Doce, doce Claire



- Pai, por que isso?

Escórpio murmurava baixinho, com as mãos cobrindo seu rosto. Draco estava a ponto de chorar ao ver o filho daquele jeito. Olhou para Diana procurando apoio, mas a mulher estava muito preocupada se debulhando em lágrimas ao acompanhar o filho sumindo porta a fora, gritando que a odiava.

- Filho... Eu te amo, sempre serei seu pai... Somos uma família, nunca se esqueça disso...
- Não somos não! Ela... – O menino apontou um dedo trêmulo para Diana – Ela te roubou da minha mãe!
- Não, filho, ela não me roubou não! – Draco se ajoelhou na frente do filho – Escuta querido... Quando um casamento não dá mais certo, como o meu e de sua mãe, é melhor se separar do que insistir no erro! Entenda meu filho...

- Eu não quero entender pai, só quero que tudo seja como sempre foi...
- Vai ser ainda melhor, meu filho, confia no seu pai... – Draco tentava consolar seu filho desesperadamente.

- Minha mãe confiava em você, e você a traiu com essa mulherzinha! Eu não confio em você! – Escórpio deu um pulo da cadeira e fez como Zac, saiu correndo da sala de Minerva.

Draco o viu sumindo. Sentou-se no chão, como se fosse uma criança, e abraçou os joelhos. Era uma cena quase inédita, mas ele caiu no choro. Chorava compulsivamente e soluçava alto. Até Diana estranhou, tanto que abriu uma brecha no seu próprio lamento, indo de encontro a ele. Abaixou-se, o abraçando e chorando tanto ou mais que ele.

- Meu filho... – Draco tentava falar, mas soluçava mais do que propriamente falava – Meus filhos... Me odeiam!
- Entenda o lado deles, querido... São crianças, seus heróis os decepcionaram... – Diana tentava se auto-convencer daquilo que dizia a Draco – Eles estão impactados ainda, mas vamos torcer para isso passar...

O casal permanecia abraçado, soluçando juntos, abraçados. Minerva chegara ali, olhou para aquela cena da porta de entrada, mas preferiu não interromper aquele momento de desabafo de ambos. Com uma expressão muito triste, os deixou ali. Saiu dali meio perdida pela cena triste, tentando pensar no que poderia fazer fora de sua sala. Lembrou que precisava falar com Paul sobre o time de Quadribol da Sonserina.

- Ah, será que lembro os nomes de todos do time? – Minerva mudou o rumo que seguia, tentando lembrar os nomes dos alunos – Se eu esquecer... Ele deve saber...

Ela seguia o rumo das Masmorras. Foi pisando apressada, cumprimentando um aluno ou outro que surgia pelo corredor. Parou a frente da sala de Paul e bateu à porta. Não ouve resposta. Forçou a maçaneta e percebeu que a porta não estava trancada. Assim sendo, abriu e entrou, percebendo que Paul não estava ali.

- Oras... – Minerva olhou em volta – Ele não dá aulas agora...

Mas ao murmurar isso, escutou um barulho e viu a passagem que levara Paul Wright até o Ministério da Magia se abrindo, e dando espaço para o próprio voltar. Ao ver Minerva ali, o homem arregalou os olhos, em sinal de espanto e raiva.

- Invadindo minha sala, McGonagall? Ser diretora te dá esse direito?
- Eu não invadi sua sala, Wright! Mas não vejo motivo para espanto de sua parte... – Minerva cruzou os braços – Quem deveria estar espantada era eu, que acabei de vê-lo saindo da parede... Onde esteve?
- Acho que não lhe devo satisfações da minha vida... – Paul praticamente ignorava a presença de Minerva ali, andando até sua mesa, como se nada tivesse acontecido – E a que eu devo a honra de sua inesperada visita?

Minerva o mirou com uma expressão de raiva. Não o respondeu, mas sim se dirigiu ao bruxo do quadro do qual ele acabara de sair. Ao perceber as intenções de Minerva, Paul se antecipou, levando uma das mãos ao bolso interno das vestes, segurando sua varinha.

