Detenção I
Capítulo 3 - Detenção I
Lily olhou para o lado e viu a professora de Transfiguração, Sophie Gubson, se aproximando. Tentou mudar o foco dela:
- Boa Noite profª Gibson! Como foi de férias?
A jovem professora sorriu:
- Perfeito, srta. Potter. Planejei muita coisa boa pra mim.
- Que tipo de coisa, por exemplo? - perguntou Scorpius.
Sophie sorriu novamente e jogou os cabelos curtos e loiros para trás:
- Você saberá na hora certa, sr. Malfoy. Mas creio que a conversa está tomando outro rumo. O que estava acontecendo aqui?
Lily e Scorpius se entreolharam. O loiro respondeu:
- Cara professora, eu e a pequena Potter estávamos conversando. E de repente, houve um frisson entre a gente, e nos agarramos.
- Isso é mentira - berrou a ruiva - VOCÊ ne agarrou!
- Potterzinha, não minta. Você e eu tivemos um frisson, não negue.
Sophie franziu a testa:
- Sr. Malfoy, poderia entrar em detalhes e explicar o que é frisson?
- Com prazer, profê. Frisson é o mesmo que tremor de atração intensa.
- Seu cretino hipócrita! - gritou Lily - Não teve frisson porcaria nenhuma!
- LILY. - sensurou Sophie - Se houve ou não esse maldito frisson entre você e o Scorpius, eu não tenho nada a ver com isso.
- Mas professora, isso é mentira! Eu odeio ele!
- Lily, Não foi isso que pareceu quando entrei aqui. Você não parecia estar tentando se esquivar do beijo.
Ela embatucou e Scorpius deu uma risadinha discreta. Lily o fuzilou com o olhar.
- Acho melhor você parar com isso - murmurou pra ele entre dentes.
Sophie prosseguiu:
- Vocês quebraram regras. A regra que diz que após o banquete, todos os alunos têm que ir para as salas comunais.
Houve um breve silêncio. A jovem continuou:
- Por isso, vinte pontos a menos para a Casa de cada um e cumprirão detenções. Uma detenção cada.
- Mas professora - interveio Lily - O ano letivo não começou. Você só pode tirar pontos a partir de segunda.
Sophie franziu a testa, considerando a observação da garota. Então, passados alguns segundos, disse:
- Você tem razão Lily.
A ruiva sorriu pode dentro, mas a professora acrescentou:
- Então, como não posso tirar pontos, vocês cumprirão duas dentenções. Juntos.
- DUAS DETENÇÕES? JUNTOS? - exclamou Lily - Profª Gibson, que brincadeira é essa?
- Não é brincadeira Lily. É sério.
Lily parecia desolada; Scorpius, se divertindo. Os olhos azuis da professora contemplaram os adolescentes:
- Sinto muito. Mas é assim que tem que ser.
- Então Boa Noite, professora - disse a ruiva dando as costas para ela e para Scorpius
* * *
No café da manhã no dia seguinte, Rose se sentou com Lucy e Lily. Natalie foi fazer companhia para Hugo.
Contemplando a amiga e o primo juntos, Lily comentou:
- Acho que Hugo e Natalie são um casal perfeito. Já tava mais que na hora de eles se ajustarem.
Comendo lentamente seu mingau de aveia, Lucy disse:
- Então o céu desaba hoje, se na melhor das hipóteses não chover canivete.
Lily desviou os olhos do "casal" para olhar Lucy, sentada à sua frente:
- Lucy. Por acaso você tá falando de algo que ainda não chegou aos meus olvidos?
A loira respondeu:
- Creio que sim, não é, Rose?
Rose, cujo rosto estava atrás do último exemplar do Profeta Diário abaixou o jornal e resmungou:
- Lucy. Boca fechado, por favor.
Lily ergueu os olhos para a prima:
- Rose, o que está acontecendo?
- Rose - interveio Lucy - Se você não disser nada, eu digo.
Como ela continuava a ignorar a amiga e a prima, Lucy disse:
- Rose está amando. Ela está super a fim de um garoto.
Lilu se engasgou com os ovos mexidos e teve um acesso de tosse. Bebeu um pouco de água e ainda, com a voz um pouco fraca, perguntou:
- É sério, Rose?
Rose abaixou o jornal. E olhando para a prima à sua frente, disse:
- É. Algum problema?
