O Ministro da Magia
Draco ainda mirava Rony, dele para Harry e de Harry para Hermione, como se não entendesse nada.
- Estão dizendo que eu matei o retardado do Vasseur?
- Não dissemos isso, dissemos que você irá depor – Harry corrigiu.
- Vocês estão duvidando de mim! – Draco se ofendeu
- Ora, Malfoy, quem não deve... – Rony falou pausada e debochadamente – Não teme...
- Isso mesmo, Draco... – Diana falara, ainda pálida e com certa dificuldade – Não deve nada... Até porque não vejo por que motivo um bruxo mataria outro a tiros...
- Nem nós entendemos Tal coisa... – Hermione comentou – Estamos aguardando o resultado da análise do corpo pelo Instituto de Medicina Legal, dos trouxas. Assim que eles acabarem, teremos acesso ao corpo e você poderá correr com o enterro e...
Hermione parou de falar ao perceber que Diana estava realmente confusa, nervosa e chorava copiosamente. Que falta de sensibilidade falar desses assuntos agora, a vida daquela mulher já estava bastante complicada até o marido aparecer morto.
- Pois Diana falou uma coisa muito interessante... – Draco encarou Rony – Me diz, Weasley, já segurou alguma arma trouxa, alguma vez na vida?
- Eu? Eu não...
- Ah, sei... – E virou-se para Harry e Hermione, repetindo a pergunta para ambos – E vocês, já? Alguma vez?
- Não... – os dois responderam em coro.
- Diana, meu amor... – Draco olhou para a mulher que tinha o rosto escondido entre as mãos – E você? Já pegou numa arma trouxa alguma vez?
- Não, nunca... só vejo nas mãos de policiais trouxas e nem sei como funcionam – Ela respondeu sem olhar para ninguém.
- Ah, então... – Draco deu um risinho debochado – Hermione e Potter cresceram como trouxa e nunca pegaram em uma arma; Weasley tem amizade com trouxas e seu pai trabalhava na área do Ministério que dava livre acesso a objetos trouxas, e nunca viu uma arma de perto... Diana viveu entre trouxas por quase toda a vida e só viu armas com policiais... É... Eu que nunca, sequer, conversei com trouxas mais profundamente... É... Devo mesmo saber como se usa uma dessas...
- Malfoy, não estamos dizendo que foi você! – Harry fez questão de frisar novamente – Só dizemos que você deve depor! Pois estava lá!
- Não foi isso que Weasley insinuou! – Draco revidou com raiva.
- Malfoy, eu não insinuei nada! Se a carapuça está servindo... – Rony tentou se defender.
- Parem! – Hermione deu um gritinho, indo de encontro a Diana – Não têm coração? Diana está arrasada aqui, vamos respeitar?
- Ah, Diana... – Draco se antecipou – Eu não queria que fosse assim!
- Nem eu, pode ter certeza... – Diana olhou para Draco – E agora? Lucas morto... Zac já deve saber de nós... Ai, meu filho vai me odiar pelo resto da vida!
- Que isso! Zac não vai te odiar! – Hermione tentava animar Diana – Ele é seu filho, ele te ama...
- Zac é cabeça-dura como Lucas o era... O pai sempre foi seu herói... E agora... – Diana ainda chorava, soluçando.
- Calma, querida, tudo vai se resolver... – Draco passava a mão pelos cabelos loiros da mulher.
- Diana... – Harry se aproximou – Olha, desculpe pela notícia assim de repente... Ainda não foi divulgada à imprensa mágica, Hermione descobriu por um jornal trouxa... Se você quiser dar pessoalmente a notícia ao seu filho, eu peço a Minerva que você vá a Hogwarts...
- Sério? - Diana secou as lágrimas – Faria isso? Acho que realmente é melhor conversar com Zac, ele deve estar louco...
- Eu também posso ir... – Draco prontamente se ofereceu.
- Não! Está louco? Deve ser a última pessoa que Zac quer ver!
- Mas Escórpio! Deve estar tão confuso quanto Zac! Eu devo uma satisfação ao meu filho.