- Onde dá essa passagem secreta? – Minerva perguntava ao velho bruxo - Não minta para a Diretora de Hogwarts! Essa é uma passagem ilegal e...

Bam!

Minerva tombara num baque seco. Paul agora girava entre os dedos, calma e lentamente, sua varinha, com um sorrisinho que misturava deboche e certo quê de raiva no rosto.

- Mas que velha burra... – Paul se abaixou para ver Minerva desacordada – Escute, sua caquética... Você esteve aqui... Mas não me viu passar pelo quadro e quando acordar... Ah... Vai se lembrar que eu estive aqui todo o tempo e inclusive lhe confirmei que David Bletchley não poderá ser o apanhador do time no primeiro jogo, pois está em tratamento de um acidente mágico que sofreu na aula do incompetente do Longbottom... Aliás... Vai se lembrar também de chamar a atenção desse imbecil pela falta de segurança nas estufas... – E deu um risinho debochado ao dizer isso – Sendo o apanhador do primeiro jogo Dennis Nott.

Paul parara de rodar sua varinha, e apontou novamente para Minerva. Suspirou como se preparasse para falar algo, mas foi sem dizer uma só palavra que fez Minerva acordar.

- Minerva! – Ele encenou desespero, tentando ajudar Minerva a levantar – Por Merlin, está bem?
- Eu... Eu... – Minerva levantava confusa, com a ajuda de Paul – Eu não sei! O que houve?

- Ora, eu que pergunto! Do nada você desabou! Utilizei o “ennervate” para acordá-la... – Paul mentia convincentemente – Sorte que não é nada de mais, pois se esse feitiço simples a despertou... Ah, McGonagall! Deve ser estresse... Você se preocupa demais...

- É... Deve ser – Minerva balançava a cabeça tentando lembrar-se de algo – Hoje eu tive realmente um dia cheio! Mas... Era só isso, então, digo ao Flint que a única mudança no time é que o apanhador será o Nott, certo? Ah, e obrigada por lembrar-se do incidente com o 4º ano em Herbologia, isso me recordou que ainda não comentei com Longbottom novas normas de segurança... Onde já se viu... – Minerva parecia um tanto atordoada e Paul se segurava para não rir – Então, era só isso. Vou ver se minha sala já foi desocupada... Até, Wright.

- Até, McGonagall... – Paul acenara sonsamente – E descanse. Se precisar de algo, estarei aqui...
- Obrigada... – Minerva saiu fechando lentamente a porta.

- Mas é tão fácil que nem tem mais graça! – Paul dera uma gargalhada exagerada ao se certificar que Minerva já partira.

Minerva caminhara de volta a sua sala, entre os alunos primeiranistas da Corvinal e Lufa-Lufa que acabavam de sair da aula de feitiços. Troy McLean, o professor, acenou com a cabeça ao ver Minerva passando. Ela correspondeu ao aceno com um sorriso e sumiu de vista, alcançando sua sala.

- Eu vi a confusão entre Zac e aquele garoto da Sonserina... – Alan ia comentando ao lado de Alice – Coitado, Zac é tão legal, não acha?
- Pois é... – Alice falou sonhadora – Ele está numa fase ruim... Tem que esperar a lua mudar de posição e Júpiter entrar na casa de Câncer para tomar decisões maiores... Aliás, eu tenho que me lembrar de comentar isso com ele...
- Nossa, Alice! Você é tão esperta! - Alan não economizava elogios para a garota.
- Eu? – Alice sorriu meigamente – Eu não, imagina...
- Linda e inteligente... – Alan pegou a mão da garota timidamente – Acho que você é perfeita...

Alan McMillan e Alice Longbottom agora andavam de mãos dadas pelo corredor, até que avistaram Claire, Alvo. Louis e Rosa saindo da aula de Defesa contra as Artes das Trevas. Se entreolharam sorridentes e seguiram para falar com os amigos da Grifinória.