- E quem é ele?
- Lily - se intrometeu Lucy - A pergunta veio em boa hora. Porque, sabe como é, agora que eu larguei o Corner, o Greg Goldstein me chamou pra ficar. E eu, tipo, preciso ter certeza que não é ele o cara que Rose quer antes de dar uma resposta.
- Fica sossegada que não é ele Lucy - respondeu Rose - Eu gosto é do Glenn.
- Qual Glenn? - quis saber Lily.
- O Glenn Wood
Lucy, surpresa, cuspiu na mesa todo o café que pusera dentro da boca.
- Eca, Lucy, que nojo - disse Lily com cara de indgnação, pegando um guardanapo para limpar os pingos de café que haviam caído em sua blusa.
Rose olhou para a prima e para a amiga com seus olhos muito azuis, e colocando uma mecha de cabelo ruivo atrás da orelha, perguntou:
- Algum problema com o Glenn?
Lucy olhou para o teto:
- Não, nenhum.
Lily se meteu:
- Pra Lucy, sim. Até hoje ela não ficou com o Glenn. Natalie me contou uma vez.
- Lucy, que egocêntrismo - comentou Rose.
Ela retrucou:
- Rose, você escolheu bem o cara por quem se apaixonar. Ele é o mais bonitão, mas não dá trela pra ninguém.
- Lucy, a gente não escolher. A gente simplesmente se apaixona.
- É Lucy - comentou Rose - Pra Rose, vai ser muito mas fácil conquistar o Glenn do que pra você. Porque, sabe como é, o James estuda com ele. E você sabe que o James tem um carinho enorme pela Rose.
- Ei, meninas. - falou Rose, puxando o jornal para perto de si - Alguns bruxos estavam acampando ontem na floresta do Dean (OFF: Não sei se é isso, não entendi a letra) sumiram sem deixar rastros.
- Bom, o papo tá ótimo - comentou Lucy - Mas eu tenho que ir. Tenho um encontro com o Greg - ela terminou de beber o café da xícara e foi embora..
- Lily, o que você acha que aconteceu com os bruxos que sumiram?
- Sei lá, Rose - falou Lily com pouco caso - Mas de qualquer forma, você tem que tomar cuidado com a Lucy. Ela é muito piranha. Pra ela, a lista de ficantes é muito mais valiosa do que a amiga.
Rose nada disse, ficou simplesmente brincando com uns farelos de torrada que haviam caído na mesa.
- O que eu queria dizer, Rose, é que a Luxy talvez fique com o Glenn sem ter um pingo de consideração por você.
Ela ergueu os olhos muito azuis para a prima:
- Acha memso, Li?
- É só uma hipótese, Rose. Mas eu tenho que ir. Daqui a pouco começa minha detenção, de acordo com um bilhete da Gibson que uma coruja me entregou no dormitório. Até mais. - e se levantou. indo embora.
Rose suspirou e se levantou para ir até a biblioteca para procurar exames simulando as provas dos N.O.M's.
Quando oia atravessando um corredor, Scorpius esbarrou nela, ao passar correndo, e tal foi a força do esbarrão que Rose caiu no chão.
Então o rapaz voltou e estendeu a mão:
- Deixa eu te ajudar.
Ao ver quem era, resmungou:
- E você, Weasley.
- Malfoy - saudou Rose, já de pé, erguendo os olhos para encará-lo.
Scorpius encarou os olhos azuis de Rose e comentou:
- Belos olhos, Weasley. Nunca reparei antes.
- Obrigada. São os olhos do meu pai.
- É como se... se a gente visse o mar em seus olhos
Ela sorriu e disse:
- Nossa! Até que para um Malfoy, você tá bem gentil com uma Weasley, hoje.
Scorpius sorriu e passou a mão pelos cabelos loiros:
- É, mas tenho que correr.
- Espera Malfoy - pediu Rose, segurando o braço do garoto - Posso te dizer uma coisa?
- Se não for demorar...
- É só que eu queria dizer que ontem, no trem, eu te achei bem bonito. Mas não sabia que além de fisicamente você tinha mudado o jeito de ser.
- Isso é um elogio ou uma crítica?
Rose pensou um pouco e respondeu:
- Entenda isso como uma observação, tá?
- Tá. Escuta: ontem você sentiu foi frisson? Quero dizer, no trem?