- É verdade... – Hermione olhou para Harry – Eles dois... Será que Minerva autoriza?
- Creio que sim, é uma ocasião especial... – Harry parecia confiante – Eu falarei com ela assim que voltar a minha sala, mas antes... Malfoy... Temos que marcar aquela reunião com o Ministro, desculpa falar nisso agora, mas...
- Ah, eu esqueci! – Draco bateu com a palma da mão na testa – Eu já falei com ele, ontem. Marquei para hoje, às 14, mas pelo visto, teremos que remarcar...
- Ah... Falando no demônio... – Rony apontou pela janela da sala de Draco, ao ver o próprio Ministro se aproximando.
- Que legal, deve ter lido esse lixo... – Draco revirou os olhos.
Adrian Wright, em pessoa, agora batia à porta da sala de Draco Malfoy. Era possível ver as pessoas que passavam pelo corredor olhando com certa admiração. O Ministro pouco dava as caras, chegava, se trancava em seu gabinete e, geralmente, era Draco quem batia à sua porta. Harry estava mais próximo da porta, e sem pensar, a abriu.
- Eu errei de sala ou os Aurores resolveram invadir o nível 1? – Adrian olhou com certo desprezo para Harry. Era tão ignorante quanto se podia ser.
- Não, nenhuma coisa, nem outra. – Harry respondeu à altura – Os Aurores souberam de um fato trágico e vieram consultar uma testemunha. Querendo mais detalhes, procure a minha sala... Lá no nível dois, sabe? – E virando para Rony e Hermione, acenou com a cabeça, como quem diz “vamos” – Malfoy... Depois disso, apareça com a Sra Vasseur em minha sala, para continuarmos a tratar do assunto de seus filhos... – Harry saiu batendo a porta, sem nenhum cuidado.
- Ora, o que temos aqui... – Adrian olhou com certo nojo para Diana – A escritora... Que bom, agora poderei ouvir de ambas as partes a explicação para essa palhaçada descrita por aquele projeto de trasgo que é a Rita Skeeter...
- Adrian, antes de nosso profissional, sabe que sempre fomos amigos... – Draco começou a falar, mas Adrian não parecia disposto a ouvir.
- E eu com isso? Eu sei que sempre fui seu amigo, e sempre te disse o que pensava dessa aí... – E olhou para Diana com mais desprezo ainda.
- Não me ofenda, Adrian! – Diana o encarou – Não me provoque, não hoje! Não estou no meu estado normal, não me teste...
- Senão o que? – Adrian ria ironicamente – Vai me atacar? Me matar? Ah, já sei! Escrever um livro comigo no papel de vilão?
- Não preciso escrever um livro pintando você como vilão, Adrian... – Diana se ergueu, decidida – É só publicar n’O Profeta Diário por onde anda seu irmão... Como é o nome dele mesmo? É... James? Ah, não... Jason? Ah, lembrei! Jeremy!
- O que essa cretina está falando? – Adrian ficou nitidamente nervoso.
- Então, onde está nosso querido Jerry? – Diana cruzou os braços e falava num tom irônico – Ah, eu gostava dele... Pena que não estudei em Hogwarts! Tenho certeza que dividiríamos o Salão Comunal da Grifinória...
- Cale a boca, sua maldita! – Adrian quase partiu para cima da mulher, mas Draco se antecipou.
- Que isso? Está perdendo a razão, Adrian?
- Não ouviu o que essazinha falou?
- Não ofenda Diana, Adrian! Se não eu mesmo conto seus podres, Ministro...
- Como ousa, Malfoy... – Adrian se surpreendeu.
- Ah, vamos, Adrian! Eu não sou seu secretário à toa... – Draco riu-se – Se eu não guardasse seus segredos, por que confiaria em mim... Agora, eu posso mudar de idéia...
- Não ousaria, Malfoy...
- Não? Nossa, parece que me conhece melhor que eu mesmo! Pois eu não teria tanta certeza... – Draco sorria, vitorioso – Não esqueça. Adrian... Eu tenho você nas mãos... E, eu sei exatamente onde está Jerry, como Diana mesmo falou...
- Você não sabe com quem está travando guerra, Malfoy!
