele é louco” Eu sorri para mim mesma.

- Esta música é para uma mocinha que está sentada naquela mesa. – Ele apontou para mim, e eu senti meu rosto corar. – É pra você Hermione.

As notas começaram a invadir o ambiente, e eu conhecia aquela música, como ele sabia que era minha favorita? Acho que ele andou lendo minha mente outra vez. Sua voz era suave, e mais linda do que eu imaginava.



A hundred days have made me older / Since the last time that I saw your pretty face

[Mil dias tem me feito velho / Desde a última vez que eu vi seu rosto lindo]



A thousand lies have made me colder / And I don’t think I can look at this the same

[Cem mentiras tem me feito frio / E eu não acho que posso olhar para isso igualmente]



But all the miles that separate / They dissapear now, when I’m dreaming of your face

[Mais todas as minhas que separaram / Elas desaparecem agora, quando eu sonho com seu rosto]



Refrão:



I’m here without you baby, but your still on my lonely mind / I think about you baby, and I dream about you all the time

[Eu estou aqui sem você amor, mais você continua na minha mente solitária / Eu penso em você amor, e sonho com você todo o tempo]



I’m here without you baby, but you still with me in my dreams / And tonight, There’s only you and me...

[Eu estou sem você amor, mais você continua comigo nos meus sonhos / E esta noite, há apenas você e eu]

Draco tirou o microfone do pedestal, e começou a se aproximar de mim, todos os olhares o acompanhavam.

The miles just keep rolling as the people leave their way to say hello

[As milhas que se foram como as pessoas deixando seus caminhso para dizer ‘oi’]



I’ve heared this life is overrated but I hope thats this gets better as we go

[Eu ouvi que esta vida é super estimada, mais eu espero que isto seja melhor do que nós vamos]

Eu sentia meu rosto corar a cada palavra que ele cantava, ele cantou o refrão novamente, e eu vi um filme, do primeiro ano até aquele momento, e conclui que : Eu estava realmente maluca. Mais ele não parava de cantar, seus olhos brilhavam, na pista de dança atrás dele, vários casais dançavam, então ele estendeu a mão para mim, se ajoelhando aos meus pés. Enquanto os instrumentos tocavam ele sibilou:

- Dança comigo.

Fomos até a pista de dança, onde abraçado comigo, ele continuava a cantar com o microfone apoiado no meu ombro. E os passos eram dois pra lá, dois pra cá, no maior estilo filme de romance.



Everything I know, and anywhere I go / It gets hard, but I won’t take away my love

[Tudo que seu sei, e qualquer lugar que eu vou / Pode ser duro, mais isto não vai levar meu amor embora]



And when the last one falls / When it’s all said and done / It gets hard, but I won’t take away my love

[E quando o último cair / Quando tudo for dito e feito / Pode ser duro, mais isto não vai levar meu amor embora]

Senti seus lábios tocarem os meus, como no nosso primeiro beijo.

I’m here without you baby, but your still on my lonely mind / I think about you baby, and I dream about you all the time

[Eu estou aqui sem você amor, mais você continua na minha mente solitária / Eu penso em você amor, e sonho com você todo o tempo]



I’m here without you baby, but you still with me in my dreams / And tonight,girl, There’s only you and me...

[Eu estou sem você amor, mais você continua comigo nos meus sonhos / E esta noite,menina, há apenas você e eu]



Eu cantei o refrão baixinho, no ouvido dele, pensando que a música tinha acabado, fiquei surpresa por ele dizer uma última frase:

Te amo.



Todos aplaudiram, ele entregou o microfone para a moça ruiva, que anunciou que outra pessoa teria que cantar, um mexicano foi lá, cantou uma música muito engraçada, com direito à chapéu mexicano, violões e muitas risadas, ficamos quase duas horas no bar, mais já era hora de dormir, já era quase duas da manhã.

Eu e Draco subimos uma escada antiga de madeira, que nos levava até um corredor apertado, que lembrava muito o Caldeirão Furado, abandonei a mala em cima da cama encostada na parede a direita.

- Adorei aquela música que ele cantou. – Eu comentei subindo as grandes escadas, e rindo.

- Qual, a do fio de cabelo?

- É, esta mesma...

- Um fio de cabelo tão comprido

Um fio de cabelo no meu paletó ó ó ó !! – Nós estávamos rindo muito alto, por algumas horas nos esquecemos que éramos fugitivos.