- Mesmo sem saber o que é frisson, eu diria que foi mais a surpresa de te ver tão bonito.
Houve silêncio por alguns instantes, nos quais eles apenas se encaravam olho no olho, sem conseguir desviar o olhar. Rose começou a enrubrecer e Scorpius disse:
- Tenho que ir. A gente se vê.
- Então, tchau.
O rapaz se afastou, deixando atrás de si uma garota confusa: ela disse que gostava do Glenn; mas teve um "ataque" de hipnose pelos olhos cinzentos de um Malfoy, conversara amigavelmente com ele e até dissera que o achava bonito!
Mas no cérebro dela, isso não fazia o menor sentido e se transformava num turbilhão de emoções desentendidas... e o que era frisson?
* * *
Scorpius caminhava em direção às estufas de Hogwarts, tentando entender o que se passava entre Rose e ele.
Pela primeira vez em cinco anos, reparava que seus olhos eram azuis e por alguns instantes não conseguira desviar seus olhos dos dela. E tiveram uma breve conversa cordial, na qual a olhara e achara lindo o constraste dos olhos azuis com os cabelos flamejantes da garota. E, além disso, Rose era uma Weasley. Que dissera achá-lo bonito.
Ao se aproximar da estufa cinco, deu de cara com Lily, o esperando, impaciente:
- Ah! Finalmente o "madamo" resolveu aparecer!
- Potter, cala tua boca.
Estranhado a falta de educação, Lily comentou:
- Credo. Não precisa me tratar desse jeito, Malfoy.
- Potter, soltas as picuinhas e me diz longo o que a gente tem que fazer na primeira detenção.
Ela jogou um balde cheio de água com sabão e um esfregão para o garoto.
- Temos que limpar as estufas. Sem usar magia.
- TODAS?
- Não, só a cinco, que é a maior. Além do chão, a gente tem que limpar a mesa
- Então vem logo!
Scorpius entrou na estufa cinco; Lily logo atrás.
O garoto meteu o esfregão no balde e retirou-o, começando a esfregar o chão.
A ruiva rumou para o outro lado da estufa e fez o mesmo.
- Sabe, Malfoy... pra quem costumava se rebelar com tudo, até que você tá acostumado a limpar o chão assim.
- Potter, eu odeio isso, ok?
Lily revirou os olhos.
- Grande novidade - resmungou - Quem gosta de limpar chão é só elfo doméstico.
Houve silêncio na estufa. Lily então reclamou:
- Em pleno domingo estamos cumprindo detenções. É tudo culpa sua, Malfoy.
- MINHA culpa?
- É, sua culpa. Que idéia de jerico aquela de me beijar.
Com raiva, Scorpius retrucou:
- Toma vergonha, Potter. Assume logo que a gente se agarrou em vez de ficar ai bancando a santa. Foi frisson, tá legal?
- Frisson - zombou ela, esfregando o chão com força - Agora, de dez palavras que você diz, doze são 'frisson'.
- Acho que a pequena Potter tem que rever sua conta. Isso aí tá meio errado, não?
- Não creio que esteja.
Scorpius parou de limpar o chão e ficou observando Lily. Era tão diferente de Rose! E mesmo assim, também era bonita à beça.
A cabeça dele doeu um nó, qual das duas era...
- Malfoy. É melhor você voltar a limpar o chão! - gritou ela, interrompendo seus pensamentos.
Ele sacudiu a cabeça e voltou a limpar o chão, achando que ultimamente tudo estava muito esquisito.
- Potterzinha...
- Qui é? - fez Lily, mal-educadamente.
- Fala sério: você gosta?
- Do quê?
Scorpius se aproximou dela e a beijou. Lily estava caindo na arma de sedução dela, mas se lembrou da detenção e o empurrou.
Erguendo o esfregão como se fosse uma espado, disse ameaçadamente:
- Fica longe de mim!
- Adoro garotas selvagens. - comentou o loiro, se afastando e desejando que ainda fosse verdade, pois o que menos esperava na vida fora se apaixonar por uma Potter, ou ficar dividido entre ela e uma Weasley. Que, por acaso, eram primas.
Mas no seu cérebro ficara gravado a voz doce, os olhos azuis, o jeito meigo, e os elogios de Rose; e também os olhos castanhos, o jeito grosseiro e as críticas de Lily.
