O Casamento da Serpente
Nos capítulos anteriores:
- Ok... Estou indo Harry... – Rony decolou todo bobo, me olhando, e moldando seus cabelos muito ruivos, até que no momento que ele se colocou na frente do gol, um balaço acertou a vassoura, ainda bem que era a da escola e não a Nimbus2000 dele.
- Puxa Hermione... – Rony contraiu os lábios daquele jeito que ele ficava mais fofo do que era normalmente. Sorrimos um para o outro, eu nunca me imaginei beijando um Rony Weasley com a cabeça enfaixada em cima da maca da enfermaria, mas, eu estava fazendo isto, por mais estranho que fosse, eu estava fazendo isto. E foi ali que eu passei a noite, pelo menos até as dez.
- Grande monitoria Draco Malfoy, sabe, Snape vai adorar saber que o monitor chefe fica dormindo em horário de monitoria.
- Dormindo? Eu não estava dormindo. – Ele bocejou.
- Não... Imagine se estivesse. – Eu ri, agora, eu estava toda pomposa.
- Eu sou monitor chefe! E estou mandando você ir para o seu salão comunal! – Draco gritava no meio do corredor.
- Não posso, quebra essa Malfoy. Só hoje. Sabe, eu falei para a McGonagall me deixar aqui, ela nem fica no salão comunal durante a noite, e eu queria ficar aqui com o Rony.
- Nox. – A varinha dele apagou, e sim, eu estava no escurinho com Malfoy, parece até nome de novela mexicana: “No escurinho com Malfoy”, mais estava sendo bem desconfortável ficar ali, me virei na direção na porta da enfermaria, quando toquei a fechadura para abrir a porta, um corpo quente e braços musculosos que jogaram contra a parede.
- Só desta vez Granger. – Ele falou no pé do meu ouvido. – Na próxima... Detenção para a sangue-ruim. – E então ele me largou num gesto brusco, quase me derrubando no chão, limpei meus ombros, que haviam sido apertados por aquelas mãos daquela serpente pegajosa e horrenda.
- Gina... Eu... Está acontecendo algo comigo, é muito estranho. – Eu falei muito baixo, morrendo de medo do Malfoy começar a ler meus pensamentos.
- O quê?
- O... Malfoy.
- O que ele te fez? Ah, se ele te fez alguma coisa de ruim....
- Eu... acho que... estou...- Não podia dizer nada, todos iriam me ouvir, não ali. - Com muita raiva dele.
Sabe, eu acho que estou gostando do Draco, o Snape esta explicando a fazer uma poção que com certeza vai cair nos NOM’s, mais nada é mais interessante que ele fazendo avião de papel e jogando pra cima, espera aí... Está vindo na minha direção.
“Olá cabelo de vassoura.
Afim de um passeio pela escola hoje à noite?”
- 50 pontos da Grifinória pela Srta. Granger estar trocando bilhetinhos na aula.
- Prof... Professor Snape, foi o...
- Malfoy? Como ousa dizer que o Malfoy atrapalha minha aula? Ele é um anjo de garoto.
- Eu, como monitor-chefe, acredito que vocês confiam em mim, por isso digo que quando assumir a Presidência do I Grêmio Estudantil de Hogwarts apresentarei aos diretores as seguintes propostas: Aulas recreativas, como música, dança,e teatro, também aulas esportivas, não somente quadribol, mas natação, corrida e ginástica, também apresentarei propostas de tempos-livres mais longos, para melhor estudo das matérias da parte dos alunos...
E ele continuava com o blá blá blá.
- E então Hermione, o que vai fazer? – Até tinha me esquecido da proposta de Dino Thomas.
- Diga que a minha principal proposta de campanha é acabar com a diferença entre as casas, e colocar a monitoria-chefe nas mãos de alguém melhor que um Sonserino idiota.
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Eu estava muito sem graça de falar com o Rony, ele deveria estar bravo comigo por causa do bilhete do Malfoy, agora estamos na troca de aula, é aula do Hagrid, pelo menos uma coisa boa, ao chegar, antes de todos os alunos, Hagrid percebeu que eu não estava muito bem.
- Que foi Hermione? Está bem?
- Estou sim Hagrid. – Tirei meu livro da bolsa, sentei na grama na orla da floresta e fiquei esperando os outros chegarem, Rony passou por mim, e sentou do meu lado.
