Orgulho X Amor



Hermione acabara de descer as escadas em espiral e agora andava pelo castelo. Ele parecia estranhamente escuro em alguns lugares. A menina ouviu uns passos a uma distância curta de onde estava. Ela parou, olhou ao redor, mas não havia ninguém. Continuou, então, a andar. Mas que horas eram? Porque o castelo estava tão vazio? Mione tinha acabado de sair da sua última aula e tinha gente lá, normal, como qualquer outro dia. Estava tudo tão silencioso.


Hermione resolveu apertar o passo a fim de chegar logo no salão comunal. Mais passos surgiram, agora acompanhados de sussurro. Mione, por um momento, ficou congelada onde estava. Sua respiração começou a aumentar e estava suando frio. Novamente, olhou ao redor e nada viu.


Fique calma e pare de se preocupar à toa! – ordenava a si mesma enquanto tentava controlar sua respiração
As pessoas devem ter coisas mais importantes a fazer do que ficar perambulando pelo castelo... – concluiu – Vamos lá! Andando!... Okay!


Respirando fundo voltou a andar, fazendo seu caminho rotineiro para sala comunal antes de ir jantar. Entrou em um corredor e depois em outro e outro.


Estranho, já deveria ter chegado! – disse pra si mesma enquanto tentava pensar no caminho que havia feito até agora e descobrir se havia errado alguma entrada.


Impossível. O castelo era grande, mas Hermione não tinha como se perder ali depois de tanto tempo. Além do mais o salão da Grifinória não era tão distante assim de sua sala.


Agora parada em um corredor tentando se achar, seus olhos encontraram “sem querer” um dos quadros. Mas nada havia a não ser um fundo preto. Hermione olhou os outros e estavam do mesmo jeito. Definitivamente havia algo errado.

Recomeçou seu caminho agora correndo. As vozes ficaram mais altas e também pareciam mais e mais perto. Haviam risadas agora também. Todo seu controle respiratório havia se esvaído. Mas antes que pudesse se descontrolar mais percebeu que felizmente estava perto do salão comunal e correndo, subiu as escadas e parou em frente ao retrato da Mulher Gorda. Ela não estava lá, o quadro estava preto como todos os outros.


Droga! O que está acontecendo?


Foi então que viu um menino de cabelos pretos e óculos entrando rapidamente em um corredor na direção oposta.
-Harry? – disse baixinho reconhecendo-o e logo depois gritou: - Harry!


Mas o menino não parou. Hermione trocou de escada e logo chegou onde o menino havia entrado só que agora ele já tinha saído de sua vista. Ela correu para encontrá-lo, mas não o achou. Parou novamente. Olhou ao redor. Tudo vazio. Absolutamente ninguém. Sem pessoas, sem as imagens animadas dos quadros, nem os fantasmas. Ela voltou a correr procurando Harry entre os corredores.


-Você nunca vai conseguir – sussurrou uma voz


Ela parou abruptamente. Virou-se pra onde tinha acabado de vir e não havia nada além dos ecos do estranho sussurro. Correndo mais rápido agora, Hermione percebeu que suas mãos tremiam levemente. Medo. Apesar de ser orgulhosa demais para admitir até pra si mesma, era o que estava sentido.
De repente viu Harry novamente, entrando em outro corredor.


-Harry! – gritou – Harry! Espera!


Ela correu na direção do amigo, mas ele também corria agora.


-Sou eu, Harry! Hermione! – gritou – HARRY!


Novamente ele sumiu de seu campo de visão.


-Você nunca vai conseguir! – a voz dizia novamente mais alta – Nunca! Nunca!


Veio então uma risada. Alta, profunda e sombria, fazendo a menina sentir um frio na espinha. Sua respiração que a muito tempo estava fora de seu controle ficava mais rápida e uma gota de suor escorreu pela sua testa. Ela levou a mão tremula em direção à sua varinha presa em suas vestes, mas não havia nada. Ela começou a procurar, mas não achou.


Não acredito! Cadê minha varinha?!