Tentando ao máximo se convecer que estava apaixonado por Lily e que assim seria, Scorpius a provocou:
- Sabe, nunca pensei que um dia uma Potter fosse gostar dos meus beijos "calientes."
- Eu ODEIO seus beijos!
- Jura? Não é o que parece.
Parando mais uma vez de esfregar o chão, Lily berrou:
- Você ACHA que eu ia gostar de um cara que beija mal?
Se divertindo, Scorpius prosseguiu:
- É por isso que você gosta de mim. Porque eu não sou um desses caras que beijam mal.
Sentindo ódio, Lily jogou a água do balde no chão e atirou-o pela estufa. O rapaz se abaixou a tempo de evitálo, mas naquele instante, Neville abriu a porta e foi atingindo pelo balde no rosto.
Apavorada, ela gritoi:
- Ai, prof. Longbottom, me desculpa! O senhor está bem?
Scorpius caiu na gargalhada.
Neville olhou em volta.
- Srta. Potter, por favor, não jogue coisas pela estufa, ok? E sr. Malfoy, dá pra parar de rir?
Com algum esforço, ele controlou sua crise de riso.
- Falta muito pra acabarem?
- A gente começou a pouco tempo, professor - contou Lily - Mas o senhor tá bem?
- Não. Eu vou até a enfermaria ver se consigo dar um jeito nisso. Quando eu voltar, quero tudo pronto.
Neville saiu e Scorpius caiu na gargalhada de novo.
- Cala a Boca, Malfoy! - berrou lily.
- Porque minha flor? É tão bom ficar batendo papo contigo.
- Mas eu me IRRITO TODA VEZ que você vem falar comigo!
- Potterzinha, fofa, hoje realmente você me surpreendeu.
Esquecendo de xingá-lo por chamá-la de Potterzinha e fofa, a ruivinha perguntou:
- Como assim "te surpreendi"?
Scorpius contemplou-a:
- Nunca pensei que uma garota tão bonita gosse capaz de cometer atrocidades tão grandes.
- Tipo o quê?
- Jogar baldes na cabeça dos professores. Agora você tá me apavorando, de verdade. Juro pelo que quiser - respondeu, zombando.
Lily fez uma cara de ódio extremo e aversão a ele e murmurou, com uma nota de raiva incotida na voz.
- Malfoy. É bom você parar de me zombar, porque...
- Porque o quê?
- PORQUE EU JÁ TÔ FICANDO IRRITADA! - berrou.
Scorpius continuou sorrindo:
- Florzinha, eu adoro te ver irritada! Parece que voc~e fica mais bonita
- Malfoy. Abra. Bem. Os. Ouvidos. EU NÃO SOU SUA FLORZINHA!
- Serve ruivinha?
A mão de Lily se aproximou de um vaso de uma planta esquisita, e Scorpius falou:
- Opa, Potter. Calma lá, hein? Senão você acerta o pobre Neville de novo: "Mas você tá bem professor?" "Não".
A imitação do diálogo, só deixou a garota mais louca da vida:
- ME DEIXA EM PAZ![
- Adoro garotas de gênio forte - comentou Scorpius, casualmente - Pode gritar, bater, empurras, maltratar, que eu vou continuar na sua cola. - ele jogou um beijo pra Lily, que tremendo de fúria, o ignorou.
Houve uns minutos de silêncio, nos quais Lily estava se acalmando quando Scorpius começou a cantar:
- Não precisa mudar/ vou me adaptar ao seu jeito/ Seus costumes, seus defeitos/ Seus ciúmes, suas caras...
- CALA A BOCA MALFOY - berrou ela
- Nesse caso, pulo pra melhor parte da música, que é a que mais tem a ver com a gente: Mas no final, fica tudo bem/ A gente se ajeita, na cama pequena...
Lily atirou um vaso na direção dele, que prosseguiu, pulando umas duas frases da música:
- Então você adormece/ Meu coração enlouquece/ E a gente sempre se esquece / De tudo que passou...
A garota fez menção de atirar outro vaso, mas Scorpius interveio:
- Epa. Calma aí; eu paro então.
- Ótimo! - retrucou Lily, colocando o vao em seu devido lugar.
- Mas só se você pedir. E com educação.
Ela gargalhou:
- Malfoy, você bateu com a cabeça? Eu não vou ser educada com você.
