Um novo ataque



- Tá ótimo, Tiago. – disse a ruiva, espiando para dentro do caldeirão – Agora diminui o fogo, só um pouquinho...
O garoto seguiu a instrução da namorada, apontando a varinha para as chamas, que, com um feitiço simples, diminuíram de intensidade. Era sábado pela manhã, e Tiago e Lilian estavam novamente na sala Precisa, em suas lições de Poções.
- Assim tá bom? – perguntou ele.
- Ótimo. – assentiu Lilian – Marca o tempo de cozimento e é só esperar.
- E o que nós vamos ficar fazendo enquanto esperamos a poção aprontar? – perguntou Tiago, depois de fazer o que a ruiva dissera.
- Que tal estudar um pouco mais da teoria? – sugeriu Lilian.
- Que tal namorar um pouquinho? – perguntou Tiago, e imediatamente a sala forneceu um confortável sofá.
- Hmm... – Lilian fingiu considerar a idéia – proposta interessante... – disse ela, sorrindo, e, aos beijos, deixou-se conduzir pelo namorado até o sofá.
Enquanto isso, na Casa dos Gritos, Isabelle tentava acordar Remo, que dormia profundamente. Houvera uma mudança de planos naquela manhã. Isabelle acordou cedo, no mesmo horário em que costumava levantar quando ia ver Remo, após a lua cheia. Ficou se revirando na cama durante algum tempo, mas acabou por desistir de voltar a dormir e levantou-se. Foi, pé por pé, até o dormitório dos meninos, onde Sirius ainda dormia profundamente. Não pôde deixar de sorrir. Apanhou a sacola com as poções, e depois de pegar as provisões habituais, saiu da escola, indo em direção à Casa dos Gritos.
- Remo! – chamava ela, batendo na porta do quarto onde ele costumava ficar.
Um resmungo indistinto pôde ser ouvido, vindo do interior do cômodo.
- Remo, acorda! – chamou ela, mais uma vez.
- Hmm... – Remo abriu um dos olhos, incomodado pela claridade – Isa? – perguntou, sonolento.
- Sou eu. – respondeu a garota – As roupas estão aqui na porta.
Ela dirigiu-se, com a cesta de comida, até o quarto ao lado, e quando acabou de vestir-se, Remo chamou-a de volta.
- Bom dia. – disse ela, ao entrar, sem olhar para ele.
- Bom dia. – respondeu o garoto, tímido – Pensei que... você não viesse hoje...
- Eu não ia. – disse ela, ainda sem encará-lo, tirando os frascos de poção de dentro de sua sacola – Pedi pro Sirius vir no meu lugar, mas ele não acordou. Ahn... senta, pra eu poder fazer os curativos.
- Isa... – começou Lupin.
- Remo, por favor, fica quietinho pra eu poder fazer isso aqui. – cortou Isabelle – Os cortes estão bem fundos.
Lupin aquiesceu; a garota então começou a tratar dos ferimentos do rosto, peito e costas dele. Quando terminou, começou a guardar, em silêncio, os frascos de poção novamente na sacola, enquanto Remo colocava a camisa.
- Bom, eu... eu vou indo. – anunciou ela – Tem comida e suco na cesta, e eu vou pedir pra um dos Marotos vir trazer um livro pra você.
- Isa, por favor, – chamou Remo – eu preciso falar com você.
- Eu... eu preciso ir. – insistiu a garota, levantando-se – A primeira aula é com a Minerva, e eu não posso me atrasar.
- Você sempre tem aula, e sempre fica um pouco mais. – argumentou Lupin – Por favor, Isa.
- Remo, não dá. – disse ela, finalmente encarando-o – Eu estou aqui, mas estou muito chateada com você. Me dá um tempo, tá?
- Tudo bem. Eu... entendo que você não queira falar comigo. – concordou Remo, tristonho – Mas, eu... eu queria te entregar isso. – ele estendeu um pedaço de pergaminho na direção dela – Por favor, eu preciso que você leia isso.
Isabelle olhou do pergaminho para o rosto do amigo. A expressão dele era de súplica. Hesitante, apanhou o pergaminho amarrotado das mãos do garoto.
- Tá bom, eu... vou ler. – disse ela.
- Obrigado. – agradeceu Remo – E boa aula.
- Obrigada. – respondeu ela – Tchau.
- Tchau.
Isabelle deixou a Casa dos Gritos com a cabeça a milhão. O pergaminho dado a ela por Remo parecia queimar em sua mão, e ela dividia a atenção entre o caminho até o castelo, o cuidado para não ser vista entrando na escola àquela hora e o pergaminho, firmemente seguro em sua mão.
Acabou por decidir que não esperaria até chegar ao castelo para ler o que Remo escrevera, faria isso ali fora, no jardim, onde não havia ninguém para distraí-la ou impedi-la de fazê-lo. Desviou seu rumo até o carvalho à beira do lago, onde costumava ficar junto com Lilian, sentando-se ao pé da árvore, recostada em seu tronco. Desdobrou o pergaminho, mais amarrotado do que antes, e começou a ler.

“Isa,
Eu nem sei como começar. O que eu fiz, o que eu disse, não tem explicação. Eu agi como um idiota.