 Enquanto procurava, um vulto passou rapidamente pelo seu lado, e Hermione além de sentir, pode ver pela sua visão periférica. Ela se virou e o vulto passou em suas costas. A mesma risada sombria foi dada agora, mais baixa, no pé do seu ouvido.
Hermione não agüentou e soltou um grito. A voz deu outra risada e os passos voltaram a aparecer. A menina voltou a correr quando quase se chocou com Harry.


-Oh Harry! – disse com lágrimas descendo pelo seu rosto. Ela deu um passo em sua direção, mas ele deu outro para trás. – Harry, o que está acontecendo?


Ele, depois de uns segundos de silêncio, simplesmente riu e sumiu na sua frente virando ar. Hermione desta vez não conseguiu encontrar sua voz para soltar o grito e quando olhou ao redor, viu duas pessoas no fundo de outro corredor. Ela não sabia se era seguro segui-los, mas também não queria ficar ali sozinha. Pôs-se a andar em tal direção O casal esperou ela se aproximar e então virou em outro corredor.


Hermione provavelmente estava perto de ter corrido grande parte do castelo a essa altura. Ela virou e encontrou o casal uns passos na frente.


-Err... Oi – disse tentando se manter calma – Vocês sabem o que esta acontecendo? Onde está todo mundo?
O casal ficou em silêncio e a risada sombria apareceu de novo.


-Hey, vocês ouviram? – falou nervosa – Quem será que está fazendo isso?

-Nunca!


-Droga, será que vocês podem me responder? – Hermione tremia mais claramente.
O casal nada disse. Hermione não estava entendo. O pior é que ela não conseguia ver seus rostos devido à estranha péssima iluminação do lugar.


Parecendo ter ouvido, a menina deu passo à frente, mas Hermione só pode ver seus cabelos loiros e um pedaço de seu rosto. Não conseguiu identificá-la, mas viu que ela estava... sorrindo? Não era um sorriso muito amigável e Hermione deu passo pra trás. Logo após, a menina loira lhe deu as costas virando-se para o garoto que ainda estava parado. Ela caminhou até ele e começou a beijá-lo intensamente. Hermione encarou a cena boquiaberta. Como ela podia pensar nisso com tudo o que estava acontecendo? Mione limpou a garganta, mas eles não se separam. Ela então, com pisadas fortes andou até os dois.


-Hey, o que vocês pensam que estão fazendo? Tem alguma coisa errada aqui, não estão vendo?


A menina de cabelos loiros parou o beijo virou-se para Hermione e empurrou-a com uma força que Mione não esperava. Ela voou um pedaço considerável para a força de uma menina, bateu as costas em uma parede e caiu no chão. O lugar agora parecia estar mais bem iluminado e Hermione pode ver que a menina estava com uma varinha nas mãos. A garota de cabelos loiros começou a dizer baixinho:

-Você nunca vai conseguir! Ele é meu!
-O que? Do que você está falando?
-Nunca! – deu mais passos para frente, mas suficiente para Mione “entender”.
-Lilá? – disse quase gritando de surpresa. Dois segundos e agora já sabia quem era o menino. – Rony! Ron!
-Não fala com ele! – gritou a menina – Não fala mais nada! – disse apontando a varinha, enquanto o ruivo chegava pra frente parando ao lado de Lilá.
-Lilá o que você está fazendo? – perguntou – Ron, o que está acontecendo aqui?

-Basta sangue-ruim! – Ron falou, deixando Hermione chocada.
-O que? – disse quase sem voz.
-Acaba logo com isso Lilá! – ordenou o ruivo.
-Como você quiser Uon-uon! – disse dando sua risadinha enjoada que se transformou na risada sombria que ouvira antes. – Você entendeu Granger? Você não vai conseguir! Nunca! Ele é meu! Não vou perdê-lo pra uma sangue-ruim – soltou a risadinha de novo e continuou – Até porque daqui a alguns segundos... Tadinha da Hermione... - falou e os dois riram. E ainda rindo, Lilá apontou-lhe a varinha mais uma vez e disse:


-Tchauzinho, Granger! Avada Kedrava!


