Amigos animagos



Na manhã seguinte, assim que entrou no Salão Principal, Tiago foi abordado por uma garota, pouco antes de alcançar seu lugar à mesa da Grifinória.
- Tiaguinho, meu lindo, diz que é mentira o que tão comentando por aí... – disse a garota, parando diante de Tiago e impedindo-o de continuar.
- O quê? – perguntou o garoto, sem entender.
- Que você tá... namorando com a Evans. – respondeu ela.
- Mas eu tô namorando com ela. – disse Tiago, calmamente.
- Como assim? Você não pode estar namorando! – disse a garota, chateada – Como é que eu fico?
- Sozinha. – se meteu Lilian, chegando até onde eles estavam e abraçando Tiago – E de preferência, bem longe do MEU Tiago. Vem, amor. – disse ela, puxando o namorado pela mão para longe da outra garota.
- Nossa, Lily! Não sabia que você era assim tão ciumenta! – comentou Tiago, rindo, enquanto os dois iam até seus lugares à mesa da Grifinória.
- Você não viu nada. – retrucou a ruiva, rindo também.
Após o café da manhã, os grifinórios do sétimo ano tiveram duas aulas bastante cansativas de Feitiços, seguidas por mais duas de Poções. O Prof. Slughorn falou sobre duas poções bastante complicadas, e como se não bastasse a aula, que deixou muita gente com dor de cabeça, ainda deixou uma trabalhosa tarefa para os alunos.
- Alguém colocou firewhisky no suco de abóbora do Slughorn, só pode! – reclamava Emmeline, na hora do almoço – Cinqüenta centímetros de pergaminho sobre a Poção Polissuco!
- É, e nós ainda temos a redação de DCAT e o dever de Feitiços por fazer. – disse Remo.
- Nossa, é muita coisa! – concordou Lilian – Vamos ter que começar a nos mexer logo, né, Isa? – disse a ruiva, virando-se para a amiga. No entanto, Isabelle não havia ouvido uma palavra sequer da conversa dos amigos. Ela estava muito ocupada, imaginando onde estaria um certo grifinório moreno, de olhos negros, que não estava à mesa junto com eles.
“Onde diabos ele se meteu?” – perguntava-se ela – “Hã? Mas o que é que eu estou pensando?”
- Isaaaa! – chamou Lilian, já pela terceira ou quarta vez – Planeta Terra chamando.
- Hã? O quê? – Isabelle piscou, confusa – Ah, desculpa, Lil, tava falando comigo?
- É, mas parece que você tava em qualquer lugar, menos aqui. – comentou a ruiva.
- Foi mal, Lil, eu me distraí, e...
Ela não terminou a frase, pois naquele momento o referido grifinório entrava no Salão Principal, seguido de perto por uma garota que ela reconheceu como sendo da Corvinal, e que por sinal, estava bastante corada.
- Oi, gente! – disse Sirius, sentando-se ao lado de Isabelle – Tem comida pra mim ou o Rabicho já comeu tudo?
- Ha, ha. – disse Pedro, com a boca cheia de batatas – Muito engraçado, Almofadinhas.
- Rabicho, pela enésima vez, não fala de boca cheia. – repreendeu Tiago.
- E aí, Bell? – perguntou Sirius, usando pela primeira vez o apelido dado a ela, na frente dos amigos.
- Oi, Six! – respondeu a garota, sorrindo, e usando também o apelido dele.
“Six? Bell?” – pensou Lilian, fitando o casal de amigos – “Desde quando eles se tratam assim?”
- Pensei que preferisse Sirius. – comentou Black, zombeteiro, enquanto se servia de suco.
- Ainda estou decidindo. – retrucou Isabelle, marota.
Lilian ainda continuou fitando os dois amigos, um tanto surpresa com a intimidade entre os dois, mas então deixou de lado seus pensamentos, voltando ao assunto que estavam tratando antes da chegada de Sirius.
- E então, pessoal? Vamos fazer os deveres na biblioteca juntos, hoje à tarde? – perguntou a ruiva.
- É, é uma boa idéia, Lil. – concordou Isabelle.
- Concordo. – disse Alice – Vamos sim.
Como não teriam aulas depois do almoço, eles passaram toda a tarde na biblioteca, estudando e fazendo as lições passadas pelos professores. Concentraram-se principalmente na de Poções, que era a mais longa e trabalhosa.
- Aqui, Lil, não esquece de citar que a Poção Polissuco não pode ser usada pra transformar animais. – disse Isabelle, após ler a página de um dos muitos livros que estavam sobre a mesa de estudos.
- Aham. – concordou a ruiva – Eu já tinha visto.
- O que será que acontece se fizer isso? – perguntou Pedro.
- Não sei. – disse Sirius – Vai ver você fica com um rabo pelo resto da vida.
- Mas será que dá pra parar de falar bobagem e trabalhar? – repreendeu Lilian – Quanto falta pra acabar a sua, Isa?
- Uns dez centímetros, eu acho. – respondeu a morena – E a sua?
- Acho que mais ou menos isso, também.
- Eu não sei como vocês conseguem! – disse Tiago – A minha letra é o dobro do tamanho da letra da Charmant, e ainda devem me faltar uns vinte centímetros! – reclamou ele.
- Você deve estar esquecendo de mencionar alguma coisa. Me deixa ver. – disse Lilian, pegando o pergaminho do namorado e começando a ler o que ele havia escrito.
À noite, após o jantar, o grupo ficou durante um tempo no salão comunal da Grifinória, conversando, mas logo começaram a se dispersar.
- Cara, eu tô morto! – disse Remo.
- Só você? – perguntou Tiago – Eu não posso nem pensar em ingredientes de poções, antídotos...
- Bom, gente, eu vou pra cama. – disse Emmeline, levantando-se – Preciso urgentemente de uma boa noite de sono.
- É, eu também vou nessa. Até amanhã. – disse Alice, indo também em direção á escada.
Eles foram aos poucos se despedindo e dirigindo-se para os respectivos dormitórios. Isabelle viu Sirius deixar algo sobre a lareira, antes de subir junto com Tiago.
- Boa noite, meninas. – disse o garoto, olhando para Isabelle.
- Boa noite. – responderam as duas.
- Boa noite, Lírio. – disse Tiago, dando um beijo em Lilian – Boa noite, Charmant.
- Boa noite. – respondeu Isabelle.
- Boa noite, amor. – disse Lilian – Vamos também, Isa?
- Ahn... vai subindo, Lil. – disse a morena – Eu já vou subir.
- Tá. – concordou a ruiva, dirigindo-se à escada do dormitório, enquanto Isabelle ia até a lareira, onde encontrou um bilhete.

