Na festa



Os monitores haviam feito um excelente trabalho na organização e na decoração da festa de formatura. O Grande Salão estava realmente muito bonito, a decoração fora feita toda em preto e branco, e estandartes com as cores e símbolos de casa uma das casas estavam espalhados por todo o Salão. As mesas das casas deram lugar a inúmeras mesas redondas, de oito lugares cada uma, espalhadas ao redor de todo o Salão, cujo centro virara uma enorme pista de dança, e em um dos lados, uma comprida mesa acomodava centenas de taças, e uma grande variedade de bebidas e petiscos. Luzes coloridas vinham de todos os lados, e o palco já estava iluminado e pronto para receber a banda convidada, e enquanto o show não começava, uma música animada, mas baixa, tocava para entreter os formandos e seus convidados.
- Uau, Lily! – exclamou Tiago, enquanto eles se acomodavam em uma das mesas – Ficou mesmo muito bom!
- Obrigada, amor!
Não muito depois da chegada deles, Pedro entrou no Salão, acompanhado por Marianne, e depois deles, Sirius chegou com Annelise. Tiago e Lilian se entreolharam, sem entender, mas nada disseram a respeito da acompanhante de Sirius. A corvinal estava muito bonita, em um longo amarelo-ouro, e os cabelos soltos em cachos largos pelas costas.
- Boa noite! – cumprimentou ela, sentando-se à mesa.
- Boa noite! – responderam os demais.
- O Salão ficou show, Lily. – comentou Sirius.
- Valeu. – agradeceu Lilian – “Isa, sua maluca...” – pensou ela, preocupada – “O que foi que você fez?”
O grupo ficou conversando sobre a festa, e Lilian e Annelise contaram um pouco sobre como fora para preparar o Salão e tudo o mais. No meio da conversa deles, Remo chegou, junto com Emmeline.
- Chegamos! – anunciou Lupin, puxando a cadeira para a colega.
- Obrigada, Remo. – disse Emmeline, sentando-se – Nossa, ficou mesmo lindo! – disse ela, olhando ao redor.
Os garotos foram buscar bebidas para todos, e voltaram à mesa no mesmo momento em que Isabelle chegava, sozinha, ao Grande Salão. Ela sorriu levemente ao avistar o grupo de amigos, mas, mesmo de longe, Lilian percebeu que o sorriso fora forçado.
- Atrasada, mas cheguei. – disse Isabelle, ao alcançar a mesa dos amigos.
Sirius se moveu, parecendo um pouco incomodado quando a morena chegou à mesa sozinha. Ela convocou uma cadeira da mesa ao lado, e ao fazê-lo, deu as costas aos demais, que viram então a tatuagem que ela escondera ao longo de todo o ano. Uma flor de lótus, na base da coluna, encimada por uma linha vertical formada por sete símbolos rúnicos, que seguiam a linha da coluna da garota.
- Charmant... o que é essa tatuagem? – perguntou Tiago, surpreso, e Isabelle limitou-se a sorrir, antes de acomodar-se do outro lado de Lilian, de frente para a entrada do Grande Salão, para onde olhava a todo instante.
- Mas que tanto você olha pra porta, Charmant? – perguntou Pedro.
- É, eu também percebi. – disse Remo – Tá esperando por alguém?
- Não tô mais. – respondeu a morena – Ela já chegou.
Todos voltaram-se para a entrada do Grande Salão. Parada à porta, Bárbara Takemi olhava em todas as direções, à procura da morena, e ao finalmente encontrá-la, sorriu fracamente e acenou com a cabeça.
- Isa... – começou Remo.
- Que foi? – devolveu Isabelle.
- Você...
- Vai lá buscar ela, Remo. – interrompeu a morena, com delicadeza.
Lupin ainda a fitou por um momento, sacudiu a cabeça negativamente, como quem não acredita em algo que está acontecendo, e então foi ao encontro da japonesinha.
- Resolveu bancar o cupido hoje, é, Isa? – perguntou Emmeline, rindo, depois que o Maroto deixou a mesa.
Bárbara continuou parada à porta, enquanto via Remo deixar a mesa e vir em sua direção. Apesar do nível de barulho no Grande Salão ser bastante alto naquele momento, ela não ouvia a música, nem as conversas dos jovens acomodados às mesas, apenas via Remo caminhando em sua direção, enquanto em sua cabeça, ecoavam as palavras de Isabelle, durante a conversa que as duas tiveram alguns dias antes da formatura, e sobre a qual ela pensara durante toda aquela semana.
“- Oi, Isa.
- Bárbara! – disse Isabelle, pega de surpresa – Oi!
- Annelise me entregou seu bilhete. – disse a corvinal – Você disse que queria falar comigo, e que era importante.
- É. – confirmou Isabelle – Ahn... senta.
As duas sentaram-se à mesa, e Isabelle puxou sua cadeira mais para perto da de Bárbara.
- Bem... o que você queria falar comigo? – perguntou a corvinal.
- Bom, você... já deve saber que eu e o Remo terminamos... – disse Isabelle, devagar.
- É, eu sei. – disse Bárbara, sem olhar para ela – Mas... por que você tá me dizendo isso?
- Bárbara, desculpe se eu tô sendo muito insensível, mas eu preciso perguntar uma coisa. – disse a grifinória – Você ainda gosta do Remo?
Surpresa, Bárbara abriu a boca para responder, mas não emitiu som algum. Depois de alguns instantes fitando Isabelle, finalmente encontrou sua voz.
- Isa, olha, eu... – começou ela, mas foi interrompida.
- Só responde a pergunta. – pediu Isabelle.
- Gosto. – disse a corvinal, depois de mais alguns instantes de silêncio, encarando a morena – Muito.
- Foi o que eu pensei. – disse Isabelle – E foi por isso que eu chamei você pra conversar. Eu queria... que você fosse à formatura, – disse ela, cautelosa – como minha convidada.
- Quê?
- Bárbara, eu gosto muito do Remo, de verdade, e quero de verdade que ele seja feliz. – disse Isabelle – Eu realmente torci muito pra vocês ficarem juntos, porque eu sei que você fazia bem pra ele.
- É, mas ele gosta de você. – retrucou Bárbara, na defensiva.
- Remo tinha esperanças a meu respeito antes, – disse Isabelle – mas agora não tem mais. Agora ele tá pronto pra se apaixonar por você.
- Eu não quero me machucar mais, Isa... – disse Bárbara, os olhos marejando.
- Nem eu quero que você se machuque. – disse a grifinória – Mas eu realmente acho que vocês podem dar certo. Será que não vale a pena tentar, só mais uma vez?”

