Buscando soluções
Depois da noite do passeio de vassoura, a relação entre Sirius e Isabelle parecia ter voltado ao normal. A garota já não evitava mais o amigo, e voltara a andar junto com ele e os demais. Porém Lilian sabia que as coisas não iam tão bem quanto aparentavam; conhecia Isabelle muito bem, e sabia o quanto algumas situações feriam a amiga, mesmo que ela se mantivesse firme e não demonstrasse.
- Você não pode continuar desse jeito, Isa. – dizia a ruiva inconformada, durante uma conversa no dormitório – Está se destruindo aos poucos!
- E o que você quer que eu faça, Lily? – perguntou Isabelle, encarando a amiga.
- Eu não sei! – respondeu Lilian, jogando-se em sua cama.
- Pois é, eu também não. – disse Isabelle, imitando-a e caindo de cara na cama.
- Você devia contar pra ele. – disse Lilian, virando-se de frente para Isabelle.
- Ah, claro, Lily. – disse a morena, irônica – Chegar pra ele e dizer, “sabe, eu não posso ser mais sua amiga, porque eu amo você.” – disse ela, em tom de zombaria – Ele ia simplesmente cair fora, se afastaria de mim no mesmo minuto.
- Seria um idiota se fizesse isso. – disse a ruiva, fitando o teto.
- Nós duas sabemos que é o que ele faria. – disse Isabelle – E... acho que eu não agüentaria, Lil! – confessou ela – Esses dias que eu fiquei longe dele foram horríveis! Por mais que a presença dele me faça mal, a ausência é pior.
- Ah, Isa... – disse Lilian, penalizada.
- Os olhos dele me trazem angústia e paz ao mesmo tempo, – continuou a morena – e o abraço... quando ele me abraça eu sinto como se nada no mundo pudesse me fazer mal.
- Eu... nem sei o que te dizer, Isa.
- Não precisa dizer nada, Lil. – disse Isabelle – Só não me pede pra fazer uma coisa que eu não posso.
- Tá bem. Chega desse assunto, então. – disse a ruiva, sentando-se na cama – Tá quase na hora da aula do Flitwick. Vamos nessa?
- Vamos. – concordou Isabelle – Vamos sim.
No salão comunal da Grifinória, os Marotos também conversavam enquanto não era hora de ir para a aula, e falavam exatamente de Isabelle.
- Eu nunca vi a Charmant com ninguém. – comentou Pedro.
- É, nem eu. – concordou Tiago – Isso é estranho, né?
- Ela é durona. – disse Remo – Nem pra ir a Hogsmeade ela aceitava convites, ia sempre com a Lily.
- É, ela é durona. – concordou Pedro – Ela e a D’Argento, né, Almofadinhas?
- Nem me fala. – disse Sirius, mal humorado – Dois passeios em Hogsmeade, saldo de beijos: zero.
- Eu ainda acho que o problema da Charmant é algum cara. – disse Tiago.
- Como assim, Pontas? – perguntou Remo, meio nervoso.
- Sei lá, ela deve gostar de alguém que não gosta dela, ou algo assim. – respondeu Tiago, dando de ombros – Além disso, tem as coisas que a Lily disse pro Almofadinhas, outro dia.
- A bronca, você quer dizer? – perguntou Sirius.
- É. Pelo que eu acho, deve ter lembrado a Charmant de alguma coisa, ela ficou de um jeito... – comentou Tiago.
- Que cara é essa, Aluado? – perguntou Pedro.
- Que cara? – perguntou Remo, fingindo-se de inocente.
- Essa aí. – retrucou Sirius.
- É a mesma cara que ele faz quando se fala da Takemi. – comentou Pedro.
- É, não sei quando ele vai admitir esse rolo entre eles dois. – disse Tiago.
- Não tem rolo nenhum. – mentiu Remo – A gente ficou junto algumas vezes, foi só.
- Foi só... tá bom. – disse Sirius, descrente.
Sirius estava certo em desconfiar. O que o amigo havia dito não era bem verdade. Remo e Bárbara se encontravam todos os dias, longe dos olhares curiosos dos colegas, e passavam algum tempo juntos, em geral, depois do jantar. Eles conversavam e namoravam um pouco antes do toque de recolher, quando o Maroto deixava Bárbara na entrada do salão comunal dela, antes de rumar para a torre da Grifinória.
- Mas voltando ao assunto... – disse o moreno – você tá sabendo de alguma coisa, Aluado?
- Hã? – Remo fez-se de desentendido – Não, não... não sei de nada.