A única coisa que eu posso dizer em meu favor é que a lua tava perto, e isso me faz ficar um pouco... fora de controle. Eu quero pedir desculpas, mais do que isso, quero pedir perdão pelas coisas horríveis que eu falei. Foi sem pensar, eu perdi o controle, e falei coisas que com certeza eu não queria dizer realmente. Mas é que eu conheço bem o Sirius, Isa, sei bem como ele é, e não queria que você acabasse machucada por alguma coisa que ele pudesse fazer. Só que no fim, quem acabou magoando você fui eu.
Eu sei, devia ter acreditado no que você disse, você nunca mentiria pra mim sobre algo desse tipo. E também, eu conheço você, sei que você não é nada daquilo que eu insinuei, não é como aquelas garotas a quem eu a comparei. Você é a pessoa mais doce, mais sensata que eu conheço. E além disso, o que você faz ou deixa de fazer com o Sirius não é problema meu.
Por favor, Isa, me perdoa. Me sinto péssimo por ter magoado você, pelas palavras horríveis que usei. Eu adoro você, nunca duvida disso. Você é muito importante pra mim, e eu não suportaria perder sua amizade. Pensa nisso com carinho.
Remo.”


Ela levantou-se, os olhos cheios de lágrimas, e espanou a sujeira das roupas, até estar certa de que estavam totalmente limpas. Dobrou novamente o pergaminho, enfiando-o no bolso da calça jeans, e seguiu andando em direção ao castelo. Não sabia o que fazer em relação ao amigo e a tudo o que acontecera, mas precisava parar de pensar naquilo por enquanto, antes que sua cabeça começasse a doer.
Na Sala Precisa, Lilian e Tiago já haviam esquecido completamente da poção que borbulhava no caldeirão, no meio da sala. Os beijos do casal aos poucos iam ficando mais ardentes, se espalhando pelo pescoço e ombros, e os corpos estavam cada vez mais próximos. Tiago se inclinara sobre Lilian, praticamente deitando-a no sofá, enquanto a garota já buscava os botões da camisa do namorado. Ela então se deu conta da situação, e interrompeu o momento, afastando-se de Tiago, completamente rubra.
- Não, Tiago... – começou ela, um tanto ofegante – é melhor pararmos...
- Mas, Lily... – disse Tiago, com uma expressão desamparada.
- Tá indo rápido demais, Tiago! – disse a ruiva – Eu... não sei se tô pronta pra avançar assim...
- Ahn... desculpa. – disse ele, para os próprios pés, afastando-se um pouco mais da garota.
- Não precisa se desculpar, Tiago, – disse a ruiva – mas é que...
- Tudo bem, Lily, eu entendo. – interrompeu Tiago – É só que... às vezes fica difícil de me segurar. – confessou ele.
- Eu sei... – agora ela é que não conseguia encará-lo.
- Mas eu vou tentar, – continuou Tiago, erguendo o rosto dela – o máximo que eu puder.
- Obrigada, Tiago. – agradeceu a ruiva – Eu amo você. – disse ela, beijando-o.
- Eu também amo você, ruivinha.
O momento romântico dos dois foi interrompido pelo apito agudo da ampulheta, enfeitiçada para alertar o tempo de cozimento da poção.
- Bem, está pronta. – disse Lilian, levantando-se e indo em direção ao caldeirão – E está perfeita. Muito bom, Tiago!
- Obrigado. – disse ele, sorrindo – Devo tudo à minha linda professora.
- Pára, seu bobo! – repreendeu a ruiva, sorrindo – Bom, chega por hoje. Vamos indo?
- Demorou! – concordou Tiago, animado, começando a juntar seu material.
Mais tarde, no dormitório feminino da Grifinória, Isabelle e Lilian estavam conversando, enquanto se trocavam para o almoço.
Isabelle ouvira, em silêncio, todo o relato de Lilian sobre o que havia acontecido na Sala Precisa, mas agora não conseguia mais se conter.
- Como é que é?
- Shhh... Isa! – repreendeu Lilian, embaraçada – É exatamente o que você ouviu.
- Caramba, Lily! – disse a morena, espantada – Vocês dois, hein?
- Pára, Isa! – disse a ruiva, corando ainda mais – Eu sei lá... as coisas foram acontecendo, e quando eu percebi, já tava até abrindo a camisa dele.
- Menina, eu tô chocada! – disse Isabelle, levando a mão ao peito – Você não é a minha amiga Lilian Evans. Tá, mas falando sério, agora, como ele reagiu quando você pediu pra parar?
- Ah, Isa, ele foi tão fofo! – respondeu Lilian, com um sorriso bobo no rosto – Disse que ia me respeitar, que ia se esforçar o máximo que pudesse.
- Uau! Você realmente transformou Tiago Potter! – brincou a morena.
- É, mas o problema é que chegou a esse ponto, né? – retrucou Lilian – Eu... ando pensando umas coisas bem indecentes sobre o Tiago ultimamente...
- Uh! Lilian-santinha-Evans tendo pensamentos pecaminosos sobre Tiago Potter... – provocou Isabelle – quem diria?
