Outra revelação

- Achei que nunca fosse perguntar.
Pela segunda vez Hermione lançou os braços em volta do pescoço de Rony e o beijou. E como da primeira vez ele correspondeu com tal entusiasmo que a levantou do chão. Por um tempo que não saberiam dizer exatamente quanto, os dois ficaram assim, apenas matando a vontade que sentiam de estar juntos. E dessa vez Harry não estava ali para lembrá-los que havia uma guerra a pleno vapor. Aquele era um momento só deles, momento desejado e mais do que merecido.
De repente Hermione se lembrou de seus pais n’A Toca e dos pais de Rony, se perguntando o que teria acontecido.
- Rony, temos que ir, todos estão nos esperando.
- Eles podem esperar mais um pouco.
Ele a puxou mais perto e lhe deu outro beijo apaixonado.
- Por que demorou tanto a fazer isso? – perguntou ela, alisando os cabelos ruivos dele.
- Fui um bobo, mas não quero perder mais tempo. E você está maravilhosa hoje!
- Eu te amo, Ronald Weasley.
- Também te amo, Hermione Granger.
Os dois se beijaram novamente. Parecia inacreditável que pudessem ter perdido tanto tempo brigando por motivos idiotas; poderiam estar juntos e felizes desde quando estudavam em Hogwarts.
- Deve ter custado muito caro – disse Hermione, admirando o anel que tinha no dedo.
- Um pouco, mas você merece. Eu demorei hoje porque estava escolhendo, Jorge me ajudou.
- Jorge? – perguntou ela, rindo.
- É claro que ele riu da minha cara, mas ele vai entender quando gostar realmente de uma garota.
- Eu adorei o anel, mas sabe que não precisava ter me dado nada. Você é o meu melhor presente.
- Mas eu queria te dar esse anel de qualquer jeito. Assim, quando não estivermos juntos, você vai olhar para ele e lembrar de mim.
- Como se eu pudesse te esquecer.
Ela olhava para Rony se perguntando por que haviam esperado tanto para ficar juntos. Ele era o amor de sua vida, disso ela não tinha a menor dúvida. O sorriso dele iluminava tudo e quando ele a abraçava ela se sentia protegida, como se nada de mal pudesse acontecer.
- Agora é melhor a gente ir ou vão pensar que eu seqüestrei você – disse ele, rindo.
- Não me importo se me seqüestrar – disse ela, rindo também. – Promete que vai ficar comigo pra sempre?
- Ah, não sei. Se a senhorita sabe-tudo não ficar mandando em mim...
- Ronald!
- Brincadeirinha. Tudo o que eu mais quero é passar a minha vida toda com você.
Depois de outro beijo o casal aparatou no jardim d’A Toca e ainda de mãos dadas entraram na casa. Foram para a sala, onde todos estavam se perguntando aonde andavam Rony e Hermione.

- Jorge, você sabe onde está o seu irmão, não sabe?
- Qual deles, mãe?
A Sra. Weasley lançou ao filho um olhar que dizia “estou falando sério, não é hora para brincadeiras”.
- Eu sei sim, mas não posso contar aonde o Rony foi com a Hermione... Droga!
- Que história é essa? – perguntou o Sr. Granger.
- Eles estão vindo aí – disse Gina. – Pergunte a eles.
Mas ao ver Rony e Hermione chegando de mãos dadas não era necessário perguntar mais nada.
- Mãe, pai, Hermione e eu estamos namorando.
- Já não era sem tempo – comentou Jorge. – Porque era eu quem tinha que aturar o mau humor dele o dia todo lá na loja. Vê se agora fica mais calmo, irmãozinho.
- Nem me fala – completou Harry. – Eu ouço as reclamações dele desde os tempos que estudávamos em Hogwarts, foram anos e...
- Vocês querem parar? – interrompeu Rony, as orelhas muito vermelhas. – Não faz tanto tempo assim Harry, mas depois eu te dou uma entrevista e você manda publicar no Profeta Diário.
Harry calou-se e olhou para Gina, que estava se acabando de dar risada.
Rony soltou a mão de Hermione e se aproximou dos pais dela.
- Sr. e Sra. Granger, eu quero pedir permissão para namorar sua filha.
- Hermione já é adulta, sabe muito bem o que quer e se ela está feliz, é claro que lhe damos permissão – disse o Sr. Granger.
- E ficamos tranqüilos em saber que nossa filha está namorando um rapaz bom, que vem de uma boa família – completou a Sra. Granger.
- Obrigada, mamãe – disse Hermione, segurando a mão de Rony novamente.
- Muito obrigado, eu prometo que vou cuidar bem dela – disse ele.
A Sra. Weasley abraçou o filho e Hermione, emocionada, quase aos prantos.
- Meu filhinho já é um homem – dizia ela, abraçando e beijando Rony. – Arthur, nosso Roniquinho já é um homem.
- Ta bem, mãe, já chega – dizia Rony, tentando se livrar daquela situação embaraçosa.
Harry, Gina e Jorge agora estavam dando boas gargalhadas.
- Depois vocês me pagam! – disse Rony, tentando se libertar do abraço sufocante da mãe. Deu graças a Deus quando o Sr. Weasley veio em seu auxílio.
- Molly, precisamos de mais bebida para comemorar.
Quando a Sra. Weasley largou Rony, o pai o cumprimentou.
- Parabéns, filho. Hermione, você sabe que já faz parte da família.
- Obrigada, Sr. Weasley.
Antes que eles recomeçassem a beber Gina pulou do sofá e disse o que seria a segunda surpresa da noite.
- Papai, Harry e eu estamos juntos também.
Harry levou um susto e quase engasgou, Gina nem ao menos lhe avisara que contaria naquela hora. Harry teria achado melhor se ele mesmo tivesse dito ao Sr. Weasley, mas Gina era muito impaciente e agora já havia dito.
Houve um segundo de absoluto silêncio, até que a Sra. Weasley desabou no sofá e começou a chorar de vez.
- Meus dois filhinhos apaixonados, logo vão sair de casa assim como Gui... – dizia ela, soluçando.
- Ah, mamãe, também não é pra tanto! – disse Gina. – Nenhum de nós vai se casar amanhã.
Harry aproximou-se do Sr. Weasley. Sabia que devia dizer alguma coisa a ele, mas nunca fora muito bom com as palavras.
- Então... O senhor aprova? – foi o que conseguiu dizer.
- Harry, você é como um filho pra mim, e se tem alguém em quem posso confiar a minha filha, esse alguém é você. – disse o Sr. Weasley, aproximando-se para cumprimentar Harry.
- Muito obrigado, Sr. Weasley, eu não vou decepcioná-lo.
Agora muito mais aliviado, Harry poderia aproveitar o jantar e conversar com Kingsley sobre o emprego no Ministério. Sentia-se muito melhor em não esconder mais nada do Sr. e da Sra. Weasley, que lhe tratavam com tanto carinho.
Os Weasley, os Granger, Harry e Kingsley foram para o jardim, onde a Sra. Weasley serviria o jantar. Todos estavam felizes e não imaginavam que mais surpresas viriam pela frente.

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