Muitas pessoas falavam alto durante a aula, a maioria delas com os papéis de inscrição para o show do final do ano, como era uma novidade, todos queriam participar, era comum agora ver em Hogwarts violinos, bailarinas e gente desfilando como de fosse veela, afinal, haveria também um concurso masculino e feminino de beleza, os vencedores seriam nomeados rei e rainha da festa. Toda Sonserina e Lufa-lufa já estava inscrita.
- Oi. – Ele me abraçou, por que ele tinha que me abraçar? Não pode me abraçar, não mesmo! Ele só está me confundindo mais ainda, eu acho o Rony perfeito, mas... Tem algo no Draco que me faz pensar nele o tempo todo, e isto é horrível.
Hagrid começou a aula, aquela aula era sobre dragões, Harry e Rony estavam muito interessados, eu senti como se uma faca entrasse dentro de mim, eu não agüentava mais ficar ali ao lado de Rony,e ver o Malfoy de óculos quadrados lendo um livro de História da Magia, ele estava encostado em uma árvore, com as pernas jogas no chão, a camisa com os primeiros botões abertos, e a gravata um pouco frouxa.
- Dragões são criaturas orgulhosas e tímidas, não gostam muito de contato com outros seres... Mais podem ser fieis amigos quando conquistados. – Hagrid dizia empolgado. – Um dos mais ferozes dragões é...
- O Rabo-Córneo Húngaro. – Rony completou.
- Isto mesmo Rony Weasley! 10 pontos para a Grifinória! – Alguns Grifinórios comemoraram. – O Rabo-Córneo Húngaro esteve em nossa propriedade dois anos atrás, quando vocês estavam no quarto ano, creio que todos presenciaram Harry Potter e o dragão, no Torneio Tribruxo também haviam outros dragões, como Verde Galês, e esta aula de hoje é especialmente dedicada ao Verde Galês, semana que vem falaremos de outros tipos de dragões.
As palavras de Hagrid começaram a me dar tontura, todos os meninos e meninas estavam com olhos fixos em Hagrid, todos pareciam extremamente interessados no que ele falava, e por incrível que fosse, menos eu.
Ergui minha mão, mais não foi para ganhar nenhum ponto para a minha casa, nem para responder à uma pergunta.
- Hagrid, acho que preciso ir ao banheiro. – Eu levantei a mão, não para fazer uma pergunta, mas sim para sair logo daquela aula, peguei minhas coisas e fui correndo em direção ao banheiro da Murta-Que-Geme, ninguém nunca ficava lá, era o lugar perfeito para ficar sozinha, e Harry e Rony nunca iam descobrir que eu estava lá.
- Olha só o que temos aqui! – Uma Murta sorridente veio flutuando em minha direção. – Vai se inscrever para o concurso de beleza Hermione? Ah, desculpe-me, não é bonita o suficiente! Então... Eu me inscrevi esta manhã.
- Sério, ótimo, pode sair agora?
- Ah, o Potter deveria se inscrever, afinal, aquela barriga dele não é de se jogar fora.
- Deixa a Gina ouvir você falando isto... Você vai morrer.
- Já estou morta... Será que ninguém realmente se importa? Claro que não, afinal, quem sou eu? A murta feia e gorda e com espinhas? Devem ter feito uma festa quando eu morri... Oh vida cruel... Quero dizer... Oh morte cruel!
- Me deixa Murta, não estou aqui pra brincadeiras hoje.
- O que houve? – Ela veio em minha direção com sua voz aguda, e ficou ao meu lado, imitando o que seria ‘sentado’ de um ser humano.
- Nada.
- Problemas no coração? Foi o Potter? O bonitão? – Os olhos da castanha ficaram molhados.
- Murta...
- Vai se candidatar para a Presidência, não é mesmo? Vi um folheto seu, querendo derrubar o Malfoy na cara dura né?
- O QUE?
- É, segundo deu porta voz...
- Desde quando eu tenho um porta voz?
- Segundo ele, Dino Thomas, digo eu, sua principal proposta de campanha é tirar a monitoria-chefe das mãos do Malfoy.
- Quando eu disse isso... Eu estava brincando...
- Mas então? E o coração?
- Murta... Menos.
- Hermione, eu sou sua amiga, pode falar, Às vezes eu sou estranha, mais eu juro que vou te ajudar no que precisar, afinal, esta semana eu estou ajudando pessoas demais, até o Malfoy veio aqui, vou começar a cobrar entrada para vir aqui no meu banheiro.
- O MALFOY? – Me virei surpresa. Por que o Malfoy ia querer ficar perto da Murta?
