A PEDRA FILOSOFAL
– A Pedra Filosofal –
Harry gritou, e seus olhos incrivelmente verdes, tão verdes como a esmeralda que carregava, se arregalaram de choque.
O rosto que ocupava a nuca de Quirrel sorriu, viscoso e hediondo.
– Harry Potter – Sussurrou o rosto, a boca sem lábios deixando veneno corromper cada sílaba. – Nos encontramos de novo.
Harry sentiu sua boca se abrir sem seu controle, e sua voz saiu fraca.
– Voldemort...
O rosto se franziu, e então deu outro sorriso malicioso.
– Sim, Potter. Veja o quê sobrou do grande senhor das Trevas... Apenas um parasita sem poder...
– Você não é o Senhor das Trevas! – Rebateu Harry, levantando do chão. Sua voz não era mais fraca, e temerosa. Ele não tinha mais medo. Encarou Voldemort e sentiu sua cicatriz explodir de dor. Mas não vacilou. – Você não é o Senhor das Trevas!
O riso frio e sem vida de Voldemort encheu a câmara, a Harry apertou a pedra com mais força, sentindo a Pedra Filosofal em seu bolso.
– E quem seria? – Riu Voldemort. – Você?
– Sim!
O riso de Voldemort cresceu de novo, e o monstro o encarou, fazendo a cicatriz de Harry ferroar ainda mais, fervendo como brasa.
– Tolo! Você é fraco, Potter, e infantil. Jamais poderá ser o Senhor das Trevas! Então porque não desiste deste joguinho inútil, e me dá a Pedra que está em seu bolso?
Então ele sabia! Harry deu um passo para trás.
– Vamos, Potter! Nós podemos fazer grandes coisas juntos! Podemos até trazer seus pais de volta...
– Eles estão mortos! Nada pode trazê-los de volta!
Uma imagem fantasmagórica dos pais sorrindo surgiu na frente dele, ao lado de Voldemort.
– Porque não? – Sussurrou ele, venenosamente. – Nada? Tudo é possível, Potter, tudo é possível para nós...
A imagem tremulou, e Harry sentiu que o que quer que estivesse amolecendo dentro dele, se embrutecia novamente.
– NUNCA! Nunca te darei a Pedra! Eu vou derrotar você, e vingar a morte de meus pais!
– PEGUE O GAROTO!
Sob a ordem de Voldemort, Quirrel correu até Harry, e o agarrou nos braços. Harry sentiu sua testa explodir em dor, e largou a esmeralda, na ânsia de se libertar. Uma fumaça acre subiu das mãos do inimigo, que com um grito, o largou.
As palmas das mãos de Quirrel estavam em carne viva, completamente queimadas. Voldemort o instigou novamente, e ele tentou chutar o garoto, mas novamente se queimou ao tocá-lo, ao mesmo tempo em que Harry sentia sua cicatriz queimar seu cérebro.
Harry lutou por longos minutos assim, até que Quirrel, perdendo a mão no processo, o agarrou pelo tornozelo e o derrubou.
A Pedra Filosofal escorregou de seu bolso e rolou até perto das chamas, brilhando como um rubi, deixando a luz alaranjada das chamas, que impediam qualquer fuga, dançarem sobre suas formas.
Harry gritou, e, sabendo do preço que pagaria por isso, agarrou o rosto de Quirrel com as duas mãos nuas. O homem berrou ao sentir seu rosto queimar, e tentou fugir. Harry o segurou, se aproximando mais e mais do monstro, sentindo sua visão desaparecer de tanta dor que sentia na testa.
Vou morrer... Foi o quê ele pensou.
A carne do professor borbulhava e se avermelhava, até Harry poder ver os músculos de sua face.
O homem gritava e se debatia, quando cada célula de seu corpo era queimada pelas mãos de Harry, e por todas as partes de seu corpo que encostavam nele.
Harry gritou também, e os dois gritos se misturaram, quando uma forma efêmera saiu do corpo de Quirrel: Voldemort o abandonava.
O espírito sumiu no ar, e Quirrel então gritou mais alto, queimando mais e mais. Harry o largou, fraco e débil. Caiu no chão num montinho, perto da Pedra. Tentou o máximo que pôde, mas não conseguiu se mover para pegá-la. A dor de sua cicatriz deu mais uma ferroada em sua testa.
E tudo sumiu quando ele desmaiou.
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