Amor



Cap.8 - Amor

As provas estavam cada vez mais próximas e com isso Hermione ganhou uma distração. Com tanto trabalho para fazer e tanta matéria para estudar, mesmo sendo fácil, ela não podia admitir relaxar agora.

Suas preocupações a tinham deixado um pouco de lado. Ou porque se resolveram como ocorreu no caso de Malfoy ou, pois tinha ajuda dos amigos. Neste, Harry e Ginny a iriam ajudar com Rony mesmo que neste momento não houvesse muito a fazer. Ele ainda não se livrara de Lilá, então não havia passos a ser dados.
Mas rapidamente Hermione se lembrou. O “caso Malfoy” não havia se resolvido totalmente, ela ainda estava lidando com as consequências que obviamente incluíam Rony. Uma hora ou outra ela teria que contar para o ruivo o que acontecera. A verdade é que Mione tinha medo de que ele ficasse sabendo pela boca de Draco. Isso concerteza iria fazer as coisas piores do que já estão. A menina nem conseguia imaginar o resultado desse pesadelo se tornando realidade. Era bem capaz de ouvir coisas horríveis de Ron, como “Não quero mais te ver na minha frente” e “Como você teve coragem?”. Por mais simples que possam parecer as sentenças, Hermione sabia que se as ouvisse da boca de Ronald isso a machucaria.

E eu achando que agora só devia me preocupar com provas...

Ela bufou com o pensamento e se jogou em sua cama. Ela tinha vontade de entrar na sala precisa agora e nunca mais sair. Sabia que não poderia ser encontrada.

-Mesmo assim um vira-tempo seria melhor. –sussurrou para si mesma.
-Falando sozinha, Hermione? - a voz de Gina a fez pular. – Eu não vou precisar te levar pro St. Mungus não, né?
As duas riram e Hermione se sentou na cama onde Gina fizera o mesmo.
-Como está? –perguntou Ginny.
-Bem melhor.
-Huum, mesmo?
-Sim. –afirmou, não entendendo a pergunta.
-É que eu quero te mostrar uma coisa que vai te fazer sentir ainda melhor. – A ruiva tinha um sorriso radiante e puxou Hermione rapidamente da cama, praticamente arrastando-a pela sala comunal e indo na direção aos corredores do castelo.
-Onde estamos indo? – indagou Mione cheia de curiosidade.
-Calma, você já vai ver.

O caminho foi curto, mas foi suficiente para Hermione imaginar mil coisas, as quais foram interrompidas por Gina:
-Chegamos, mas você precisa fazer silêncio, senão verão que estamos aqui.

Mione estava tentando entender o que estava acontecendo. Porque Gina não falava de uma vez o que estava acontecendo? Hermione começou a ficar um pouco nervosa. Como se tivesse ouvido o que a amiga, Gina disse:

-Pode ficar calma, não perdemos muita coisa. Eu estava voltando do café da manhã e o encontrei aqui e ele me disse o que iria fazer. A primeira coisa que me veio à cabeça foi te chamar.

Hermione logo reconheceu o lugar. Foi onde ela assistiu a uma briga e quase separação de Lilá e Ron... Foi também onde toda a história com Malfoy começou. Um arrepio passou pela menina e ela afastou as lembranças do que acontecera após esse episódio.

-Não sabia que você fazia isso...- Hermione disse, mas logo se calou, pois ela tinha acabado de falar o que Malfoy havia dito na mesma ocasião.
Gina olhou pra menina com curiosidade, mas logo soltou uma risadinha e disse:
-Todos temos partes ruins.
Hermione acompanhou a risada e balançou a cabeça, reconhecendo a verdade no que a amiga havia dito. De qualquer forma, ela ainda não sabia o que estava observando, então esticou a cabeça de modo a acabar com o mistério.
Era a mesma sensação de um dejà vú, a única diferença é que agora a menina estava acompanhada de Gina, que logo foi para trás de outra parede próxima. Assim também conseguiria observar a cena.
Lá estava Lilá de cara amarrada e braços cruzados olhando seriamente para Ronald, entretanto ele estava a alguns passos de distância da menina.