- Então, eu também não vou ser educado contigo. E vou continuar cantando. E se você quiser jogar vasos em mim por isso, azar. O prejuízo de ajeitar a estufa depois vai ser só seu.
Houve uns segundos de silêncio e Scorpius começou:
- Mas tenho tanta coisa pra dizer/ Sobre você, sobre mim, sobre nós/ É pela última vez/ É pela última vez/ Eu quero que prometa/ Todo o seu destino é meu/ Todo o meu destino é seu...
Sabendo que as músicas eram uma indireta pra ela, Lily se esforçou para se controlar e disse, com esforço:
- Excelentíssimo Sr. Malfoy, poderia por favor parar de cantar essa música estúpida? Que eu sei que é pra mim, mas não to nem um pouco a fim de ouvir?
- Parabéns, Potter! Sua educação foi ótima! Na mosca!
Ela sorriu, e Scorpius continuou:
- Mas não sei se tinha razão quando falou que eu tava cantando pra você.
- Como assim? - perguntou Lily imdediatamente, com uma mescla de ciúmes - Não era pra mim?
- Talvez não - respondeu o rapaz, se lembrando de Rose (Eu te achei bem bonito. Mas não sabia que além de fisicamente, você tinha mudado o jeito de ser) e de seus olhos azuis (Belos olhos, Weasley. E como se... a gente visse o mar neles), o sorriso doce.
- E pra quem seria então, se não pra mim? - quis saber Lily
- Não é da sua conta - respondeu Scorpius, se divertindo um pouco com a situação - Até que pra quem me chamou de egocêntrico ontem, a egocêntrica aqui é você
Lily corou levemente e fechou a cara.
- Pensa duas vezes antes de falar de mim.
- Como quiser, Potterzinha.
- Para de ma chamar de Potterzinha.
- Já que você não quer que eu te chame de Potterzinha, eu paro.
- É para o seu próprio bem. Uma decisão sensata.
- Sei disso; eu te vi machucando um professor sem querer. Imagina se tivesse sido por querer, hein? O pobre ia ficar o resto do ano sem dar aulas, cuidando da cabeça.
Lily trincou os dentes, com ódio.
Scorpius escutou e a alfinetou:
- Acho que eu vou investir na outra garota. Você é irritada o tempo todo, e ela é mais doce
Sem agüentar mais comparações com a tal garota, Lily se aproximou de Scorpius e falou:
- Malfoy. Olha para mim...
Ele, que estivera de costas, se virou, e a ruiva o puxou pela camisa e o beijou. Satisfeito com a situação, Scorpius aproveitou para provocá-la ainda mais e a empurrou.
- Caí fora, Potter!
- Qual é Malfoy? Decide de uma vez! Ou eu, ou essa outra aí!
Scorpius deu as costas pra ela.
- Eu sabia que você me ama.
Com a ficha caindo, Lily perguntou:
- Como é que é? Isso era uma ARMADILHA?
Tentando deixar Rose para lá, Scorpius comentou:
- Você é muito espertinha, Potter.
- É mentira viu? EU ODEIO VOCÊ! EU NÃO TE SUPORTO! - berrou Lily.
Mas o estrago já estava feito, e o rapaz falou:
- Sei disso. Sempre grita que me odeia, mas no fundo quer berrar que me ama.
- CALA A BOCA, MALFOY!
- Uma. Duas. Três.
Lily olhou para Scorpius como se ele estivesse enlouquecido, e ele disse:
- Três. É o número de vezes que você me mandou calar a boca hoje.
Antes que um deles pudesse dizer mais alguma coisa, uma coruja entrou na estufa e jogou um pedaço de pergaminho amarelado e enrolado para Scorpius, que o abriu imediatamente.
- O que é? Mensagem da outra? - quis saber Lily.
O rapaz nada disse, apenas contemplava o pergaminho cada vez mais pálido
- Malfoy? Você está bem? - perguntou a ruiva, um pouco preocupado, ao ver os olhso arregalados de terror e cheios de lágrimas do garoto.
- Eu tenho que ir, Potter - resmungou Scorpius, guardando o pedaço de pergaminho no bolso da calça e andando em direção a porta.
- Mas Malfoy, você tem que... - a porta bateu com estrondo e Lily foi deixada sozinha na estufa.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!