Fugindo
- Parece que eu não sou o único aqui que precisa de cuidados...
Remo observara Isabelle atentamente, desde o instante em que ela entrou no quarto. A garota havia chegado e o acordado como de costume, e agora fazia seus curativos. Tudo isso sem olhá-lo nos olhos, e em absoluto silêncio, respondendo com monossílabos a cada vez que ele lhe dirigia a palavra. Ele percebeu o quanto ela estava abatida, com os olhos vermelhos e marcados por profundas olheiras.
- Estranho, Remo, – disse Isabelle, ainda sem olhar para ele – porque você é a única pessoa cheia de cortes e hematomas que eu tô vendo no raio de uns vários metros.
- Nem sempre as feridas são visíveis, Isa. – retrucou Lupin – E às vezes, as que não aparecem no corpo doem mais do que cortes e hematomas.
Ela ergueu o olhar. Sua expressão era muito séria.
- Vamos mudar de assunto?
- Isa... – começou Remo.
- Eu não quero falar sobre isso, Remo. – disse Isabelle, voltando a se concentrar nos curativos.
- Não vai te fazer nenhum bem ficar guardando isso, Isa. – insistiu Remo.
- Por favor, Remo, – pediu ela – me deixa. Eu tô legal.
- Tá bom, se você não quer falar... – disse ele, resignado.
- E então? – perguntou Isabelle – O que tá rolando entre você e a Bárbara?
- Hã? – fez Lupin, nervoso – Nada. A gente é só amigo.
- Não pareceu que ela quisesse ser só sua amiga. – comentou a morena.
- Bom... é. – confessou Remo – Ela queria algo mais, mas eu não quis.
- Por quê? – perguntou Isabelle – Ela parece tão legal...
- Ela é. E esse é exatamente o problema. – disse o Maroto – Gosto dela, mas não desse jeito.
- Hmm... – fez Isabelle, pensativa – Mas... será que não vale a tentativa?
- Eu não sei. – disse Remo – Mas nós já conversamos, e pelo menos por enquanto, decidimos ser só amigos.
- Ah, que bom que vocês se entenderam. – disse Isabelle, embora tivesse a impressão de que Remo não estava dizendo toda a verdade.
- É. – concordou Remo.
- Bom, eu tenho que ir. – disse a morena, levantando-se – A próxima aula é com a Minerva, e ela arranca meu fígado se eu me atrasar. Fica bem, tá?
- Você também. – respondeu Lupin – E Isa?
- Hã?
- Se mudar de idéia, e quiser conversar... pode falar comigo. – disse Remo, encarando-a.
- Tá, valeu. – agradeceu a garota.
- Boa aula.
Isabelle voltou ao castelo, e foi diretamente para a sala de aula, sem passar pelo Grande Salão para tomar café. Comeu apenas uma maçã, roubada da cesta que levara para Remo, no caminho de volta à escola.
- Isa, onde você se meteu? – perguntou Lilian, ao chegar à sala de aula e encontrar a amiga – Esperei por você pra tomarmos café juntas, e você não apareceu.
- Desculpa, Lil, eu tava meio sem fome. – disse a morena – Daí resolvi vir direto pra cá, e já ir dando uma lida na lição de hoje.
- Você não pode ficar sem comer. – repreendeu a ruiva.
- Eu comi uma maçã, Lily, não se preocupa. – disse Isabelle, para tranqüilizá-la.
- Bom dia, Bell. – cumprimentou Sirius, ao chegar à sala, dando um beijo no topo da cabeça da morena.
- Bom dia, Sirius. – respondeu ela com um sorriso fraco, que desapareceu assim que ele se dirigiu à sua classe, no fundo da sala.
- Foi por isso que você não apareceu pro café da manhã. – disse Lilian. Era uma afirmação, não uma pergunta.
- Lily, não quero falar sobre isso agora. – disse Isabelle, fitando o pergaminho à sua frente.
- Está fugindo dele! – acusou a ruiva, aos sussurros.
- Lily, por favor... – pediu Isabelle.
- Acha que está fazendo a coisa certa? – perguntou Lilian.
- Neste momento me parece o melhor a fazer. – respondeu Isabelle, séria – Agora chega desse assunto, por favor.
Lilian ainda ia argumentar, mas a chegada da professora Minerva a impediu.
- Bom dia, classe. – cumprimentou McGonagall – Abram os livros na página 651, por favor.
A aula de Transfiguração foi bastante tranqüila, e ao fim dela, antes que qualquer um dos amigos pudesse acompanhá-la, Isabelle juntou seu material e foi embora. Os demais foram para o salão comunal da Grifinória, mas ela não estava lá. Lilian também não a encontrou quando foi até o dormitório guardar seu material.
- É melhor deixar ela quieta. – disse a ruiva, quando os garotos comentaram a atitude da amiga – Se ela quer ficar sozinha, deve ter um motivo.
- Lily, o que tá acontecendo com ela? – perguntou Sirius.
- Não é nada, Sirius. – mentiu a ruiva – Ela só não tá nos seus melhores dias.
