A notícia do Baile
5. A notícia do Baile
Após dizer isso, Dumbledore pôde perceber a reação imediata de todos. Foi como se um grande segredo tivesse sido contado. Harry e os amigos trocaram olhares significativos e, num impulso descontrolado, Harry virou-se para olhar Cho, na mesa da Corvinal. A garota não estava nem um pouco feliz como o restante dos seus amigos. Pelo contrário, abaixou a cabeça e Harry só pôde supor que estivesse chorando. Com um cutucão de Hermione, Harry se virou a tempo, pois Dumbledore estava prestes a recomeçar a falar.
- Alguns alunos devem se lembrar das circunstâncias que implicaram na realização do primeiro Baile. Estávamos sediando o Torneio Tribruxo, com a participação de outras escolas, Beauxbatons e Durmstrang. Mas esse ano faremos um baile apenas para diversão. Não serão escolhidos alunos para representar a escola. Só lhes faço um imposição, apresentem-se em pares...
- Ah, droga!- resmungou Harry, virando-se para os amigos.- De novo, não! Foi uma dureza conseguir um par decente no Baile passado e, eu não estou a fim de pagar mico esse ano.
- Bom, eu não posso falar o mesmo, Harry- disse Rony- Esse ano, tive uma sorte melhor que a sua.
Enquanto Rony e Hermione trocaram olhares apaixonados, Harry olhou para o lado. Seu olhar recaiu sobre uma menina que gargalhava com as amigas, a jovem Hallie que ele conhecera naquela tarde. Já havia reparado nela antes. Também pudera, quem não iria reparar numa garota que tinha olhos verdes vivo, cabelos muito negros e uma cicatriz na testa. A incrível semelhança com Harry lhe rendera um apelido: Hallie Potter. Mas o que muitos não sabiam era que a cicatriz de Hallie Mautner ocultava um triste passado que a garota omitia de todos, até de si mesma.
Muitas vezes, Hallie pegava Harry olhando fixamente para ela. Quando isso acontecia, ele desviava o olhar rapidamente. Lhe devia parecer muito estranho ver uma garota tão igual a ele. Era como se, quando olhasse no espelho, não via um garoto e sim, a sua versão feminina.
Depois do jantar, Harry e os amigos subiram para o salão comunal. Passando pela Mulher Gorda, eles encontraram um salão bastante agitado, por conta do Baile. Muitas conversas tinham o mesmo assunto: com quem ir?
Harry largou-se numa poltrona com os amigos, no exato momento em que Hallie passava pelo quadro com uma amiga. Ambos trocaram olhares (mesmo sem saber por quê) e Hallie foi para um canto conversar com algumas quintanistas. Rony, que olhava para o amigo, percebeu o interesse dele e falou:
- E aí Harry, o que achou dela?
- Ah... sei lá...
- Harry, por acaso, você está querendo chamar a Hallie para ser o seu par no Baile?- perguntou Hermione, enrolando um pergaminho.
- Quem sabe... mas, Mione, você conhece ela?
- Pessoalmente, não. Mas é lógico que eu a conheço! Quem não conhece Hallie Mautner, a aluna-clone de Harry Potter?
- Que papo é esse de aluna-clone?- perguntou Rony.
- Os pais dela também sofreram por conta do ataque de... Voldemort...- Rony tremeu ligeiramente- ai, pára com isso, Rony! E... ela é muito parecida com você em muitas coisas...
- Que tipo de coisas?- indagou Harry.
- Ela também se destaca em Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas, foi uma grande criadora de confusão ano passado, devido às artimanhas dos alunos da Sonserina, também é amiguinha do Draco que nem nós e... bem, ela também... convive com trouxas...
- Sério?
- Sério. Depois que a mãe dela foi assassinada por uma comensal... o pai dela se casou novamente.
- Poxa, eu nunca iria saber nada disso...- falou Harry
- Nem eu - acrescentou Rony- Mas como é que você sabe de tudo isso, Mione?
- Depois que a coruja trouxe o presente da Hallie, eu e a Gina voltamos para o quarto. Estávamos sem sono e ela me contou um monte de coisa...
Mal a garota terminou de falar, uma coruja apareceu na janela, bicando o vidro. Simas foi até lá e abriu a janela. A coruja entrou e pousou levemente sobre o braço da poltrona de Harry, que olhou intrigado para os amigos.
- Abre logo isso, Harry?- pediu Rony ansioso.
Atendendo ao pedido do amigo, ele desprendeu a carta da perna da ave, que saiu voando janela afora. Depois do susto inicial, os demais alunos desviaram suas atenções e Harry pôde falar melhor com os amigos.
- De quem será?- perguntou Hermione.
- Eu não sei, mas eu acho que deve ser importante. Leia logo!
Harry abriu a carta escrita com uma letra um tanto desconhecida e a leu baixinho para os amigos:
“Olá Harry, beleza? Se lembra de mim? Não? É a Tonks. Lembrou agora? Pois é, como vão as aulas? Espero que boas, até agora. Ah, soube que irão fazer outro Baile de Inverno esse ano, verdade? Poxa, como eu queria estar aí esse ano... me amarro numa festa. Você sabe se As Esquisitonas vão se apresentar em Hogwarts? Se sim, você pega uns autógrafos para mim? Se fizer isso, vou te agradecer muito. Ah, sim! Harry: treine bastante oclumência. Não se esqueça: ele ainda está solto. Beijos em todos. Um abração!
Tonks
PS: O “clube de duelos” continua indo muito bem!
- Caracóles, achei que tivesse acontecido algo!- falou Rony.
- É, eu também... mas foi bom ela ter escrito. Parece que vai tudo bem com a Ordem...- falou Harry.
- É, é melhor que fique sempre assim...- concordou Hermione.
Os três ainda conversaram por mais tempo e, aos poucos, o salão comunal foi se esvaziando. Hermione se despediu dos garotos e foi para o dormitório. Só ficaram Rony e Harry.
- Harry, agora que...bem...Sirius... morreu...- conclui Rony, olhando preocupado para o amigo- aonde a Ordem tem se reunido?
- Eu não sei...- respondeu Harry.
O garoto não havia parado para pensar nisso. Agora que seu padrinho estava morto, onde estavam acontecendo as reuniões? Não poderia mais ser no Largo Grimmauld, por que todos os comensais já saberiam onde ficava isso, Tinha de ser num lugar bem seguro, onde ninguém, ou melhor, nenhum comensal, soubesse onde é.
Rony olhou para o relógio e tomou um susto.
- Harry, é quase meia-noite! Como o tempo voou! Eu vou dormir, você também vai?
- Vou, vou sim...- disse Harry, ainda pensando na Ordem- É... tá tarde...vamos...
Os dois subiram as escadas e quando Rony entrou no dormitório, Harry olhou para a lareira. Parecia estar esperando que a cabeça de Sirius surgisse no meio das chamas. Conclui que a saudade do padrinho o estava deixando alarmado e entrou no quarto, deixando para trás um salão comunal silencioso e triste.
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