O ELEMENTO DESCONHECIDO
– O Elemento Desconhecido –
Harry se aproximou lentamente da grande quadra de terra batida onde se encontravam os alunos da Grifinória e da Corvinal. Os vampiros pareciam levemente perdidos, olhando o estranho espaço quadrado de terra que se abria no meio do gramado, plano como uma tábua. Rony estalou os dedos ao seu lado, mania que tinha quando estava nervoso ou preocupado. Harry deslizou a mão para dentro de suas vestes e trouxe de lá uma cordinha de barbante. Rapidamente ele teceu uma de suas redes, desta vez uma pequena e bela, trançada com cuidado.
O Vampiro tinha tal habilidade em realizar a trança discretamente que ninguém percebeu os ágeis movimentos de suas mãos, tão rápidos que parecia que elas não se movimentavam. Harry prendeu a teia em seus dedos e ficou admirando a bela redinha de barbante. A teia que o prendia na Rua dos Alfeneiros se rompera. Ele estava livre ali em Hogwarts.
Rony o cutucou e apontou com a cabeça um movimento num dos cantos da quadra. Harry meteu a teia no bolso e ajustou os óculos. A professora havia chegado, num redemoinho de terra.
Ela era alta e magra, com cabelos negros que quase se arrastavam pelo chão. Olhos azuis grandes e límpidos, a boca bem desenhada e muito vermelha. Era jovem, como a maioria das Vampiras, de seios fartos retidos pela blusa. Usava o uniforme de Hogwarts, feminino. O que significava que ela usava uma saia que ia até os joelhos, deixando parte das longas e belas pernas de fora, para a alegria dos garotos. Para completar sua quente figura ela decidira trocar os sapatos por sandálias de salto alto, finas e negras. Era uma mulher estonteante.
– Boa tarde – Sorriu ela. – Sou a Profa. Marlene McKinnon, a professora de Elementos. Embora o nome da matéria possa ser bobo, é uma das mais importantes aulas que vocês terão, e uma das mais difíceis!
Toda a turma prestava atenção nela, embora os garotos mais prestassem atenção no corpo da professora que em suas palavras.
– Por isso – Continuou ela. – Isso significa prestar atenção em mim, e não no que posso ter debaixo de minha saia, certo?
Uma grande concentração de garotos corados se fez presente, enquanto a maioria das meninas revirava os olhos. Hermione foi a que achou mais ridícula a atitude masculina. Também não gostara muito da professora. Se ela não quer que fiquem olhando para as pernas dela, então é só não usar essa saia! Pensou.
Mas a Professora parecia não se importar com a atenção que seu corpo chamava, parecia se divertir com isso, por esse motivo que Hermione não gostara dela. Mas a Vampira parecia muito preocupada em dar sua aula.
– Muito bem, vamos à parte teórica, antes de praticarmos um pouco. Primeiramente vocês devem saber que cada Vampiro possui um elemento, e que pode controlá-lo. Normalmente o Vampiro pode gerar o elemento ou retirá-lo do ambiente ao redor. Quem pode me dizer os elementos mais comuns?
A mão de Hermione se ergueu, como sempre fazia quando uma pergunta era feita.
– Sim?
– Os elementos mais comuns são Água, Terra, Fogo e Ar. São os chamados “elementos de baixo nível”.
– Exatamente, Srta. Granger. Cinco pontos para a Grifinória. Mas então, como descobrir o nosso elemento? Simples.
Ela puxou um cristal transparente de um bolso. Era um objeto plano e circular, sem qualquer adorno, exceto que estava engastado num medalhão. Não era maior que uma caneca, mas parecia estranhamente poderoso, mesmo de longe.
– Esse medalhão é chamado de “Elemental”. Existe um Elemental para cada Vampiro no mundo, assim que vocês descobrirem seus elementos, ele será entregue para vocês. Este Elemental, porém, não tem dono. Ele só mostra o elemento de um Vampiro. Façam uma fila para tocarem nele.
Cada um se postou numa longa fila de alunos. O primeiro era Neville, que estava mais perto da professora. Ela o instruiu a esticar o braço e tocar o medalhão que ela segurava. Em alguns segundos este ficou marrom, com veios esverdeados e pareceu se enrijecer. A professora então fez um movimento e uma grande caixa se conjurou ao seu lado. Ela puxou uma versão menor do Elemental, exatamente como ele agora se parecia. Entregou-o à Neville e chamou o próximo aluno. Assim que Neville o soltou, o Elemental voltou a ser transparente.