- Geralmente menina, quando fica assim, é porque tem cara na jogada. – comentou Tiago.
- É isso, não é, Lily? – perguntou Sirius – Tem algum cara nessa história?
- E se for? – perguntou Lilian, nervosa – Isso é problema dela, Sirius, se ela quisesse que a gente soubesse, tinha nos contado.
- Você fala como se não soubesse de nada. – retrucou o Maroto.
- É claro que eu sei, Sirius, ela é minha melhor amiga, lembra? – perguntou Lílian – Mas não vou falar absolutamente nada pra vocês. – disse a ruiva, decidida.
- É, Almofadinhas, deixa a minha ruivinha em paz. – disse Tiago, brincalhão – Vem cá, meu amor, eu protejo você desse cara malvado.
- Ah, meu herói! – disse Lilian, teatral, e todos riram, até mesmo Sirius.
Enquanto eles conversavam, Isabelle estava longe dali. Quando saiu da aula de Transfiguração, não sabia bem o que queria fazer, sabia apenas que queria ficar longe de Sirius, e como ele conhecia bem o castelo, e ela também, as opções não eram muitas. Então ela teve uma idéia. Se não podia ficar dentro do castelo, havia um lugar para onde ir. Com um simples “Evanesco!” , despachou a mochila para o dormitório, e começou a andar em direção à saída do castelo.
- Remo? – chamou Isabelle, ao chegar à Casa dos Gritos.
- Isa? O que você tá fazendo aqui? – perguntou Lupin, aparecendo no topo da escada.
- Eu... não tava me sentindo muito bem no castelo. – explicou ela, enquanto subia os degraus – Posso ficar aqui com você?
- Claro. Você... quer conversar? – perguntou o Maroto.
- Não. – respondeu Isabelle. Remo decidiu não insistir.
- Tudo bem. – disse ele – O que acha de uma partida de xadrez?
- Perfeito.
Os dois foram para o quarto onde Remo costumava ficar, e o garoto conjurou então um tabuleiro de xadrez. Depois de arrumarem as peças, – Isabelle ficou com as peças pretas e Remo com as brancas – e decidirem como seria o jogo, – melhor de três, valendo uma barra de chocolate da Zonko’s – os dois começaram a jogar.
- Peão para H3. – disse Remo, e a peça obedientemente se moveu.
- Cavalo para E4. – disse Isabelle, e a peça também foi para o local indicado.
Os dois passaram todo o restinho da manhã concentrados no jogo de xadrez, e por fim, Remo venceu a partida.
- Xeque-mate. – disse ele, finalizando o jogo.
Porém Isabelle não deu qualquer sinal de que houvesse escutado o anúncio do amigo. Na verdade, ela parecia estar bem longe dali.
- Isa? – chamou Lupin, e a garota pareceu voltar de seu devaneio – Quer me dizer qual é o problema?
Isabelle ficou em silêncio por alguns instantes, e quando respondeu a pergunta, o fez em voz baixa, como alguém que se confessa culpado de um crime.
- Eu tô apaixonada pelo Sirius. – disse, sem olhar para Remo.
O Maroto suspirou, antes de responder também em voz baixa e decididamente triste.
- Eu... eu sei.
Houve um momento de silêncio, durante o qual nenhum dos dois se atrevia a erguer o olhar; Isabelle por vergonha pelo que acabara de confessar, e Remo por não querer demonstrar a mágoa que sentia naquele momento.
- Você ainda não venceu. – disse então a morena, como se desejasse apagar o que dissera instantes atrás – Ainda faltam duas partidas.
- É, faltam sim. – concordou Remo – Mas você tem que ir agora. É quase hora do almoço, e você tem aula depois.
- É. Eu posso vir depois das aulas da tarde. – disse Isabelle, pensando alto.
- Não, tá escurecendo cedo agora. – lembrou Lupin – A gente continua outra hora.
- Tá. – concordou a garota – Até amanhã, então.
- Até amanhã. – respondeu Remo – Boa aula.
Isabelle voltou para a escola, e a cada passo que dava em direção ao castelo, sentia seu coração apertar um pouco mais. Dirigiu-se diretamente ao Grande Salão, e encontrou Lilian à porta, esperando por ela.
- Mais um pouco e eu ia atrás de você. – disse a ruiva, meio zangada.
- Não precisa, já estou aqui. – retrucou Isabelle.
- Vai continuar assim até quando, Isa? – perguntou Lilian.
- Eu tô morrendo de fome. – desconversou a morena – Vamos almoçar?
Os dias daquela semana se passaram todos daquela mesma forma. Isabelle acordava cedo e ia para a Casa dos Gritos, lanchava com Remo, e ficava lá até a hora da aula. Voltava para o castelo, e ia direto para sua classe, assistia às aulas e deixava novamente o castelo, retornando apenas na hora do almoço. Durante esse tempo, ficava com Remo na Casa dos Gritos, jogando xadrez ou Snap Explosivo, ou então estudando junto com ele. O que era para ser melhor de três no xadrez acabou virando melhor de cinco, depois de sete, e ao fim da semana, eles já haviam perdido as contas de quantas partidas haviam jogado e quem havia vencido quantas delas, e acabaram resolvendo dividir o chocolate de prêmio.