- Não adianta, Aluado. – disse Tiago – Você é um péssimo mentiroso.
O interrogatório a Remo só não prosseguiu porque os meninos foram interrompidos pela chegada de Lilian e Isabelle, vindas do dormitório feminino. Assim que elas puseram os pés no salão comunal, os quatro se entreolharam e pararam de falar no mesmo instante.
- Nossa, que silêncio! – comentou Lilian.
- É. – concordou Isabelle – Daria até pra pensar que estavam falando de nós.
- Imagina se nós iríamos fazer uma coisa dessas, Charmant. – disse Tiago, e Sirius precisou olhar para a janela, para não começar a rir.
- Bom, tá na hora de irmos pra aula. – disse Lilian – Vamos nessa?
A aula de Feitiços pareceu voar para Isabelle. Na verdade, ela mal ouviu as explicações do diminuto professor Flitwick, e na hora da prática, estava distraída, sem saber direito o que fazer.
- Não, Isa! – disse Lilian, segurando a mão da amiga – Gira no sentido anti-horário.
- Desculpa, Lil. – pediu Isabelle – Eu tô meio voando.
- É, eu notei. – comentou a ruiva.
Elas continuaram praticando, ou pelo menos tentando praticar o feitiço, e a morena precisava se esforçar bastante, para não voltar a se distrair e acabar fazendo algo errado. Ao fim da aula, Isabelle disse a Lilian que fosse na frente para a torre da Grifinória, pois queria falar com o professor antes de ir também.
- Então, Srta. Charmant. – disse Flitwick, depois que o último aluno deixou a sala – Queria falar comigo?
- Sim, professor. – confirmou Isabelle.
- Pois bem, sou todo ouvidos. – disse o homenzinho, sentando-se atrás de sua mesa.
- Bem, professor, os N.I.E.M.’s estão aí, e está chegando a hora de decidir a carreira que pretendo seguir... – começou a garota.
- Sim. – concordou Flitwick – Continue.
- Eu... andei lendo sobre a carreira de obliviadora, e me interessei bastante. – continuou Isabelle.
- Sim, é uma ótima profissão. – disse o professor, fitando-a com um sorriso – Muito útil e muito necessária.
- Pois é. Mas eu não tenho muita noção sobre os tipos e do nível de dificuldade dos feitiços que são necessários para essa profissão, – disse Isabelle – afinal, tenho certeza de que não só apenas feitiços de memória são utilizados. – Flitwick assentiu com a cabeça – Mas não encontrei muita coisa na biblioteca.
- De fato, não há muita coisa à disposição dos alunos. – concordou Flitwick – Como a senhorita deve imaginar, a idéia é impedir alunos mais... marotos – disse ele, sugestivamente, e Isabelle sorriu – possam se valer desses feitiços para brincadeiras tolas.
- Sim, eu entendo. – disse a garota, meio desanimada.
- Mas na seção reservada há exemplares bastante interessantes, como o “Manual do Obliviador”, e o “Feitiços de Memória: O que todo obliviador precisa saber”. – enumerou o professor – Como sei que a senhorita não é dada a esse tipo de brincadeiras, e é bastante responsável, eu posso, se for de seu interesse, dar-lhe uma autorização para retirar alguns destes livros.
- Mesmo? – perguntou Isabelle, animando-se novamente – Seria ótimo, professor!
Flitwick pegou então um pergaminho, e escreveu uma autorização para que a garota pudesse ter acesso à seção reservada da biblioteca.
- Aqui está. – disse ele, entregando a autorização à aluna.
- Muito obrigada, professor. – agradeceu Isabelle.
- De nada. Eu só gostaria de pedir-lhe que não deixasse que esses livros caírem em mãos indevidas. – recomendou o professor – Creio que a senhorita me entende. – Por mãos indevidas, leia-se Marotos.
- Sim, senhor. Pode ficar tranqüilo. – disse Isabelle – E mais uma vez, obrigada.
- De nada. Até a próxima aula.