Entramos no quarto, que era pequeno e apertado, e ali, ao me sentar na cama, percebi que fomos idiotas, tínhamos muitos problemas, e nos preocupávamos apenas com diversão.

- Vamos dormir, se não, não vamos conseguir chegar à Hogwarts antes do meio dia.

- Hogwarts? É o primeiro lugar que meu pai vai me procurar... Francamente Hermione, esperava algo mais inteligente de você. – Ele deitou na cama, cruzando os braços sobre si mesmo e olhando para o teto.

- Calma revoltadinho. – Eu sorri. – Nunca teria uma idéia boba destas, primeiro fato: Seu pai nunca vai te ver lá.

- Claro que vai, eu vou estar lá!

- Invisível. – Eu apontei para a mala.

- E você acha que o Potter vai deixar a capa com você até o final do ano?

- Claro que não, não precisamos da capa de Harry, sei de um feitiço de invisibilidade que li em um livro que a McGonagall me deu, ou talvez... Um animago, sabe o que é animago não é?

- É claro que sei o que é animago, mais o quê? Só se eu me transformar no seu gato, e mesmo assim, gatos são grandes demais para serem escondidos em bolsos.

- Porquinhos da Índia não. – Eu sorri.

- Porquinho da Índia? Você quer que eu vire um porquinho da Índia?

- Ou... Você fica invisível na floresta proibida, com os centauros, os unicórnios e o Grope, ele é um doce de pessoa, eu te levaria comida todas as noites... Mais ai eu iria precisar da capa de Harry, e quanto menos pessoas metidos nisso, melhor.

- Tudo bem, eu viro um porquinho da Índia, mais como? Você não...?

- Eu sei como te transformar em um animago, vou te deixar no meu bolso o tempo todo, e você vai ficar quieto, e vai prestar atenção em todas as aulas, para não virar um bruxo burro.

- E meu pai? Vai me procurar por todo o mundo, todos vão estar me procurando Mione... Você não entende... – Ele levou as mãos até a cabeça, muito preocupado.

- Creio que seu pai está procurando por um belo rapaz loiro, de olhos claros, alto e malhado, e não por um porquinho da Índia de uma sangue-ruim.

- Mais ele sabe de você... De mim e de você...

- Não se preocupa Draco, vamos dar um jeito, ele sabe que brigamos, não que a gente anda se beijando pela Europa.

Ele contraiu os lábios, quando tirei a varinha do bolso.

- Será que é seguro?

- Com certeza, a única coisa é que você não vai poder mais beber suco de abóbora, e vai ter que comer semente de gira sol o tempo todo.

- ÉCA. – Ele caiu na gargalhada.

- Agora, concentre-se, e lembre-se, não seja agressivo enquanto estiver transformado, não seja agressivo, e não se manifeste quando alguém estiver por perto, fique quieto e finja que não está ali, apenas ouça as palavras.

- Hermione... Sabe, ouvi dizer que Hagrid está criando um mini-zoo nos jardins, sabe... quem sabe algum animal menos... bem... você está me entendendo?

- Uma cobra?

- Aí você pareceria o Voldemort.

- Um sapo?

- Muito gosmento.

- Um leão?

- Muito Grifinória.

- Uma Fênix?

- Muito Dumbledore.

- Um... Tigre Listrado?

- Ótimo.

- Draco, é um animal selvagem, sabe, você vai ter que tomar muito cuidado...

- Muito melhor que um porco da Índia,Mione...

- Onde vou te deixar?

- Com Hagrid, eu vi animais selvagens pela floresta, não criaturas mágicas, animais mesmo... Para estudo.

- Ok... então... se prepara...

Então eu comecei a dizer uma série de palavras mágicas, para ter o meu tigre.

Tive uma noite muito inquieta, e Draco também, ele estava em cima da cama, correndo em volta de si mesmo, parecia estar se adaptando com sua nova forma, para sua própria segurança, lhe aconselhei que ficasse transformado sempre, para que ninguém desconfiasse que o bicho era ele, se deu certo com Sirius, por que não daria certo com Draco?

A noite foi coberta de rugidos de babas.

Com um feitiço convocador de corujas, chamei uma coruja para levar uma carta à Hagrid, explicando o que eu estava fazendo.

“Caro Hagrid, fiquei sabendo que está montando um mini-zoo, mando-lhe pela manhã um tigre listrado e uma leoa.

Com amor,

Madame Máxime”.

A coruja cortou os céus com o pergaminho no pé.

Repeti para mim mesma as mesmas palavras que havia dito para Draco, e me transformei numa pomposa Leoa.



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