- Isa! – disse Lilian, dando um tapa de leve na perna da amiga – Mas, mudando de assunto... e você e o Remo? – perguntou ela – Ainda estão brigados?
- É, estamos. – confirmou Isabelle – Eu conversei com o Sirius ontem, e ele me disse uma coisa... eu fiquei meio confusa...
- O que ele disse? – perguntou a ruiva.
- Que o Remo gosta de mim mais do que como amiga.
- Sirius não devia ter feito isso. – censurou Lilian – Remo vai ficar zangado.
- Por quê? – perguntou Isabelle.
- Isso era assunto do Remo, – respondeu a ruiva – ele é quem tinha que resolver.
- Peraí! – disse Isabelle, encarando a amiga – Lily, você sabia?
- Ahn... é, eu... – gaguejou Lilian, sem jeito.
- Você sabia e não me disse nada? – insistiu a morena, indignada, e a ruiva acabou confessando.
- Tá, eu sabia, sim. – disse ela – Desculpa, Isa, mas é como eu já disse, isso era coisa do Remo. Ele é quem tinha que falar com você, não eu, ou o Sirius.
- Ele contou pra você? – perguntou a morena.
- Não. – negou Lilian – Eu saquei sozinha.
- E eu nunca percebi... – disse Isabelle, mais para si mesma, fitando a caixinha com a rosa dada a ela por Sirius.
- Você sempre saca na hora quando é com os outros, – disse Lilian – mas nunca percebe nada quando é com você. Lembra do Amos?
- É. – concordou Isabelle, distraída.
- Mas não é só isso que tá incomodando você, é? – perguntou a ruiva, astutamente.
- Não. – admitiu a morena, e então buscou algo no bolso das calças – Lê isso.
Lilian apanhou o pedaço de pergaminho da mão da amiga, e leu cuidadosamente a pequena carta escrita por Remo. Quando terminou, devolveu o pergaminho a Isabelle, que guardou-o na gaveta do criado-mudo.
- E então? – perguntou a morena – O que você acha?
- Ele parece mesmo arrependido pelo que houve. – comentou a ruiva, simplesmente – O que você vai fazer?
- Eu não sei. – respondeu Isabelle – Adoro o Remo, você sabe, mas ele me magoou bastante.
- Você tem que lembrar que, mesmo sem querer, magoou ele também. – ponderou Lilian.
- Eu sei. – disse a morena, cabisbaixa.
- Pensa bem, com calma. – aconselhou Lilian – Tenho certeza que você vai fazer a coisa certa.
- Tomara, Lil. – disse Isabelle – Tomara.
- Vai sim. – disse a ruiva, com um sorriso – Agora que tal descermos?
- Vamos sim. – concordou Isabelle – Os meninos devem estar nos esperando.
No dormitório masculino, o assunto também era o acontecido na Sala Precisa.
- Não acredito que prometeu isso pra ela, Pontas! – dizia Sirius, exasperado.
- E que escolha eu tinha, Sirius? – perguntou Tiago – Além disso, não quero forçar a Lily a fazer nada que ela não queira.
- Bom, pelo que você me falou, não parece que ela não queira... – retrucou o outro, malicioso.
- Você entendeu. – disse Tiago, estreitando os olhos – Vai ser do jeito dela, e que Merlin me ajude! – disse ele, caindo de cara na cama.
- É, você vai mesmo precisar de ajuda. – disse Sirius, rindo – Mas... mudando de assunto, seu aniversário já é na semana que vem, cara!
- É, e eu quero comemorar. É nosso último ano aqui, temos que encerrar em grande estilo. – disse Tiago, animado – Além disso, é minha primeira festa de aniversário com a Lily.
- E o que vamos fazer? – perguntou Sirius.
- Eu já pensei nisso, Almofadinhas, meu amigo. – respondeu Tiago – Vamos fazer uma festa à fantasia!
- Boa, Pontas!
- Arrumamos a Sala Precisa, imperturbamos ela toda, arranjamos comida e bebida, enchemos a sala de gente, e vamos zoar! – anunciou Tiago, sorridente.
Os dois desceram logo em seguida, encontrando com as meninas no salão comunal da torre, e eles foram juntos para o Salão Principal, para o almoço. Depois, já instalados à mesa da Grifinória, eles contaram a elas sobre os planos para o aniversário de Tiago.
- Uma festa à fantasia! Vai ser o máximo! – disse Isabelle, animada.
- É, vai ser demais. – concordou Lilian – Agora temos que pensar em uma fantasia...
- Hmm... acho que já tenho uma em mente... – disse a morena – e uma pra você também, Lil.
- Pra mim? Qual? – perguntou a ruiva, curiosa.
- Te conto depois. – respondeu a outra, enigmática.
- Ei, eu também quero saber! – reclamou Sirius, e Tiago concordou com a cabeça.
- Mas não vai. – disse Isabelle – Nem você, Tiago. É surpresa.
E os quatro se puseram a discutir os detalhes da organização da festa, a se realizar no fim de semana seguinte.
- Bem, tem que ver quem você vai convidar, Tiago, pra saber a quantidade de comida e bebida que vai precisar. – disse Isabelle.