Isabelle deixou a sala de Feitiços muito séria. Estava satisfeita, mas ao mesmo tempo tensa. Caso todo o resto não desse certo, ela ainda teria um último recurso. Os livros indicados pelo professor Flitwick, e outros aos quais ela teria acesso na seção reservada com certeza iriam ajudar, caso nada mais funcionasse. Ela foi até a biblioteca, onde pegou os livros recomendados por Flitwick e alguns outros, que lhe pareceram interessantes. Madame Pince não parecia muito satisfeita ao fazer o registro dos livros, mas depois de certificar-se novamente da autenticidade da autorização, não pôde fazer mais nenhuma objeção, e entregou os livros à garota. Isabelle dirigiu-se então à torre da Grifinória, onde deu uma boa olhada no conteúdo dos livros, e depois de transfigurar as capas em capas de inocentes livros de contos, misturou-os ao seu material, colocando-os bem embaixo na estante de livros. Antes de sair, ainda deu uma última olhada na direção da caixinha com a rosa, que ainda estava exatamente como no dia em que Sirius lhe dera, sobre o seu criado-mudo e então foi encontrar com Lilian e os demais amigos, que estavam no campo de Quadribol, assistindo ao treino do time da Grifinória.
- Vamos lá, time! – gritava o capitão – Mais vontade!
O time estava dividido por funções. Os batedores treinavam juntos com um balaço, rebatendo a bola com força, uns contra os outros; os artilheiros treinavam arremessos nos aros, junto com os dois goleiros, o titular e o reserva, e Tiago, soltava e apanhava o pomo de ouro, repetidas vezes, competindo junto com o apanhador reserva. No entanto todo o treinamento não tirou seu bom humor.
- Vem cá, meu amor, me dá um beijinho... – disse ele a Lilian, logo que o treino acabou.
- Irc! – fez a ruiva, vendo o namorado todo suado e coberto de poeira – Depois de um bom banho a gente conversa. – disse ela, rindo.
- E aí, Pontas? – perguntou Remo – Como vocês estão pra final?
- Estamos preparados pra eles, Aluado. – respondeu Tiago, confiante – A Sonserina que nos aguarde... a taça já é dos leões! – gritou ele, enquanto já se dirigia para o vestiário.
Faltava agora pouco mais de um mês para os N.I.E.M.’s, e se antes já estavam estudando muito, agora os setimanistas viviam enfiados nos livros quase 24 horas por dia. Lilian, Isabelle e Remo eram os mais dedicados, e haviam estabelecido horários de estudos, individuais e em grupo. Agora até mesmo Sirius e Tiago, que todos sabiam odiar estudar, podiam ser vistos com mais freqüência na biblioteca, estudando e tirando dúvidas com as meninas, que passavam a maior parte de seu tempo livre entre as estantes repletas de livros, e às vezes até perdiam a noção do tempo enquanto estudavam.
- ... mas aqui diz que a poção Polissuco...
- Lily! – chamou Tiago, chegando à mesa de estudos repleta de livros – Você, por acaso, sabe que horas são?
- Sete? – arriscou a ruiva.
- Oito e meia. – corrigiu Tiago – Já tá todo mundo no Grande Salão, jantando.
- É? – perguntou Lilian, surpresa – Nossa! Eu nem vi o tempo passar!
- Pois é, mas eu vi. Vamos, chega de livros por hoje. – disse o Maroto, fechando o caderno da namorada – Você também, Charmant.
- Ah, eu... não tô com muita fome. – disse Isabelle – Vou ficar mais um pouco.
- Nem mais um segundo. – disse Tiago, em tom mandão – As duas levantando já dessas cadeiras, ou eu vou ter que tomar medidas drásticas.
- Ah, Tiago, daqui a pouco nós vamos. – disse Lilian, voltando a abrir seu caderno.
- Não mesmo. – disse Tiago, puxando a varinha. Com apenas um aceno, todos os livros se fecharam, e começaram a flutuar rumo às estantes.
- Tiago! – exclamaram as duas garotas, indignadas.
- Vocês vão ir andando ou eu vou ter que levar as duas penduradas pelos tornozelos até o Grande Salão? – perguntou Tiago.
- Você não faria isso com a gente... – duvidou Lilian.
- Será mesmo? – perguntou o garoto, erguendo uma sobrancelha.
- Melhor não duvidar, Lil. – disse Isabelle, depois de observar Tiago.
- Bom, Isa, você entende melhor de Marotos do que eu, afinal, é quase uma Marota também. – disse Lilian – Ok, Tiago, você venceu. Vamos jantar.
As duas então começaram a juntar seu material de cima da mesa, colocando tudo nas mochilas, e depois as despachando para o dormitório.
- Muito bem, agora uma em cada braço... – disse Tiago, oferecendo os braços às meninas que aceitaram, rindo muito – Isso... olha só, eu tô bem, hein? – brincou ele – Vou chegar ao Grande Salão com as duas meninas mais lindas e mais estudiosas da escola.
As duas garotas ruborizaram, e Tiago riu.
