MORTE



Capítulo 22
– Morte –



Hermione acordou se sentindo a pior criatura nascida. O Sábado esvaziara seu quarto, e apenas ela sobrara dormindo naquele iluminado e decorado dormitório. A garota encarou a cama a seu lado, que era de Lilá, e viu uma montanha de vidros de esmalte, polidor para unhas, vidros de perfumes e roupas. Ao que parecia, a garota tinha um encontro.
Depois de sua higiene matinal, a garota desceu as escadas do dormitório penteando seus cachos fofos com o pente que Harry lhe dera. Por fim, prendeu o penteado com o próprio pente negro e viu que um grande jornal cobria algo que parecia uma pessoa.
Com cuidado, ela se aproximou do vulto encoberto pelo que parecia a página de esportes do Profeta Diário, o jornal dos Vampiros mais conhecido. Hermione esticou os dedos e tocou a ponta da página...
– AHHH!
– AHHH!
Era um dos Gêmeos, que gritara e levantara assim que Hermione tocara o jornal que o encobria. A garota, tomando o maior susto de sua vida, gritara também, caindo para trás e tropeçando numa poltrona. O gêmeo Weasley a ajudou a se levantar, rindo como uma hiena. Logo surgiu o outro gêmeo, que se escondera atrás de uma poltrona, carregando uma câmera instantânea.
Hermione recebeu a foto animada de seu susto, e tentou não rir ao ver sua cara e sua queda. Por fim ela os enxotou, mas visto que levaram o jornal gigante, sabia que algum outro primeiranista seria fotografado em breve.
A garota logo se viu sozinha, e ao invés de ir tomar seu café já atrasado, deixou-se cair numa das poltronas. Já fazia quatro dias desde o encontro com Hagrid, e todas aquelas revelações. Naqueles quatro dias tudo o quê ela pôde fazer foi pensar, e se culpar.
Ao que parecia, Quirrel era mais forte do quê aparentava, e naquela quinta feira não entregara a Pedra. Mas muito em breve o ano acabaria, e quem poderia segurar Snape nas férias?
O quadro girou, e Harry e Rony entraram, ambos carregando um guardanapo recheado cada um, e Rony ainda trazia uma jarra e três cálices. Em silêncio, eles ajeitaram tudo sobre uma mesinha defronte à Hermione e sorriram.
– O quê é tudo isso?
– O café acabou há dez minutos. – Sorriu Rony. – Nós trouxemos pra você.
Hermione sorriu largamente e agradeceu aos amigos. Rony serviu-se de algumas das torradas que trouxera, enquanto Harry vasculhava o bolso da capa. A garota comeu até se sentir cheia, e bebeu do delicioso suco de Hogwarts. Harry não comeu, apenas bebeu. Por fim, ele mostrou o frasco que tirara do bolso e ele e Rony dividiram o sangue que o enchia. Beberam e sorriram, Rony fechou os olhos e se recostou.
Hermione, ao ver a cena dos amigos bebendo, percebeu finalmente o quê tanto lhe incomodara nos últimos dias.
– Eu quero ser uma Vampira Completa! – A certeza lhe escapou pelos lábios. Rony quase caiu da cadeira, e Harry arregalou os olhos verdes. Hermione corou, mas não vacilou.
– Eu não sou tão forte como vocês. – Começou ela. – Nem tão poderosa. Apenas tenho meu cérebro para resolver os problemas e contornar as dificuldades, mas o poder de um Vampiro eu não tenho. Se tentarem me matar, eu morrerei. Como posso defender a Pedra com apenas um poder medíocre desses?
Rony suspirou.
– Eu não posso te ajudar nessa, Mione. Mas você está preparada para o quê virá com a entrega de sangue?
– Sim. Eu sei que terei que ser eternamente escrava do Vampiro que me morder, e que mesmo que ele não me queira como serva, terei de esperar um ano para receber a liberdade. Mas se eu conseguir me fortalecer com isso, eu entrego minha liberdade de bom grado.
Harry então riu. Ele, que estivera calado durante a conversa, riu com gosto, até Hermione ficar brava com ele e ensaiar um soco.
– Calma, Mione! – Riu ele. – Não estou rindo de você. Apenas gostei desta idéia. Dar qualquer coisa pelo poder, é isso que eu gostei...
– O quê...
– Quer se tornar uma Vampira Completa? Ok. Eu te mordo.
Rony realmente caiu da cadeira, mas ninguém percebeu. Harry estava usando aquele sorriso, que por toda a sua vida ele carregaria. Um sorriso que Hermione aprendera a associar com duas coisas: naquele momento ela associou à essência maligna do garoto. A segunda, ela apenas aprenderia com os anos que seguiriam.
– Você? Me morder?
– Oras, melhor que um desconhecido que queira se aproveitar de você... E posso gostar de ser seu – Ele se curvou até sussurrar no ouvido dela. – Mestre.
Hermione corou até a raiz dos cabelos. Sentiu-se envergonhada até os ossos, tímida como uma criancinha. Mas um movimento imperceptível de sua cabeça aceitou o presente que ele lhe oferecia.