- A decoração fica com a gente. – disse Lilian – Aposto que as meninas vão adorar ajudar.
- Bom, a comida e a bebida ficam conosco. – disse Sirius – E a música também.
- Ainda faltam os convites, mas isso também depende da lista de convidados que o Tiago vai fazer. – disse Lilian.
- Bom, começamos a organizar tudo amanhã. – decidiu Tiago.
- Cara, essa festa vai ser demais! – disse Sirius, esfregando as mãos, animado.
Snape observou cada movimento dos Marotos naquele dia, assim como os de Isabelle. Exceto pelo fato de ela ter chegado ao Salão Principal mais cedo do que de costume para uma semana de lua cheia, tudo corria dentro da maior normalidade.
O dia se passou sem maiores incidentes, e na hora de sempre, os Marotos deixaram o castelo para ir ao encontro de Remo na Casa dos Gritos. Aquela noite seria perfeita para que Snape colocasse seu plano de vingança em prática, pois era sua noite de ronda, e como ele pretendia acompanhar todo o desenrolar dos acontecimentos, caso algo desse errado teria uma desculpa para estar fora da cama depois do horário.
- Mas não vai dar. – disse ele, para si mesmo – Vai dar tudo certo.
Com o pedaço de pergaminho, ponto inicial e crucial de seu plano, bem guardado no bolso das vestes, e um onióculo, que conseguira emprestado especialmente para a ocasião, o garoto deixou o salão comunal da Sonserina, e foi fazer a sua ronda pelos corredores. O castelo estava tão tranqüilo quanto possível, nem mesmo Pirraça estava aprontando nada naquela noite, então Snape rumou logo para a torre oeste, de onde teria uma visão melhor do andamento das coisas.
Lá chegando, tirou do bolso o pergaminho e dobrou-o em forma de aviãozinho. Depois, apontou a varinha para o pedaço de papel.
- Isabelle Charmant.
O aviãozinho decolou rapidamente de sua mão, e ele se pôs a postos para assistir ao que iria acontecer a partir de agora.
Isabelle sempre demorava um pouco mais para dormir durante a lua cheia, preocupada com os Marotos, que estavam do lado de fora do castelo. Por isso estava bem acordada para ver o aviãozinho de papel que entrou voando por uma fresta na janela do dormitório, e pousou em cima do livro que ela lia.
“Um bilhete, a essa hora?” – pensava ela , enquanto desdobrava o pergaminho, escrito com uma letra difícil de compreender parecendo ter sido escrito às pressas. Ela pegou a varinha, apontando-a para o pergaminho vincado pelas dobraduras.
- Legibilis!
Os garranchos foram se transformando em uma letra definitivamente masculina, um tanto irregular, mas perfeitamente compreensível.

“Charmant, precisamos de ajuda. Almofadinhas está ferido. Estamos perto do Salgueiro Lutador”

- Ah, Merlin! – exclamou a garota, baixinho – Sirius!
Ela levantou-se rapidamente, vestiu apenas um casaco por cima do pijama, apanhou seu kit de primeiros socorros e deixou o dormitório, procurando não fazer barulho. Desceu as escadas correndo, e da mesma forma, saiu da torre da Grifinória, procurando a mais próxima das saídas do castelo que Sirius havia lhe mostrado. Correu pelos jardins, ignorando o vento frio nas pernas protegidas apenas pelo tecido fino das calças do pijama, e, ofegante, chegou ao Salgueiro Lutador. Mas não havia ninguém lá.
- Tiago!? – gritou ela – Sirius!? Onde vocês estão?
No castelo, Snape usava o onióculo para observar a garota, que olhava para todos os lados parecendo confusa e um tanto assustada. Ele abriu um sorriso maldoso. Estava saindo tudo conforme o plano.
Isabelle estava ficando nervosa. Não havia sinal dos garotos em parte alguma perto do Salgueiro, e ela sabia que não era seguro estar ali naquele momento com Remo transformado e ninguém para protegê-la. Ouviu um barulho às suas costas, e virou-se, acreditando que fosse Tiago que, tendo ouvido seu chamado, vinha em seu encontro. Estava errada.
Diante dela, a apenas alguns metros de distância, Remo, um lobisomem adulto, a encarava com um olhar ameaçador. Fitando o amigo transformado, Isabelle sentiu um arrepio percorrer seu corpo, da cabeça aos pés. As mãos gentis e delicadas de Remo eram agora patas com garras, e fios de saliva escorriam da boca que, entreaberta, revelava dentes longos e afiados. A garota ficou como que petrificada de pavor; não conseguia sair do lugar, ou gritar por socorro. Na verdade, mal se atrevia a respirar, encarando os olhos amarelos, que brilhavam de fúria por trás do longo focinho.
O lobisomem começou então a avançar na direção de Isabelle, que, ainda incapaz de se mover, apenas fechou os olhos, esperando pela dor. Mas a dor não veio. Reunindo toda a coragem que tinha, a garota abriu os olhos. Um cervo e um enorme cão negro cercavam Remo, impedindo-o de alcançá-la. Isabelle ficou tão impressionada com a cena que ficou como que hipnotizada admirando a luta entre os amigos, tanto que se assustou quando Pedro, na forma humana tocou seu braço.