- Esta preparando uma coisa que parece uma carta, na verdade, é um bilhete, deve ser para a Pansy Parkinson, ele está colocando música, perfume... e letras vivas no pergaminho, ai... seria uma sorte se fosse para mim... afinal, ele é um BONITÃO! – Murta soltou uma risada aguda.
Malfoy? Pra que será que ele estava preparando aquele bilhete? Não... Não poderia ser para mim.
- E pra quem será?
- Nem sei... Olha esta notícia, esqueceram um Profeta Diário no corredor, eu dei uma olhadinha, o Malfoy vai se casar.
- CASAR? COM QUEM?
Ali no jornal tinha a foto de Lucius e Narcisa abraçados com uma menina muito loura, quase tanto quanto os dois e seu filho, a menina tinha olhos tão azuis quanto o céu, e um rosto de princesa, espera aí, ela É uma Princesa, é uma Veela. Draco vai se casar com uma Veela, mais como pode? Ele esta no sexto ano de Hogwarts.
“Bem, Juliet Delacour está preparada para Draco desde o dia em que nasceu, fruto de uma das linhagens de sangue-puro mais famosas e ricas do mundo mágico, Juliet Delacour vai ser recebida em minha família...”
- Droga! – Taquei o jornal na parede. Murta riu.
- Droga? Por que ficou brava? Por que o Malfoy vai casar?
- Não... É que está escrito aí que eu não passei no concurso de Bruxa mais inteligente. – Tentei disfarçar.
- Nossa... se você não passou... deve ser mesmo muito difícil.
- Afinal, que é Juliet Delacour?
- Uma prima distante de Fleur Delacour, aquela menina do torneio tribruxo sabe? Então.. Ela é três quartos veela, ao contrário de Fleur, que é apenas um... Cara, ela é linda, linda demais... Ela deveria se inscrever para o concurso se fosse de Hogwarts.
- É. – Não quero conversa com você Murta! Como o Malfoy pode casar? Bem, já era de se esperar, e por que eu estou preocupada? Que case e seja a pessoa mais feliz do mundo! Hermione, você ama o Rony. O RONY WEASLEY! É ELE QUEM VOCÊ AMA.
Sai do banheiro da Murta, a próxima aula era História da Magia, era a terceira aula hoje que dividimos com a Sonserina, até eu estava quase dormindo com aquelas bobeiras que o Prof. Estava falando, mais tudo bem, eu precisava saber aquilo para os NIEM’s, Rony estava sentado do meu lado, nossas mãos estavam juntas em baixo da cadeira, e eu estava com a cabeça encostada no ombro dele, mas isto não quer dizer que eu estava pensando nele.
Durante toda a aula, Malfoy ficou escrevendo em um papelzinho, que tinha as características que murta havia descrito, com certeza deveria ser uma carta para a veela.
No fim da aula, tínhamos um horário livre, então eu, Rony e Harry fomos caminhar perto da cabana do Hagrid, ele não estava em casa, mais ficamos ali sentados olhando o céu, estava começando a ficar frio, eu acho que o inverno vai chegar logo.
- Harry... Tchau. – Rony disse baixinho e eu ri.
Harry saiu, Rony me deitou no colo dele, eu respirei fundo, eu não poderia continuar com ele, eu estava gostando do Draco, mesmo que eu e Draco nunca fiquemos juntos, é muito feio da minha parte ficar com o Rony, iludir ele, muito feio mesmo, e era isto que eu ia fazer.
- Rony... preciso te dizer uma coisa.
- Eu também preciso te dizer algo Mione. – Ele colocou a mão no bolso da capa, acho que ele estava segurando algo na mão lá dentro.
- Não dá mais pra ficarmos juntos... Sabe, eu preciso passar nos NIEM’s... E estou tentando achar um estágio, acho que não vou ter tempo para você...
- NIEM’s são só no sétimo ano, estamos no sexto...
- Mas você sabe Ronald, eu gosto de ser previnida...
- Eu vou entender Mione... Se for este o problema... Eu juro que entendo, não precisa se preocupar, faz cinco anos que você não tem tempo pra mim. – Rony sorriu, acho que não deveria citar o nome do Draco, nem deveria dizer que tinha outro carinha no rolo.
- Rony, não dá mesmo. – Me sentei ao lado dele, ele parecia estar muito triste. Mais era melhor eu terminar com ele, do que eu ficar com ele pensando no Malfoy.
- Ok Mione, boa sorte.
- Obrigado. – Então eu me levantei e fui em direção ao castelo, para almoçar, durante o almoço, ninguém deu uma palavra, ficamos todos quietos, e Malfoy não estava na mesa da Sonserina, eu continuei pensando no que estava escrito no bilhete, e resolvi encontrar ele de noite, na ala onde ele ficava monitorando até as onze da noite.