À tarde, após o fim das aulas, Remo não deixava que a amiga voltasse à Casa dos Gritos, então Isabelle rumava para a biblioteca, onde ficava estudando, ou ao menos tentando estudar, sozinha, em uma das mesas mais afastadas.
Na segunda feira seguinte, já no fim da tarde, Lilian foi até a biblioteca. Lá chegando, dirigiu-se até o fundo do salão, à última mesa de estudos, onde sabia que encontraria Isabelle, enfiada em algum livro. A morena não viu a amiga se aproximar, e assustou-se quando o enorme livro à sua frente simplesmente se fechou.
- Mas o que... Lily! – exclamou ela, ao ver Lilian parada ao lado da mesa, de varinha em punho – Eu tava lendo!
- Você já leu o bastante por hoje. – disse a ruiva, recolhendo o livro de cima da mesa – Tá todo mundo conversando lá no salão comunal, só falta você.
- Eu... eu acho que não quero ir pra lá... – disse Isabelle, hesitante.
- Sirius não tá lá, se é esse o problema. – disse Lilian – Vamos, Isa! Você quase não fica mais com a gente. – reclamou ela – Não é justo você se afastar de nós por causa dele!
- Se eu não for, você não vai me deixar quieta, vai? – perguntou Isabelle.
- Não, não vou. – confirmou Lilian.
- Tá bom! – rendeu-se a morena. – Então eu vou com você.
Isabelle juntou seu material, e devolveu o livro à estante de onde o havia retirado, e as duas deixaram a biblioteca, de braços dados, indo em direção à torre da Grifinória, conversando e rindo como há dias não faziam. Chegando à torre, Isabelle levou seu material para o dormitório, e depois voltou ao salão comunal, onde ficou conversando com os amigos, só então percebendo o quanto sentira falta daquilo. A conversa e as risadas fluíam soltas, enquanto eles comentavam um incidente ocorrido com um casal de sonserinos aquela tarde.
- Vocês precisavam ver a cara da Minerva quando viu os dois. – comentou Emmeline.
- O que aconteceu com eles? – perguntou Alice.
- Até onde eu sei, detenção por um mês, e cinqüenta pontos a menos pra Sonserina. Por cabeça. – respondeu Tiago.
- É isso mesmo, amor. – confirmou Lilian – Eu é que vou supervisionar a detenção deles, lavar comadres na Ala Hospitalar.
- Falando do Stebbins e da Parker?
Todos olharam para a entrada do salão comunal. Sirius entrava pelo retrato, sorrindo, e se aproximou de onde o grupo de amigos estava. Lilian, do sofá onde estava com Tiago, olhou para Isabelle, que havia empalidecido.
- Tem um espacinho aí pra mim? – perguntou Sirius, acomodando-se ao lado da morena.
- Onde você tava, Almofadinhas? – perguntou Tiago – Tá sumido desde o fim da aula.
- Ah, eu tava com a Carter, lembra dela? – disse Sirius – Corvinal, alta, loura...
- É, eu... sei quem é. – respondeu Tiago, nervoso, depois de olhar de esguelha para Lilian – Mas eu pensei que tinha dito que não ia mais ficar com ela.
- Eu não ia. – disse Sirius – Mas fazer o quê se ela não me deixa?
- Mas como é convencido... – comentou Alice.
- É a mais pura verdade, minha querida Alice. – rebateu Black – Como eu já disse antes, a Lily é a única garota capaz de domar um Maroto.
Lilian apenas sacudiu a cabeça negativamente.
- Além do mais, ela é gatinha. – continuou Sirius – Mas daqui a pouco eu caio fora. Meu único caso duradouro é com a Bell. – disse ele, dando um beijo no rosto de Isabelle, que se retraiu – Que foi?
- Ahn... nada. – mentiu a morena – É só que... ah, você sabe que esse seu jeito me incomoda um pouco às vezes. Bem, eu... vou subir. – disse ela, levantando-se – Tomar um banho antes do jantar. Vejo vocês no Grande Salão.
Isabelle subiu para o dormitório, e alguns minutos depois, Lilian resolveu subir também. Deu um beijo em Tiago, e rumou para a escada do dormitório. Antes de subir, no entanto, parou para falar com Sirius, já com o pé no primeiro degrau.
- Você não sabe quantos corações partidos por sua causa tem nesse castelo, Sirius. – disse a ruiva, séria – Mas um dia vai descobrir, e vai sofrer por isso, porque talvez quando descobrir, seja tarde demais pra tentar consertar as coisas.
E sem dar tempo pra que qualquer dos demais pudesse dizer alguma coisa, subiu as escadas para o dormitório.
- O que deu nela, Pontas? – perguntou Sirius, depois que se recuperou da surpresa.