-Eu não acredito que você ainda insiste em se separar de mim, uon-uon.
-E eu não acredito que eu insisti em ficar com você. – Ele disse baixinho.
-O que você disse?
-Nada não... Olha Lilá, essa é minha decisão e eu não vou voltar atrás. – Ron parecia estar sem um pingo de paciência.
A menina abaixou a cabeça, ainda de braços cruzados e depois de alguns segundos levantou-a e claramente irritada disse:
-Mas você não pode fazer isso uon-uon! – disse aumentando um pouco o tom de voz e batendo o pé no chão como faria uma criança mimada quando é contrariada.
-Não me chama de uon-uon! Esse foi apelido mais ridículo que alguém já me deu! – O queixo de Lilá caiu, mas Ron continuou: - Eu deveria ter feito isso há muito tempo, eu não te agüento mais, e insistir foi um erro!
A voz do ruivo estava alta, mas ele não estava gritando. Pelo que parecia, ainda não.
-Mas uo... Rony, eu prometo que vou melhorar... - disse docemente andando na direção do menino que logo se afastou. A raiva finalmente apareceu no rosto de Lilá.

-É por causa dela, não é?
-Quer saber... Óbvio que é! Eu a amo Lilá e eu nunca deveria ter me aproximado de você.

Hermione estava chocada com o que ele acabara de dizer, mas logo tudo se transformou em festa e tudo o que ela mais queria ouvir agora, era ele repetindo a frase.
Gina, atenta a reação da amiga, logo a olhou. Ela apresentava um sorriso de orelha a orelha e uma pequena poça de lágrimas ia se formando em seus olhos. Mione, percebendo que estava sendo observada, envergonhou-se, desviou o olhar e tentou segurar o sorriso, tarefa claramente difícil, como Ginny percebeu. Era tão bom ver a amiga feliz e Rony finalmente tinha feito algo certo.

-Mas você o fez! E enquanto estava comigo, você a esqueceu. Como isso mudou?
Rony riu e falou: - Esquecer? Nunca. Em cada momento em que estava com você eu pensava nela.
Lilá que estava prestes a falar alguma coisa, rapidamente se calou e olhou para o menino.

Hermione, apesar de não poder estar mais feliz, sentia a dor que a menina demonstrava nos olhos, porém ela não conseguia sentir pena. Rony pareceu perceber o mesmo e tentou amenizar a situação.

-Me desculpe por ter dito desse jeito, mas é a verdade e ninguém pode mudar isso.
Uma lágrima surgiu e caiu pelo rosto de Lilá. Ron a enxugou e disse:
-Me desculpe
Lilá, porém arrancou a mão do menino de seu rosto. A raiva voltara:
-Você sabe que eu não vou desistir. Você é meu!
Ron a princípio não conseguiu dizer nada, só olhava para ela, um pouco assustado com a intensidade do que acabara de ouvir.

Hermione prendeu um pouco a respiração e Ginny disse baixinho:
-Vocês só podem ser loucas! Como podem achar ele tão interresante assim. – e virou os olhos.
Hermione riu um pouco, mas não teve tempo de responder por que o “diálogo” que estava observando logo recomeçou.
- Eu não pertenço a você - Rony dizia com mais intensidade. Ele se aproximou dela e a segurou pelos ombros - E sim, você vai parar com isso.
-Me dê um bom motivo. – Lilá tinha um som insolente.

As palavras que seguiram da boca do ruivo saíram vagarosamente, mas perfurantes.
-Porque eu não gosto de você. Nunca gostei. Você foi mais uma distração pra mim. Entretanto devo admitir que da primeira vez que te vi, te achei bonita, adorei seu interesse por mim e até pensei que você fosse uma pessoa legal. Obviamente eu estava errado. Eu nunca vi pessoa mais fútil e assim que você abriu a boca o que eu mais queria era sair do seu lado. Eu realmente espero que o que eu acabei de dizer tenha sido suficiente para te afastar de mim, porque eu não queria fazer isso, mas você parece que não consegue aceitar a verdade. E como eu disse antes, tudo não passou de um erro. Porque é da Hermione que eu gosto e a partir de agora eu vou começar a lutar pelo tempo que perdi. Espero que você siga em frente também e que melhore esse seu jeitinho.

Lilá estava totalmente chocada e assim que o ruivo pronunciou sua última palavra, ela começou a chorar histericamente e saiu correndo.
Ron ficou um pouco abalado, mas percebeu que aquele era único jeito, deu um suspiro.

