De Volta a Hogwarts
Capítulo 2 – De Volta a Hogwarts
No dia seguinte, Rose e Lily não tocaram mais no assunto sobre as ficadas, e seguindo sua deixa, seus pais também deixaram o assunto quieto e agiram como se nada tivesse acontecido.
Ao chegar ao Expresso de Hogwarts, Rose e Alvo seguiram para a cabine dos monitores. James foi se encontrar com a namorada, Gabriella; Hugo se sentou com alguns amigos, e Lily arranjou uma cabine só pra ela.
Lily suspirou e se sentou. Estava com tanto sono que dormiu sentada mesmo. Acordou por volta das três da tarde, mas ao abrir os olhos, constatou que não estava sozinha na cabine.
- Malfoy? O que você está fazendo aqui? – Exclamou, surpresa.
Scorpius Malfoy sorriu e seus olhos cinza-claro encararam muito firmemente os olhos castanhos de Lily.
- Ora, veja só. A Bela Adormecida resolveu acordar.
Lily revirou os olhos.
- Que eu acordei, eu já sei, Malfoy. O que eu não sei é o que você está fazendo aqui.
Scorpius jogou para trás os longos cabelos loiro-claros e contemplou a garota.
- Veja bem, pequena Potter. Eu estava sozinho. Quando passei pela porta da cabine, vi que você estava sozinha. Aí pensei: “Quando ela acordar, vai precisar de companhia. E ninguém melhor do que eu para lhe fazer companhia”.
Lily olhou para ele, enojada.
- Egocêntrico – resmungou.
- Ah, Potterzinha, não me maltrate – disse Scorpius, meio que implorando.
- Pois eu prefiro a companhia da lula gigante.
- Mas na falta de uma lula gigante, como é o caso, fique com a minha companhia – Rebateu o rapaz.
Sem paciência, Lily retrucou:
- Cai fora, Malfoy!
Scorpius sorriu, malicioso:
- Nossa, Potter, isso é mal-educado demais vindo de uma garota tão bonita. Mas tudo bem. Eu perdôo sua falta de educação. Mas não perdôo sua baba.
- Baba? Que baba? – questionou a ruiva imediatamente.
- A baba, oras. A baba que escorre da sua boquinha quando você ta dormindo.
Irritada, Lily retrucou:
- Eu não babo!
- Ah, baba sim. – Afirmou Malfot, categórico.
- Claro que não! Eu nem deixei a poltrona molhada! – argumentou Lily, o que é meio idiota de se dizer.
Scorpius mandou:
- Não é preciso deixar a poltrona molhada quando se baba. O que, pensando bem, é meio nojento. E seria meio bizarro de se ver.
- Então eu não babo? – quis saber Lily, um pouco aliviada.
- Não, não baba. Eu inventei isso – respondeu o rapaz, com um sorrisinho no canto da boca – Mas do jeito que você parece aliviada de saber isso, é provável que babe às vezes.
Furiosa, Lily correu pra ele e sentou o tapa. Só não conseguiu bater mais por que Scorpius segurou seus braços firmemente, sem machucá-la.
- Me solta! – exigiu Lily em tom ameaçador – Se não...
- Se não, o quê? – quis saber o loiro – Eu não tenho medo de você, Potter.
Lily debateu tentando se soltar, em vão.
- Não vai pedir que eu te solte “pelo amor de Merlin”?
- Nem morta! – retrucou a ruiva.
- O que não faria diferença, já que mortos não falam – comentou Scorpius casualmente – Mas talvez você esteja gostando que eu te segure.
Lily se debateu mais ainda, sem conseguir se soltar.
- Malfoy, me solta. – disse Lily, tremendo de raiva – É uma exigência, e não um pedido.
- Tudo bem. Eu vou te soltar, Potter. Mas não agora. Primeiro eu vou dizer o que vim fazer aqui.