- Não faço idéia, Almofadinhas. – respondeu Tiago, também surpreso com a atitude da ruiva – Não faço idéia.
- E cadê o Aluado, hein? – perguntou Pedro.
- Não sei, não vejo ele desde o fim da aula. – disse Sirius.
- Aposto um galeão como ele tá com a Takemi. – disse Tiago.
- E eu aposto dois. – retrucou Sirius – É óbvio que ele tá com ela.
- Será que a japinha fisgou o Aluado? – perguntou Tiago.
- Sei lá.
No andar de cima, Lilian encontrou Isabelle recostada ao parapeito da janela, parecendo perdida nos próprios pensamentos.
“Sirius Black, olhos negros, cabelo desalinhado, sorriso devastador... é isso em você que me faz perder a razão? Eu não queria, eu não devia, mas amo você! Amo com todo o meu coração, com cada pedacinho da minha alma... E você não sabe, não percebe o quanto dói em mim vê-lo abraçando outra garota, beijando alguém que não sou eu... ”
- Isa? – chamou a ruiva – Você ainda não entrou no banho?
- Não... – respondeu Isabelle, sem entonação.
- Ah, amiga... não fica assim! – disse Lilian.
- Como eu não vou ficar, Lil? – perguntou Isabelle, virando-se para encarar a amiga – Cada palavra dele era como... sei lá, um Crucio.
- Eu percebi. – disse Lilian – E eu meio que... explodi com ele por causa disso.
- Como assim, Lily? – perguntou a morena, ficando nervosa.
Lilian então explicou a ela o que havia acontecido no salão comunal, e o que havia dito a Sirius.
- E então eu falei. – disse a ruiva – Simplesmente olhei pra ele e falei.
- Merlin, Lily! – exclamou Isabelle.
- Eu... nem sei o que me deu. – justificou a ruiva – Quer dizer, eu sei. Fiquei tão zangada por ele estar magoando você, e...
- Ah, Lil, não quero que fique assim por minha causa. – disse Isabelle.
- O que você tá me pedindo é impossível, Isa. – retrucou Lilian – Mas vai, toma logo o seu banho pra gente ir jantar.
Enquanto isso, na biblioteca, Remo estava, como apostavam os Marotos, junto com Bárbara. Os dois dividiam uma das mesas de estudos mais do fundo da biblioteca, e o garoto explicava à corvinal um ponto da matéria de DCAT que ela estava tendo dificuldade em entender.
- Tá, então o feitiço do Patrono serve como um escudo anti-dementador? – perguntou Bárbara.
- É mais ou menos isso. – disse Remo – Como o patrono é feito de energia, ao invés de o dementador pegar a energia do bruxo, ele pega a do patrono.
- Hmm... – fez a garota, escrevendo no caderno aberto à sua frente.
- E então? – perguntou Lupin – Viu como não é assim tão difícil?
- É, isso quando você explica. – retrucou Bárbara – Mas quando é o McGregor... parece que ele tá falando serêiaco!
Remo riu, enquanto a garota fazia mais algumas anotações no caderno. Uma mecha do cabelo dela se soltou de trás de sua orelha, caindo sobre o papel, e Remo, delicadamente, colocou-a de volta no lugar. Bárbara o fitou, um tanto surpresa com o gesto, e o garoto limitou-se a sorrir-lhe de volta.
- Bom, acho que agora eu entendi. – disse a corvinal, fechando o caderno.
- Se precisar de mais alguma explicação, eu estou às ordens. – disse Remo, gentilmente.
- Tá bom.
- Já é quase hora do jantar. – anunciou ele, olhando o relógio. – É malhor irmos.
Os dois começaram a recolher o material que haviam utilizado de cima da mesa. As mãos se encontraram na hora de apanhar um dos livros, e eles se entreolharam e sorriram. Remo entregou o livro a Bárbara, que o colocou na mochila, fechando-a.
- Nos vemos depois? – perguntou ela, quando os dois deixavam a mesa.
- Acho que não. – disse Remo – Tenho umas coisas da monitoria pra resolver antes de ir fazer a ronda.
- Tá bom. – concordou Bárbara, e os dois saíram da biblioteca. Os dois seguiram então andando pelo corredor. Bárbara olhou ao redor; um casal de lufos conversava bem perto de onde eles estavam, e mais adiante, um grupinho de sonserinas entrava no corredor.
- Bom, até amanhã, então. – disse ela, com um ar resignado, quando os dois alcançaram a ponta do corredor.
- Até amanhã. – disse Lupin, e os dois seguiram, cada um para sua torre.
Mais tarde, no jantar, Isabelle escolheu, propositalmente, um lugar um tanto distante de onde os Marotos estavam acomodados, e como nos últimos dias, evitava até mesmo olhar para Sirius, temendo se trair olhando para aqueles olhos negros.
- Tenta melhorar essa cara, Isa. – sussurrou Lilian – Ele não pára de olhar pra cá.
