Intruso



As semanas correram estranhamente, mas pelo lado bom, Hermione não encontrara mais Draco e, portanto nada de olhares confusos e perguntas de Harry que havia presenciado o loiro comprimentando-a. Vai ver os problemas sumiram de repente porque ela estava passando cada segundo que podia estudando em seu dormitório. A biblioteca não era mais um lugar “seguro”. Que era para onde infelizmente estava indo agora, para poder fazer um de seus últimos trabalhos.


A biblioteca estava bastante movimentada, principalmente porque os exames finais se aproximavam cada vez mais rápido. Mione deu uma olhada pela biblioteca antes de prosseguir, para ver se alguém que tinha que evitar estava ali. Não podia deixar as coisas saírem do controle, havia muitos riscos e manter-se afastada de Malfoy fazia com que estes quase nem existissem.


Não avistara “ninguém” por ali e adentrou o lugar. Ao entrar em uma das galerias, encontrou Harry saindo:


-Harry! – disse sorrindo.
-Oi Hermione! –retribuindo-o.
-Já está indo? – disse surpresa, já que o amigo sempre demorava mais a terminar os trabalhos.
-É, consegui terminar mais cedo.


Apesar de isso ter irritado um pouco Hermione, ela logo captou o motivo de sua rapidez.


-Gina.
-Você é um gênio! – disse à menina e ambos riram.
-Mande um beijo a ela por mim, faz tempo que eu não falo com ela.
-Hermione, você falou com ela hoje de manhã! – falou sorrindo
-Mande do mesmo jeito – e fazia o mesmo – Até o jantar!
-Até.


Hermione havia ficado mais próxima de Gina com toda história do Rony ainda estar com a Lilá. Elas adoravam ficar conversando e rindo das coisas que o casal fazia.


Hermione agora estava sozinha agora na galeria, exceto por uma menina da Corvinal que se encontrava no final do corredor. Achou o livro que procurava, sentou-se e começou a fazer seu trabalho.


Nossa é tão fácil, porque o professor passou isso? Teria me poupado de vir até a biblioteca. – Apesar das saudades do lugar, não podia se arriscar.


A menina percebeu que o corredor onde estava ficara mais movimentado, mas isso não tirou sua concentração. O tempo passou, todas as pessoas saíram menos dois meninos que pareciam ser do segundo ano e Hermione, que estava escrevendo as linhas finais de seu trabalho.
Ao encostar sua caneta no papel e colocar o ponto final em sua folha, ouviu:


-Cai fora! – disse uma voz autoritária.


Hermione ficou muito irritada por não poder desaparatar na escola.
Malfoy vinha com seus dois capangas pelo corredor e aparentemente ao seu encontro. Mas o que ia fazer? Sair correndo? Bom, se fizesse isso ele iria alcançá-la de qualquer jeito e podia ser pior, aqui pelo menos não havia mais ninguém além deles.


Apesar de torcer com todas as suas forças para que ele passasse direto, os três pararam bem ao seu lado. Mione fingia ainda estar fazendo o trabalho e permaneceu de cabeça baixa.


-Crabb. Goyle.


Os dois saíram e a menina parou de respirar por alguns segundos. Malfoy sentou-se ao seu lado.


Pelas barbas de Merlin!


-Vai continuar me ignorando? – perguntou Malfoy depois de alguns segundos e como Hermione nada fez ou falou, ele acariciou o rosto da menina.
- Tira a mão de mim! – disse Mione arrancando a mão do loiro de seu rosto. O menino apenas riu e falou:
-Deixa de ser ridícula Granger!


Quando Hermione fechou os livros, guardou seu trabalho e foi levantar-se, Malfoy segurou seu braço.


-Onde você acha que vai?
-Isso não te interessa! – com força, soltou o braço, colocou o livro no lugar e saiu andando, mas Draco foi mais rápido, entrando em sua frente impedindo-a de sair. Hermione tentou empurrá-lo, mas obviamente não teve força suficiente.


Malfoy fez algemas em seus pulsos e ao passo que ele tentava beijar a menina, esta ia chegando para trás.


-Chega. – O menino largou seus pulsos, mas prendeu Hermione pela cintura forçando-a a parar.
-Me solta! – disse dando tapas no loiro que visivelmente se divertia.