-Vou falar com ele.
A voz de Harry assustou Hermione e Gina riu.
-Ele chegou quase agora, mas a tempo da grande cena final.
Harry riu paras as meninas e foi na direção de Rony. Ele estendeu a mão e o ruivo bateu como se fosse saudação, o que se seguiu foi um abraço entre os amigos.
Mione e Gina assistiam à cena sorrindo.
-Aonde você vai? – Gina indagou à Mione, vendo ela se afastar.
-Pra aula.
-Mas... Hermione!
-Vejo você mais tarde.

Hermione sabia que sua felicidade era tamanha que estava visível. Ron e Lilá finalmente separados! Isso, momentaneamente, pareceu meio cruel, mas logo a menina estava rindo pra si mesma.
Porém, por mais que quisesse ela não podia ter continuado lá. Parecia incrivelmente errado por causa da história com o Malfoy. Por mais que tenha demorado, Ron conseguiu fazer o queria, enquanto Hermione ao invés de esperar como uma boa menina foi se meter logo com quem.
Pelo menos agora tudo estava de volta ao normal. Só havia um ponto a ser resolvido. A menina tinha que contar tudo o que ocorrera para Ron. Tudo bem. Ela poderia simplesmente deixar toda essa história de lado, dar meia volta e se jogar nos braços dele... Essa opção soava tão bem. Hermione suspirou, mas sua consciência logo a cortou.
Não. Ela não podia correr mais riscos. Ela ia arrumar um jeito de ser honesta com ele, sim.

Hermione chegou na sala, sentou-se e começou a arrumar suas coisas para aula. Pouco tempo depois Rony e Harry chegaram. Eles estavam rindo e fazendo piadinhas sobre alguma coisa que Mione não conseguiu entender. Eles foram direto para os dois assentos atrás da menina que ficou meio tensa com isso. Ron provavelmente falaria com ela e o que ela deveria fazer?
A menina riu de sua preocupação boba, estava agindo se tivesse voltado aos tempos de criança.
-Qual é a piada? – Harry cutucou Hermione que levou um leve susto e se virou.
-Nada... eu...
-Vamos lá Hermione! Eu conto a minha depois. – Desta vez quem falou foi o ruivo. Fazia tanto tempo que eles não se falavam que Mione ficou meio sem ação. Era estranho eles voltaram a se falar assim do nada, mas a menina ficou feliz porque realmente essa história de parar de falar já tinha dado.

-Hermione? –indagou Harry que lhe lançava um olhar de curiosidade.
Ela percebeu que tinha perdido alguns segundos além do normal pensando e rapidamente falou:
-Ah desculpem, estava pensando sobre a aula.
Os meninos olharam meio chocados, meio com vontade de rir pra ela. Nesse momento, graças ao bom Merlim para a menina, a aula começou.
Apesar da questão infantil do “devo falar com ele não”, Hermione continuou a levar isso em consideração. Ela tinha dado um passo sem pensar antes e acabou na maior confusão, não podia fazer isso de novo. Porque falar com ele seria ótimo, mas eles se uniriam mais e na hora do “jogo da verdade” o sofrimento seria maior.

Quer saber? Esquece!

Quando a aula acabou os três levantaram e foram na direção dos corredores do castelo.
-Hey, Hermione, você vai nos ajudar com esse trabalho, não vai?
A menina ouviu Ron falar. Ok, ela ia responder. Sofrimento? Quem se importa com isso?
Ela riu e disse: - Claro.
Harry abraçou Ron e Hermione, suspirou e disse:
-Que bom que tudo voltou ao normal!
Para a surpresa do menino, ele recebeu uma cotovelada de cada um dos amigos.
-Hey, que foi?
- Só cala a boca Harry. – Ron disse e logo os três começaram a rir juntos. Fazia muito tempo que isso não acontecia. Harry estava certo afinal, tudo voltara ao normal.

Já de noite, os três amigos mais Ginna se encontravam sentados na sala comunal da Grifinória conversando sobre as provas finais.

-O que estou dizendo, é que acho que vou me ferrar em algumas matérias. – disse Rony, que bufou e jogou o livro que estava em sua mão para o chão.
-Ah que isso Ron! – falou Hermione espantada. Harry e Gina apenas os observavam com pequenos sorrisos em seus lábios.
-Estou falando sério. – o menino abaixou a cabeça.