- Quem tá olhando pra cá, Lily? – perguntou Alice, em voz um pouco alta, olhando em todas as direções em busca de alguma pista.
Os olhares dos Marotos, e de várias outras pessoas na mesa dos leões se voltaram para onde as meninas estavam. Lilian corou intensamente.
- Ahn... ninguém não, Lice. – disse ela, olhando de esguelha para Isabelle.
- Acho que falei um pouco alto demais – disse Alice, corando também – Desculpa, meninas.
- Tudo bem, Lice. – disse Isabelle, para tranqüilizar a amiga.
Em meio a essa pequena discussão, as meninas não viram Sirius tirar de dentro do bolso um pequeno pedaço de pergaminho e uma pena, escrever algo e dobrar o papel de forma complicada. Ele levantou-se da mesa, sem tirar os olhos de Isabelle, e começou a andar devagar em direção à saída do Grande Salão.
- Aposto que vai atrás de alguma garota. – disse Emmeline, ao vê-lo sair.
- Com certeza. – concordou Alice – Mas quem será a goles da vez?
Ocupadas em debater quem seria a garota com quem Sirius iria se encontrar, as duas não viram o pequeno passarinho de papel, já tão conhecido de Isabelle, entrar voando no Salão, e pousar no colo da morena. Sob o olhar atento de Lilian, ela desdobrou o pergaminho, que continha apenas uma frase:
“Já que não tá comendo mesmo... tô esperando você no salão comunal.”
Isabelle guardou o pergaminho no bolso, respondendo à pergunta silenciosa no rosto de Lilian com um aceno de cabeça em direção a Emmeline e Alice, que ainda falavam sobre Sirius e suas conquistas. Ela murmurou uma desculpa qualquer para as garotas, e sentindo o olhar das três amigas em suas costas, deixou o Grande Salão, rumo à torre da Grifinória.
- Cavaleiro andante. – disse ela ao chegar ao retrato.
- Pois sim. – disse a Mulher Gorda, abrindo o retrato para a garota passar.
- Sirius? – chamou Isabelle, ao entrar.
- Tô aqui. – respondeu ele, levantando de uma das poltronas e indo na direção dela – Vem comigo.
- Aonde? – perguntou ela, enquanto o garoto pegava-a pela mão, e começava a andar em direção à saída.
- Confia em mim? – perguntou ele. Isabelle assentiu – Então vem comigo.
Os dois saíram correndo pelos corredores, Isabelle seguia Sirius às cegas, enquanto o garoto dividia a atenção entre o caminho e um pedaço de pergaminho muito amarrotado que levava na mão livre.
- Afinal, o que é esse pergaminho que você olha o tempo todo? – perguntou Isabelle.
- Um mapa. – respondeu Sirius, dobrando em outro corredor.
- Um mapa? – ecoou a garota, e ele assentiu – Um mapa de Hogwarts? – ele voltou a concordar com a cabeça – Mas pra quê você precisa de um mapa da escola? – perguntou Isabelle – Você conhece cada corredor e cada passagem desse castelo!
- Esse não é um mapa comum, Bell. – explicou Sirius, parando de correr por um instante – Ele não mostra só o castelo, também mostra cada pessoa dentro dele e nos arredores.
- Quê? Como assim? – perguntou Isabelle.
- Assim. – respondeu Sirius, estendendo o mapa para ela. Em um dos corredores representados no pergaminho haviam dois pontinhos intitulados S. Black e I. Charmant.
- Isso é incrível! – exclamou a garota, impressionada – De onde saiu esse mapa?
- Nós o fizemos. – respondeu Sirius, simplesmente, apanhando o mapa e voltando a puxar a garota pela mão.
- Vocês... o fizeram? – perguntou Isabelle, incrédula – Você quer dizer vocês, os Marotos?
- Aham. – confirmou Black – Mas eu conto essa história pra você outra hora. A gente tem que correr, Filch tá vindo nessa direção.
Depois de passarem por diversos corredores que ela nem sabia existir, Isabelle percebeu que ele a estava guiando em direção à saída do castelo. Os dois saíram para os jardins, e, sem soltar a mão da garota, Sirius continuou a correr, rumo ao emaranhado escuro de árvores da Floresta. Ao perceber onde ele a estava levando, Isabelle diminuiu o passo, mas Sirius continuava puxando-a para frente, correndo sempre.
- Espera, Sirius, pra onde você tá me levando? – perguntou ela.
- Eu tenho duas coisas bonitas pra te mostrar, e uma tá dentro da Floresta. – disse o Maroto.
- Mas... – começou a morena.
- Vamos, Bell! – disse Sirius, sem parar de correr.
Eles chegaram à orla da Floresta, e Sirius finalmente parou de correr. Ele deu um tapinha com a ponta da varinha no mapa.
- Malfeito feito.
Todos os desenhos desapareceram, e Sirius guardou o pergaminho no bolso. Isabelle sacou sua varinha.
- Lumus! – disseram os dois, ao mesmo tempo.
Eles começaram a andar para dentro da Floresta, e seguiram, sempre reto, por entre as árvores. A escuridão à sua volta era quase total.