Scorpius se levantou, sem soltar os braços de Lily. Sendo uns quinze centímetros mais alto que a garota, ela teve que levantar a cabeça para olhar em seus olhos.
- Então fala logo – exigiu a ruiva.
- Sabe, Potter, eu só inventei a história da baba porque eu fiquei pensando se você beija bem ou se baba na hora.
Isso só deixou Lily mais louca da vida.
- Eu não babo! – gritou.
- É o que vamos ver – Desafiou Scorpius e logo em seguida, a beijou.
Pega de surpresa, Lily não teve nenhuma reação no início, a não ser ficar surpresa. Mas ao se dar conta de estar beijando SCORPIUS MALFOY, seu joelho subiu e acertou Vocês-Sabem-Onde.
Com um berro de dor, o rapaz a soltou.
- Some daqui, Malfoy – falou Lily, lívida de fúria.
Com uma careta de dor, ele falou:
- Tudo bem, eu vou.
Scorpius abriu a porta da cabine. Mas antes de fechá-la atrás de si, disse a Lily:
- Você beija muito bem. E é realmente nervosinha. Mas eu ainda vou voltar. Escreva o que digo. – e foi embora.
* * *
Alguns minutos após Scorpius ter saído da cabine e deixado Lily em plena confusão, a melhor amiga da garota, Natalie Montez, adentrou a cabine.
- Lily! Há quanto tempo! – saudou Natalie, se sentando defronte a amiga.
- Oi, Natalie – respondeu, sem muita animação.
- Credo! Que aconteceu contigo, Lily?
Lily deu de ombros, e disse:
- É só que a pessoa que eu pensei que nunca ia me beijar me beijou.
Os olhos verdes de Natalie se arregalaram:
- Putz, Lily, não me venha com essa história. Depois de você ter ficado com o McLaggen, nada mais me assusta. Desembucha: Quem te beijou:
- Você não diz a ninguém se eu te falar? – pediu Lily.
- Lily. Você acha que eu tenho cara de fofoqueira?
Lily suspirou e disse:
- Foi o Scorpius Malfoy.
Houve uns instantes de silêncio na cabine. Natalie, boquiaberta, comentou:
- Caramba, Lily, você é mesmo sortuda. Ele ta o maior gato agora: loiro, alto, forte, olhos claros... – ela suspirou – Quem me dera ser beijada pelo Malfoy. Mas me conta: Ele beija bem?
Lily encarou a amiga como se não pudesse acreditar no que ouvia.
- Natalie – começou, horrorizada – Você sabe que eu odeio o Malfoy.
Natalie jogou os longos cabelos cacheados e escuros para trás e questionou:
- Ué, Lily, só porque você o odeia não significa que você não vai reparar como ele beija. E aí?
- Beija mal. MUITO mal.
Natalie se ajeitou na poltrona.
- Ah, mas uma perfeição daquelas tem que ter ao menos um defeitozinho, não acha?
- Falo sério, Natalie. Nessas férias você bateu a cabeça ou o que?
- Eu não bati a cabeça coisa nenhuma. Foi o Malfoy que virou um gatão. Ah, mas agora a Lucy vai se arrepender amargamente de ter esnobado o Malfoy.
- Lucy? Que Lucy?
- Minha irmã mais velha, Lily. Colega da Rose.
Lily fez uma cara de desentendida:
- A Lucy esnobou o Malfoy? Quando?
- No final do ano passado, Lily. O Malfoy era doido pra ficar com ela, lembra? Daí ela o esnobou.
- Mas Natalie. A Lucy ta namorando o David Corner. Você acha que ela vai ter tempo de ficar correndo atrás do Malfoy?
Natalie ficou pensativa.
- É, acho que você tem razão se formos levar em conta que ela esnobou o Malfoy pra ficar com o David.
- Mas me conta, Lily – Disse Hugo, invadindo a cabine – É verdade que você ficou com o Malfoy?
Lily se levantou, alarmada.
