FOFO E A MISSÃO
– Fofo e a Missão –
As folhas robustas da primavera, os ares aromatizados e as doces nuvens gordas nas alturas foram o puro deleite para a primeira viagem fora do castelo da nova Vampira.
Hermione via tudo com novos olhos, deixando as sensações tocarem sua pele. Sentiu o vento fresco primaveril bater em sua face e despentear seus cabelos fofos, ao mesmo tempo em que ria, como uma criança, para o céu azul.
Harry estava num canto, na sombra de uma árvore, enquanto via a melhor amiga correr e brincar, perseguir Rony e Neville, pular sobre os dois e rirem.
Ela parece feliz, finalmente. Pensou Harry. Isso significa que fiz uma boa ação?
Ele riu com o próprio pensamento, e ficou observando a menina, que parecia mais menina do quê nunca, e deixando seus sentimentos vagarem...
Repentinamente ele percebeu algo. Seus pensamentos pararam no lugar, estancados do nada. A certeza quase o fez rir.
– Ei! – Gritou ele. – Eu também quero brincar!
E com uma rápida corrida, pulou sobre as costas de Rony.
Harry sentou-se ao lado de Hermione no dormitório, e por via das dúvidas, colocou um grande balde de latão que ele roubara de Filch, o zelador, à frente dela.
– Ok, tente não desperdiçar muito. – Sorriu ele, tirando a garrafinha de sangue do bolso.
– Esse seu pendor para roubar é de sua essência malvada, ou é seu normal mesmo? – Bronqueou a garota.
– Hum... – Fingiu Harry. – Vou pensar sobre isso, e te trarei uma resposta honesta.
Hermione fechou a cara, mas apanhou o cálice (também furtado da mesa do café) que ele lhe entregava. Encheram o copo com sangue, e ela ficou olhando, hipnotizada, para o líquido vermelho.
– Beba com calma, para não se afogar.
Hermione levou a taça aos lábios, e sorveu um pouco da bebida. Parou, afastou o cálice, e engoliu devagar. Ela se afogou um pouco, e se remexeu incomodada, mas acabou bebendo tudo, e o olhou como se quisesse mais.
– Não, não, mocinha – Sorriu o moreno. – Só no almoço!
Ela fez um pequeno e meigo bico. Ele riu, e a empurrou de leve. Tocou com a mão sua face, e sorriu.
– Hermione Granger, eu te dispenso da servidão. – Sussurrou ele.
Hermione arregalou os olhos, e deixou o cálice vazio escorregar para fora de suas mãos, e bater dentro do balde de latão.
– Você não pode! – Exclamou ela. – Só daqui há um ano você pode me dispensar magicamente! Ainda tenho que ser sua escrava por um ano!
– Não, não tem. Eu te digo que você está livre, e você está. Ano que vem eu tiro magicamente a sua servidão, mas você está livre.
Ele riu.
– Ponto final.
– Harry! Harry! – O chamado assustado de Rony fez Harry pular da poltrona onde relaxava depois das aulas. – Vem comigo!
Sem perguntas, os três amigos seguiram até a cabana de Hagrid, onde o grande amigo estava sentado na soleira da porta, descascando batatas. Finalmente Rony parou, arfando.
– Hagrid, quando você ganhou aquele ovo... – Começou o ruivo. – O quê você falou para o encapuzado?
Hagrid parou, de testa franzida, e pensou um pouco.
– Não me lembro bem... – Resmungou ele. – Faz tempo e o sujeito me pagava bebidas o tempo todo... Lembro que discutimos sobre animais selvagens...
– E...? – Incentivou Harry.
– E eu lhe disse que os animais sempre têm um ponto fraco. É só conhecê-lo. É como o Fofo, por exemplo, um pouquinho de música e ele dorme...
Hagrid arregalou os olhos, inteiramente branco. Rony também parecia ser feito de cera.
– Ah não. – Disse Hagrid. – Vão pro castelo! Sumam daqui agora!
Os garotos correram até estarem fora de vista do Vampiro.
– Rony, o quê foi? – Perguntou Mione.
– Eu... eu pensei em vigiar o Fofo, então toda vez que eu passava perto do corredor, eu encostava o ouvido na porta... E hoje...
Rony tomou fôlego.
– A porta estava diferente, dava pra ver que alguém tentou passar. E tinha uma harpa escondida num canto. E o Fofo parecia estar mais quieto.
Hermione ficou branca também. Harry suspirou.
– Snape vai tentar roubar a pedra hoje. Ele deve ter feito um teste. Acho que o Quirrel já soltou a língua.
– Temos de avisar o Dumbledore!
Harry pensou rápido, e decidiu seguir o conselho da amiga. Correram o mais que puderam, até o castelo, e sem saber onde estaria o Diretor, correram até a sala da Prof. McGonagall.
– Professora! – O grito assustado dos três amigos fez a professora os olhar enfezada.
– Podem me explicar o quê diabos é isso? – Repreendeu ela.
– Professora, nós... – Arfou Hermione.
– Snape quer roubar a Pedra Filosofal! – Disparou Harry.
A professora McGonagall ficou inteiramente branca, e seus lábios se comprimiram até formarem uma linha única.
– Eu não quero saber como vocês descobriram sobre a Pedra – Vociferou ela. – Mas se vocês insistirem nessa história ridícula, eu lhes darei uma detenção!
– Professora...
– Sem mais, Senhorita Granger! O Professor Snape ajudou a proteger a Pedra, não irá roubá-la.
– Podemos ao menos falar com o Professor Dumbledore? – Tentou Rony.
– O Diretor foi chamado pelo Ministro, e saiu de viagem há poucos minutos. Ele voltará amanhã. Agora, fora!
A porta se fechou, e eles andaram um pouco.
– Dumbledore não está aqui, e Snape vai roubar a Pedra esta noite... – Gemeu Hermione. – O quê faremos?
Só tem uma saída... Pensou Harry.
– Nós vamos roubar a Pedra Filosofal.
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