- Isso aqui é assustador... – comentou Isabelle, olhando ao redor.
- Não precisa ter medo. – disse Sirius – Eu protejo você.
- Engraçadinho. – retrucou a garota.
- Não se preocupa, nós não vamos muito fundo na Floresta, o que eu quero te mostrar tá perto da orla. – disse Sirius, voltando a andar e levando Isabelle consigo – Além disso, Dumbledore gosta de assustar os alunos, nem tem nada assim tão perigoso lá dentro. – continuou ele – Bom, a não ser os lobisomens ocasionais... ah, e as acromântulas...
- As o quê? – perguntou Isabelle, voltando a parar.
- Acromântulas. – repetiu ele – Lembra, nós estudamos em Trato das Criaturas Mágicas, são aranhas gi...
- Eu sei o que são, Sirius. – interrompeu Isabelle – Você tá me dizendo que tem acromântulas na Floresta?
- Aham. – confirmou o garoto – tem um ninho enorme delas, – contou ele – nós passamos por perto uma vez, não muito perto, claro, mas perto o bastante pra ver bem. Tem milhares de aranhas, e...
- Merlin! – exclamou a garota, horrorizada.
- Calma, Bell! – disse Sirius – Elas raramente vão muito longe do ninho, e ele fica bem mais no fundo da Floresta. Não tem perigo, eu juro.
Enquanto isso, em um corredor próximo à entrada do salão comunal da Corvinal, Remo olhava pela janela para a escuridão dos jardins. Por um instante, podia jurar ter visto dois pontos de luz, próximos às árvores da floresta, apenas alguns minutos atrás.
- Remo?
Ele deu as costas à janela, para fitar a pessoa que o chamava. Bárbara fitava o Maroto com uma expressão curiosa.
- Oi. – cumprimentou o maroto.
- O que está fazendo aqui? – perguntou a garota, aproximando-se – Você disse que não vinha...
- Pois é. – respondeu Lupin – Mas resolvi passar aqui e te dar um beijo de boa noite antes da ronda.
A garota se aproximou mais e os dois se beijaram.
- Não vi você sair do Grande Salão... – comentou a corvinal.
- É, eu... jantei e saí logo em seguida. – respondeu Remo, não muito seguro.
- Hmm... – fez Bárbara, e os dois se beijaram novamente.
Remo e Bárbara eram agora o que ela chamava de “ficantes”. Ficavam juntos, mas não era nada certo ou definitivo. Remo havia deixado claro que ainda gostava de outra pessoa, e a garota dissera que não se importava, que queria ficar com ele mesmo assim. Eles passavam agora bastante tempo juntos, e costumavam divertir-se bastante nesses momentos. Porém, em público, não demonstravam ser nada além de amigos. Remo ainda não considerava certo o que estava fazendo, mas por insistência de Bárbara, procurava aproveitar ao máximo os momentos que passava com ela.
- Tá tudo bem, Remo? – perguntou Bárbara, depois que percebeu a expressão estranha no rosto do garoto.
- Hã? Ah, tá, tudo bem. – mentiu o Maroto.
- Acho que não está falando a verdade. – disse Bárbara, encarando-o.
- Não é nada. – disse Remo, tentando disfarçar, e falhando.
- É sobre aquela garota, não é? – perguntou Bárbara, olhando para o chão.
- Bárbara, eu... – começou ele, mas foi interrompido pela garota.
- Tudo bem, Remo. – disse ela – Eu sei que é.
- É só que... ela está com a pessoa de quem ela gosta. – disse o Maroto, chateado.
Diferentemente dos demais, Remo percebera a ligação entre as saídas de Sirius e Isabelle do Grande Salão. Ele viu o olhar lançado pelo amigo em direção à garota enquanto andava rumo à saída do Salão, e como ela saíra logo em seguida, sendo que nenhum dos dois estava na torre quando ele e os demais chegaram lá.
Bárbara suspirou, parando ao lado dele, e olhando para os jardins.
- E eles estão... juntos? – perguntou ela – Assim... como nós?
- Eu não tenho certeza. – disse Remo – Eles dizem que não, mas às vezes... – ele olhou para a garota. Ela estava contendo as lágrimas – Ah, mas que droga! Me desculpa!
- Tá tudo bem, Remo. – disse Bárbara, forçando um sorriso.
- Não, não tá tudo bem. – discordou o Maroto – Eu não devia dizer essas coisas pra você. Me desculpa. – pediu ele, beijando-a.
- Não precisa pedir desculpas, Remo. – disse a garota – Eu sabia que seria assim. Acho... acho que vou pro dormitório agora. – ela beijou-o levemente nos lábios – Boa noite.
- Boa noite.