- De onde você tirou essa idéia absurda, Hugo?
O ruivo só ficou olhando para a prima.
- Não interessa, Lily. Só diz se é verdade.
- Mas quem ficou com ele não fui eu. Foi a Natalie.
- Eu?! – fez Natalie.
- É, Natalie, foi você! – Reforçou Lily.
- Mas Lily, foi você quem... – Lily pisou no é da amiga disfarçadamente – Ah, é! Eu fiquei com o Malfoy! Que cabeça a minha!
- Está vendo, Hugo? Foi Natalie – falou Lily, se sentando.
- Mas falaram Lily – insistiu Hugo.
- É o novo apelido de Natalie.
- Nossa, eu tenho um apelido e ninguém me diz nada? – faz Natalie – Sempre me chamavam de Nat.
Lily se desesperou pela amiga não ter sacado sua jogada. Resolveu mudar o assunto:
- Mas Hugo, quem te disse isso?
- Foi o próprio Malfoy.
Lily resolveu mudar a jogada:
- Caramba, Hugo. Você vai acreditar num cara que nunca te tratou bem ao invés de acreditar na sua prima que foi criada junto com você?
Mesmo sem parecer muito convencido, Hugo disse:
- Então tá. A gente se fala depois – e saiu da cabine.
Natalie se virou pra Lily:
- Lily, que idéia idiota foi essa de falar pro Hugo que eu fiquei com o Malfoy?
- Natalie, eu precisava me safar!
- Mas nem por isso precisa dizer que fui eu!
- Natalie. Abra. Bem. Os. Ouvidos. EU NÃO FIQUEI COM O MALFOY! – berrou Lily, se levantando.
- E eu muito menos, Lily! Você pelo menos o beijou, né? E ainda inventa mentiras com meu nome! – berrou Natalie de volta, também se levantando.
- O que você queria? Que eu dissesse a verdade ao Hugo pra ele falar pros meus pais e eles fazerem o escarcéu de ontem outra vez?
Natalie passou a mão pelo seu próprio rosto, de pele morena, e falou:
- Lily. O Hugo sempre foi seu companheiro. Não tem necessidade de mentir pra ele, poxa! Era só pedir que ele ficasse calado.
A ruiva olhou bem para a amiga:
- Natalie. O que me preocupava era o Hugo comentar alguma coisa com o James. Ele, o James, com certeza ia espalhar a história aos quatro ventos da escola, como vingança pela vez que eu joguei Palha-Fede naquela namorada dele. Daí todo mundo ia achar que eu to apaixonada pelo Malfoy.
Natalie se sentou na poltrona e suspirou, dizendo:
- Lily, sinceramente, eu não te entendo. Você nunca teve medo de nada. Sempre enfrentava tudo. Agora você me diz estar preocupada com o que os outro vão dizer?
Lily se sentou também.
- Acho que você tem razão, Natalie. Me desculpa?
- Tudo bem, Lily. Mas da próxima vez, eu não vou tolerar.
- Mas eu vou tirar essa história a limpo com o Malfoy. E ele vai se arrepender amargamente de ter me beijado.
- É assim que se fala a Lily Potter, filha do Garoto-que-sobreviveu! – disse Natalie, sorrindo.
* * *
Rose se sentou na mesa da Grifinória com Lucy, que acabava de deixar o namorado na mesa da Lufa-lufa.
- E então, Lucy? Como vai o namoro com o David?
- Ah, Rose, tá meio balançado, sabe... O David é muito galinha. Até quando ele ta comigo ele fica espichando o olho pra cima das outras meninas.
Rose nada disse, apenas olhou para a porta do Salão Principal, que lentamente ia se enchendo de alunos para o banquete.
- Mas e você, Rose? – quis saber Lucy – Nas férias não arranjou ninguém?
- Você sabe que não, Lucy. Nunca arrumo ficante. Prefiro um namorado.
