O Duelo



Nos capítulos anteriores:



- Só desta vez Granger. – Malfoy falou no pé do meu ouvido. – Na próxima... Detenção para a sangue-ruim.

“Olá cabelo de vassoura.

Afim de um passeio pela escola hoje à noite?”

- Olha só o que temos aqui! – Uma Murta sorridente veio flutuando em minha direção. – Vai se inscrever para o concurso de beleza Hermione? Ah, desculpe-me, não é bonita o suficiente! Então... Eu me inscrevi esta manhã. Hermione, eu sou sua amiga, pode falar, esta semana eu estou ajudando pessoas demais, até o Malfoy veio aqui, vou começar a cobrar entrada para vir aqui no meu banheiro.

- O MALFOY? – Me virei surpresa.

- O Malfoy vai se casar.

- CASAR? COM QUEM?

“Bem, Juliet Delacour está preparada para Draco desde o dia em que nasceu, fruto de uma das linhagens de sangue-puro mais famosas e ricas do mundo mágico, Juliet Delacour vai ser recebida em minha família...”

"Vai haver uma copa mundial de quadribol, parece cedo para outra, mais haverá, será daqui dois meses, sabe, queria que você fosse”.

Abraços, Vitor Krum".

Quando pisei os pés na sala de Lupin, observei que não havia carteiras nem cadeiras, apenas a escrivaninha do professor e uma algema no chão, a algema levitou e prendeu o meu pulso esquerdo ao direito de Draco, nos olhamos apavorados.

- Isto é pra vocês aprenderem que todos os bruxos são iguais, isto também é para vocês ficarem grudados durante toda a detenção, agora vão, Filch espera vocês para limpar o salão comunal da Sonserina.

- Mas...

- Calma Hermione, amanhã limparão o da Grifinória.

- Querida Hermione... – Ele se levantou calmamente, veio na direção minha e de Draco, com um aceno da varinha, a algema levitou e prendeu o meu pulso esquerdo ao direito de Draco, nos olhamos apavorados.

E então, eu e Draco saímos andando algemados até as masmorras da Sonserina, onde limpamos chão e prateleiras, e todos riram da nossa cara.

Detalhe: Nada de varinhas.

- Então Granger? – Comentou ele, limpando o salão comunal da Sonserina. – Querendo tirar a monitoria-chefe das minhas mãos, não é mesmo? Sabe, isso faz mal para a sua popularidade... – Ele esfregava o chão, fazendo careta.

- O que acha melhor? ‘Aulas de música, teatro e ginástica’? Isto vai virar um centro de convenções gay. – Enfiei meu rosto no balde, tudo que eu menos queria era falar com o Malfoy.

- Concorda, as minhas propostas são melhores do que as suas, quando digo melhores, eu digo bem melhores, enfatizando o ‘bem’. Afinal, o que pretende? Liberar os elfos da cozinha?



---





Eu ainda estava confusa por causa das coisas que eu falei para o Rony, o dia todo foi horrível, logo Harry percebeu que a aliança que Rony havia guardado no bolso, que era a primeira da Sra. Weasley, não estava na minha mão. Harry ficou sem falar comigo, defendendo o Rony é claro, mas se ele soubesse o real motivo de tudo, talvez mudasse de idéia, mas eu não podia contar do Malfoy para ele, mais pra Gina eu podia, com certeza nela eu podia confiar.

Além de toda a Sonserina rir de mim no meio do corredor, por causa da faxina.

- Vamos fazer o F.A.L.HE! – Berrava Pansy na porta da sala de Poções. – Fundo de Ajuda à Libertação da Hermione! Hahaha! A nossa querida elfo vai voltar quando ao salão comunal da Sonserina?

- Vocês realmente vão ficar zoando dela é? – Harry foi até Pansy com a varinha erguida.

- Que foi Pottinho? Vai chamar seus tios trouxas para nos dar umas porradas?

- Não vou precisar... Eu mesmo bato em você.

- Vai bater em uma menina inocente como eu? – Pansy imitou um bebê chorão.

- Olha aqui sua vaca...

- Vaca? Uma voz grave e seca surgiu no corredor, todos ficaram quietos.

- Prof. Snape, esse menino, o Potter, ele quis me bater...

- Eu vi.

- Não vai fazer nada Professor?

- Só a cara feia que ele carrega e a burrice já são um grande castigo, agora vamos, TODOS PARA DENTRO DA SALA!

Até agora a notícia que li no Profeta Diário estava batucando na minha cabeça, eu nunca me imaginei assim, mais eu estava vendo que Draco Malfoy era irresistível.