A cama de lençóis tão brancos ficava numa posição estratégica, onde a luz da única janela não alcançava. As sombras envolviam lentamente a cama, onde Hermione estava deitada. Harry sabia o quê fazer por puro instinto, assim como ela. A garota entendia que teria de deitar, pois a falta de sangue a derrubaria. Harry sentou a seu lado, enquanto Rony estava guardando a porta pelo lado de fora, para evitar algum intruso. Harry fechara a cortina do Dormitório e a porta do banheiro, de modo que estavam mergulhados numa penumbra suave.
A garota arfava, com medo, quando Harry sentou. Ela quase engasgava de medo ao ter os vislumbres dos caninos longos do garoto.
Harry a levantou lentamente até ela estar sentada, quase em seu colo. Ela resistiu um pouco, levemente travada de medo, e finalmente se firmou. O garoto a olhou profundamente nos olhos, e escorregou para o transe que precedia a mordida e a morte.
Harry a tocou nos lábios com os seus próprios. Não era um beijo, era diferente. Era uma lenta hipnose que descia no toque que durou menos de um segundo, mas que relaxou a garota, e a entregou à Harry. O Vampiro deslizou até o pescoço alvo e macio da jovem menina, e sem hesitação, porém sem se apressar e quebrar o encanto, cravou seus dentes afiados na carne.
Hermione não gritou, apenas soltou um gemido de dor, enquanto a boca de Harry era inundada pelo sangue fervente. Harry cravou mais ainda os caninos nela, enquanto bebia todo o sangue, sugando da ferida que abrira na carne, não deixando nenhuma ínfima gota do líquido delicioso rolar para fora de seu alcance.
A menina sentiu os pensamentos escoarem, e tudo escureceu. Ela fechou os olhos calmamente, a dor repentina havia sumido, deixando lugar para um latejar suave, onde ela nem ao menos sentia os chupões e lambidas de Harry, que parecia tentar lhe arrancar o sangue até dos ossos. Ela gradativamente desmaiava.
Harry se separou dela lentamente, e quando se afastou, algumas gotas saiam dos dois pequeninos furos que fizera nela. Uma fagulha de magia saltou ali, e os cortes se fecharam em pequenas e rosadas cicatrizes. Hermione foi deitada na cama do garoto, seus cabelos longos e fofos se espalhando pelo travesseiro em ondas macias e cheirosas.
Harry a olhava, perdido em sensações e pensamentos. A garota fez um esforço tremendo para abrir os olhos, e sentiu medo.
Harry ia deixá-la, abandoná-la ali, para a morte. Ele se saciara, tomara todo o seu sangue. Sentiu seu coração parar, nada mais corria em suas veias, ele lhe tomara tudo. Sentiu o mundo escurecer e quis gritar, ao ver que ele não se movia. O maldito Vampiro ficaria ali, olhando serenamente enquanto ela morria em silencioso desespero. Seus olhos verdes seriam a última coisa que ela veria...
Harry levou o próprio pulso até a boca e o rasgou, deixando sangue fresco escorrer pelo corte. Estendeu o braço e deixou que uma gota caísse sobre os lábios esbranquiçados da garota. A gotinha deslizou para dentro da boca, enquanto o corpo de Hermione esfriava rapidamente. A segunda gota também vazou para dentro dos lábios.
Com um pulo voraz, a boca de Hermione se grudou ao pulso de Harry, e ela sugou o sangue com força, parecendo uma Vampira Completa, já caçando sua presa.
Harry deixou que ela se satisfizesse por alguns minutos, onde o único som era as lambidas e mordidas da garota. Por fim ele a afastou. Hermione tentou pular de volta no corte do braço, mas ele foi resoluto e a derrubou deitada novamente.
Deixou-a ali, encarando o teto, confusa, e sentou-se na cama ao lado, a de Rony.
– Vermelho – Murmurou a garota. – Só vejo vermelho...
Ela balbuciou mais um pouco, e então fechou os olhos por longos momentos. Todo o seu corpo estava se transformando, e a dor nos dentes e gengivas provava isso. A menina sempre tivera os dentes da frente um pouco grandes, e agora eles se retraiam, para dar espaço aos caninos longos de caçadora. Seus ossos e músculos foram testados, e seu cérebro fora revirado. Seu estômago mudou para conseguir retirar do sangue os nutrientes que precisava, e seu coração se aquietou, para não mais bater. Parte dos órgãos transformou-se, para que a nova base alimentar pudesse ser assimilada. Por fim, as células de seu corpo se prepararam para a vida eterna, e sua magia mudou, cresceu e se fortaleceu.
O suor que cobria o corpo jovem comportava-se de forma estranha. Mione teve febre, e as gotinhas salgadas voaram pelo quarto, fortes como tiros. Harry desviou habilmente, e usou suas sombras para impedir que as gotas de suor fizessem furos nas paredes de pedra do quarto. Hermione se revirou, enlouquecida, e murmurou, soltando um jorro de palavras soltas, sem sentido algum. Depois vieram datas, dias, nomes, lugares, títulos. As roupas que ela usava estavam encharcadas de suor, e os olhos dela se reviravam por baixo das pálpebras.
Harry avançou, em meio a saraivada de gotas que voava dela, e tocou sua mão gelada, apertando firme o suficiente para mostrar que estava ali, com ela.
Hermione estremeceu, e, Harry não sabia se seu toque tinha algo relacionado à isso, se aquietou.