-Mer.a! –Hermione pulou da cama. Ela, mais uma vez, foi vítima de sua imaginação. Ela ficou parada alguns minutos, se certificando de que não tinha acordado ninguém.


Depois, limpou a gota de suor que corria em sua testa e a lágrima que descia sua bochecha. Deitou na cama de novo. Com um pequeno esforço conseguiu acalmar as batidas de seu coração e sua respiração. As cenas do sonho passaram em sua cabeça e dar conta de seu conteúdo a fez rir. Bizarro!  - concluiu.


 O resto da noite correu calma, sem mais pesadelos estranhos. Hermione levantou cedo se arrumou, pegou seus materiais e desceu para seu café.
Agora que as aulas da manhã terminaram, os três se encaminharam para o grande salão e mesmo que fosse totalmente estranho para Hermione sentar junto de Ron, foi o que fez por insistência de Harry. Enquanto saboreavam um delicioso almoço, Ron e Harry começaram a conversar.


-Então Ron conseguiu terminar aquele negócio?
-Ah cara! Vai ser mais difícil do que eu imaginei.


Harry riu e Hermione pigarreou como se quisesse lembrá-lo que estava ali e que por isso aquele era um péssimo assunto. Harry olhou para a menina com um sorriso no rosto e ela se concentrou em sua comida.

-Mas pensa bem, depois você vai estar livre dela e vai poder fazer o que quer... – Harry enfatizou a última palavra, levantando a sobrancelha – Já passou da hora não acha?
Hermione ainda “concentrada em seu prato” tentava sondar o que o amigo queria dizer.


-Acho sim. Você acha que vai demorar?
-Não tenho certeza, mas acho que vai ser mais rápido que imagina – Harry sorriu e se virou na direção de Hermione que até agora nada havia falado.


A menina encontrou os olhos de Harry e depois sem querer os de Ron. Ela se engasgou com um pouco da comida que ainda estava na sua boca e corou.
Após se recuperar do engasgo Mione fuzilou Harry com os olhos e logo se levantou querendo se livrar daquilo:


-Tenho que ir. Tchau Harry!


Hermione praticamente correu em direção ao salão comunal e enquanto isso, em sua cabeça os pensamentos borbulhavam.


O que diabos Harry pensa que está fazendo?Nossa, ele deve ter ficado maluco...Ou  só pode estar brincando! Brincadeira de muito mau gosto por falar nisso.  – Hermione pensou irritada.


A menina finalmente chegara a seu quarto e obviamente o encontrou vazio. Era bom ter saído mais cedo do almoço e agora estar sozinha. Pelo menos podia pensar. Ela se deitou em sua cama, e lembrou do que Harry dizia.


Vai poder fazer o que quer... Vai ser mais rápido do que imagina.


Não se encaixava. Hermione, depois de alguns minutos, percebeu que como todas as outras vezes que tentara descobrir significados de alguma coisas, era inútil ficar pensando nisso. Afinal, mesmo que se dispusesse a fazer, precisaria de tempo, uma coisa que não tem agora já que teria uma aula daqui a alguns minutos. Ela levantou e dirigiu-se à sala. Quanto a Harry, teria de dar explicações logo logo.


 Ah Harry pare de protegê-lo! Se ele quisesse, ele já teria chutado ela há muito tempo!

Hermione... Você sabe como aquela garota é insuportável. E sabendo disso, você também deveria saber que não deve ser tão fácil assim.


Ain esquece! – Hermione sussurrou.
Harry rolou os olhos e a menina pegou o pedaço de pergaminho onde os dois escreviam e escondeu antes que o professor visse. Harry havia dito que Ron estava fazendo tudo o que podia e que ele, tanto quanto ela, não via a hora daquilo acabar. Mas para a menina isso não passava de estratégia.


Como se isso fosse me enganar! Humpf!


Já fora da sala de aula, Hermione resolvera contar o pesadelo que tivera naquela noite.
-Hermione! Só você mesmo! – disse, rindo, Harry depois de ouvir o sonho da amiga.
-É, eu sei... Me sinto tão ridícula – acompanhando a risada do menino.
-Ah, não fique assim – disse passando a mão em um de seus ombros – Deve ter sido fruto daquela sua idéia estúpida de desistir...
-Harry, eu já te expliquei... Eu não quero continuar assim! É tudo tão... patético!