- Sei, sei sim... Com Adrian Bartolomeu Holmes Wright! O patinho feio da Sonserina, o NERD das Masmorras, o espetacular nº 1 da família Wright que chegou ao Ministério com honra ao mérito... Mas por que meios mesmo? Será que seu irmãozinho Paul tem algo a ver com isso? Ah, não... Ele é só um pobre professor de poções... – À medida que Draco falava, seu sorriso ia ficando mais dissimulado. Era como se ele estivesse há décadas querendo desabafar aquilo - E Jeremy? Oh! Um Wright na Grifinória! Que decepção! Já sei, vamos casar Pietra, aquela garota tão linda e má, com Thomas Watson e pronto! E quanto ao Jerry, vamos trancafiá-lo no St. Mungus, aquele louco...
- CHEGA MALFOY! – Adrian dera um berro, acompanhado de um chute numa cadeira em sua frente. As pessoas nos corredores, podia-se ver, pararam olhando curiosas para a direção da sala de Draco – NÃO SE ATREVA A DIZER MAIS UMA SÓ PALAVRA! Afinal, o comentário do dia é seu caso com essa... – E olhou com aquele mesmo ar de desprezo para Diana - ... Essa infeliz. Eu só vim dizer que não interessa o que você tenha feito ontem, não interessa o que esta fazendo hoje... Quero Você, Potter e Weasley na minha sala, às 14, sem demoras! Não vejo a hora de acabar com esse maldito caso Cavendish...
- Estaremos lá, Ministro... – Draco sorriu sonsamente, abrindo a porta de sua sala – Agora, volte para sua sala, e nos aguarde... Não perderíamos a reunião por nada... Seu tempo é realmente precioso e nós sabemos disso! – E mostrou o caminho de saída para Adrian.
- Assim espero... E Sra. Vasseur... – Ele deu uma última olhada para Diana – Não lembro de ser funcionária do Ministério, portanto, retire-se daqui imediatamente.
- Não, não... Eu vim falar com minha advogada... – Diana tomou o rumo da porta, ainda com lágrimas nos olhos, mas falava em tom de deboche – Acho que o Sr anda muito trancafiado em seu gabinete, Ministro... Não só funcionários têm acesso ao Ministério, sabe? – E saiu corredor a fora, como se nada tivesse acontecido.
Adrian deu uma olhada de ódio para Draco e saiu dali, pisando duro, até seu gabinete. No caminho, brigou com alguns funcionários e derrubou a bandeja de chá que uma copeira levava para ele próprio. Entrou no gabinete, fechando a porta com estupidez. Arremessou um vaso contra a parede em sinal de ódio e depois desse feito, sentiu-se um pouco mais aliviado. Virou-se para um quadro, onde um bruxo bem velho o mirava com admiração.
- Então, velho estúpido... – Adrian começou a falar com o bruxo – Chame Paul! Diga que o quero aqui o mais rápido possível!
- Ele está aqui, vou chamá-lo...
- Ande, incompetente! – Adrian estava aflito.
Logo, o homem bem vestido e com ar de arrogância atravessou uma passagem, dando de cara com Adrian. Paul não parecia recusar qualquer convite do irmão para ir ao Ministério.
- Sorte que não dou aula pela manhã hoje, Adrian... – Paul tirava do ombro uma poeira que ali repousava devido à sua passagem desde Hogwarts até ali. – Acabei de levar os filhinhos do Malfoy para a diretora cuidar... Coitadinhos, estão tão revoltados...
- Paul... Como a informação do paradeiro de Jeremy vazou?
- Como? – Paul parecia não tê-lo ouvido.
- Como Diana Vasseur e Draco Malfoy sabem onde Jeremy está? – Adrian estava com ódio no olhar.
- Eu... – Paul ficou nitidamente perturbado – Eu não sei...
- Ah, não sabe? – Adrian cruzou os braços – Só eu, você e Pietra sabíamos!
- Eu sei disso, mas... – Paul estava pensativo – Eu não imagino como eles possam saber! Não estavam apenas... Jogando com você?