- Rose, se você continuar assim, aí não arruma ninguém. A gente só tem 15 anos. É bom curtir um pouco.
Rose suspirou e contou:
- Mas Lucy, eu ainda não encontrei o garoto certo.
- Rose, eu também não. Mas enquanto não acho o cara certo, me divirto com os errados. Eu to me lixando pro David. Vou terminar com ele.
Rose contemplou o teto acima, no teto do Salão. Céu estrelado, bonito.
- Sabe Lucy, eu acho que estou a fim de um garoto.
- É mesmo? Quem? – perguntou Lucy, animada.
Rose encolheu os ombros.
- Prefiro não contar agora.
- Mas Rose, por quê?
- Preciso ter certeza de que ele é o cara certo.
- Rose, você só vai ter certeza se conversar com ele, bater um papo, saber se tem um papo legal. Conhecer o sujeito melhor.
- Só isso?
- Claro que não, Rose. Depois você tem que ficar com ele pra saber se bate uma química, saber como é o beijo dele, o contato físico entre vocês. Se der certo também, é o cara certo.
- Valeu, Lucy. Eu vou tentar. Por ele, acho que pode valer a pena.
Lucy sorriu.
- Qualquer coisa eu to do seu lado. Não esquece, Rose.
* * *
Terminada a cerimônia de seleção, Lily cochichou para Natalie:
- Pode ir, Nat. Depois eu vou.
- Vai tirar com o Malfoy a história do beijo a limpo?
- Exato. E também aquela de dizer que eu fiquei com ele.
- Depois me conta como foi, Lily!
Lily se misturou a multidão que saia do Salão. Avistou o Malfoy sozinho, caminhando para o salão comunal da Sonserina. Correu até ele e segurou seu braço.
- Malfoy, precisamos conversar.
Scorpius olhou para ela, ar de riso do rosto.
- Sou todo ouvidos.
- Que história foi aquela de dizer pro Hugo que a gente ficou?
- Só disse a verdade, Potter.
- Você não tem o direito de contar mentiras com o meu nome, Malfoy! – falou Lily entre dentes.
O corredor agora estava vazio exeto pelos dois.
- Eu não disse mentiras, Potter.
- A gente só se beijou! Beijar não é sinônimo de ficar, Mafloy! – berrou Lily.
- Já que não suporta mentiras, a gente fica e não será mentira nenhuma o que eu disse.
Lily deu um passo para trás.
- Nem se você fosse o ultimo cara do mundo.
Scorpius deu um passo para frente.
- Ah, Potter... Me dá uma chance.
Lily ergueu os olhos e olhou bem no fundo dos magníficos olhos cinza-claro. Sentia o perfume que a pele do rapaz exalava. Porte alto, cabelos loiros caindo sobre os olhos.
- Nunca – rosnou ela em resposta – Eu odeio você, Malfoy!
Scorpius tocou o rosto dela, que pulou para trás como se tivesse recebido um choque.
- Fica longe de mim! – gritou Lily – E da próxima vez que falar mentiras a meu respeito ou me beijar à força, eu te azaro na frente da escola toda!
- Ai você leva uma detenção e ainda perde pontos para a Grifinória.
- Eu faço qualquer coisa pra ficar longe de você.
Scorpius ergueu uma sobrancelha.
- Que pena – comentou.
Lily ficou espantada, olhando para ele, estranhando a reação de pouco caso.
- É só isso que vai falar? – ela se odiou por dizer isso, mas antes que pudesse se controlar, as palavras saíram de sua boca.
- É. Ou você queria que eu tivesse outra reação?
- Tipo qual?
- Essa aqui – e a beijou.
Dessa vez, Lily não o bateu nem o empurrou, simplesmente ficou lá, beijando-o. Uma voz perguntou:
- O que está acontecendo aqui?
Lily empurrou o rapaz. Estava ferrada.
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Cometários? xD
Esperamos que estejam gostando!
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