Ela voltou do devaneio quando Remo a alcançou. Os dois se encararam em silêncio, ambos meio sem jeito para falarem um com o outro. Lupin fitava a japonesinha, ao mesmo tempo surpreso e encantado. Surpreso com a presença dela ali, e encantado pela beleza delicada com que ela estava vestida. A corvinal parecia uma pequena princesa no vestido tomara que caia vermelho, com delicadas flores douradas no decote. O cabelo, meio preso, deixava o rosto limpo, e caía sedoso pelas costas dela; uma gargantilha com um pingente dourado em forma de pássaro e uma maquiagem bem leve completavam a produção.
- Você tá... linda. – disse Remo, finalmente.
- Obrigada. – agradeceu Bárbara, corando levemente – Você também está. Aliás, parabéns pela formatura.
- Obrigado. – disse Lupin, sem conseguir tirar seus olhos dos dela – Senta com a gente?
- Aham.
Os dois se dirigiram então à mesa onde os demais aguardavam. Nenhum dos dois se atreveu a dizer nada enquanto andavam até lá.
- Oi, todo mundo! – cumprimentou Bárbara, quando os dois alcançaram a mesa – Desculpe o atraso, Isa.
- Sem problemas. – respondeu a morena, sorrindo.
Mais uma cadeira foi acrescentada à mesa, que com um feitiço tornou-se um pouco maior para que pudesse acomodar a todos, e Bárbara foi imediatamente integrada à conversa.
- Confesso que pensei que você não viria mais... – disse Isabelle, baixinho, logo depois que Bárbara sentou-se ao seu lado.
- Eu quase não vim. – respondeu a corvinal, também baixinho – Mas decidi que valia a pena. Obrigada pelo convite.
Isabelle apenas sorriu, e Bárbara sorriu-lhe de volta. Depois, as duas voltaram a participar da conversa, junto com os demais ocupantes da mesa.
Apenas alguns minutos depois da chegada de Bárbara, foi anunciado o início do show da banda Black Orchid, e todos deixaram a mesa dirigindo-se para a pista de dança.
- Vocês estão prontos para o show? – perguntou a vocalista da banda, que era sucesso absoluto entre os jovens. Houve uma gritaria ensurdecedora vinda da platéia – Então vamos nessa!
A banda começou a tocar e todos a dançar. Eram músicas animadas e bem dançantes, e todos estavam se divertindo bastante na rodinha formada pelo grupo, entre copos e mais copos de coquetel de abóbora. Uma infinidade de confetes e serpentinas voavam pelo salão, enchendo o chão, e os cabelos de todos os que estavam na pista de dança de papel colorido. Isabelle estava totalmente entregue à música e dançava e cantava de olhos fechados.