- Draco falou St. Mungus com todas as letras! Escute, Paul... Eu não quero perder agora! Não agora! Cheguei ao Ministério, você está com Jullie... E espero que esteja cuidando da Claire também...
- Ah, estou... – Paul abriu espaço em seus pensamentos para um sorriso vitorioso – Jullie é uma fedelha atrevida, mas convenci que ela era um perigo, e ela aceitou “numa boa”, como dizem meus alunos insuportáveis... Já Claire... Coitada... É tão boba que nem trabalho me dá... E os filhos do Potter... Nossa... São dois lesados. Não representam perigo algum.
- Escute... – Adrian falava agora como se estivessem sendo vigiados – Potter e aquela chata da Weasley vêm hoje aqui para uma reunião do maldito caso Cavendish... E o pior, viram uma foto da Jessica... Ai, que inferno! Como Hogwarts descobriu essa... Essa... Bastarda! Ela deveria ser mais uma garotinha trouxa qualquer, Paul! Que deslize o seu!
- Epa! Eu fiz o meu trabalho como ninguém! – Paul se ofendeu – Há alguém por trás dessa ida de Claire para Hogwarts... Eu estou muito curioso para saber quem é... E quando eu souber...
- Não interessa agora! Eu quero que eles desistam do caso! Tenho me mostrado interessado, finjo ignorar a origem dessa garota... Mas se um deles sonhar com a profecia...
- Falando nisso... – Paul cortou o irmão – Lilá Brown, aquela alucinada risonha... Estou na cola dela... Andou falando asneiras para Claire... Eu soube.
- E mais essa! – Adrian deu um gemido de impaciência – Paul, cuida disso! Não podemos vacilar! Nosso clã, nosso sangue... Nossa vitória está em xeque!
- Não vacilarei, Adrian... – Paul deu um risinho enigmático – Afinal, para mim sobrou a parte mais divertida do plano...
***
Zac e Escórpio estavam sentados à frente de Minerva, que preferiu falar com ambos sozinha, liberando assim, Neville e Paul. Os meninos ainda estavam com as marcas da briga que acabaram de ter e não se olhavam em momento algum. Minerva os olhava, como se não soubesse o que falar.
- Meninos? - Começou ela, meio insegura - Eu já soube das últimas notícias, imagino que os dois estejam de fato nervosos e tristes, mas... Desde quando uma luta dessas ajuda a resolver os problemas? Olhem vocês! Estão sangrando, feridos... A coitada da Claire levou um tabefe só por tentar ajudar! E agora? Estão melhores com isso?
Não houve resposta. Zac e Escórpio permaneciam calados e incapazes de encara a diretora. Contudo, Minerva continuou.
- Eu sei que é extremamente infeliz receber uma notícia dessas, estando longe dos pais, servindo de chacota para os amigos, mas... Eu peço que vocês mantenham a calma...
- Ah, cara Minerva... – Dumbledore na parede às costas de Minerva falara, fazendo Zac e Escórpio levantarem as cabeças, curiosos – Lamento interromper, mas Harry está perguntando se poderia Diana e Draco ir até Hogwarts, falar com seus filhos...
- NÃO! – Zac berrou – Eu não quero ver essa mulher!
- Pois eu quero ver meu pai! – Escórpio encarou Zac – Ele vai desmentir esse boato absurdo!
- Os dois, quietos! Quem decide sou eu! – Minerva os olhou, severamente – Alvo, por favor, peça que venham sim... Será melhor que eles mesmos se expliquem... E Graças a Merlin por esse quadro no escritório de Potter!
- Ah, sim, Harry e sua gentileza em aturar um velho caduco como eu... – Dumbledore sorriu e piscou para Minerva – Já os chamarei, estarão ai dentro de alguns minutos, pela rede de Flu...
- Eu não quero ver minha mãe! – Zac ainda bradou.
- Fecha os olhos, babaca, aí você não a verá! – Escórpio retrucou
- Cala essa boca, seu imbecil!
- Basta! – Minerva deu o seu berro agora – Os dois já estão bem grandinhos para resolverem seus problemas de frente! Vão sim falar com seus pais, e resolveremos a questão civilizadamente!