O menino deu uma risadinha e disse:


-Eu só sei que é a pior coisa que você pode fazer agora – e continuou depois de um breve minuto – Não sei o que acontece com vocês! Estão sempre complicando tudo!
-Ah claro! Porque você ficar junto com a Gina foi facílimo – disse e os dois riram – E como vocês estão?
-Perfeito! Ela está tão animada pro Natal! A casa vai ficar cheia!... Você vai claro, não é?
-Huum, acho que não Harry. Não me parece ser uma boa opção.
-Entendo. Mas não concordo.
-Só esquece ok?


Desistir. Era uma opção cada vez mais plausível para Hermione. Pelo menos no lado da razão. O coração ainda tinha esperanças, verdade, ainda que mais fracas em relação à antes. A velha e conhecida batalha entre amor e razão. Mas digamos que no caso de Mione seria mais apropriado dizermos que tal batalha acontece entre o amor e o orgulho. Fato, que não era uma luta muito justa e ambos os lados usavam de armas muito poderosas para ganhar o que tornava a disputa acirrada. Por um lado, não podia mais esperar ele criar coragem para enfrentar a Lilá. Ver os dois juntos era uma facada. E se isso fosse algo mais que uma metáfora, provavelmente ela já teria virado uma peneira. Mas por outro, seu amor pelo ruivo ainda a consumia fortemente.


O resto do dia passou rápido. A ultima aula era de Aritmancia. Apesar de Harry não conseguir entender o porquê, era a aula que a menina mais gostava, onde ela mergulhava na matéria mais profundamente que o normal, esquecendo pelo menos por um tempo de todos os problemas.


Quando chegou na sala, logo percebeu uma estranha animação dos alunos que ali estavam. De início Hermione não entendeu, mas logo veio a confirmação de sua preocupação. Uma menina da Lufa-Lufa comemorava, com uma amiga:


-Não tem aula!!!!!
-Sério?! – disse a menina, já com um sorriso enorme no rosto – Mas o que houve?
-Ah, eu não sei direito e também, quem se importa? – disse rindo


Que perfeito... - pensou Mione.


Tempo livre agora era tudo o que ela não queria. O jeito era ir para biblioteca e estudar lá. Foi o que fez pelo resto do tempo que estaria na aula.


Como sempre acontecia, Mione esqueceu da hora e quando se distraiu rapidamente olhando para cima percebeu que a maioria dos alunos que estavam lá já tinham ido embora e que faltavam poucos minutos para a biblioteca ser fechada. Chegara à hora do jantar. Hermione rapidamente se levantou e guardou suas coisas, e andou em direção a prateleira onde havia pegado o livro para uma pesquisa. Não ia precisar mais dele e então não havia necessidade de levá-lo para depois devolver.


Mas se soubesse o que estaria por vir, com certeza teria mudado de idéia.


Foi chocante encontrar Draco ali. Hermione só havia visto pisar naquele lugar duas vezes. Ele provavelmente não gostava de ler e muito menos tem cara de quem viria para biblioteca fazer pesquisa para o trabalho. Ele sempre mandava um de seus “capangas” pegarem o livro e levar até a masmorra da Sonserina.
Além do mais, era tão estranho olhar pra ele de novo depois daquele episódio esquisito.
Fazia-a querer entender o porquê daquilo, mas nunca conseguiu.


-Olha que veio até o livro... – disse baixo pra si mesma.


Porém o sussurro chamou a atenção do loiro que estava a uns 10 passos de Hermione. Mesmo que ele não tivesse entendido uma palavra, ele sabia que não era “boa coisa”.
Hermione parou alguns segundos de respirar quando seus olhos se encontraram. Como é que ele conseguia ficar tão intimidador às vezes?
Ela respirou fundo e entrou na galeria para por o livro no lugar e sair o mais rápido que pudesse.


