A Surpresa
- Você ouviu? – perguntou Harry.
- Ouvi, era a voz da Mione.
- E da Gina.
- Vem, vamos ver o que aconteceu.
Rony saiu do quarto seguido por Harry em direção ao quarto das garotas. Chegando lá, Rony tirou do bolso um objeto que Harry conhecia muito bem.
- Orelhar Extensíveis? Anda com elas nos bolsos do pijama?! – perguntou Harry, surpreso.
- Eu trabalho na Gemialidades Weasley, esqueceu? – disse Rony, passando uma das pontas do fio cor de carne por baixo da porta. - Quieto, quero ouvir o que estão dizendo – acrescentou, quando Harry fez menção de falar.
- Como ele pode ser tão tapado?
Hermione estava dando voltas pelo quarto.
- Tenta entender, Hermione – dizia Gina. – Você tem Viktor Krum aos seus pés, se você chamar ele vem correndo...
- E o que tem isso a ver?
- Rony deve achar que talvez você prefira o Krum, sabe como é, um jogador de quadribol mundialmente famoso!
- Tem razão, eu poderia estar com o Viktor se quisesse, ele nunca deixou de me mandar corujas desde o Torneio Tribruxo, mas será que o Rony não percebe que eu não quero? Ele não vê que eu não ligo a mínima pra esse negócio de quadribol? Se ele não se dá conta eu tenho que dizer que quero ficar com ele, não com jogadores idiotas!
Ao ouvir isso Rony voltou para o quarto com um sorriso que ia de uma orelha a outra. Harry saiu correndo atrás, sem entender absolutamente nada.
- Rony, quer me dizer o que está acontecendo? Por que está com essa cara de bocó?
- Ela me ama, cara – disse Rony, radiante.
- O quê, do que está falando?
- Hermione, ouvi ela dizer que prefere a mim do que Viktor Krum.
- Ok, quando foi que o Krum entrou na conversa? – perguntou Harry, tentando entender.
- Senta aí, vou te contar o que eu ouvi.
- Eu te disse, não disse? – perguntou Harry, depois de ouvir o que Rony contou. – E agora, vai deixar ela ir embora assim?
- Não, é claro que não.
Rony deitou-se na cama ainda sorrindo. Harry não lembrava de já ter visto o amigo tão feliz antes.
Na manhã seguinte, como em todas as outras, a Sra. Weasley acordou cedo para preparar o café da manhã do marido e dos filhos. Percy foi para o Ministério com o Sr. Weasley e Rony para a loja com Jorge.
Quando acordou, Harry encontrou um bilhete no móvel ao lado da cama.
Oi Harry,
Eu esqueci de te pedir isso ontem. Por favor, não diga a Mione que eu ouvi o que ela disse, quero fazer uma surpresa.
Rony.
Harry desceu e encontrou Gina e Hermione tomando café. Naquele dia passaram mais ocupados do que o normal, pois a Sra. Weasley estava cuidando dos mínimos detalhes para o jantar, queria que tudo saísse perfeito.
Hermione passou o dia todo agitada, olhando no relógio. Harry sabia que ela estava ansiosa para que Rony chegasse. Ele mesmo estava curioso para saber qual era a surpresa, mas como o amigo havia pedido, não comentou nada nem mesmo com Gina.
Naquele dia todos deveriam chegar em casa mais cedo para receber os convidados. Quando a Sra. Weasley julgou que tudo estava pronto, mandou que todos fossem se trocar. Essa era uma daquelas ocasiões que Harry tinha que tentar arrumar seu cabelo rebelde.
Depois de dar o melhor jeito possível no cabelo, ele foi para a sala de visitas. A Sra. Weasley estava sentada no sofá, ela usava vestes verdes brilhantes e um chapéu da mesma cor.
- A senhora está ótima.
- Obrigada, Harry, querido. Espero que as meninas não demorem.
- A Gina está vindo aí – disse ele.
A ruiva acomodou-se no sofá, ao lado de Harry. Como ela estava linda, usando um vestido azul claro com detalhes prateados que lhe caía até os joelhos. Nos pés usava delicadas sapatilhas prateadas. Os cabelos presos em uma trança com uma fita da mesma cor do vestido. Harry sentia o cheiro de seu maravilhoso perfume floral. De repente se viu forçado a desviar o olhar, se perguntando se a Sra. Weasley não o surpreendera olhando para Gina com cara de bobo. Não devia estragar os planos.