Lentamente os alunos iam tocando o medalhão e descobrindo seus elementos, recebendo em seguida seus próprios Elementais. Cada um, aparentemente, possuía um nome, que a professora listava. Hermione tocou o Elemental e este ficou azul escuro, levemente liquefeito. A professora lhe passou um Elemental.
– O Elemental das Águas, muito bom.
O próximo era uma menina baixinha e risonha. Ela tocou o medalhão e este ficou de um azul muito mais claro e mais leve, quase flutuante.
– Elemental do Ar, excelente.
Mais um pouco e Rony encostou a mão grande no Elemental segurado pela professora. Imediatamente este ficou vermelho sangue e esquentou, não havia dúvidas.
– Elemental das Chamas, muito poderoso!
E uma hora se passou e a fila quase terminava. Harry havia ficado por último, então esperava pacientemente (ou nem tanto) que seus colegas descobrissem seus elementos. Depois de algum tempo a professora listava os Elementais com menos entusiasmo e a cena da transformação do medalhão perdera a graça. Era muito mais interessante ver os colegas que já sabiam seus elementos experimentarem seus medalhões nos pescoços e estes brilharem timidamente. Hermione alisava o dela, pensativa. Pensava não em seu elemento, ou o que acontecia à sua volta. Ela pensava em Harry e em suas palavras reconfortantes. Ele a defendera várias vezes até agora, e estranhamente lhe passava segurança, mas ainda era um garoto, um Vampiro Completo...
Harry agora se aproximava (finalmente!) do medalhão. A garota à sua frente recebeu o Elemental da Terra e agora era a vez dele. Os olhos da Professora não se fixaram em sua cicatriz, mas em seus olhos, em seus cabelos, em seu rosto. Ela sorriu vivamente para ele e esticou o Medalhão. Harry aproximou a mão dele e o tocou.
Um longo segundo se passou, enquanto todos olhavam interessados o Medalhão, procurando saber qual elemento Harry tinha. Mas então o inesperado aconteceu...
O Medalhão escureceu, ficando cada vez mais negro até chegar numa escuridão total, um buraco negro para a luz. Uma fina camada de gelo revestiu o cristal, escurecendo ainda mais o objeto. Harry tentou retirar sua mão, mas não conseguia. O próprio ar parecia mais frio, mais escuro.
Marlene soltou o Elemental e este caiu no chão, transparente de novo. Os olhos dela se pregaram em Harry e este estremeceu. Todos os olhares da turma estavam nele. Harry olhou para o Medalhão no chão, claro como vidro...
– Alguém vá chamar o Diretor.
– Muito interessante, realmente – Comentou Dumbledore.
Harry agora estava ao lado da Profa. McKinnon, sendo examinado pelos olhos muito azuis do Diretor de Hogwarts. Eles se encontravam numa sala no segundo andar, que pertencia à Professora de Elementos. A sala era decorada com escudos e espadas variadas, com uma escrivaninha onde o Prof. Dumbledore se sentara atrás e um grande vaso com algo que parecia um cacto de um metro de altura.
– Professor! – Exclamou Marlene. – Foi a coisa mais estranha que já vi...
– Desde que Tiago Potter conseguiu que Lilian aceitasse sair com ele – Completou Dumbledore com um sorriso saudoso. Ele encarou Harry com suavidade.
– Mas este é um assunto para outro dia, certo? – Completou. – O importante agora é descobrir o elemento do Sr. Potter.
– É lógico que o elemento dele é a Sombra, Dumbledore.
– Exatamente, fico orgulhoso de ter contratado uma Professora tão inteligente!
Marlene corou e baixou os olhos.
– Mas a pergunta é – Continuou o Diretor. – Por que o elemento do Sr. Potter é a Sombra?
– Um elemento de Alto Nível aos onze anos é algo realmente incomum. Parece que a junção do sangue dos Completos com os Meio-Vampiros pode criar uma raça realmente poderosa...
– Nada disso, o sangue nunca importou no poder, não mais do que a cor dos olhos. Vampiros comuns podem gerar filhos poderosíssimos, ou não. Acredito que a questão do Sr. Potter se deva unicamente à... ele mesmo.