- Corre! – mandou ele, nervoso – Agora! – disse o garoto, quando a morena não se moveu.
Isabelle ainda olhou mais uma vez na direção de onde estavam os outros três Marotos, antes de ser puxada pelo braço por Pedro, na direção do Salgueiro Lutador. Os dois correram rumo à árvore, parando pouco antes de estarem ao alcance dos violentos galhos que chicoteavam para todos os lados. Pedro transformou-se em rato novamente, passando por debaixo dos galhos da árvore, e indo apertar o nó no tronco que a faria ficar imóvel. Quando os galhos do Salgueiro pararam de golpear o ar, Isabelle correu até a entrada do túnel que levava à Casa dos Gritos, sumindo no buraco escuro entre as raízes da árvore. Pedro soltou o nó no tronco do Salgueiro, cujos galhos voltaram a se mover no mesmo instante em que Remo conseguia desvencilhar-se dos outros dois Marotos.
Ele ergueu o focinho e farejou o ar, procurando pelo cheiro de Isabelle, e pareceu tê-lo sentido, pois se dirigiu rapidamente ao Salgueiro Lutador, e à entrada do túnel, porém foi repelido pelos violentos golpes dos galhos da árvore, e, furioso, saiu correndo e uivando em direção à Floresta Proibida.
Ofegantes e suados, Sirius e Tiago voltaram à forma humana, assim como Pedro que tinha uma expressão apavorada no rosto.
- Essa foi por pouco! – disse ele, enxugando a testa.
- É, mas o que a Charmant tava fazendo aqui fora? – perguntou Tiago, encarando Sirius.
- Não sei. Mas já vou descobrir. – disse o moreno, muito sério – Vocês vão atrás do Aluado, ele deve estar ainda mais furioso agora. Eu vou ver como ela está e depois que levar ela de volta pro castelo, encontro com vocês.
- Tá. – concordou Tiago – Até mais.
Ele e Pedro transformaram-se em animais novamente, e seguiram na mesma direção por onde Remo havia ido. Sirius usou um galho seco para imobilizar novamente o Salgueiro Lutador, e entrou no túnel escuro.
- Lumus! – disse ele, e a ponta de sua varinha se acendeu – Isa, você ficou maluca? Eu falei pra ficar no castelo, e...
Ele parou de falar quando finalmente a enxergou. Isabelle estava sentada no chão, encolhida, no escuro, e tiritando de frio. Ela abraçava as pernas, escondendo o rosto entre os joelhos. Sirius agachou-se ao lado da garota, que ergueu o rosto para fitá-lo.
- Você está bem? – perguntou ele – Está ferida?
Ela negou com a cabeça.
- Devia ter corrido até o fim do túnel. – disse ele, sério – Ele podia ter entrado.
- Eu mal conseguia ficar de pé, quanto mais correr. – disse Isabelle, na defensiva.
- Eu sei. – disse ele, acalmando-se – Eu sei, desculpe.
- Tudo bem. – disse a garota, com voz fraca.
- Vem cá, como você está? – perguntou Sirius, levantando-se e estendendo a mão para ajudá-la a levantar-se também.
- Bem. – respondeu a morena, segurando a mão do amigo e levantando-se.
- Não, não está. – discordou ele – Está tremendo.
Sirius tirou o casaco, colocando-o sobre os ombros da garota, que estava gelada.
- O que estava fazendo lá fora? – perguntou ele – Não devia ter saído do castelo.
- Eu... recebi um bilhete, um aviãozinho. – contou Isabelle – Dizia que você tava ferido, pedia socorro. Eu entrei em pânico, não parei pra pensar, – justificou ela – só saí correndo pra encontrar vocês, e aí dei de cara com o Remo, e fiquei tão apavorada que não consegui me transformar, – ela falava muito rápido agora – não conseguia me concentrar...
- Shhh... tudo bem. – disse Sirius, puxando-a mais para perto – Calma, tá tudo bem agora.
- Eu fiquei com tanto medo, Sirius... – disse ela, recostando-se no peito do amigo, que a abraçou.
- Eu sei. Calma, já passou.
Sirius continuou abraçado à garota, e ficou acariciando seus cabelos até que ela se acalmasse. Sentiu-se um tanto estranho ao fazê-lo; não se lembrava de algum dia ter se sentido tão preocupado com ninguém além dos Marotos. Eles se soltaram e se encararam na semi-escuridão, as respirações formavam pequenas nuvens de vapor devido ao frio. Sirius então tomou a frente da situação.
- Vem, eu vou... levar você de volta pro castelo.
Isabelle, ainda assustada e nervosa, se deixou conduzir, sem protestar, para fora do túnel. Sirius passou o braço pelos ombros da garota, e os dois então andaram em silêncio em direção à escola.
Do alto da torre, Snape observava os jardins com seu onióculo. Ele sabia que a garota não seria mordida, já que os Marotos estavam com Remo. Porém a expressão de pânico no rosto dela fora mais do que suficiente para satisfazê-lo.