-Por que você não fala mais alto? Assim os outros ouvem? – e completando a frase, ele começou a beijar Mione que nem teve tempo de reação. O beijo era mais uma vez urgente apesar de carinhoso. Draco passava a mão por seus cabelos, apertava sua nuca. O coração da menina parecia que ia sair pela boca. Ia. Até porque estava ocupada tocando os lábios de fogo do loiro.


Malfoy agora beijava seu pescoço e ela tinha oportunidade de falar, mas não conseguia reunir “forças” para sequer pensar, era como se ele tivesse arrancando-as de Hermione, a deixando mais fraca. Mas era uma fraqueza prazerosa e a menina começava a perder o ritmo certo da respiração.


Draco percebeu isso, então levou sua boca até a orelha da menina e sussurrou:


-Desista. Você não pode parar e nem quer...


Fato que ele estava parcialmente certo. Ela não queria, mas sim, ela podia e apesar de ter sido praticamente doloroso(como sempre foi), ela o fez.


-Malfoy se você fizer isso de novo, eu te jogo todas as azarações que eu conheço! – disse querendo parecer furiosa, mas a fraqueza e a respiração descontrolada a fizeram falhar.
-É mesmo? – falou o menino sarcasticamente.
Hermione forçou sua respiração a voltar ao normal e falou agora com mais acidamente:
-Quer arriscar?


Era pra ser uma pergunta retórica, mas Draco respondeu. Não com palavras a princípio. Mas ele prendeu Hermione novamente pela cintura e disse sombriamente:


-Duvido. – e continuou antes que Mione pudesse falar. – É claro que você não vai fazer isso, você me ama!


A declaração dele arrancou gargalhadas da menina, porém ele não perdeu a pose:


-Pode até não amar, mas olha pra mim e diz que não me quer!


Toda essa atitude que Malfoy tomou nos últimos minutos, fez Hermione lembrar de tudo o que havia pensado da outra vez. Mas foi um pouco diferente. Ela percebeu realmente o que estava fazendo. Não se tratava de um menino qualquer, era Draco Malfoy, e o fato dele deixá-la “impotente”, estava irritando-a de forma gradativa. Foi o que ajudou Mione a juntar suas forças de novo.


Flashes apareceram na cabeça de Hermione. Eles mostravam momentos com Harry e Rony. Eles não andavam juntos há muito tempo. E o que ela estava fazendo agora cada vez tinha menos sentido. Esse garoto estúpido e arrogante parado na sua frente e ela pensando em beijá-lo de novo?! Isso há deixou um pouco enojada de si mesma. Tantas considerações nem levaram tanto tempo, mas foi suficiente para Draco entender aquilo como uma deixa.


-Foi o que eu pensei. – disse despertando Hermione de seus pensamentos.


Malfoy tornava as coisas perigosamente boas e apesar de não voltar atrás em seu julgamento, apesar de saber que aquilo ia acabar naquela hora, a menina perdeu a fala.


-É rápido! Eu só tenho que achar o pergaminho e... Hermione?! – disse a voz surpresa e irritada de um menino.


A menina se virou vagarosamente na direção da voz e encontrou Harry e Gina de bocas abertas e tão parados que pareciam mais estátuas. Draco a soltou e saiu rapidamente pelo outro lado do corredor. Tudo o que havia pensado corretamente a acertava com mais força agora.


-Harry! – disse ainda em choque.
-Eu não acredito nisso! – disse Harry com raiva ao mesmo tempo em que tentou ir na direção de Mione, mas Gina o segurava. Quem andou até onde ela e Harry estavam, foi Hermione ainda meio desorientada.


-Espere, deixe-me fal...
-O que você vai fazer agora? Virar uma Comensal da Morte? – disse o menino fervendo de raiva.
-Harry, pare. – disse Gina tentando intervir.
-Harry, por favor, me esc... - começou a suplicar, mas logo foi cortada por Harry.
-Eu não quero mais ouvir uma palavra sua Hermione, você devia pedir pro seu namoradinho te ouvir!
-Você está sendo ridículo! – agora ficando com raiva também.


Harry, porém gargalhou e disse:


-Eu? Ridículo? Olhe para si mesma Hermione! Sabe de uma coisa, você não merece Ronald.


Hermione ficou confusa. Onde Rony havia entrado na história? Mas o click logo veio: ele sempre esteve. E quando a menina ameaçou dizer alguma coisa, ele despejou:


-Ele é bom demais pra você!