Depois do almoço, eu tive um horário livre, fiquei sentada perto do corujal, esperando que alguém neste mundo soubesse da existência de Hermione Granger, eu tacava algumas pedrinhas no chão, quando uma coruja parou do meu lado, e soltou uma carta em cima de mim, lá estava uma caligrafia totalmente curvada para a direita, como se um vento tivesse levando as letras. Era de Krum.
“Querida Hermione,
Escrevi esta carta porque estou com muita saudade de você. Vai haver uma copa mundial de quadribol, parece cedo para outra, mais haverá, será daqui dois meses, sabe, queria que você fosse, mesmo não namorando mais, a gente podia conversar e tomar algumas cervejas amanteigadas depois, aposto que vai se divertir com o pessoal de Durmstrang, as veelas também vêm, Fleur e Gui... Fale com o Rony... e com Harry Potter, soube que ele está com uma namoradinha... É verdade? Se for verdade, traga todos com você!! Karkaroff vai falar com Dumbledore, tomara que Hogwarts venha com todos os seus alunos...
Abraços.
Vicktor Krum”.
Era só o que me faltava, Krum quer me ver.
Às cinco da tarde eu e Malfoy tínhamos detenção juntos, com o Lupin, devido ao fato do primeiro dia de aula.
Quando pisei os pés na sala de Lupin, observei que não havia carteiras nem cadeiras, apenas a escrivaninha do professor e uma algema no chão. Quando pensei em me aproximar do professor e perguntar a utilidade das algemas, a porta atrás de mim bateu com força, e uma bela serpente se aproximou.
- Boa tarde, Prof. Boa tarde, sangue-sujo. – Ele sorriu ironicamente.
- Prof. Lupin... Olha... Foi ele...
- Querida Hermione... – Ele se levantou calmamente, veio na direção minha e de Draco, com um aceno da varinha, a algema levitou e prendeu o meu pulso esquerdo ao direito de Draco, nos olhamos apavorados.
- Isto é pra vocês aprenderem que todos os bruxos são iguais, isto também é para vocês ficarem grudados durante toda a detenção, agora vão, Filch espera vocês para limpar o salão comunal da Sonserina.
- Mas...
- Calma Hermione, amanhã limparão o da Grifinória.
E então, eu e Draco saímos andando algemados até as masmorras da Sonserina, onde limpamos chão e prateleiras, e todos riram da nossa cara.
Detalhe: Nada de varinhas.
- Então Granger? – Comentou ele, limpando o salão comunal da Sonserina. – Querendo tirar a monitoria-chefe das minhas mãos, não é mesmo? Sabe, isso faz mal para a sua popularidade... – Ele esfregava o chão, fazendo careta.
- O que acha melhor? ‘Aulas de música, teatro e ginástica’? Isto vai virar um centro de convenções gay. – Enfiei meu rosto no balde, tudo que eu menos queria era falar com o Malfoy.
- Concorda, as minhas propostas são melhores do que as suas, quando digo melhores, eu digo bem melhores, enfatizando o ‘bem’. Afinal, o que pretende? Liberar os elfos da cozinha?
- Acabou de me dar uma ótima idéia. – Disse eu, sádica.
- Sádica.
- O que disse?
- Sádica. Você foi sádica.
Essa cena é ridícula, limpando o chão com Malfoy, ai... Isso não acaba nunca.
- Me passa o pano Granger. Por favor.
- Aqui está...
- Muito Obrigado. – Disse ele, numa falsa educação.
- Ei, por que não limpa ali naquele cantinho... – Eu apontei para a quina da parede, ao lado da lareira.
- Onde? – Ele estava agachado, com a cara na parede, procurando o que eu havia apontado.
- BEM AQUI! – Chutei o popozão dele, e derrubei o pano daquela cabeleira loira ridícula. – Bem na sua cabeça, limpa ela, pra ver se você consegue ser um pouco menos nojento...
- Como ousa...
Quando ele estava vindo na minha direção com o balde d’água pronto para ser jogado na minha cabeça, ele tropeçou na barra da capa, caindo de boca no chão, ou... Em cima de mim, e ali, ele parou, olhando nos meus olhos, os cabelos molhados sobre o rosto, aqueles olhos claros e frios penetrando nos meus, e as mãos dele sobre o meu braço.
- Vamos continuar então?
Realmente, aquele foi o pior dia da minha vida.
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