Hermione ergueu sua mão e encostou no ombro do menino. O toque fez os dois se olharem como se compartilhassem a mesma sensação de desejo. Hermione tentava buscar fôlego pra poder falar, mas ela não o encontrou. Após alguns segundos desse jeito, Rony começou a se aproximar de Mione, de seus lábios. Harry e Gina olhavam para os dois como se acompanhassem a final de um campeonato de quadribol que dependia deste lance. Hermione já havia fechado os olhos e agora também se inclinava para frente.
Não havia nada a ser dito. Não precisava. Ambos sabiam que palavras poderiam acabar com esse momento. Ron estava a poucos centímetros de Hermione e um curto movimento era o necessário para a união. Estranhamente não havia nenhuma palavra sendo dita pela sala. Era como se todos estivessem esperando isso acontecer. Entretanto o silêncio era só exterior, pois estava havendo uma grande discussão entre coração e razão na cabeça de Mione

Hey, se afaste dele! – falava autoritariamente a razão.
Não posso! Não quero!
Mas é o que você tem que fazer!
Não, eu quero beijá-lo!
Eu sei, mas você não pode.
Porque?
Tenho uma palavra pra você – e a razão disse acidamente: Malfoy

Hermione abriu os olhos, a distância diminuíra mais ainda separando-os talvez por milímetros. Ela não podia, mas ele estava tão perto que não dava mais tempo de resistir.
Ela encostou seus lábios nos do menino e fechou os olhos. O desejo tomou conta dos dois rapidamente e Ron ia continuar o beijo, mas nessa hora um dos monitores da Grifinória entrou na sala e pediu que todos se retirassem e fossem imediatamente para suas camas, pois já estava tarde.
Isso foi a saída pra Mione, que rapidamente se separou dos lábios do menino e saiu correndo para o seu quarto. Ron apenas a olhou. Ele estava meio abobalhado, meio confuso e sua cara fez Harry soltar uma risadinha. Gina tinha ido atrás de Hermione e os meninos agora subiam as escadas para os dormitórios.

-Gina, eu não posso fazer isso. – disse Hermione sentando em sua cama. Gina fez o mesmo.
-Eu acho que... te entendo. É por causa do Malfoy, não é?
Hermione assentiu, virou a cabeça e ficou encarando o lençol da cama.
-O Harry me disse que você pretende contar pro Rony e eu acho que é uma atitude muito nobre, mas você entende o que pode acontecer, né?
Mione olhou pra menina e novamente assentiu.
-Eu tentei pensar em alguma coisa, porém nada me veio. Acho que a melhor solução seria o Harry falar com ele.

Hermione apenas olhava para Gina. Sua mente estava lhe mostrando o que poderia resultar dessa conversa e honestamente, não era bom, tinha apenas o menos problemático. Só de pensar que isso poderia significar o afastamento deles, definitivo... Mione “limpou a cabeça” e falou com Ginny:

-Eu estou com tanto medo – os olhos da menina começaram a encher d’água.
Gina se aproximou e lhe deu um abraço.
-Eu sei como meu irmão é teimoso e...
-É, ele é.
-Mas vamos pensar positivo? Seja lá o que acontecer, não vai ser definitivo. Uma hora, eu ou Harry conseguiremos que ele mude.
-Acho que é nisso que eu vou me agarrar, porque sinceramente eu não vejo solução.
Gina enxugou uma lágrima que Hermione não conseguiu segurar e disse:
-Você nunca ouviu aquilo que alguns trouxas dizem? Que sempre há uma saída, não importa o quão ruim a situação pareça?
-Ouvi sim. -Mione lançou-lhe um pequeno sorriso.

Após conversarem por mais um tempo, as meninas foram dormir. Quer dizer, Gina foi dormir. Hermione conseguia apenas tirar uns cochilos. Ora porque tinha pesadelos, ora porque sua mente estava lhe gritando o que ela sabia, mas recusava a aceitar. Obviamente, a conversa que Harry teria com Rony não traria bons resultados. Todavia, a menina se sentia encurralada e como já sabia, não podia deixar que algo pior acontecesse com alguém chegando primeiro pra contar.
Mas de repente algo a traquilizou um pouco. Ela lembrou do que havia conversado com Gina:

Seja lá o que acontecer, não vai ser definitivo. Uma hora, eu ou Harry conseguiremos que ele mude... Sempre há uma saída, não importa o quão ruim a situação pareça.