- Olá, amigos! – Alice sorria brilhantemente e Alan acenou gentil.
- Alice! – Claire se jogou num abraço – Amiga! Caramba, a gente não conversa há algum tempo!
- É mesmo! – Alice abraçava feliz a menina – Isso é obra dos Zonzóbulos... Mamãe sempre fala que quando nos aproximamos do quarto minguante da lua, eles pregam peças para que não consigamos conversar com os amigos... Entram e fazem a maior bagunça na nossa cabeça!

- Nossa... – Louis arregalou os olhos para Alvo e Rosa, abafando o riso – Que profundo...

- Deve ser isso que entrou na cabeça da Jullie então... – Claire ficou pensativa por um momento.
- Como é? – Alan a olhou, confuso.
- Ah, não souberam? – Claire entristecera – Jullie brigou com Tiago e agora não quer falar mais com a gente...
- É verdade! – Alvo entrou na conversa – Tentamos falar com ela hoje, antes dessa aula começar, mas ela nos ignorou!

- Que coisa! – Alan ficou nitidamente perturbado – Ela sempre foi tão legal, mesmo sendo da Sonse...

O garoto parara de falar, ao ver o assunto se aproximando. Jullie saía da sala, com um olhar distante, segurando seus livros. Olhou para o grupinho de “ex-amigos” e ao vê-los, apressou o passo, como se não quisesse os encarar.

- Eu não agüento isso! – Claire se deslocou de onde estava e foi seguir Jullie.
- Ela é demais... – Alvo comentou ao ver a garota sair correndo atrás de Jullie.
- Ela é amiga, Alvo... – Rosa disse sabiamente – Claire é tão doce que não entende isso, de alguém virar as costas para um amigo.

- Jullie! – Claire gritou, mas Jullie não parou de andar. Ela não desanimou – Jullie! Por favor!
- Que é? – a menina parou de andar e encarou Claire. Era tão duro brigar com ela.

- Eu queria conversar com você, sinto falta de...
- Eu não quero falar com você, será que é difícil perceber? – Jullie disse aquelas palavras com uma dificuldade enorme.

- Mas... – Claire a mirou, desapontada – Pensei que éramos amigas...
- Pensou errado! – Jullie tentava segurar o choro – Eu não seria amiga de uma... Sangue...

Não conseguiu terminar a frase. Claire era a pessoa mais doce do mundo e tratá-la mal era pior que levar uma pregada de Paul Wright. Por isso, Jullie se entregou e começou a chorar. Claire rapidamente a abraçou em consolo.

- Oh, amiga...
- Não! – Jullie embora chorasse, empurrou Claire – Não, me deixa... Me deixe em paz! – E a garota saiu correndo pelos corredores.

Claire ficou ali parada, sem reação nenhuma. Não conseguia entender por que Jullie agia daquele jeito e lembrou até dos Zonzóbulos de Alice, atribuindo a eles a confusão mental da menina. Algumas lágrimas rolaram pelo rosto da loirinha, que voltava para os amigos com uma expressão de derrota. Porém, algo chamou sua atenção e a fez parar de andar. Havia uma porta ali, era um armário de vassouras, isso segundo o que Alvo a dissera, porque parecia mais uma sala da aula de tão amplo. Mas, desde quando vassouras choravam? Ou ela ficara maluca, ou havia alguém ali dentro. Não pensou duas vezes e abriu a porta do armário.

Olhou para seu interior, agora aquele choro aumentara. Procurou na direção de onde vinham os soluços e ali, sentado no chão e abraçado com seus joelhos, estava Escórpio, chorando. Ela não tinha a menor intimidade com o garoto, mas não podia ver ninguém chorar. Entrou, percebendo que ele não a havia visto, fechou a porta delicadamente e se colocou a frente do menino, se abaixando para falar com ele. Ela passou a mão pelos cabelos platinados do menino, que levou um susto.

- Que... – Ele demorou um tempo para se situar – Mas... O que você está...
- Desculpa... – Claire sorria meigamente – Eu te escutei chorar, achei que precisava de um amigo...
- E desde quando eu sou amigo seu?
- Ah, não é mesmo, mas eu não estou vendo seus amigos aqui... – Claire respondeu bondosamente – Quer que eu os chame?