Agora foi a vez de Hermione rir e na hora de falar, sua voz saiu um pouco mais rápida do que esperava:


-Ah claro! O covardezinho é bom demais pra mim! Não consegue se livrar de uma menina, e eu que sou a ruim da história!
-Pelo menos, ele não é um traidor! – disse rispidamente o menino que saiu andando com passadas fortes pela biblioteca. Gina ainda estava indecisa se apoiava Mione ou se seguia o namorado. Hermione percebendo a dúvida em seu rosto, falou:


-Tudo bem, pode ir, eu mereço isso.


Gina assentiu sem poder falar nada e saiu pelo mesmo caminho de Harry.

As palavras do amigo, que agora Mione nem sabia se ainda o poderia chamar assim, ecoavam em sua cabeça, e lágrimas começaram a cair por seu rosto. A menina correu em direção ao seu dormitório e se jogou em sua cama. As conclusões chegaram rápido demais.


Estava tudo acabado. Logo Ron saberia e não haveria mais chances pros dois. Provavelmente sua reação seria pior que a de Harry e Hermione não sabia se agüentaria ouvir coisa pior do ruivo. Ela escolheu seu lado na batalha, mas infelizmente, parece que tarde demais. Não havia nada nem ninguém.


 


-Hey, acorde! – Mione se sentiu sendo sacudida. – Hoje tem passeio para Hogsmadale, lembra?


Hermione abriu um pouco os olhos vendo Ginny parada na sua frente.
Como assim? Do que ela estava falando? O passeio era daqui a três dias!


Hermione levantou rápido e sem encontrar o olhar da menina olhou ao seu redor e percebeu que as outras que estavam ali, se arrumavam, mas não para ir estudar.


Os dias passaram, porém Mione não notou.


Estranho.


Ela franziu a testa, mas começou a se arrumar.


-Está tudo bem? – perguntou a ruiva.


Mione olhou em sua direção, confusa.


-Nem tanto, mas... Porque você está falando comigo?
-Hermione, eu não apoio o que você fez, também achei horrível sua atitude, mas eu não posso te julgar. Todo mundo erra, e eu não sou uma exceção. Já cometi muitos e graves erros.


As duas se olharam por alguns segundos e Gina abriu um pequeno sorriso e estendeu os braços para abraçar Hermione, que o fez e disse com os olhos cheios d’água:


-Muito obrigada Gina, você não sabe o quanto isso significa pra mim. Eu pensei que ia ficar sozinha.
-Mione, enquanto eu estiver por aqui, sozinha você não fica ok? – disse sorrindo e Hermione assentiu sorrindo também. – Agora vamos logo, senão a gente se atrasa!
-Espera! E quanto ao... Harry?
-Ah, ele está mais calmo agora.
-Eu quis dizer... E quando ele souber que você está falando comigo?
-Nada vai acontecer! Já viu algum garoto me dizer o que fazer? – riu – Parece até que não me conhece!


Como previra, Harry ficou o passeio inteiro de cara amarrada para Gina ao ver que esta falava com Hermione.
-Gina, escuta, eu não quero trazer problemas pra vocês dois.
-Hermione, esquece isso, deixa o Harry pra lá, mais tarde eu converso com ele ok? Não é nada de mais. Porque você não aproveita e me conta como começou essa história com o Malfoy?


Enquanto entravam e saiam das lojas Hermione contou que aconteceu à Gina, que ouviu sem interromper, fazendo apenas algumas caretas quando Mione mencionava Malfoy e seus beijos.


O tempo não estava tão frio quanto como todas as vezes que vinham até Hogsmadale o que as permitiram ficar fora das lojas que geralmente funcionavam muito bem como lareira em tempos frios.


Estavam paradas agora na frente da Casa dos Gritos, Gina pensou que seria um bom cenário para acabar de ouvir o que Hermione tinha para dizer.


Quando a menina finalmente acabou de contar a história, Ginny começou a dizer:


-Nossa. Não que faça mais sentido agora, é que... Que história! Só não conte aos seus netos, ok?


Apesar da tentativa de ser divertida, não teve o mesmo efeito em Mione, que olhou para baixo com um sorriso amarelo e depois olhou em direção à casa a sua frente com a cara séria.