Hermione queria muito que sua amiga estivesse certa.
Ela lembrou-se também do que acontecera mais cedo entre ela e Ron. Eles ficaram tão próximos! E a menina sabia que havia muitas chances daquilo se repetir. Porém toda a idéia de se afastar dele se desfez. Se realmente acontecesse, ela não faria nada para impedir porque ela sabia que uma vez dando sinal verde para Harry contar a verdade para o menino, a probabilidade dela “ficar perto” de Ron seria nula.

O dia amanheceu com sol, porém havia muitas nuvens o ameaçando. Parecia que uma tempestade estava a caminho.
Mione se levantou, arrumou-se, pegou seus materiais e foi para o Grande Salão tomar seu café da manhã. Gina já tinha saído então a menina teve que fazer o caminho sozinha. Chegando ao Grande Salão, ela rapidamente encontrou os amigos que já comiam. Ela andou até lá, desejou “bom dia” e sentou-se. Todos responderam e Gina acrescentou um olhar de “tudo bem?”, o que Mione estranhou, mas disse que estava.

-Passou a noite estudando? – perguntou Harry.
-Eu? Er... não... porque? – a menina intrigou-se.
-Olheiras – Harry respondeu apontando para os próprios olhos.
-Ah – Hermione inconscientemente levou a mão ao seu rosto onde Harry havia apontado. Gina e Rony a encaravam e isso a deixou meio envergonhada. –Nada demais. Pesadelos. – e lançou a todos um sorriso amarelo.
Gina percebeu como a menina havia ficado e logo trocou o assunto e falou com Harry.
Mione comia enquanto desejava a capa da invisibilidade emprestada. Ela olhou para o lado e encontrou Rony encarando-a. Ela riu e perguntou:
-O que foi?
O menino que aparentemente não tinha reparado no que estava fazendo, sacudiu a cabeça e sem graça falou:
-Nada, nada.
Hermione apenas ficou sorrindo pra ele enquanto o assistia se ajeitando desajeitadamente no banco.

-Bom, vou pra minha aula, vejo vocês mais tarde.
Hermione virou a cabeça pra direção da voz e viu Gina, que deu um rápido beijo em Harry e lhe deu um sorriso. A menina retribuiu e falou com os que ficaram:
-Acho melhor irmos para a nossa, certo?
-Mal posso esperar pelo tempo vago. – Harry e Rony disseram ao mesmo tempo.

As aulas da manhã passaram num estalar de dedos e após a aula de depois do almoço, veio o tão esperado tempo vago.
Os amigos se reuniram na sala comunal da Grifinória e ficaram apenas conversando com exceção de Hermione que intercalava sua atenção entre a conversa e o livro que estava em suas mãos. Como Harry havia comentado tudo tinha voltado ao que era.
Porém, assim como Mione, ele sabia que ia ser por pouco tempo, pois também imaginava como seria a reação de Rony quando ele soubesse o que aconteceu. Ele prometera a Hermione que iria ajudá-la com isso, mas ele não via como evitar o descontrole do amigo. Harry momentaneamente se lembrou do que aconteceu quando o próprio descobriu e sinceramente ele achou que isso era um mini-pufe perto do que estava por vir.
E mesmo sabendo que era o certo, mesmo sabendo que era o que Hermione “queria”, ele não queria fazer isso, pois depois de tantas confusões e pedras no caminho, Rony e Mione pareciam finalmente estar caminhando pro mesmo lugar que ele e Gina estavam.

Harry olhou para os dois que estavam sentados na sua frente e rindo. Ele iria “destruir” isso, iria jogar não só uma pedra, iria bloquear todo o caminho.

-Harry? – chamou Rony ainda rindo com Hermione.
Isso fez o menino sair de sua reflexão, mas ele não disse nada.
-Você ainda está aí? – continuou Ron.
-É, estou – Harry deu um sorriso sem graça.
-Estava pensando em que? – perguntou Mione.
-Nas provas - mentiu.
-Ah ta bom Harry, eu acredito em você. –Ron falou e recomeçou a rir. Hermione o acompanhou apenas com um sorriso e nada disse, pois sabia no que seu amigo estava realmente estava pensando. Ela não gostava do fato de por Harry nesta situação, mas ela sabia que não conseguiria falar. Hermione lançou um olhar de desculpas ao amigo, porém ele sorriu.
Ela sabia que ele ira ajudá-la, que ele estaria ali quando a tempestade chegasse.
Lá fora houve um estrondo vindo de um relâmpago. Poucos segundos depois a chuva começou a bater fortemente na janela. Hermione foi atingida por um leve humor negro e se segurou para não rir.