Às cinco da tarde, me algemei com Malfoy e fomos limpar o salão comunal da Grifinória, estava cheio, muita gente rindo e brincando, até que me viram entrar.

- Hermione... você?

- O QUÊ O MALFOY FAZ AQUI?

- Alguém chame a McGonagall!

- Eu ouvi que é a nova detenção do Professor Remo Lupin.

- Sério mesmo Padma?

- É Lilá... Coitadinha da Granger...

Enquanto todos paravam o que faziam para ver eu esfregando o chão junto com Malfoy, Harry e Rony olhavam apavorados para mim, como se esperassem que eu matasse Malfoy a qualquer momento, ou, matasse o Lupin.

- Passa o balde Malfoy.

- Por...?

- Por favor Malfoy, passa o balde.

- Senhor?

- Por favor, Sr. Malfoy, passa a porcaria do balde cheio da porcaria da água.

- O Prof. Lupin disse pra gente não falar ‘porcaria’.

- Ok... – Respirei fundo, atrás de mim, ouvi Rony tossindo forte. – Por favor, Sr. Malfoy, pode passar o balde para mim?

- Claro Srta. Granger.

- Muito obrigado Sr. Malfoy. – Eu disse numa educação extremamente forçada.

- Não há de quer, Srta. Sangue-estranho, quero dizer, Srta. Granger. – Ele disse na mesma educação forçada.

E ali ficamos, limpando o chão com pano e água, até as seis e meia, quando a algema magicamente se soltou e Malfoy saiu correndo para fora do buraco no retrato e minha varinha surgiu flutuando diante de mim.

Naquela tarde, quem eu menos queria encontrar no salão comunal, eu encontrei, Ronald Weasley, me olhando com aquela cara de cachorro molhado, com os braços cruzados sobre o peito, como se lesmas e mais lesmas fossem sair da sua boca a qualquer momento.

- Não adianta, já tomei minha decisão.

Então subi para o dormitório, esperando que começasse logo o meu horário de monitoria.

Finalmente o salão comunal estava vazio, eram sete da noite, o horário que eu tinha que monitorar os corredores era a partir das oito, chamei Gina para ir comigo, não sei por que, mas eu não estava querendo ficar sozinha naquela noite, estava com um pouco de medo de andar pelos corredores escuros.

- Rony parece estar realmente chateado com você. – Ela comentou enquanto estávamos indo para o quarto andar. – É verdade que você terminou com ele por causa dos NIEM’s?

Eu tenho que falar a verdade, pelo menos para alguém, Gina é uma pessoa confiável, minha melhor amiga.

- Na verdade... – Eu procurei as palavras por alguns segundos-... É outro cara... você sabe como é, se eu falasse ele, o Rony, ia ficar mais bravo ainda.

- Você mentiu pra ele?

- Menti Gina... Eu menti... – Senti meu rosto corar. Mas Gina não parecia furiosa, estava mais interessada em outra coisa:

- E quem é ele?

Respire Hermione Granger! Respire! – É o Malfoy. – Houve um silêncio, que foi quebrado pelo barulho que uma varinha cortando o ar na minha direção, e em seguida, uma capa colorida caindo no chão, lê-se : sendo jogada com muita, mais muita mesmo, muita força no chão.

- ENTÃO É ELE HERMIONE? – Rony? O que exatamente você está fazendo aqui?

- Eu achei que... – Tentei buscar algum argumento.

- NÃO ACHOU NADA GRANGER! – Ele berrou o mais alto que pode, Gina deu um passo para trás, deixando-nos quase sozinhos.

- Não me chame de Granger, somos amigos.

- NÃO SOMOS AMIGOS! – Já eram 8:00 p.m. e Rony estava gritara comigo no corredor, enquanto Gina vira a capa.

- A capa... – Gina apontou. – O Harry ta metido nisto? Ele te ajudou a vir aqui e maltratar a Hermione? E sair do salão comunal depois do horário? E ouvir nossas conversas? O Harry ta metido nisso Ronald Weasley?

- Estupefaça! – Sim, Rony atacou a própria irmã, ela caiu no chão, num choque muito forte, estava com um lado do crânio sangrando, e a boca também, ela tirou a varinha das vestes, apontou-a para Rony.

- RONY! – Ele não podia ter atacado Gina.

No corredor ao lado, um garoto loiro estava quase adormecendo quando ouviu uma gritaria, logo correu até lá, e viu que Ronald Weasley estava atacando Hermione Granger, Ao ouvir a palavra “Crucio” e a varinha esticada para Hermione, Draco agiu instintivamente, se jogando na frente do feixe de luz, naquele momento agiu como fez durante os últimos dois anos, lutando contra o pai para manter a mãe viva.