-Hey, desculpe! Mas é que... Me entenda... É meio que difícil ouvir isso sabe.


Hermione apenas assentiu com a cabeça.


-É triste também por que... Nossa, poderia ter acontecido com qualquer outro garoto, o que com certeza seria muito mais razoável – disse as últimas palavras com um pouco de relutância, pois não havia achado melhores – Mas foi acontecer justo com Malfoy. Você não está mesmo com sorte Hermione.


A menina sorriu junto com Gina que voltou a falar:


-Mas e agora?
-O quê?
-Como vai resolver isso com Malfoy?


Hermione olhou intrigada, mas na hora que iria perguntar o que ela queria dizer com aquilo, ambas ouviram um barulho vindo de trás das duas. Elas viraram rápido, porém nada viram. Franziram a testa uma pra outra, mas nada mais aconteceu. Então Gina continuou:


-O que eu quis dizer é que como você vai fazer o Malfoy parar? Ou você acha que ele vai fazer isso sozinho? – perguntou com uma leve pitada de sarcasmo.


Hermione ficou alguns segundos sem reação. Ainda não havia pensado sobre isso e realmente era algo que a partir de agora teria que gastar algum tempo tentando resolver.


Provavelmente enfrentar dois trasgos era mais fácil.


-Eu não queria tomar uma poção polisuco sua agora...
-Não tá ajudando...
-Eu sei – disse como um pedido de desculpas – Mas não esquenta com isso, ok? Vamos dar um jeito.
-Como Gina? – disse se levantando do tronco de árvore onde estavam sentadas – Vou chegar pra ele e dizer: Hey Malfoy você é um idiota e eu não quero mais que você chegue perto de mim?


-Seria uma bo...


-Concordo! É uma ótima coisa pra dizer pra ele, mas você acha que ele vai aceitar? – disse agora andando de um lado para o outro.
-Realmente.
-Mas que droga! – falou com raiva – Estou tão ferrada! Ele não vai desistir! E se eu o ignorar, vai ser um ótimo jogo para ele... Droga! Droga! Droga!


Desejou ter o vira tempo nas mãos agora, para poder consertar toda a bagunça que ela fez, mas é óbvio que a professora McGonagal não lhe daria um com esse propósito.


Parece que é esse o preço que se paga quando fazemos coisas assim, sem pensar. Na hora fica “tudo bem”, mas depois as conseqüências são grandes.


Hermione, agora parada de braços cruzados olhando de cara amarrada para Casa dos Gritos, pensava na outra vez que estivera ali com Rony e Harry. Sentia mais falta deles do que nunca, principalmente de Ron, já que havia muito tempo que não o via. Lembrou de como Harry a ajudou quando Ron voltou para Lilá. Havia perdido todos, menos Ginny que pra sua sorte ainda estava por ali.


É incrível o que um intruso pode fazer. Assim como Lilá, Malfoy nada mais era que um intruso, que estava atrapalhando, desviando Hermione de seu caminho.


-Hermione, está tudo bem? – disse Gina preocupada com o silêncio bastante longo da amiga.
-Está... Eu só estava... pensando.


Hermione virou-se para Gina que estava levantada também. As duas se abraçaram e apesar dos olhos de Hermione encherem d’água, ela não deixou-a sair. Já havia chorado muito na frente das pessoas.


-Já te disse né? A gente vai achar uma solução. – disse tentando consolar a amiga e agora as duas olhavam a casa que diferente das outras vezes, nem tinha tanta neve na parte da frente, mas mesmo assim continuava assustadora.


-Obrigada Gina. É que... eu só queria me livrar logo disso, mostrar para aquele garoto o quanto ele é idiota, e nojento – falou, com a raiva crescendo dentro de si. – e que eu teria preferido tirar nota baixa em todas as provas e...


Hermione foi interrompida por uma risada meio sombria que vinha de trás dela. Mais uma vez as duas viraram rapidamente para trás, mas dessa vez havia alguém. Saía de uma das árvores um menino loiro, acompanhado de dois garotos gordinhos de cabelo castanho, um de cada lado. Todos estavam rindo.


Gina foi para o lado de Hermione, como que para protegê-la e apertou seu braço, com a varinha empunhada na outra mão, só por precaução.