Hermione sentia seu corpo pesado, dolorido e cansado. Mas também sentia-se bem, leve, com algo estranho correndo por todo seu corpo. Levou alguns segundos para descobrir que era sua nova magia, que corria lépida por suas veias, no lugar de seu sangue. Somente os Meio-Vampiros tinham essa sensação. Todos os Vampiros Completos já estavam mais do quê acostumados à magia de seus corpos, e simplesmente não percebiam os jorros de magia. Nos próximos dias ela também não perceberia mais isso, mas agora sentia cada célula sua soltar fagulhas de energia.
Ela abriu os olhos tão lentamente quanto possível, e viu as esmeraldas verdes de Harry Potter lhe fitando.
– Eu morri...? – Sussurrou ela.
Harry sorriu e tomou sua mão.
– Não, Mione, você agora é uma Vampira. Uma Vampira Completa.
A garota correu sua mão até tocar a ponta dos novos e próprios dentes afiados como navalhas. Ela sorriu largamente, e Harry deitou a cabeça no peito dela.
– Se bem que algo aqui está bem parado.
E o quarto se encheu do riso da nova Vampira.

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De volta as notas, aqui temos fatos muito importantes para toda a Série Vampire Version.

Primeiro, e mais impressionante, Hermione agora é uma Vampira. Alguns poderão perceber as mudanças que isso trará na história, outros não. O mais gritante é que ela poderá beber sangue, e ganhou a vida eterna. Ela poderá morrer, é claro, sob algumas condições que as INTRODUÇÕES mostrarm. Consulte-as para saber mais.

Sim, agora ela é escrava de Harry. Para os mais pervertidos, não é isso que vocês estão pensando. ò_ò
O "preço do sangue" diz que o mordido deverá servir por um ano ao seu mestre, que o mordeu. Depois deste ano, o Mestre decide se ficará com o servo, ou se o libertará. Nesse período, ordens diretas do Mestre são acatadas sem escolha.

Harry não libertou Hermione magicamente deste trato, ela ainda é serva dele, apenas no próximo ano ela poderá ser libertada. Mas a decisão é toda do moreno.

Outros fatos importantes é que agora estamos no fim. Os próximos capítulos serão a busca da Pedra Filosofal.

-> Fofo e a Missão
-> Meia Noite

Esses são os próximos capítulos, os outros logo chegarão. Contando com o Epílogo, são trinta capítulos que compõe a primeira V.V. Acredito que o número não mudará muito na próxima parte, Câmara Secreta.

Importante é reparar que de agora em diante teremos uma grande mudança nos personagens. A infãncia e inocência deles está rapidamente terminando, e os problemas da adolescência começarão. Eles vão crescer, e espero que suas evoluções agradem à vocês, leitores.

Agradecimentos especiais: KON, Markin, Ricardo Pacheco e outros...

Agradecimento muito especial: Polaris. Obrigado, muito obrigado, pelo comentário. Ainda não tenho Beta, e a maioria tem muitos problemas comigo, mas eu prestarei mais atenção nos próximos capítulos quanto a gramática. Os primeiros capítulos tão meio copiados do livro mesmo, mas que bom que você está gostando. \o/ Muitos capítulos sobre Luz e Trevas ainda virão, e pode ter certeza que reservo especiais surpresas para vocês!


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Idéia de HARRY POTTER V.V.

"Poderia Luz e Trevas andarem juntas no mais maligno dos Vampiros? Poderia a Treva ser mais que apenas inimiga? Os maus precisam se tornar bons para poderem vencer? Será que existe um sentimento mais forte, que ultrapasse o BEM e o MAL? E qual lado o conseguiria primeiro? Enfim, poderia alguém lutar contra o quê se é?"

V.V tenta responder estar perguntas.

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