“Ótimo. Agora posso voltar a pensar em você, Potter”
Sirius entrou no castelo junto com Isabelle, e a levou até a torre da Grifinória, deixando-a a beira da escada do dormitório feminino.
- Aqui eu deixo você. – disse ele – Tenta dormir, eu vou atrás dos Marotos.
- Tá. – concordou a garota – Sirius, eu...
- Shhh... descansa. – interrompeu Sirius – A gente conversa amanhã.
- Tá. – concordou ela, novamente – Boa noite.
- Boa noite.
E enquanto Isabelle ia para a cama, e de puro cansaço, apagava no mesmo instante em que deitou, Sirius deixava novamente o castelo, indo ao encontro dos Marotos, com a cabeça fervilhando de pensamentos sobre os acontecimentos daquela noite.
Na manhã seguinte, Isabelle acordou com dificuldade. Sentia dores em todo o corpo, e mal conseguia manter os olhos abertos. Mesmo assim, levantou, arrastou-se até o banheiro, e tomou um demorado banho quente, que teve o condão de despertá-la e revigorá-la um pouco. Quando saiu do banheiro, enxugando os longos cabelos, deu de cara com Lilian sentada em sua cama, muito séria, e com um pedaço amarrotado de pergaminho na mão.
- Pelo amor de Merlin, me diz que você não saiu do castelo ontem à noite. – disse a ruiva, encarando-a.
- O quê? – perguntou Isabelle, confusa.
- Eu encontrei esse bilhete no chão, no lado da sua cama. – explicou a ruiva – Você não foi atrás dos meninos, foi?
- Lily, eu não... – começou a morena, mas seu rosto já a denunciara.
- Você foi! – acusou a ruiva, exasperada – Ficou maluca, Isa? Remo podia ter atacado você!
- Shhh... Lily! Fala baixo! – repreendeu Isabelle.
Ela então arrastou a amiga pelo braço até o banheiro e trancou a porta, lançando um feitiço para deixá-la imperturbável.
- Você... sabe do Remo?
- Claro que eu sei! – disse Lilian – Liguei os pontos, assim como você. Mas eu queria que ele me contasse.
- Você não ficou chateada, ficou? – perguntou Isabelle – Por eu não ter contado?
- Claro que não, Isa. – disse a ruiva, tranqüilizando a amiga – Eu entendo, o segredo não era seu. Mas o nosso assunto é outro. Você tem idéia do perigo que correu?
- Você não sabe o quanto... – disse a morena, meio sem querer.
- Como assim?
- Senta aí. – disse a morena, acomodando-se no chão do banheiro – Eu vou te contar o que aconteceu.
Lilian sentou-se no chão, diante de Isabelle, que contou então à amiga tudo o que havia acontecido na noite anterior.
- Merlin, Isa! – disse a ruiva, com uma das mãos à testa – Você podia ter morrido!
- Nem me fala.
- E tudo por causa do Snape... – disse Lilian, distraída.
- O quê? – perguntou Isabelle, encarando a amiga.
- Eu... eu li o bilhete, Isa, e eu conheço a letra do Snape. – explicou Lilian – Tenho certeza, foi ele quem escreveu o bilhete.
- Bem que os meninos avisaram pra tomar cuidado. – lembrou a morena.
- É, mas eu nunca pensei que essa rixa estúpida fosse chegar a esse ponto. – disse Lilian – Por Merlin, você podia ter morrido!
- É... peraí, Lily. – disse Isabelle, de repente – Se o Snape armou tudo isso... então ele sabe do Remo!
- Precisamos falar com os garotos. – disse Lilian, séria.
As duas ouviram batidas na porta do banheiro.
- Lily? Isa? – chamou Alice – Vocês estão aí dentro?
- Estamos! Só um minuto, Lice! – gritou Lilian, mas então se deu conta de que a amiga não poderia ouvi-la – Ah, droga, a porta tá imperturbável.
- Não podemos falar pros garotos, Lil. – disse Isabelle – Eles vão pirar!
- Eles têm que saber do que o Snape é capaz, Isa. – ponderou a ruiva.
- Ei, vocês duas! – agora era Marlene quem estava chamando – Estão pretendendo sair daí ainda hoje?
- Ah, mas que saco! – xingou Isabelle – Vem, vamos sair daqui. Conversamos no caminho.
As duas saíram do banheiro, murmurando desculpas para as meninas, que as esperavam do lado de fora, e depois que Isabelle terminou de se vestir, deixaram o dormitório para irem tomar café. Desceram as escadas para o salão comunal, discutindo em voz baixa o assunto do bilhete enquanto se dirigiam à saída da torre.
- Não, Lil. – dizia Isabelle, nervosa.
- Eles têm que saber, Isa. – argumentou Lilian – Até mesmo pelo fato do Snape saber sobre o Remo.
- Não. Não vamos dizer nada pra eles. – insistiu Isabelle.
- Dizer o que pra quem, Bell?
As duas assustaram-se ao ouvir a voz de Sirius às suas costas. Ele, Tiago e Pedro, com caras de sono, vinham descendo lentamente a escada do dormitório masculino.
- Que susto, Sirius! – disse Lilian.