- Ah, olha só, que gracinha, as duas encabuladas. – disse ele, recebendo em seguida, um tapa em cada braço – Ai! Tá bom, vai?! Vamos jantar.
E os três deixaram então a biblioteca, de braços dados, conversando e rindo para irem para o Salão Principal. No meio do caminho, porém, o grupo aumentou de tamanho.
- Ih, olha ali, o Aluado e a Takemi! – disse Tiago, ao avistar Remo e Bárbara, que também se dirigiam ao Grande Salão, de mãos dadas – Ei, Aluado!
Remo se aproximou, junto com Bárbara, e depois de se cumprimentarem, os cinco foram juntos para o Salão Principal. O louro parecia desconfortável com a situação, e olhava de esguelha de vez em quando para Isabelle. Bárbara percebeu o nervosismo do garoto, e, seguindo o olhar dele, entendeu o motivo.
“É ela! Ela é a garota de quem ele gosta!” – pensou ela. Porém manteve seus pensamentos para si mesma, tentando conversar com o grupo normalmente.
- Nossa, Tiago, duas meninas de uma vez só! – brincou a corvinal.
- E não é? – perguntou Tiago, rindo – Tive que ir buscar as duas na biblioteca.
- Vocês ainda estavam na biblioteca? – perguntou Remo, surpreso.
- Aham. – disse Tiago – E só vieram comigo depois que eu ameacei levar as duas pelos tornozelos até o Grande Salão.
- Truque sujo. – reclamou Isabelle. Remo fitou-a por um instante, mas logo desviou o olhar.
- Mas que funcionou. – retrucou Tiago – Olha vocês aqui.
A ruiva e a morena se entreolharam e sacudiram a cabeça, enquanto Bárbara ria das besteiras de Tiago, o que a distraiu de sua recente descoberta, e assim, os cinco rumaram para o Grande Salão para o jantar.
No dia seguinte, Tiago proibiu Lilian de se aproximar da biblioteca. Apesar de ter resistido bravamente, a ruiva acabou por ser convencida a passar um dia inteiro sem estudar, e aproveitar um pouco os jardins, junto com Tiago e os Marotos. Isabelle, porém, não se deixou convencer pelos argumentos dos garotos, e apesar de também ter ido para os jardins, continuou com seus estudos ao longo daquele dia. O único problema era que, por mais que se esforçasse, não conseguia concentrar-se nos livros, e por várias vezes esteve distante e pensativa.
- Um sicle pelos seus pensamentos. – disse Remo, sentando-se na frente dela, com uma moeda de prata na mão.
- Hã? Ah, Remo, desculpa, o que disse? – perguntou a morena – Eu tava distraída.
- Queria saber no que estava pensando. – disse Lupin – Você tava longe...
- É, eu... acho que me distraí um pouco... – disse Isabelle, olhando para o lago.
- E essa carinha triste? – perguntou Remo.
- Não é nada, Remo. – mentiu a garota – Só... preocupação com os exames.
- Hmm... – ele fingiu acreditar – O que você tá fazendo aí?
- Ah, isso? – perguntou Isabelle, apontando o caderno em seu colo – Eu tava tentando desenhar, mas acho que estou dispersa demais pra isso também.
- Eu... posso ver? – perguntou Lupin, e ela estendeu o caderno para que ele pudesse ver – Nossa! É muito bom! – disse ele, ao ver o desenho que representava Tiago e Lilian juntos à beira do lago.
- Ah, pára, Remo! – pediu Isabelle, encabulada – É só um esboço. Eu tava tentando me manter ocupada.
- Caramba! Se isso é um esboço, imagina se fosse pra valer. – comentou ele, fazendo-a ficar ainda mais envergonhada – Peraí, eu vou fazer um desenho pra você.
Ele fez uma careta, fingindo concentração, e começou a desenhar, olhando de vez em quando ao redor, e sem deixar que Isabelle visse o que estava fazendo. Depois de alguns minutos, devolveu o caderno a ela, com um desenho que mais parecia o desenho de uma criança.
- Nossa, Remo, você é um péssimo desenhista! – disse Isabelle rindo.
- Eu sei. – respondeu Lupin, fitando-a carinhosamente – Viu como não doeu?
- O quê? – perguntou Isabelle, ainda sorrindo.
- Sorrir. – respondeu o garoto, simplesmente.
- É. – concordou ela – Agora é a minha vez. Você tem que ficar bem quieto.
Durante alguns minutos, os dois ficaram ali, enquanto Isabelle desenhava o amigo. Remo não podia se mexer, então movia apenas os olhos, e falava com Isabelle movendo a boca o mínimo possível, enquanto a garota ria de seus resmungos e reclamações.