Ao dizer isso, Minerva olhou para sua lareira, vendo Diana surgir, seguida por Draco.
- Filho... – Diana tinha os olhos úmidos e saiu de encontro a Zac
- Não chega perto de mim, sua traidora! – Zac se levantou de onde estava e saiu do alcance da mãe – Eu não quero te ouvir, você traiu meu pai! Eu quero meu pai, nunca mais quero olhar para sua cara!
- Zac, não fale assim com sua mãe... – Draco olhou para o menino
- Cala a boca! – Zac tinha raiva na voz.
- Não fala assim com meu pai, seu retardado! – Escórpio saiu correndo e abraçou o pai – Papai, diz que é tudo mentira! Que não era verdade aquela foto, aquela matéria...
- Filho... Vamos conversar... – Draco abraçou carinhosamente o menino.
- Os deixarei a sós, acho que não devo me meter... – Minerva sorriu gentilmente – Qualquer coisa é só me chamar. Com licença.
- Obrigado, McGonagall... – Draco sorriu meio sem graça.
Minerva deixou a sala, enquanto Draco fazia o filho sentar. Diana estava chorando pela rejeição de Zac, mas sabia que não seria diferente. Draco puxou uma cadeira para ela, e apontou a cadeira em que antes estava sentado para Zac.
- Eu não vou conversar com vocês! – Zac estava irredutível.
- Filho, escuta o que temos a dizer! É importante! – Diana estava nervosa ao extremo.
- Zac, não ouvir não vai amenizar sua dor. Acho melhor você ouvir o que temos a dizer, não o deixará melhor, talvez, mas o fará saber da verdade – Draco encarava o menino.
Zac olhou com desprezo para o homem, contudo, mesmo que contra a vontade, sentou-se novamente. Não olhou para a mãe, nem para Draco. Ficou de cabeça baixa o tempo todo, diferente de Escórpio, que mirava o pai, aflito.
- Então... – Draco olhou de relance para Diana, como se criasse coragem para falar – Diana e eu... O que vocês leram... É... É verdade sim... Nos beijamos...
- Não... – Escórpio gemeu baixinho, deixando lágrimas rolarem pelo seu rosto pálido.
- Mas nós fizemos isso porque nos amamos! Desde jovens nos amamos, mas o destino nos separou, meninos! – Draco tentava se explicar – Eu amo Diana desde que tinha 20 anos... Na verdade, acho que desde que éramos crianças, mas começamos a namorar quando eu tinha essa idade, aproximadamente... Nos falávamos por cartas, eu ia até a França, visitar Diana nas férias... Não podíamos assumir isso assim, porque ela era muito novinha... Só tinha 14 anos... Mas nos amávamos e isso nos bastava...
Zac e Escórpio não davam uma só palavra. Escórpio soluçava baixinho, chorando muito, e Zac fixou o olhar num ponto qualquer e não expressava qualquer sentimento. Diana chorava tanto quanto Escórpio. Draco continuava a falar, ligeiramente constrangido.
- Quando Diana terminou a escola, eu... Bom, eu tinha... – Draco olhou para Diana – Eu tive outras namoradas antes de Diana terminar a escola... – E Hogwarts eu namorei sua mãe, Escórpio, quando estava no quinto ano, e terminemos no sexto... E depois quando eu fiz 18 anos... Eu namorei com a Astoria Greengrass, chegamos a ficar noivos... – Draco olhou sem graça para Diana, mas a mulher não parecia estar muito constrangida com a história – Mas eu não desisti de Diana... Era a mulher da minha vida. Quando finalmente poderíamos ficar juntos, e ficamos... Eu terminei com a Astoria e fui para França, mas a família de Diana me impediu de casar com ela. Acabamos brigando e eu voltei para Inglaterra... Foi quando me envolvi de novo com Pansy... E aí... Nós nos casamos, Escórpio, porque nós tivemos você, filho...
- Isso não faz sentido – Zac falou rispidamente – Eu sou mais velho que ele, como minha mãe não era casada nessa época?