- Desculpa, Lily, não foi a intenção. – respondeu o Maroto, meio rindo – Mas voltando ao assunto...
- Bom dia, Lírio. – cumprimentou Tiago, dando um beijo na ruiva.
- Bom dia, amor. – respondeu Lilian.
Isabelle percebeu que Sirius ainda a fitava, esperando por uma resposta à sua pergunta.
- Ahn... não é nada, Sirius. – mentiu ela, nervosa – Assunto nosso, né, Lily?
A ruiva não respondeu. Os cinco então deixaram a torre juntos, dirigindo-se para o Grande Salão para o café. Sirius e Isabelle se deixaram ficar mais para trás, caminhando lado a lado, enquanto falavam sobre o que havia acontecido na véspera.
- Como você tá? – perguntou o garoto.
- Bem. Só um pouco cansada e dolorida. – respondeu Isabelle – E você?
- Também.
- Tenho que agradecer vocês por ontem. – disse a morena – Se não tivessem segurado ele, eu...
- Shhh... – fez Sirius, cobrindo os lábios dela com o indicador – Já passou.
Isabelle assentiu.
- E o Remo? – perguntou ela.
- Ele tá legal. – respondeu Sirius.
- Ele... lembra de alguma coisa? – perguntou a morena, receosa.
- Ahn... não na verdade. – disse Sirius – Mas... o Rabicho deixou escapar o que aconteceu. Ele ficou bem preocupado.
- É, eu imagino. – disse Isabelle, pensativa.
O assunto dos dois foi interrompido quando chegaram ao Salão Principal e se acomodaram junto com os outros em seus lugares à mesa da Grifinória.
- Precisamos conversar com vocês, meninos. – disse Lilian, de repente.
- Não precisamos não. – disse Isabelle, rapidamente – Lily...
- Conversar sobre o quê? – perguntou Sirius, estranhando a atitude das duas meninas.
- Sobre isso. – respondeu a ruiva, colocando sobre a mesa o bilhete recebido por Isabelle na véspera.
- Lily! – exclamou a morena.
- O que é isso? – perguntou Pedro, pegando o pedaço de pergaminho de cima da mesa e começando a ler.
- Isso é o bilhete que a Isa recebeu ontem, e que fez ela ir atrás de vocês. – explicou Lilian.
- O quê? Bell, você... – começou Sirius, mas foi interrompido por Lilian.
- Eu sei sobre o Remo, Sirius, e não, não foi a Isa quem me contou. – disse a ruiva – Mas isso não vem ao caso agora. A questão é o bilhete, que supostamente o Tiago teria mandado...
- E não mandei. – declarou Tiago.
- Eu achei o bilhete no chão, do lado da cama da Isa, hoje de manhã, – explicou Lilian – e a letra me chamou a atenção.
- Por quê? – perguntou Tiago.
- Não podia ser a letra do Tiago. – disse a ruiva – Na pressa você não percebeu, Isa.
- Mas a letra não tava assim, tava horrível de entender. – disse Isabelle – Por isso pensei que fosse do Tiago, afinal, desculpa, Tiago, a letra dele é bem ruinzinha – Tiago fez cara de indignado – e com pressa a tendência é piorar. Daí usei um feitiço corretor e...
- Aí é que tá, Isa. – disse Lilian – Foi nesse ponto que a sua percepção falhou.
- Hã? Como assim? – perguntou a morena, confusa.
- Se a letra de quem escreveu é realmente como está no papel, o feitiço a deixa perfeita, como a de uma pena de bela escrita, o que não é o caso. – disse Lilian – A letra foi só corrigida, o que significa que...
- A letra foi forjada! – concluiu Sirius, no mesmo instante.
- Exatamente.
- Mas quem... – começou Tiago, mas logo percebeu – Snape!
- Eu conheço a letra do Sev... – Lilian corrigiu-se rapidamente – do Snape. Não tenho dúvida de que foi ele quem escreveu o bilhete. – disse ela.
- Claro! Desse jeito ele ia... como é que você diz mesmo, Aluado? – perguntou Tiago, e Remo deu de ombros – Ia matar dois coelhos com uma caixa d’água só.
- Cajadada, Pontas. – corrigiu Lupin – É cajadada.
- Isso. Uma cajadada só. – repetiu Tiago.
- Como assim, Pontas?
- Ele deve ter descoberto que a Charmant tava metida na história do mico no Salão Principal. – explicou Tiago – O Ranhoso pode ser um babaca, mas não é burro.
- Tá, mas e daí? – perguntou Sirius, ainda sem entender.
- Daí que assim, ele ia se vingar de mim e da Isa de uma vez só. – concluiu Remo, e Tiago assentiu.
- É, isso faz sentido. – concordou Lilian.
- Mas como ele sabe do Remo? – perguntou Isabelle.
- Ele descobriu no nosso quinto ano. – contou Tiago – Longa história.
- Ah, quando eu pegar aquele Ranhoso... – disse Sirius, furioso.
- Não. Nada de pegar ninguém. – disse Lilian, muito séria.
- O quê? – perguntaram Tiago e Sirius, ao mesmo tempo.