- Agora somos só nós Granger. – Ele se aproximou de mim me olhando com um olhar cheio de ódio. – CRUCIO!

Senti por uma fração de segundos uma terrível dor, mais uma pessoa com uma cabeleira muito loura pulou na frente do feixe vermelho da varinha de Rony e começou a se contorcer no chão, arranhando o piso antigo, rasgando as vestes com as próprias mãos, e gemendo muito alto de dor. Era o Malfoy, ele tinha entrado na frente para o feitiço não me atingir.

- PARA RONY! NÃO VÊ O QUE ESTÁ FAZENDO COM ELE?

- VOU MATAR ELE!

- POR MIM RONY...

- VOCÊ NÃO É NADA PARA MIM HERMIONE GRANGER.

Malfoy tirou a varinha das vestes com dificuldade, e apontou-a para Rony, ele não tinha ódio no olhar quanto o Rony, seus olhos estavam molhados, e lágrimas escorriam pelo seu rosto.

- Rectumsempra! – Ele disse sem pensar para Rony, talvez fosse o primeiro feitiço que veio em sua mente.

- Expelliarmus! – E então a varinha de Malfoy foi para longe dele, que se arrastou até ela, Rony havia parado com a Crucio, mais aquilo foi lançado com tanta vontade que Malfoy parecia estar com as duas pernas quebradas, e continuava a gemer de dor, com as vestes rasgadas, e o rosto muito arranhado.

- Sectumsempra! – Brandou Malfoy.

- Protego! – Disse Rony no mesmo instante, concluindo : Os dois estavam jorrando sangue no chão, Gina saiu correndo na direção da enfermaria para buscar ajuda, enquanto eu estava ali, parada, em estado de choque.

- Avada...

Neste momento, Draco desmaiou antes de terminar de pronunciar o feitiço.

Os meus olhos se apagaram, e eu não sentia mais nada.

O ambiente da enfermaria estava azulado, provavelmente já era de madrugada, com muita dor no corpo, abri os olhos com grande dificuldade, foi então que percebi que havia alguém conversando na porta da enfermaria, fechei meus olhos fingindo dormir, e deixei meus ouvidos muito atentos.

- O menino Malfoy esta péssimo Severo. – Dizia a voz da Madame Pomfrey muito preocupada. – Lucius e Narcisa estão viajando, só voltam no final do ano que vem, creio que até o final da temporada de quadribol ele já esteja melhor. O Weasley também está péssimo, mais o estado do Malfoy está horrível, está cheio de cicatrizes, pernas quebradas, fraturou o crânio, nem sei como isto aconteceu, somente uma maldição muito forte para causar-lhe isto, o que eu acho que não veio do Weasley.

- A senhora está supondo que...? – Dissa a Prof. McGonagall.

- Que talvez a Srta. Weasley, ou a Srta. Granger.... – Supôs a enfermeira.

- Não Pomfrey,Granger jamais faria isto, e a menina Weasley quando chegou na minha sala estava em choque, não tinha varinha, a varinha estava quase quebrada no chão do corredor, além do mais que ela esta no quinto ano, não deve saber como usar uma maldição assim.

- E os jogos, como vão ficar? – Perguntou Snape.

- Cancelados, de fato. – Disse a enfermeira.

- Não! Malfoy é meu apanhador!

- Não... De maneira alguma! Weasley é nosso goleiro.

- E eu sou a enfermeira e sei o que é melhor para os meninos, agora saíam por favor, eles e as duas meninas têm que descansar.

- A temporada de quadribol esta cancelada Minerva. – Eu ouvi Snape dizendo, ele deveria estar no corredor.

- Não, vamos fazer Lufa-Lufa x Corvinal,simples. – E as vozes, juntamente com os passos deles, desapareceram.

Aquela noite foi realmente horrível. Malfoy e Rony gemeram a noite toda de dor, Gina estava com alguns pontos na cabeça, mais estava melhor, Rony estava mal, mas não tanto quanto o Malfoy, dava até dó, era uma pena os pais estarem viajando, e que pais são estes? Nem voltaram de viajem para ver o filho? Eu ouviu Madame Pomfrey falando que Narcisa tinha aparatado em Hogwarts na noite do acidente, mais logo teve que voltar para a Irlanda, disse que estava resolvendo assuntos do interesse de Draco, com seu marido lá.

- Granger... Snague-ruim... Sangue-sujo... Sangue-estranho... Pobre... Nojo... Granger... Ataque...

- Bananas, Aragogue come bananas! – Gritava Rony, alucinadamente. – Aragogue irá para o baile de Inverno, olhe só, Cedrico Diggory dança a valsa da bailarina, que belo cola Cedrico!