E no lado de fora do castelo, em meio à Floresta Proibida, Isabelle, depois de ter andado com Sirius por alguns minutos, percebeu que, mais à frente, havia uma parte da floresta que estava mais iluminada. Foi exatamente para lá que Sirius se dirigiu. Chegando ao local, que era uma pequena clareira, ele pediu que a garota fechasse os olhos por um instante. Morrendo de medo, Isabelle fez o que ele pedia, sempre atenta a qualquer ruído que pudesse ouvir perto de si. Após alguns minutos, ouviu som de passos, e de cascos no chão. Por um segundo ficou com medo, pensando em todas as coisas que diziam haver dentro da floresta, mas logo se acalmou ao ouvir Sirius falar com ela.
- Ok, Bell. – disse ele – Pode abrir.
Isabelle abriu os olhos, e ficou maravilhada com o que viu. Sirius estava ao lado de um belíssimo hipogrifo cinzento, que a encarava, desconfiado, com seus olhos alaranjados.
- Ah, meu Merlin! – exclamou a garota.
- Gostou? – perguntou Sirius, sorrindo ao ver a expressão encantada dela.
- Muito! – respondeu Isabelle – Ele é tão lindo!
- Ela. – corrigiu Sirius – Vem, chega mais perto.
- Eu posso mesmo? – perguntou a morena, receosa.
- Aham, vem devagar, assim. – instruiu ele – Agora, faz uma reverência.
Isabelle, que mal conseguia tirar os olhos do lindo animal, curvou-se em uma reverência que, após alguns segundos, foi retribuída pelo hipogrifo.
- Ótimo. – disse Sirius – Agora você pode se aproximar. Devagar... pode tocar nela.
- Ela tem um nome? – perguntou Isabelle.
- Tem. – respondeu Sirius – Rain.
- Rain... – repetiu Isabelle – É lindo, como ela.
- Sabia que você ia gostar. – disse o Maroto, sorrindo – Você adora animais.
“É, principalmente um certo cachorro...” – pensou a morena.
Os dois ficaram durante algum tempo ali, acariciando as penas sedosas do hipogrifo, enquanto Sirius falava um pouco sobre ela para Isabelle.
- Hagrid a ganhou quando ela ainda era apenas um filhote, – contou o Maroto – e vem tomando conta dela desde então.
- É bem coisa do Hagrid, mesmo... – comentou Isabelle, alisando as penas do animal.
- É. – concordou Sirius.
- Mas... você disse que tinha duas coisas bonitas pra me mostrar. – lembrou a garota.
- É, eu disse. – confirmou Sirius – Vem. – disse ele, pegando Isabelle pela mão.
- Pra onde agora? – perguntou a morena.
- Temos que voltar pra orla. – respondeu o garoto, já começando a andar.
- Mas e a Rain? – perguntou Isabelle.
- Ela vem com a gente. – respondeu Sirius.
Eles refizeram o caminho até a entrada da floresta. Isabelle, sem querer, soltou um suspiro de alívio ao voltar a ver as luzes do castelo. Ouviu um leve ruído atrás de si, onde estavam Sirius e o hipogrifo, e voltou-se para eles.
- E agora? – perguntou ela, no instante em que Sirius terminava de montar em Rain – Sirius...
- Você disse que confiava em mim. – disse Sirius, estendendo a mão para ela.
Isabelle olhou para o hipogrifo com uma expressão temerosa. Olhou para o castelo, depois para a mão de Sirius; ficou pensativa por um instante, e então encarou o Maroto, que ainda esperava sua resposta.
- Eu confio em você. – disse ela, com mais firmeza do que realmente sentia. Deu uma última olhada na direção do castelo, e mesmo com medo, aceitou a mão que ele oferecia, montando no hipogrifo, com o auxílio do Maroto.
- Pronta? – perguntou Sirius, e Isabelle assentiu – Lá vamos nós!
Ele apertou os flancos do animal com os calcanhares, e Rain abriu as enormes asas, assustando Isabelle. O hipogrifo trotou e então alçou vôo, levando os dois grifinórios rumo ao céu estrelado. Eles subiram, subiram e subiram, balançando levemente com o bater das asas do animal. Aos poucos, Sirius sentiu o aperto das mãos de Isabelle em seu corpo diminuir e ela começar a relaxar.
- É tão lindo... é... – faltavam palavras à garota para descrever o que sentia – é quase como se pudéssemos tocá-las...
- Achei que fosse te animar. – disse Sirius – Você anda tão tristinha...
- Sirius...
- Mas é verdade! – insistiu ele – Você tá estranha, andando sozinha e mal fala comigo.
- Impressão sua, Sirius. – mentiu Isabelle.
- Não é não. – discordou o Maroto – O que tá acontecendo?
- Nada.
- Tudo bem se não quiser falar, Bell, mas não mente pra mim. – disse Sirius, sério.
- Não é nada demais. – respondeu Isabelle.
- Você tá apaixonada? – perguntou Sirius, de repente.
- O quê?
- Você. Tá apaixonada por alguém? – repetiu ele – Por isso anda chateada?
- Sirius, eu... – começou Isabelle, mas só o seu tom de voz já a denunciara.
- Não precisa nem responder. – disse Sirius – E ele?
- Ele não sabe. – respondeu a garota, nervosa.