- Nada de troco. – disse Isabelle, também séria – Essa história já passou do limite, e agora nós sabemos do que o Snape é capaz. Alguém vai acabar se machucando feio com isso. – continuou ela – Não vai ter troco.
- Você não espera mesmo que eu deixe o que ele fez com você por isso mesmo, espera? – perguntou Sirius, encarando a morena.
- Espero. – disse Isabelle, encarando-o de volta – Espero sim.
- Bell...
- Sirius, me ouve. – pediu Lilian – Já chega dessa história. Isso já deixou de ser uma briga de escola.
Sirius olhou para Isabelle, depois para Lilian, e então de volta para Isabelle. As duas o fitavam muito sérias, e não parecia que iriam mudar de idéia quanto àquilo.
- Ok. – disse ele, contrariado – Nada de troco.
- Promete? – perguntou Isabelle. Ela o conhecia bem o suficiente pra não deixar nenhuma ponta solta.
- Prometo. – respondeu ele, de má vontade.
- Tiago? – perguntou Lilian, encarando o namorado.
Tiago olhou para a ruiva, depois para Isabelle, para Sirius e de volta para Lilian.
- Nada de troco. – disse, também nada satisfeito – Prometo.
As meninas se entreolharam e acenaram com a cabeça, aliviadas. Os meninos continuaram sérios, lançando olhares furiosos em direção à mesa da Sonserina. Lilian começou a discutir com Tiago sobre a sua próxima aula de Poções, enquanto Sirius, Isabelle e Pedro continuaram a tomar seu café, no mais absoluto silêncio.
Depois do café, o grupo deixou o Grande Salão, rumo aos jardins. Eles não teriam aulas pela manhã, então aproveitariam um pouco o solzinho nos jardins, enquanto davam uma repassada na matéria de Poções para a aula da tarde.
- Você vai à Casa dos Gritos? – perguntou Sirius, enquanto andavam.
- Vou. Tenho que tranqüilizar o Remo, e também cuidar dos machucados dele. – respondeu a morena – Além disso, eu e ele temos outro assunto pra conversar.
- Sobre a briga de vocês? – perguntou Sirius, fitando-a.
- Aham. Quero resolver essa história de uma vez. – disse ela, séria.
- Vai fazer as pazes com ele?
- Pretendo. – disse a garota – Vou conversar com ele, e dependendo da nossa conversa, decido o que eu vou fazer.
Ele assentiu, e os dois sorriram. Tiago parou de caminhar, esperando que os dois o alcançassem.
- Mas o que é que vocês tanto conversam? – perguntou o garoto.
- Nada que te interesse, Pontas. – respondeu Sirius, mas não de forma rude.
- Nossa, que nervosinho! – brincou Tiago – O que foi que você disse pra ele, Charmant?
- Nada que te interesse, Potter. – respondeu a morena, meio rindo – Ah, a propósito, obrigada por ontem à noite. – agradeceu ela.
- Não foi nada. – disse o garoto, com um sorriso.
- Foi sim. Se não fossem vocês... – ela não terminou a frase.
- Tá tudo bem, Charmant. – disse Tiago, dando um tapinha no ombro dela – Quando precisar de um cervo heróico e corajoso, e que ainda se transforma em um moreno forte e bonitão, é só chamar. – disse ele, brincalhão.
- Você é um bobo, mesmo! – retrucou a garota, voltando a rir – Ei, Lily! Espera aí!
E sorrindo para Sirius, ela saiu correndo atrás da amiga.
- Oi, Lilian!
- Hã? – Lilian virou-se para ver quem a chamava – Ah, oi!
- Ahn… eu não sei se lembra de mim… – disse a corvinal, meio tímida.
- Claro! A amiga do Remo, Bárbara, certo? – perguntou Lilian.
- É, isso. – confirmou Bárbara – Ahn... você viu o Remo por aí?
- Ah, não, o Remo não ta na escola. – respondeu a ruiva, um tanto nervosa.
- Ah, que pena! – lamentou a japonesinha – Eu precisava falar com ele.
- Hmm... ah, é, vocês ainda não se conhecem. Isa, essa é a Bárbara Takemi, – apresentou Lilian – ela é da Lufa-Lufa, Remo apresentou ela pra gente outro dia. – explicou ela – Bárbara, essa é Isabelle Charmant, ela é da nossa turma também.
- Ah, muito prazer, Isabelle. – disse Bárbara, sorrindo.
- Isa. Só Isa. – disse Isabelle, sorrindo de volta – É um prazer também.
- A Isa tem um problema com o nome dela, não liga, não. – explicou Lilian a Bárbara, que fitava Isabelle com uma expressão confusa.
- Ah, tá. Bom, eu vou nessa, então. – disse a corvinal.
- Pode deixar que eu digo pro Remo que você quer falar com ele. – disse Lilian.
- Ah, ta, obrigada. – agradeceu Bárbara – A gente se vê, então.
- A gente se vê. – respondeu a ruiva – Ah, você vai na festa, não vai?
- Vou sim. – confirmou Bárbara – Até mais!
- Tchau! – disseram Lilian e Isabelle, ao mesmo tempo.



N/A: como tô postando mais de um capítulo, falo com vocês no último, ok?!?

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