-Sangue-ruim – disse comprimentando-a.
Hermione só bufou e virou de costas para procurar o lugar certo onde precisava por o livro.

-Tudo bem?
Ela teve que rir dessa. Desde quando ele se importava?
-O que você quer Malfoy? – disse incrédula – O que aconteceu? Está sobre algum feitiço? Quer que eu chame algum professor pra te ajudar?


-Ah cala boca Granger! – ele andou até Hermione, pegou o livro da mão dela e abriu um lugar qualquer entre os outros livros onde o colocou.
Ele olhou para a menina que estava assustada pelo que ele havia feito. Draco deu sua risada sombria e cessou a distância dos dois.


Não havia mais que poucos centímetros entre seus rostos. Hermione não conseguia pensar e depois de dois segundos, Malfoy pressionou seus lábios no da menina.
Mione ficou congelada de surpresa. A princípio por causa do que ele estava fazendo. Depois foi porque se surpreendeu ao perceber que, no fundo, estava gostando. Os lábios do loiro eram macios e gentis. Ela quase não queria parar de tocar sua boca. Mas ela tinha que. Primeiro pelo motivo óbvio de que não fazia sentido nenhum. Ele sempre a insultava, ele não era uma boa pessoa. Fato. Nem pra ela e nem para Harry e... Rony. Rony.


Ela parou rapidamente de beijá-lo e se afastou. Draco abriu os olhos, mirou a menina por um momento e sua cabeça caiu pra frente.
Hermione tentava encontrar sua voz, mas nada saía. E antes que pudesse achá-la de fato, o loiro se aproximou mais uma vez. Em sua expressão havia uma pitada de raiva e ele disse:


-Não faça isso de novo.


E recomeçou a beijá-la, só que agora mais urgente. Ele colocou uma mão em sua cintura trazendo a menina para mais perto dele e com a outra passou pelo cabelo de Hermione parando-a em sua nuca. Mione tentou se libertar, mas logo desistiu e entrelaçou seus dedos no cabelo de Draco.


A confusão estava feita em sua cabeça, porque agora definitivamente ela não queria parar de beijá-lo. Parecia que havia algo entre os dois impedindo que se separassem.


-Estúpido! – sussurrou ainda nos lábios de Malfoy que apenas sorriu e continuou a beijá-la.

Draco a empurrou gentilmente contra a mesa que ficava em frente às prateleiras e agora ambos se puxavam um para outro quase se transformando em um corpo só. A respiração de Hermione estava agitada e isso só piorou quando o loiro resolveu levar seus lábios para o pescoço da menina e depois sua orelha, fazendo-a lembrar da outra vez que isso acontecera.

O que eu estou fazendo?
– pensava, enquanto o nome de Ron ecoava em sua mente.


Mentalmente ela sabia que estava errada, mas fisicamente era outra história. O fogo queimava em Hermione e os lábios de Draco pareciam uma das fontes das chamas.

-Com licença! Não acho que esse seja o lugar apropriado para isso! – disse a mulher limpando a garganta. – Está na hora de fechar! Vocês podem se retirar por gentileza?


Talvez Hermione seja grata a ela pela interrupção eternamente. De certo modo. Não ia conseguir fazer isso sozinha. Os dois se separaram e andaram para a porta de saída sem nada dizer, com a mesma mulher atrás deles murmurando coisas. Quando saíram, a mulher olhou com cara feia para os dois e trancou a biblioteca. Ambos riram.


Mas o que Mione estava esperando para sair correndo em direção ao refeitório mesmo?


Agora que estava separada do menino era mais fácil achar coerência e feito isso, uma raiva começou a se espalhar por todo corpo de Hermione. Ela se aproximou e deu um tapa no rosto de Draco. E quando ela levantou mais uma vez a mão para outro tapa, Malfoy segurou sua mão e a puxou em sua direção. E mais uma vez eles se beijaram.


Droga!


Porém, agora mais consciente Hermione conseguiu pará-lo antes que fosse tarde demais.


-Você não faça mais isso! – disse enfatizando cada palavra e depois se livrou dos braços do loiro, deu-lhe outro tapa e saiu rapidamente em direção ao grande salão.