Eles voltaram da última aula e novamente sentaram na sala da Grifinória, só que desta vez, Gina se juntou a eles.

- Harry, você sabe alguma coisa sobre isso? – perguntou sua namorada.
O menino pegou o pergaminho da mão de Gina e o leu.
- Acho melhor você perguntar para Hermione – riu.
- Me deixa ver – A menina estava absorta em um livro, mas logo estendeu a mão para a o pergaminho. – Huum... Eu achei um livro muito bom sobre isso na biblioteca, quer dar uma olhada?
- Quero sim – afirmou Gina.
Mione começou a andar e Harry olhou da amiga para Ron que percebeu o que ele queria dizer.
- Eu te ajudo. – Rony se levantou na mesma hora. Hermione sorriu para ele e foi na direção de seu dormitório.
Hermione andou até sua cama e começou a procurar pelo seu livro, Rony, ao contrário do que disse que faria, ficou apenas olhando-a. Não demorou muito e Mione falou:
-Achei.
Ela disse apontando o livro para o menino e dando um sorriso que foi correspondido. Hermione, ia se dirigindo para porta, porém Rony a impediu. Ela estranhou, mas não tentou se esquivar, apenas ficou parada na frente dele. O silêncio durou alguns segundos e ambos estavam silenciosamente tentando decidir o que fazer. Ronald encostou na parede, tentando parecer calmo.

- Então o que você vai fazer no Natal? Seus pais estão viajando, não é?
- É, mas eles chegarão a tempo – disse a menina com um sorriso.
- Ah. – Ron fez uma curta pausa e logo emendou - Você... você vai lá pra casa, certo?
- Err... acho que sim. Isso é, se eu ainda estiver convidada.
- Não! Quero dizer, é claro que está!
- Então porque a pergunta Ron? Eu faço isso todos os anos. – falou e soltou uma risadinha no final e o menino a acompanhou só que nervosamente, e por fim disse:
- É, eu sei, só queria confirmar.
E os dois timidamente riram juntos.
Hermione sabia que a hora chegara, o que ela tanto esperava estava prestes a acontecer. Mas a sensação de algo errado estava ali.
Ela sabia o porquê, como nas outras vezes, porém já havia discutido isso consigo mesma e a decisão já fora tomada. Ia ser o primeiro e muito provavelmente o único beijo dos dois, e por conta disso Hermione queria fazer aquele momento durar a maior quantidade de tempo possível.

Eles só se olhavam agora. Mas olhar é pouco. Eles se enxergavam, se encontravam uns nos outros.
Rony se aproximou e levou sua mão ao rosto de Hermione, acariciando-a. Nesse momento, os olhos da menina se fecharam e um sorriso saiu grande e brilhante, mas sem sua permissão. Ron percebendo que a menina ficara um pouco envergonhada sorriu em resposta.
A mão do menino corria levemente pelo rosto de Mione levando-a a querer mais e mais seu toque. E então Hermione fechou a distância que os separavam e eles se beijaram. Rony pos a mão na nuca da menina que estava com as suas no ombro do menino. O beijo era doce e assim como o toque do menino, fazia Mione desejar por mais. O melhor era que ele era completo. Mesmo sendo doce, não deixava de ser quente e Ron confirmava isso beijando seu pescoço, sua orelha e acariciando-a. Ela, como se respondesse involuntariamente, agarrava as madeixas do ruivo e isso era combustível naquele momento. Aos poucos o beijo foi se tornando mais urgente e Rony, inverteu os lugares e agora pressionava a menina gentilmente contra a parede e do mesmo modo, Hermione segurava na gola da camisa do garoto, trazendo-o mais pra perto até que não se pudesse mais.

Por esse momento, Hermione esqueceu de tudo; de onde estava, se era dia ou noite e principalmente de seus problemas, simplesmente porque tudo isso era insignificante se comparado ao que estava acontecendo agora.
O beijo finalmente terminou e ambos procuravam por ar. Após o terem encontrado, a menina abraçou Rony fortemente e o menino respondeu da mesma forma. Eles ficaram assim por um tempo, como se fosse pra recuperar todo o tempo que desperdiçaram longe um do outro.

Realmente, um momento como esse realmente faria muitas pessoas esquecerem de seus piores problemas, porém isso não muda o fato de que eles continuam lá.

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