O velho senhor de longas barbas brancas e óculos de meia lua sorriu gentilmente para o confuso Harry Potter.
– Você deve estar se perguntando do que estamos falando, certo, Harry?
O garoto assentiu, preocupado.
– Todo Vampiro tem seu elemento, mas nem todos controlam um elemento de Baixo Nível, alguns mais poderosos despertam um elemento de Alto Nível, no entanto é preciso um poder muito grande para fazer isso com apenas onze anos, meu caro. Isso prova que você é mais poderoso do que pensou Minerva. Ela ficou realmente impressionada com sua transfiguração hoje de manhã. Acredito que ela ficara realmente surpresa com seu elemento.
– Mas, Professor – Perguntou Harry, timidamente. – Por que o meu elemento é este? Eu nunca...
– Nunca mesmo? Nunca sentiu uma leve aversão ao elemento oposto do seu? A... Luz?
Harry teve um lampejo. O desconforto que sentia na presença da luz forte, o sol e a luz cheia... Sem falar na luz artificial...
Dumbledore assentiu, como se lesse os pensamentos de Harry.
– E agora teremos que fazer um Elemental para você.
Marlene levantou e foi até um discreto armário quase oculto nas sombras do fundo da sala. Voltou de lá com um embrulho de veludo, do tamanho de uma mão. Abriu-o na mesa e revelou um medalhão transparente, um Elemental igual ao que Harry tocara, só que menor. Ao lado dele havia uma longa agulha de aço brilhante.
– Este Elemental não possui dono também – Explicou ela. – Funciona assim como o que eu uso para revelar os elementos dos Vampiros iniciantes. Para ele se fixar numa forma, preciso do sangue de seu futuro mestre.
Ela pegou a mão de Harry com delicadeza e espetou a ponta de seu indicador com a longa agulha. Depois da picada ela deixou algumas gotas caírem sobre o cristal. Imediatamente este escureceu até se tornar aquela escuridão absoluta que Harry presenciara há poucos minutos, no campo. O Medalhão se revestiu de uma fina película de gelo, fazendo com que o veludo se enrugasse ao seu redor. Uma fumaça de gelo, rala, se desprendeu do gelo que se formara e espiralou até sumir no ar da sala.
Marlene olhou o Elemental com desconfiança.
– Não gostei, é muito... estranho.
Dumbledore pegou as pontas do veludo e o ergueu, aproximando-o de Harry. Fez um gesto para o Vampiro pegar o Elemental.
Harry esticou a mão direita, que ainda jogava algumas gotas de sangue no ar e tocou o Elemental das Sombras. Com cuidado ele o removeu do veludo e fechou a mão ao redor dele. Imediatamente o gelo se quebrou e ficou apenas o cristal, negro como breu.
– Eu gostei – Comentou Harry, baixinho. Dumbledore sorriu.
– Bem, parece que vocês terão de conversar agora – Falou. – Então eu irei para a minha sala. Marlene, não fique preocupada, eu organizarei algo em relação a isso.
Ele se levantou e acenou antes de fechar a porta e deixar a professora e o aluno sozinhos. Marlene se levantou e deu a volta na mesa, ficando de frente para Harry como Dumbledore estava antes.
– Muito bem, Harry – Suspirou ela. – O seu treino terá de ser diferente dos outros. Não tenho material aqui para te ensinar sobre as Sombras, nunca ouvi falar deste Elemento. Já trabalhei com Luz, com Energia e com Som, mas nada com Sombras. Você terá de ser dispensado das aulas de Elementos até encontrarmos o treinamento correto.
Harry assentiu.
– Sendo assim, você irá receber em breve algum programa de treinamento do Professor Dumbledore. Assim que você completá-lo nós vamos avaliar seus poderes e colocar você para trabalhar com eles. Em horário noturno.
Harry apertou o Elemental em sua mão e concordou.
– Cada Elemental possui gravado o nome de seu dono no verso do medalhão, assim que colocado no pescoço de seu mestre. Faça isso agora.
O garoto soltou o medalhão e passou a corrente dele pela cabeça, até que ele se ajeitasse em seu pescoço. Imediatamente o Elemental brilhou, em luz dourada e se esquentou. As Sombras dentro dele rodopiaram e voltaram ao lugar.
Atrás dele agora se via escrito “Harry Tiago Potter”, em letras bem desenhadas.