- Que intrometida! – Escórpio tentava secar as lágrimas – Saia já daqui! Eu quero ficar sozinho! Melhor, vai ficar com o Vasseur... Ele sim é da sua laia!
- Zac está mal também, eu sei... – Claire era tão paciente – Mas Zac tem amigos que estão com ele desde o ocorrido... Diferente de você. Por isso eu achei...

- Ora, cale-se!
- Eu achei que você precisava de ajuda... – Claire completou a frase mesmo assim.
- EU NÃO PRECISO DA SUA AJUDA, SUA SUJEITINHA DE SANGUE RUIM! –O garoto deu um grito desnecessário. Não por Claire, mas naquele grito queria colocar toda a raiva que sentia.

Claire o olhou. Ele estava vermelho e voltara a chorar muito. Ela poderia ter saído dali e nunca mais dirigir a palavra ao Sonserino, contudo, ela ficou o olhando, sentindo pena dele.

- Sabe... Isso não foi nada gentil da sua parte... Mas eu não me ofendo. Agora eu entendo porque você não tem amigos... Zac está tão deprimido quanto você, isso eu posso apostar, mas ele tem quem chore junto com ele, quem o ampare, quem o ame... Isso torna o fardo mais leve. E eu só estou insistindo em falar com você porque meu pai me disse uma vez que quando alguém bate na nossa face, devemos dar a outra face para bater, não em sinal de fraqueza, mas de força. Pelo que eu vejo, você não é nada forte.

Escórpio ouviu aquelas palavras de Claire e começou a chorar mais ainda. Ele não entendia. Acabara de fazer uma ofensa enorme à garota e ela ainda estava ali. Ele levantou a cabeça para olhá-la. Ela tinha uma expressão serena.

- Meu pai... – Escórpio murmurou – Ele vai abandonar minha mãe para viver com a mãe do Vasseur... Ele é pai do Zac também...

- Eu soube... – Claire deu um breve sorriso – E isso não é ótimo? Você tem um irmão maravilhoso! Zac é tão gentil, justo, amigo...
- Eu odeio o Zac! – Escórpio disse entre os dentes.
- Ah, mas como pode odiá-lo se não o conhece? E mais, seu pai nunca vai deixar de ser seu pai, e sua mãe nunca deixará de ser sua mãe! E agora, você vai ter uma madrasta tão boazinha! A mãe do Zac, todos dizem, que é um amor! Eu mesmo sem saber que era bruxa lia os livros dela!
- Como você consegue? – Escórpio estava boquiaberto com Claire.
- Ler os livros da Diana Vasseur? São ótimos...
- Não... – o garoto deu um breve riso – Não, os livros dela são ótimos... Não é disso que estou falando... Pergunto como você consegue ser assim, serena... Ver o lado positivo de tudo...

- Ah... – Claire sorriu – Não vejo o lado positivo de tudo, eu só acredito que Deus tem um plano muito bom para todos nós, e se está difícil agora, logo, logo melhora! Você deveria pensar pelo lado bom de isso estar acontecendo... Nada é acaso, tudo é destino.

- Deus? – Escórpio a mirou, confuso.
- Opa, Merlin... – Claire dera uma tapa na testa – Alvo já me disse que não é Deus aqui, é Merlin... Desculpa...
- Ah, tá! – Escórpio dera uma gostosa risada da garota – Er... Desculpa te chamar de sangue...
- Ih, esquece! – Claire riu – O que importa é que você está sorrindo!
- Pois é! Você me fez sorrir! – O menino parecia não ter reparado neste detalhe antes .

Claire tinha os olhos brilhando por vê-lo sorrir, era como se tivesse ganho um prêmio. Escórpio ainda a olhava, com um sorriso no rosto, meditando sobre tudo o que ouvira dela. Pegou delicadamente a mão da menina e a beijou.

- Obrigado, Claire... Eu não tenho como te agradecer...
- Não me agradeça... Só prometa que vai pensar no que te disse.

Escórpio não conseguia, agora, parar de sorrir. Abraçou a menina espontaneamente. Claire não fugiu do abraço, e o apertou também.