-Você é tão patética, sangue-ruim. – disse e começou a fechar a não muito longa distância entre os dois. Gina entrou na frente de Hermione, mas esta a afastou com um olhar de “tudo bem”. Mesmo hesitante, a ruiva voltou para seu lado. - Agora porque você não para de falar e vem aqui pra eu te mostrar que você está errada? - continuou. E após acabar de falar, pegou Mione pela cintura e a puxou pra ele. Para a sorte de Hermione, Malfoy parecia não ter mais aquele poder sobre ela, e a menina rapidamente levou seu braço pra trás e depois pra frente, dando um soco no rosto de Draco que a largou para segurar seu nariz. Ela finalmente havia acordado.


Mione voltou a ficar do lado de Ginny, que estava sorrindo em aprovação ao que a menina havia feito.


-Imbecil! Porque você fez isso? – disse Draco, furioso, ainda segurando o nariz ao mesmo tempo em que afastava seus capangas que tentavam inutilmente ajudar.


-Já que tapa não o ajudou a entender, talvez um soco faça o trabalho. Ah! E da próxima vez trás a carterinha que quando você completar 10 eu te dou um de graça. – continuou sarcástica, lembrando do outro soco que havia dado no menino.


Malfoy tinha seus olhos vermelhos de raiva agora, metaforicamente falando, claro. O menino levou a mão em direção ao bolso e novamente Gina levantou sua varinha. Vendo o movimento, Draco olhou em sua direção e em seguida gargalhou.


As meninas olharam uma para outra, pensando ter perdido alguma parte, mas antes que pudessem fazer qualquer coisa, outra pessoa saiu de trás de uma das árvores. A menina de cabelos negros e curtos andou em direção a Draco e disse:


-Amor, você está aqui! Estava te procurando! – Pansy Parkinson abraçava Malfoy que estava encarando Hermione com um sorriso nos olhos. Pansy continuou – Mas o que você está fazendo aqui de frente para... Com essa sangue-ruim? – disse agora que tinha se virado de frente para Casa e encontrado Hermione e Gina, que estava de boca aberta. – E o que aconteceu com seu nariz?

-Nada amor. Está tudo bem, só estou resolvendo algumas coisinhas.


Apesar de desconfiar, Pansy nada falou, apenas olhou ameaçadoramente para Hermione que segurou para não rir.


-É sangue-ruim, você está entrando em maré de sorte. – disse sarcasticamente. –Eu não preciso mais de você. Pode ficar tranqüila... – continuou agora se virando para ir embora abraçado com Pansy e com os dois capangas na sua frente. Após dar alguns passos, Malfoy virou sua cabeça na direção de Hermione e terminou sua frase com um sorriso sombrio: - Por enquanto.


Hermione sorriu forçadamente e disse: - Traz a carterinha.


Malfoy fechou a cara, virou seu rosto e foi embora.


As meninas ficaram alguns segundos em silêncio que logo foi quebrado pelo riso de ambas.


-Foi mais fácil do que imaginei.


-Nossa Hermione, você conseguiu! – disse abraçando a menina que o retribuiu. – Eu amei o soco! – e as duas ainda riam.


-Obrigada por ter ficado por aqui Gina.
-Ah que isso! Agora vamos sair daqui, ainda quero comprar uns doces antes de voltarmos pra o castelo.


Mas quando começaram a andar, Harry saiu de trás de outra árvore.


-Nossa, tem algum portal nessa árvore?


Hermione sorriu com o comentário da amiga.


-Oi Harry! – disse a ruiva, indo na direção do namorado e lhe dando um rápido beijo. Ele passou a mão nos ombros da menina e olhou para Hermione que encarava o chão. Harry olhou rapidamente para Gina que logo entendeu e comunicou:


-Bom, vou comprar meus doces, depois falo com vocês.


 Assim, a menina saiu deixando sozinhos Harry e Hermione que continuava de cabeça baixa. Vendo que a menina nada iria falar, Harry começou:


-Belo soco. Andou treinando desde a última vez?


Hermione levantou o rosto e deu um sorriso tímido e disse:


-Você viu?
-Tudo.
-E...?
-Eu nunca vou entender o que você fez.
-Eu sei. Nem eu entendo direito.
-É, da pra ver que você se arrepende mesmo.