– Conheci seu pai... e sua mãe – Comentou a Professora, olhando fixamente para o nome no Medalhão. – Eram bons amigos.
– A Sra. estudou com eles?
– Sim. E não me chame de “senhora”, sou apenas uma bela “senhorita” – Ralhou ela de brincadeira. Harry sorriu.
– Seu pai gostava muito de mim, ele era muito habilidoso com artesanato e essas coisas. Quando meu Elemental quebrou, ele concertou a corrente. Sua mãe era um desastre para essas coisas, mas ninguém podia superá-la na pintura ou em cantar. Uma ruiva maluca.
A mulher suspirou fundo e perdeu seus olhos na mesa.
– Depois que eles começaram a namorar, nossos grupos se juntaram e ficamos todos amigos. Nosso grupo de grifinórios continuou assim até o fim. Sobraram poucos de nós...
Ela ergueu os olhos e encarou Harry.
– Ouça bem, Harry Potter: Não importa o que digam, Voldemort não se foi. Ele continua vivo e estará atrás de você por isso. E preste atenção nisso: Neste mundo existe um homem que pode fazer qualquer coisa por ele. Este homem está encarcerado num lugar onde ninguém pode fugir, mas você deve tomar muito cuidado com isso.
– Quem é este homem?
– Eu não quero falar o nome dele, nem como ele era. Mas ele está vivo, só esperando uma oportunidade. Você tem mais poder do que eu posso imaginar, Harry, e isso pode trazer muitos problemas.
Harry assentiu em silêncio e pouco depois se retirou. Tinha que contar aquela estranha conversa para Rony.
Na torre mais alta do castelo, uma profecia se formou, dita pelos lábios de uma vidente que ali morava.
– E ele encontrou os dois caminhos, os dois opostos, no mesmo lugar. E entre a luz e as sombras o coração dele andará. Um renegado de seu próprio sangue, que possui as maiores riquezas do mundo se aliará ao garoto. Uma Vampira incompleta também o ajudará, não em troca do sangue pago, mas sim por seu coração novo. Ele comandará exércitos ao lado destes aliados e destruirá e construirá. Suas asas serão tão grandes que alcançarão o mundo e seus olhos serão tão poderosos que ficarão gravados na pedra. Esse garoto que possui o poder das trevas, terá o próprio coração batendo em suas mãos...
Em um lugar escuro e vazio, onde apenas um tiquetaquear lento de um relógio de pêndulo redigia o tempo, entre as prateleiras vazias ou cheias, entre os tomos amarrados e trancados, uma pena correu pelo pergaminho. A letra leve e fina registrou com atenção as palavras. A longa pena de ouro terminou sua anotação e pousou novamente sobre a mesa. Lentamente uma esfera de vidro se formou nas prateleiras escuras...
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Ahhh, Meu Deus!
Primeiro: desculpem, desculpem, desculpem. Eu sou inocente, juro! õ/
Acontece que entrei de férias agora. E antes de qualquer coisa, tive que escrever muuuuito pra chegar nesse ponto. Atualizei diversas Fics, fiz Betagem, mil e um projetos antes de poder (finalmente) dar atenção à V.V.
Não, não parei. Não desisti, essa Fic vai até o fim da série de 7 volumes, promessa de escritor.
Dando umas paradinhas de vez em quando, mas vai.
E por vocês serem legais demais e continuarem acompanhando, eu estou postando dois cap. hoje. Este e o próximo.
Obrigado pelo apoio, e me descupem a demora. T.T
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Falando sobre a história:
Hora de falar um pouco sobre V.V. Eu realmente alterei muita coisa dos livros para fazer com quê o MEU Harry Potter Vampiro pudesse existir e cumprir meu planejamento da história. Este capítulo é um absoluto exemplo disto. Aqui temos a tia Marlene Mckinnon. Oi? Ela não tinha morrido?
Ha, não aqui. E não se preocupem, assim como vocês, eu ODEIO mudanças sem explicações. Mais para frente vocês entenderão o porquê dela estar vivinha e o quê eu mudei nos Tempos Negros de Voldemort.
E sim, vocês vão ficar boiando sobre algumas coisas por um bom tempo. Mas juro que até o final deste volume da Série V.V. vocês já terão material o suficiente para entenderem um pouquinho dos mistérios do mundo vampiro.
No próximo capítulo, agradecimentos, dedicatória e algumas pistas para manter vocês lendo e acompanhando. \o
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