- Eu... Er... Amigos? – Claire arriscou
- O quê? Está brincando! Claro! – O choro do garoto agora dera lugar a um sorriso radiante – Eu nem sei como agradeço pelo que você me fez! O que posso fazer para te agradecer?
- Fácil... Vai conversar com Zac... Não agora, mas quando ele estiver mais calmo.
- OK! – Escórpio se levantou num pulo, estendendo a mão para a menina – Agora, vamos sair daqui? Eu tenho aula... Já matei a de Defesa Contra as Artes das Trevas mesmo...
- Ui! – Claire arregalou os olhos – Aula! Caramba! Esqueci! Vamos!

Os dois saíram correndo do armário, e já não havia mais ninguém nos corredores, sinal de que estavam realmente atrasados para suas aulas. Ainda assim, saíram correndo, de mãos dadas, rindo muito. Bem diferente de alguém que os observava, com uma expressão de quem acabara de chupar um limão daqueles bem azedos.

- Ah, doce, doce Claire... E eu achando mesmo que você era boba... Que pena... – Paul murmurava ao ver a cena dos dois novos amigos correndo pelos corredores.

Paul dera meia volta, rumo à sala de aula de adivinhação, onde os primeiranistas da Sonserina estavam. Ao chegar ali, sem nenhum cuidado, abriu a porta, dando de cara com Lilá Brown, olhando tão fixamente para uma xícara que chegava a envesgar os olhos. Ele sentiu vontade de rir, mas segurou o riso.

- A que devo a honra, Wright? – Lilá o lançou um olhar fulminante
- Desculpe interromper sua visão além do alcance... – Paul falava em tom de deboche – Mas é um aviso para uma de minhas alunas...

- Eu, claro, quem mais seria... – Jullie murmurou consigo mesma
- Srta Watson, preciso que esteja na minha sala antes do almoço, creio que Brown não se importará em dispensá-la uns vinte minutos antes do término da aula, não é mesmo?
- Não mesmo... – Lilá disse com um sorriso falso.
- Perfeito... – Paulo correspondeu o sorriso com outro tão falso quanto – Então, já sabe...

- Sei, sei – Jullie disse impaciente e completou com um murmuro – Cara chato...
- Eu tenho uma audição incrível, Srta Watson... Nem imagina o quanto – O homem disse antes de bater a porta, saindo da sala, sem agradecer.

- Por nada, Wright... – Lilá revirou os olhos para a falta de educação do professor – Na verdade, eu preciso agora que vocês se dividam em duplas para lerem o que as folhas de chá dizem sobre o futuro dos seus coleguinhas...

Os alunos se mobilizaram em duplas, mas Jullie não fez nem menção de procurar uma dupla. Lilá estava auxiliando os alunos que se separavam e percebeu que a menina permanecia imóvel.

- Meu bem... – Lilá sorria para ela – Não tem dupla?
- É o que parece... – Jullie deu com os ombros.
- Ah, não tem problema! Vem, faz dupla comigo!

Lilá pegou Jullie pelo braço e a conduziu até sua mesa, afastada de todos os alunos. Sentou a aluna em uma cadeira e colocou a outra em sua frente. A garota não estava nada feliz, mas pegou a xícara e começou a tentar ver o que o futuro dizia sobre a professora.

- Er... Vejamos... Ah! Parece que vai receber uma boa notícia esta semana... - Jullie começou, mas não terminou.

Olhou para Lilá e viu que a professora estava cabisbaixa, como se tivesse dormindo. Deu um risinho maldoso, programando um susto para acordá-la, mas antes que o fizesse, Lilá levantou a cabeça, com os olhos vermelhos e falou, em baixo tom, com uma voz que não era sua.

-“A era das trevas insiste em volta, mas a luz também insiste em brilhar. Inocentes serão imolados e sacrificados, mas aquela que traz a estrela brilhará. Aquela que traz a estrela salvará o mundo das trevas. A estrela nascerá entre as trevas, para dissipar a escuridão. Para salvar o mundo, deixe a estrela brilhar.”
O queixo de Jullie caiu.

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