-Claro! Se eu ainda tivesse o vira-tempo, pode ter certeza que eu voltaria pra consertar isso tudo. Eu não faria aquilo de novo. – Hermione podia falar isso, porque era a mais pura verdade. Apesar do beijo do loiro ainda aparecer de vez em quando em seus sonhos, o fato de quase ter perdido suas amizades, mostrava que o que havia feito nada passara de uma tremenda estupidez feita por fracos. Isso fez Mione lembrar:


-Rony está muito bravo?
-Eu não contei nada pra ele.


Os olhos de Mione encheram de lágrimas, que representavam o arrependimento que sentia, e vergonha que a fez cobrir o rosto imediatamente e falar com as lágrimas descendo pelo rosto.


-Harry, eu sinto tanto!
-Eu também, mas está tudo bem agora. – abraçou a menina e completou – Senti saudades.
-Oh, eu também.


Após alguns segundos de abraço, Hermione falou:


-Podemos sair daqui? Chega desse lugar.
-Claro. – Harry riu.


Os dois assim fizeram e encontraram Gina na frente da Dedos de Mel e voltaram para Hogwarts. Ficaram o resto do dia sentados na sala da Grifinória conversando. Quando estavam se preparando para ir aos seus dormitórios, pois a noite chegara, Rony apareceu com Lilá. Hermione parecia ter ficado desacostumada a ver Rony, e sua respiração falhou um pouco assim que pos os olhos no menino. Mas logo voltou a velha história. Ele ainda estava com Lilá. Os dois haviam parado na ponta da escada do dormitório das meninas e estavam se despedindo. Hermione desviou o olhar rapidamente. Rony deu um rápido e hesitante beijo em Lilá e voltou para onde Hermione, Gina e Harry estavam sentados.


-E aí galera?
-Ron. – Gina disse ao mesmo tempo em que Harry, e os dois sorriram. Hermione mais uma vez apenas o ignorou, mas ele continuou:
-Que bom que o dia acabou.


Hermione queria dizer que concordava, mas seu orgulho ainda tinha forças suficientes para impedi-la.


-Realmente. - soltou Harry que olhava para Hermione parecendo que lia seus pensamentos. A menina sorriu levemente.


-Bom, eu vou pro dormitório. Boa noite pra vocês – Anunciou Gina se levantando e dando um beijo em Harry, um abraço em Hermione e um tapa em Rony que ainda estava de pé.


Enquanto subia a escada, a porta do dormitório se abriu e Lilá saiu correndo, descendo as escadas:


-Uon-uon, esqueci de te falar!


Gina rolou os olhos e subiu. Rony fez o mesmo e disse baixinho:


-Porque ela não me esquece?


Harry levantou uma sobrancelha e disse:


-É sua decisão, lembra?
Ele assentiu tristemente e foi na direção de Lilá que batia as mãos e pulava no mesmo lugar.
Após rir, Hermione disse:
-Ainda né?


Harry apenas balançou a cabeça pra frente e pra trás e sorriu para a menina, que voltou a falar:


-Temos outro problema agora.
-Qual?
-Rony.
-Isso não é novo. E só ele pode resolver.
-Eu sei, mas eu não estava falando disso.
-Então o que é?
-Eu não sei se vou conseguir esconder dele por muito tempo.
-Mas Hermione, você nem fala com ele!
-Eu sei! Mas sabe... quando eu voltar – disse timidamente olhando para baixo.


Harry ficou feliz em ouvir aquilo e ainda sorrindo falou:


-Você quer ajuda? Vai ser difícil, mas eu posso falar.
-Você faria isso? – Hermione olhou para Harry.
-Claro. Estou em falta com você.
-Você acha? Eu acho que é ao contrário.
-Pode até ser. Mas eu não deveria ter te abandonado, mesmo você estando errada.
-Harry, tudo bem. Eu merecia.


Eles se olharam por alguns instantes e Harry começou a falar:
-Acho que eu vou precisar da Gina.


Os dois riram.


Hermione se despediu de Harry e foi para seu dormitório. Infelizmente Gina já havia dormido então Harry teria que falar com ela amanhã. Mione se arrumou e deitou-se me sua cama.


O dia havia sido tenso, mas o resultado final era bom. As coisas pareciam ter voltado ao normal no sentido de que Hermione voltara ao zero mais uma vez. Pelo menos as coisas estavam sob seu controle agora, definitivamente. Demoraria um tempo até que pudesse se perdoar por ter feito o que fez, mas tinha Harry ao seu lado de novo.

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