- Você concordou em ser meu modelo, agora não reclama!
Perto dali, Sirius observava atentamente o casal de amigos. Isabelle estava rindo novamente, enquanto, ao que parecia, desenhava Remo, que estava parado, e movia somente os lábios.
“Eles andam bem próximos agora, na verdade ela está mais próxima dele do que de mim.” – pensava o Maroto – “Será que estão juntos? Não, ela teria me contado. Teria mesmo? Ultimamente ela anda tão estranha comigo, fugidia, distante... Eles parecem estar se divertindo, como nós costumávamos nos divertir...”
Sirius sacudiu a cabeça, como se isso fosse afastar aqueles pensamentos. Enquanto isso, Isabelle terminava de desenhar Remo.
- Posso me mexer agora? – perguntou Lupin, pela terceira ou quarta vez.
- Ok. – concordou Isabelle – Já pode se mexer.
- Ah, até que enfim! – disse o garoto, se esticando todo, e depois pegando o caderno para ver o desenho – Bom, se não fosse o modelo...
- Pára! O modelo é perfeito. – disse a morena, enquanto ele virava as páginas do caderno para ver os outros desenhos dela – Vou terminar mais tarde, e daí mostro pra você.
- Aham. – concordou Remo – Ah, eu quero esse pra mim! – disse ele, apontando um desenho que representava Lilian e Isabelle juntas.
- Nem pensar. – disse a garota – Eu amo esse desenho.
- Por favor, Isa! – pediu Remo.
- Desculpa, Remo. – respondeu ela, apanhando o caderno e fechando-o – Esse é meu.
- Eu não teria tanta certeza. – retrucou o Maroto, pegando de volta o caderno das mãos dela, e saindo correndo.
- Remo, volta já aqui! – gritou Isabelle, indo atrás dele.
- Não, eu nãããão vou devolver o caderno pra você se não prometer que vai me dar o desenho. – disse ele, meio rindo.
- Esse não! – disse Isabelle.
- Esse sim! – retrucou Lupin, mais à frente.
Isabelle correu atrás de Remo, rodeando árvores, desviando de pessoas e então, num momento de distração do garoto, conseguiu alcançá-lo.
- Peguei você! – disse ela, segurando-o pelas vestes – Devolve o caderno.
- Só se você me der o desenho. – exigiu ele, mantendo o caderno longe do alcance dela.
- Esse não. Prometo que faço outro pra você, tá bem? – perguntou ela.
- Igualzinho a esse? – perguntou Remo.
- Igualzinho a esse.
- Tá bem. – concordou ele, entregando o caderno à garota – Mas olha, você prometeu, hein?
- Tá bom!
O grupo de amigos resolveu entrar para o castelo, pois começava a anoitecer, e se dirigiram todos à torre da Grifinória.
- Eu vou subir, tomar um banho. – disse Isabelle a Remo, depois que eles chegaram à torre – Aquela correria toda me cansou.
- É, eu também já vou fazer isso. – respondeu Remo.
Isabelle deu um beijo leve no rosto dele.
- Valeu, Remo. – disse ela – Até daqui a pouco.
- Até.
A garota apanhou sua mochila de cima do sofá onde a havia deixado, e foi em direção à escada do dormitório feminino, acompanhada por Lilian. Sirius, que observara de longe a brincadeira do casal nos jardins, aproximou-se de Lupin, sem tirar os olhos da escada por onde as meninas subiram.
- Remo, eu... posso fazer uma pergunta? – perguntou Sirius.
- Já fez. – brincou Lupin – Mas eu deixo você fazer outra.
- Você e a Bell... – começou o moreno – vocês estão juntos?
- Como assim, Sirius? – perguntou Remo, sem entender.
- Assim, tipo... ficando? – respondeu Sirius.
- Não, não. Eu e a Isa somos só amigos. – disse o louro – Mas por quê?
- Ahn... não, nada. – respondeu Sirius, rapidamente – Só... curiosidade, é isso. Vocês estão bem amigos, agora. – comentou ele.
- Nós sempre fomos amigos, Sirius. – respondeu Remo, estranhando a atitude do amigo.
- Com ciúmes, Almofadinhas? – perguntou Tiago, debochado.
- Não. O Aluado não faz muito meu tipo. – respondeu Sirius, arrancando risadas de Pedro e dos demais alunos no salão comunal, embora ele próprio não risse.
N/A: explicações mais à frente!!!
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