I wonder, how am I supposed to feel
When you're not here?
'Cause I burned every bridge I ever built
When you were here
I still try holding onto silly things
I never learn
Oh why, all the possibilities
I'm sure you've heard


Lilian a observava atentamente; sabia o motivo de tamanha entrega, Isabelle não queria pensar, apenas sentia a música, dançando como se nada mais importasse. Ao lado dela, Bárbara dançava animada, e até mesmo Remo acompanhava a música junto com a garota.
- Tá gostando? – perguntou ele, gritando devido ao barulho.
- Muito! – respondeu Bárbara, gritando também.
- Fiquei feliz que tenha vindo! – disse Remo, e a corvinal o fitou por um momento antes de responder, sorrindo.
- Eu também!

That's what you get
When you let your heart win, whoa
That's what you get
When you let your heart win, whoa
I drowned out all my sense away
With the sound of its beating
And that's what you get
When you let your heart win,



Ao fim daquela música, Isabelle foi até a mesa das bebidas, apanhar outra taça de coquetel, e, distraída, não viu Sirius se aproximando, às suas costas.
- Encontrei a garota mais linda da festa. – disse ele, bem perto do ouvido dela, que se virou, assustada.
- Ai, Sirius! – exclamou ela – Me assustou!
- Desculpa. – pediu ele, beijando-a na testa – Irc! Você tá suada!
- Você também tá. – retrucou Isabelle, apanhando um guardanapo de cima da mesa, e secando a testa dele – Vem cá, me deixa arrumar sua camisa.
- Sim, senhora. – disse Sirius, rindo, enquanto a observava dobrar sua manga – Então... essa é a tatuagem misteriosa... – comentou ele.
- É. – concordou Isabelle, passando à outra manga.
- É bem... grande, né?
- Um pouco. – disse a morena, meio rindo – Não gostou?
- É linda. – respondeu o Maroto – O que significa?
- Sirius?! – os dois se voltaram para onde vinha a voz; Annelise se aproximava do casal de amigos, com uma expressão estranha no rosto – Oi, Isa.
- Oi, Anne. – respondeu Isabelle – Pronto, Sirius.
- Vamos voltar pra pista, Sirius? – convidou Annelise.
- Vamos. – concordou o Maroto, e então se voltou para Isabelle – Vamos, Bell?
- Ah, eu... já vou lá. – disse a morena.
- Tá. – concordou Sirius, e então voltou junto com Annelise para o centro do Salão, onde estavam os demais amigos, cruzando com Lilian, que fazia o caminho inverso.

My pain and all the trouble caused
No matter how long
I believe that there's hope
Buried beneath it all and
Hiding beneath it all and
Growing beneath it all and


- Isa? – chamou a ruiva, ao chegar à mesa das bebidas.
- Oi. – disse a morena.
- Como você tá? – perguntou Lilian.
- Eu tô legal. – respondeu Isabelle.
- Eu não entendi o que aconteceu. – disse a ruiva, servindo-se de coquetel também.
- Ele queria vir com ela. – disse Isabelle, simplesmente. Lilian não insistiu.
- Vamos voltar pra lá? – convidou ela.
- Vamos, vamos sim.

This is how we dance when
When they try to take us down
This is how we'll sing out

This is how we'll stand when
When they burn our houses down
This is what we'll be oh glory


O show da banda Black Orchid continuou com músicas dançantes e a pista continuava fervilhando. Mais confetes coloridos caíam do alto sobre os jovens, que dançavam sem parar. Então depois de muitas músicas agitadas, teve início uma rodada de músicas lentas.

I am outside
And I've been waiting for the sun
With my wide eyes
I've seen worlds that don't belong

My mouth is dry
With words I cannot verbalize
Tell me why
We live like this


- Dança comigo? – perguntou Remo a Bárbara, que se surpreendeu com o convite.
- Claro! – respondeu ela.
Todos os casais começaram a se juntar para dançar, e até mesmo Emmeline encontrou um par, Matthew Smith, o primo de Alice. Isabelle, que não tinha par, decidiu deixar a pista e sentar-se um pouco.
- Eu vou... lá pra mesa. – disse ela a Lilian, que começava a dançar com Tiago.
- Tá. – respondeu a ruiva.
A morena então dirigiu-se à mesa onde eles estavam sentados, enquanto os casais de amigos ficavam na pista, dançando.