Essas foram as palavras que Malfoy gemeu durante toda a noite, rolando de um lado para o outro da cama.

- Ele provavelmente deve estar se referindo à Srta. Granger... Será que foi ela?

- Óbvio. – Dizia a voz fraca de Snape.

- Isto foge das minhas mãos, é uma acusação muito forte Severo.

- Venha comigo.

Ouvi os passos da enfermeira saindo, provavelmente estava indo informar Dumbledore, fiquei de pé com muito esforço, dei uma olhada para a cama ao meu lado direito, lá estava Gina, Harry estava dormindo do seu lado, segurando em sua mão. Mas não era Gina, nem Harry quem eu queria ver, ao lado de Gina estava a cama de Rony, ele estava aparentemente bem, apenas com uma tala na mão direita, aquilo deveria precisar de umas boas sessões de Fisioterapia, o que não resolveria o problema antes da temporada de quadribol.

Ao lado da cama de Rony, havia uma cama que estava fechada por cortinas que a cobriam por inteiro, vi alguns fios passando por baixo do pano, e passei junto com ele, ali estava Malfoy, estava com aparelhos ligados nele, com certeza eram de trouxa, mais estavam o ajudando muito, o ajudavam a respirar, me aproximei, seu rosto estava deformado, cheio de cicatrizes, quase tantas como o de Lupín, sua perna esquerda estava imobilizada com gesso até a altura da cintura, e a direita, apenas o pé, ele estava sem camisa, e em seu tórax havia um grande corte em cicatrização, onde uma seringa pingava algumas gotas de um líquido amarelo ouro.

- Granger... Snague-ruim... Sangue-sujo... Sangue-estranho... Pobre... Nojo... Granger... Ataque...

Foi mais forte do que eu, eu escorreguei minhas mãos pelo rosto dele.

- Seu idiota, por que foi ver o que estava acontecendo, olha só como você está! Você foi muito bobo Malfoy... Eu sou a sangue-ruim lembra? Deveria ter me deixado morrer, você não tinha nada com a história... – Eu falei tão baixo, que tive a impressão que só eu mesma ouvi minhas palavras. Malfoy continuou desacordado apenas mexendo o pescoço e repetindo as palavras com esforço.

Então ouvi passos no corredor e logo me deitei na minha cama, fechei meus olhos, e neste momento Dumbledore entrou. Observou a cama de Malfoy, que era a mais próxima da porta.

- Ele é um bom garoto. – Disse o diretor.

E depois ele foi para a cama de Rony. – Ficará bem? – Perguntou ele para a Prof. Minerva, que estava ao seu lado.

- Ficará, só está tendo leves alucinações, já passaram, afinal, já faz uma semana do acidente, talvez hoje mesmo vá para o dormitório.

- E esta? – Perguntou ele ao ver Gina.

- Gina Weasley. Harry Potter está passando todas as noites com ela desde que a garota está aqui, vai embora hoje assim que despertar.

Dumbledore sorriu ao ver a mão de Harry apertando a de Gina. – Boa sorte para ele, ele merece uma namoradinha. – Dumbledore soltou uma risada.

- E a Srta. Granger?

- Está bem, porém desacordada faz mais de uma semana, provavelmente continuará aqui com o menino Malfoy até que melhorem. – Ao ouvir aquilo meu coração saltou pela boca, fazia uma semana que eu estava desacordada? Talvez fosse certo dizer que acabei de acordar, ou talvez fosse melhor fingir e usar os meus conhecimentos para tentar curar o Malfoy. É, talvez.

- Granger... Snague-ruim... Sangue-sujo... Sangue-estranho... Pobre... Nojo... Granger... Ataque...

- Madame Pomfrey... O que exatamente o menino Malfoy disse?

- Foi por isto que eu e Severo te chamamos, cremos que ele está acusando a Srta. Granger de ter feito todo este estrago, pensamos ser algo sério...

- É apenas uma bobeira adolescente, agora vá, cuide do Potter, dê algumas torradas para ele, parece pálido.

- Mas diretor...

- Eu sei o que digo.

Depois que Dumbledore e a enfermeira saíram o menino Malfoy disse muito baixo para si mesmo:

- Granger, atacada pelo sangue-ruim, o sangue-sujo, o sangue-estranho, o pobre, sinto nojo dele, ajudei Granger, impedi o ataque à Granger... Granger, atacada pelo sangue-ruim, o sangue-sujo, o sangue-estranho, o pobre, sinto nojo dele, ajudei Granger, impedi o ataque à Granger...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.