Os três olharam para a porta da sala e viram Hermione. Em geral ela não levava tanto tempo para se arrumar, mas naquele dia tinha um motivo especial e Harry achou que tinha valido a pena. Ela estava usando um vestido preto um pouco acima dos joelhos com uma fita dourada na cintura. Usava sapatos dourados de salto e havia prendido os cabelos em um coque perfeito.
- Hermione, você está incrível! – disse Harry.
- Amiga, você está linda! – disse Gina.
Ao ouvir o barulho de um carro, a Sra. Weasley correu em direção à porta da cozinha para receber os convidados.
- São seus pais, querida.
O Sr. e a Sra. Granger cumprimentaram a Sra. Weasley e depois abraçaram a filha.
- Que saudade, minha filha – disse a Sra. Granger.
- Como você está?- perguntou o Sr. Granger.
- Está tudo bem, papai – respondeu Hermione. – Eu também senti muito a falta de vocês. Bem, vocês já conhecem o Harry e a Gina.
Os pais de Hermione cumprimentaram Harry e Gina, que os levaram até a pequena sala de visitas onde deveriam esperar pelos demais.
- Antes de qualquer coisa queremos agradecer o carinho e dedicação que a senhora teve com a nossa filha – disse a Sra. Granger, acomodada ao lado do marido.
- Vocês não têm o que agradecer – disse a Sra. Weasley. – Hermione é uma garota adorável e todos aqui em casa gostamos muito dela.
- Obrigado mesmo assim, Sra. Weasley – disse o Sr. Granger. – E seu marido, ainda está trabalhando?
- Arthur já está vindo.
Harry olhou para o velho relógio que indicava a localização dos Weasley. Os ponteiros do Sr. Weasley e de Percy mostravam a caminho.
Os dois não demoraram a chegar, trazendo o ministro da Magia.
- Sr. e Sra. Granger, é um prazer recebê-los em minha casa – disse o Sr. Weasley. – Esse é Kingsley Shacklebolt, ministro da Magia.
- Muito prazer – disseram o Sr. e a Sra. Granger.
- Molly – disse Kingsley. – Como vai?
- Muito bem, obrigada. Fiquem a vontade, eu vou servir as bebidas.
- Rony e Jorge ainda não chegaram? – perguntou o Sr. Weasley, acomodando-se em sua poltrona.
- Não, querido. Eles têm trabalhado tanto!
A Sra. Weasley ergueu a varinha e encheu os copos, depois os fez levitar até cada um dos presentes na sala.
- Eu imagino que a esta altura já estejam acostumados com magia – comentou o Sr. Weasley.
- Ah, sim. Vimos nossa Hermione fazer coisas incríveis, acho que não podemos nos surpreender com mais nada.
- Eles estão vindo! – exclamou Hermione, que estivera praticamente em silêncio até aquele momento.
Harry olhou para o relógio. Os ponteiros de Rony e Jorge agora mostravam a caminho.
- Com licença – disse Hermione, levantando-se. – Eu já volto.
Ela chegou ao jardim em tempo de ver duas figuras de vestes magenta rodopiando.
- Olá, Hermione. Você está linda!
- Obrigada, Jorge.
O primeiro ruivo entrou em casa deixando Rony e Hermione sozinhos no jardim.
- Seus pais já estão aí? – perguntou o outro ruivo, um pouco desconcertado pela beleza da garota à sua frente.
- Já, e seu pai e Kingsley também. Eu saí porque queria conversar com você.
- Vem comigo.
Ele se aproximou de Hermione e estendeu a mão direita. Quando ela a segurou, os dois desaparataram.
Quando Hermione abriu os olhos viu que estava em um lugar muito verde, cheio de flores coloridas.
- Onde estamos, Rony?
- Em uma colina perto de casa, está vendo?
Ele apontou para a conhecida construção irregular.
- E lá do outro lado é a casa da Luna.
- Em forma de uma Torre de xadrez, eu me lembro. Mas por que me trouxe aqui?
- Porque eu queria falar com você sem todas aquelas pessoas em volta e... Porque eu queria te dar isso.
Rony colocou a mão no bolso das vestes e de lá tirou uma caixinha de veludo vermelho. Ao abri-la Hermione se deparou com um lindo anel com uma pedra brilhante.
- Então, Mione, quer ser minha namorada?
N. da A.
Eu gostei muito de escrever esse capítulo, realmente me diverti. Espero comentários.
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