'Cause we are broken
What must we do to restore
Our innocence
And all the promise we adored
Give us life again
'Cause we just wanna be home


- Por que você não prende o cabelo, Sirius? – perguntou Annelise, quando o Maroto colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha – Fica caindo no seu rosto o tempo todo, mas dá pra ver os seus olhos.
Sirius se lembrou de já ter ouvido Isabelle dizer algo parecido. Enquanto estava em seu colo.
“Mas porque raios eu tô pensando na Bell agora?” – pensou o Maroto. Ele procurou pela morena com o olhar; ela estava sentada na mesa deles, bebericando uma taça de coquetel e observando os casais dançarem na pista.

Lock the doors
Cause I'd like to capture this voice
It came to me tonight
So everyone will have a choice
And under red lights
I'll show myself it wasn't forged
We're at war
We live like this

Keep me safe inside
Your arms like towers
Tower over me


Isabelle havia recusado dois convites para dançar, preferindo ficar sentada à mesa, observando a pista de dança. Ela sorriu ao ver Bárbara e Lupin dançando juntos entre os demais jovens.
- Você andou treinando… – brincou Bárbara, enquanto dançava com Remo.
- Como adivinhou? – perguntou o Maroto, entrando na brincadeira – Só por que eu não pisei no seu pé ainda?
A garota riu.
- É, mais ou menos isso.
- Bárbara, eu... não sei o que a Isa disse pra você – disse Lupin, hesitante – mas eu...
- Shhh... – fez Bárbara, cobrindo os lábios dele com o indicador – Não fala nada, não, Remo.
- Você... ainda... sabe...? – ele estava muito nervoso com aquela proximidade.
- Se eu gosto de você? – perguntou ela, e Remo assentiu – Gosto. Muito. E é por isso que eu estou aqui.
- Eu... queria que as coisas tivessem sido diferentes entre nós dois... – disse Lupin.
- Eu também queria. – disse Bárbara – Mas a gente não pode mudar o que já passou.
Remo olhou para o chão, desanimado.
- Infelizmente. – disse ele.
- É. – concordou a corvinal – Mas sempre podemos começar de novo, de outro jeito.
- Você tá... falando sério? – perguntou Remo, incrédulo.
- Nunca falei mais sério na minha vida. – disse ela, e os dois então se beijaram.
Na mesa, depois de recusar o terceiro convite para dançar, Isabelle voltou a percorrer o Salão com o olhar. Procurou por Lilian, que dançava com Tiago, Alice e Frank e Remo e Bárbara, que dançavam de olhos fechados. Seu olhar recaiu então em Sirius e Annelise, no exato instante em que o Maroto beijava a corvinal. A morena sentiu como se seu coração estivesse se despedaçando dentro do peito, pousou a taça sobre a mesa, e, fazendo o impossível para segurar o choro, levantou-se, começando a andar em direção à saída do Salão.
- Isa!
Isabelle virou-se; Lilian vinha caminhando rápido em sua direção.
- Oi, Lil. – disse ela, quando a amiga a alcançou.
- Aonde você tá indo? – perguntou a ruiva.
- Vou um pouco lá fora. – disse Isabelle – Respirar um pouco.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Lilian, mas não precisou de uma resposta. Seguindo o olhar da amiga, viu Sirius e Annelise se beijando, e então voltou-se para Isabelle.
- Isa...
- Olha lá, o Tiago tá procurando você. – disse ela, apontando o Maroto, que vinha em direção à mesa deles – Vai lá. Eu vou pegar um pouco de ar lá fora e volto daqui a pouco.
Sabendo que não havia nada que pudesse fazer pela amiga, Lilian concordou com a cabeça, e ficou observando Isabelle até que ela saísse do Salão, indo depois ao encontro de Tiago, que trouxera bebidas para os dois.
- Aonde a Charmant foi? – perguntou ele, entregando a taça dela.
- Dar uma volta nos jardins. – respondeu a ruiva – “E chorar pelo Sirius de novo...” – completou ela em pensamento.



N/A: sorry, gente, eu tô MUITO correndo hoje. Aí está, o antepenúltimo capítulo da fic. espero que gostem. Ah, pra vocês saberem, as músicas usadas na festa são "That's what you get", "Let the flames begin" e "We are broken", todas da Paramore.
Beijos, e boa leitura!!!

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