- Zac... – Diana agora se pronunciou – Filho, eu... Draco e eu éramos apaixonados, e jovens... Eu só casei com seu pai depois que... Na verdade... – Diana suspirou, prevendo a reação nada boa do filho – Você não é filho do Lucas... É filho do Draco.
Zac encarou a mãe, empalidecendo na hora.
- O quê?
- É verdade, Zac... Você é meu filho... Diana só se casou com Lucas porque a família dela exigiu...
- Mentira... – Zac murmurava com ódio – Não pode ser... Meu pai é Lucas Vasseur! Não é você! Eu não quero mais ouvir suas mentiras! Eu quero meu pai!
- Zac! Zac, por Merlin, escuta... – Diana se levantou, indo até o filho – Aconteceu uma coisa muito ruim com seu pai...
- ONDE ELE ESTÁ? - Zac tremia – CADÊ MEU PAI?
- Ele... Ele... – Diana parecia não ter coragem de falar
- ELE O QUÊ? CADÊ MEU PAI?
- Lucas... – Draco continuou o que Diana não podia dizer – Ele morreu, Zac... Sinto muito, mas ele foi encontrado morto por trouxas, parece que foi um atentado trouxa...
Zac ficou atônito. Olhou para Draco, de Draco para sua mãe, que chorava sem parar e dela para Escórpio, que também chorava baixinho. Seu mundo desabava por dentro, mas ele não conseguia transmitir isso. Era informação demais para sua cabeça... Zac não entendia por que aquilo estava acontecendo com ele.
- Ai, meu filho! Eu sinto muito...
- Sente? – Zac olhou para mãe com desprezo – Sente? SENTE NADA! VOCÊ TRAIU MEU PAI! ELE ESTÁ MORTO AGORA, EU NÃO QUERO NUNCA MAIS OLHAR PARA VOCÊ! EU TE ODEIO!
Zac levantou decidido e saiu correndo porta a fora da Sala da Diretora. Não tinha rumo. Não pensava. Não conseguia colocar em ordem suas emoções. Só corria. Queria correr para muito longe dali, conde ninguém o pudesse ver, o perturbar...corria, corria até que a mão de Tiago o pegou pelo braço, fazendo-o parar.
- Zac! – Tiago e Justin o abraçaram ao mesmo tempo
- Ele morreu! – Zac soluçava – Meu pai, Tiago, JC... MEU PAI MORREU! Eu não sou filho do Malfoy, não... Meu pai é o Lucas, mas ele está morto agora!
Tiago e Justin tentavam amparar o amigo, mas estavam tão chocados quanto ele. Se entreolhavam, como se quisessem falar algo, algum incentivo para Zac, mas nada os ocorria. Estavam em pleno corredor, não era legal ficarem ali, não depois de fugirem da aula de História da Magia.
- JC, me ajuda... – Tiago percebeu que Zac estava a ponto de desmaiar, pois estava pálido e tremia – Zac pode cair a qualquer momento... Vamos levá-lo para... Sei lá... – Ele olhou o mapa, que foi o grande aliado deles para descobrir onde Zac estava, e viu que não havia ninguém na clareira, que Zac tanto gostava - Clareira?
- Vamos sim... – Justin estava quase levando Zac no colo – Vamos, Zac... Força, amigo... Estamos com você...
- Isso Zac, coragem! – Tiago também servia de apoio para o amigo, agora praticamente desfalecido – Estamos juntos.
Os três amigos se dirigiram à Clareira. Tiago e Justin não sabiam o que falar, Zac tampouco parecia querer falar algo, mas ao ali chegarem, Zac desabou nos braços dos amigos, e parecia só precisar daquilo, dos dois ali com ele, naquele momento tão difícil. Tiago deu uma olhada no mapa, viu um pontinho escrito “Minerva McGonagall” e respirou fundo. A diretora assistiu a toda a cena. Ele se preparou para levarem um esporro por estarem matando aula, contudo, Minerva deu um breve sorriso e acenou com a cabeça, saindo do local, deixando os amigos ali.
- Gerações passam e os Potters não mudam nunca... – Minerva foi sorrindo pelo caminho de volta à sua sala.
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