- Por que não? – perguntou Sirius, sem entender.
- Ele não gosta de mim. – disse Isabelle, rapidamente – Não desse jeito.
- Como você sabe, se não falou com ele? – perguntou o Maroto.
- Acredita em mim. – disse Isabelle – Eu sei.
- Esse cara é um idiota. – disse Sirius.
- Não, eu é que sou. – retrucou a morena, triste.
- Você não é idiota, Bell. – disse Sirius, firme.
- Olha, ali tá você. – disse ela, para desviar o assunto, apontando a estrela Sirius no céu – Deve ser legal ter uma estrela com seu nome, é como se... ela pertencesse a você.
- É. – concordou o Maroto, decidindo não insistir no assunto – Vai, escolhe uma delas.
- O quê? – perguntou Isabelle, sem entender.
- Escolhe! – insistiu Sirius.
- Ahn... tá. – concordou a morena – Aquela ali, perto de você. – disse ela, apontando uma estrela próxima à do cão.
- Aquela é Adhara. – disse Sirius – É sua agora.
- É o presente mais incrível que eu já ganhei. – disse Isabelle, sorrindo – Uma estrela só minha.
- Se for pra ver você sorrir assim, eu vou lá em cima buscar um monte delas pra você. – disse o garoto.
- Não precisa. Eu já tenho a mais brilhante de todas elas, bem aqui. – respondeu Isabelle – Obrigada, Sirius.
- Imagina. Esse sorriso é agradecimento suficiente. – respondeu ele – Há dias eu não via você sorrir assim.
- Ahn... nós... temos que voltar. – disse Isabelle, ficando nervosa – Tá ficando tarde.
- Tá. – concordou Sirius – Vou deixar você na janela do dormitório.
- Não! Eu não tenho coragem! – disse Isabelle, rapidamente.
- Tá bom, vamos andando, então.
Sirius inclinou o corpo para a frente, e o hipogrifo embicou para o chão. Isabelle fechou os olhos enquanto eles voavam para baixo, só voltando a abri-los quando sentiu o baque e o som dos cascos do hipogrifo batendo no chão. Eles pousaram perto das árvores da Floresta, a poucos metros do ponto de onde haviam partido. Sirius desmontou e depois ajudou Isabelle a fazer o mesmo.
- Muito bem, Rain! – disse ele, acariciando as penas do animal – Boa garota!
Ele disse a Isabelle que esperasse ali, enquanto devolvia Rain ao lugar de onde a havia tirado, e após apenas alguns minutos já estava de volta.
- Pronto. – disse ele, ao alcançar Isabelle – Vamos.
Os dois seguiram então em direção à escola. Sirius conduziu Isabelle por uma pequena entrada lateral, usada pelos elfos da cozinha e que em geral ficava aberta até muito tarde, e os dois entraram no castelo, correndo em direção à torre da Grifinória. Sirius tirou do bolso o Mapa do Maroto.
- Eu juro solenemente não fazer nada de bom.
Inúmeras linhas surgiram no pergaminho, formando novamente o mapa do castelo. Um pontinho intitulado A. Filch movia-se devagar na direção dos dois pontos que representavam o casal de amigos.
- Filch! – sibilou Sirius, puxando Isabelle pelo braço e se enfiando junto com ela em um armário de vassouras – Colloportus!
Isabelle se sentia desconfortável. O espaço no armário era mínimo, fazendo com que seu corpo estivesse colado ao do garoto. Seu coração batia descompassado, e não era por causa do susto ou da correria.
- Lumus! – disse Sirius, e a ponta de sua varinha se acendeu – Machuquei seu braço? – perguntou ele, ao ver a garota esfregando o local.
- Não. – disse ela, ao perceber o que estava fazendo e parando imediatamente.
Os dois ouviram Filch passar resmungando algo sobre Pirraça e bombas de bosta, e continuaram em silêncio, até que a voz do zelador deixou de ser escutada.
- Ele já foi. – disse Sirius, fechando o Mapa, onde estava vendo para onde Filch estava indo – Vem.
Os dois saíram do armário, e seguiram correndo novamente, na direção oposta à seguida por Filch. Chegaram à torre da Grifinória sem mais contratempos, e depois de levarem uma boa bronca da Mulher Gorda, finalmente puderam entrar no salão comunal.
- Pronto, tá entregue. – disse Sirius, ao pé da escada do dormitório feminino.
- Valeu pelo passeio. – agradeceu Isabelle, com o pé no primeiro degrau.
- Tudo bem. – disse Sirius, sorrindo – Boa noite.
- Boa noite.
N/A: aaaah, agora sim!!! Kikaaaa!! Bem vindaaa! Muito obrigada mesmo pelos coments, eu também espero que as insanas pintem por aqui, já tô morrendo de saudade delas! Agora pode ter certeza que vou manter sempre em dia, aqui ou no orkut, então fica a teu gosto ler aqui ou lá, ok?!? A quem estiver lendo, se achegue, comente! Beijos!!!
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