Mione tentava arrumar alguma coisa para distrair a mente até chegar ao grande salão. Não queria pensar sobre aquilo, nunca mais. As cenas venceram, mostrando-se na cabeça da menina e calando sua revolta e fazendo aparecer um pequeno sorriso, mas Mione rapidamente sacudiu a cabeça afastando as imagens.


-Inferno! – murmurou pra si.


Chegando ao grande salão, Mione logo avistou Harry sentado em frente à Rony. Ela andou rapidamente em direção aos dois passando a mão no cabelo e se jogou no banco.


Os dois meninos lançavam-lhe um olhar de especulação, mas eles provavelmente nunca adivinhariam onde ela estava. E ela também não pensava em dizer nada. Mas será que Draco falaria alguma coisa?


Não – Hermione concluiu mentalmente. Ele não falaria pra ninguém que havia beijado uma sangue-ruim. Harry e Rony ainda olhavam-na esperando que a menina dissesse alguma coisa. Estava quase no final do jantar e ela rapidamente pegou algo que estava na sua frente e começou a comer sem nem ao menos olhar para eles.


-Onde você estava? – perguntou Rony
-Desde quando isso é da sua conta? – respondeu


Nenhum dos três disse mais nada até que o jantar acabou. Os alunos iam saindo aos poucos em direção aos seus dormitórios e isso foi o que Harry, Hermione e Rony fizeram.


Enquanto andavam em silêncio para a sala comunal, ouviram alguém chamando:


-Uon-uon!


Apenas Harry olhou para trás porque Rony e Hermione já sabiam quem era.


-Mais que droga! – Ron disse baixo e Harry o consolou batendo a mão em suas costas. Mione adorou ouvir isso. – Encontro vocês lá em um minuto.


Ron ficou para trás em quanto os outros dois seguiam.


-Você vai falar agora? – perguntou Harry.
Mione fez uma pausa e disse meio irritada:


-Eu estava na biblioteca! Satisfeito?


Nesse momento, Draco Malfoy passou entre os dois.

-Olá, sangue-ruim. – disse segurando na mão de Hermione.


Enquanto Harry olhava incrédulo ao gesto de Malfoy, a menina tentava limpar a mente das cenas ocorridas há pouco tempo atrás que apareceram sem sua permissão com o toque na pele de Draco.
Assim que conseguiu, o que levou minutos suficientes para Harry achar que o loiro havia lançado algum feitiço na amiga, Hermione largou a mão de Malfoy, não do jeito que pretendia, mas suavemente.

-Vamos. – disse se virando à Harry. Após andarem alguns passos Mione olhou para trás e encontrou Draco parado olhando em sua direção, como se ele soubesse que ela faria aquilo. O menino sorriu sombriamente e lhe lançou uma piscadela. Hermione quase lhe deu língua, mas Harry começou a falar:


-O que diabos foi isso?


Falo ou não falo? – pensou nervosamente.


 -Er... Não sei Harry, esse idiota está cada dia mais estranho...
-Alguma coisa está acontecendo e você não quer me contar.
-Acredite, não vai querer saber.
-Acho que vou sim.
-Escuta Harry – disse após alguns segundos em silêncio – Não é nada de ruim... Droga, claro que é, mas eu já cuidei disso ok? Não há nada com o que você tenha que se preocupar.


Mas será que havia motivos para Hermione se preocupar? O que aconteceu teve um poder grande e a menina sabia que agora teria de evitar Draco mais do que antes. Até porque não poderia deixar Harry descobrir. Imagina o que ele falaria. Isso seria difícil, mas o pior era afastar os flashes do beijo que de vez em quando ousavam aparecer. Porque ele não pode virar uma pessoa boa?


Ronald nada havia feito ainda e não parecia que faria pelo menos a pequeno prazo. Esperar se tornava cada vez mais difícil. É a pior coisa que você pode fazer agora. Foi o que Harry disse e provavelmente ele está certo.
Dois lados e decisões totalmente diferentes.
O fim da “batalha” se aproxima.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.