“Te vejo daqui a pouco.”

Sorrindo, ela subiu para o dormitório, trocou de roupa e deitou-se. Esperou o movimento no quarto cessar, e quando teve certeza de que todas as garotas já estavam dormindo, levantou-se novamente e deixou silenciosamente o cômodo.
- Pensei que tinha dormido. – disse Sirius, ao vê-la descer a escada do dormitório.
- A Lily demorou a pegar no sono. – respondeu Isabelle, pegando a colher que ele estendia, e sentando-se no sofá – “E agora, pergunto ou não?” – pensava ela.
- Que cara é essa? – perguntou ele, ao ver a expressão pensativa da garota.
- Ahn... nada. – respondeu ela, tirando uma colherada de brigadeiro, sem olhar para ele.
- Ah, claro. – disse ele, irônico – Fala, o que foi?
Isabelle fitou-o, calculando se valeria a pena. Acabou por decidir que não custava arriscar.
- Eu quero aprender como me tornar uma animaga. – disse ela, de uma só vez.
- O quê? – surpreendeu-se ele.
- Me ajuda a me tornar uma animaga? Por favor? – pediu ela, juntando as mãos.
- Não sei, não, Bell... – disse ele, hesitante.
- Ah, vai, Sirius?! Você é um, o Tiago também, até o Pedro é um animago. Por que eu não posso? – perguntou ela, com a cara mais pidona que conseguiu fazer – Por favor, por favor, por favor!
Sirius franziu a testa, fitando-a, sério, mas logo a expressão em seu rosto suavizou-se.
- E por acaso dá pra negar alguma coisa quando você pede com essa cara? – perguntou ele, já meio rindo.
- Obrigada, obrigada, obrigada! – agradeceu ela, contente – Eu adoro você, sabia?
- É, eu sei... – disse ele, rindo.
- Quando começamos? – perguntou Isabelle, bastante animada.
- Amanhã, depois das aulas, na Sala Precisa. – respondeu ele.
- Preciso levar alguma coisa? Livros?
- Não, só precisa da sua varinha. – disse Sirius – Eu tenho tudo o que vamos precisar. Primeiro tenho que ver como você tá em Transfiguração, - explicou ele – ver até onde você sabe, pra depois começarmos a Animagia mesmo.
- Tá bom. – concordou a garota, ainda sorrindo – Eu... posso fazer umas perguntas?
- Claro. – concordou Sirius.
- Eu queria esclarecer uma coisa. – disse Isabelle – Me corrige se eu estiver errada.
- Tá. – concordou Sirius.
- Você, o Pedro e o Tiago são animagos, e o Remo é um lobisomem. – disse a garota.
- Sim.
- O apelido do Remo é Aluado, por motivos óbvios. Então tudo leva a crer que os apelidos de vocês três restantes sigam a mesma linha, certo? – perguntou ela.
- Certo. – confirmou o garoto.
- Bom, o Pedro eu vi se transformar no dia em que descobri o esconderijo do Remo. – contou Isabelle – Ele se transforma em um rato, daí o apelido Rabicho.
- Certo de novo. – disse Sirius.
- O Tiago é Pontas. – continuou ela – Se eu tô pensando certo, pelo que eu vejo vocês implicando com ele, ele é um cervo, então o apelido também bate.
- Muito bem. – disse o Maroto, divertido.
- E você é Almofadinhas, e pelo que eu ouço o Tiago falando, só pode ser um cachorro. Acertei? – perguntou ela.
- Tudo. – disse Sirius – Pontas é um veado – Isabelle riu – Rabicho, uma ratazana, e eu, um cachorro lindo e fofinho.
- Me mostra? – pediu Isabelle.
Sirius afastou-se um pouco dela, e transformou-se em um enorme cão preto. Depois voltou a forma humana, sorrindo devido à expressão impressionada da garota.
- Muito maneiro! – exclamou ela, encantada.
- Você vai conseguir fazer o mesmo logo, logo, no fim do nosso curso intensivo de Animagia. – disse Sirius, que ainda sorria, vendo a expressão no rosto dela.
Algum tempo depois, enquanto comiam o brigadeiro que Sirius havia conseguido na cozinha, Isabelle observava distraidamente o garoto. Ela via o reflexo das chamas da lareira no rosto dele, e como os olhos brilhavam, aqueles olhos tão negros quanto dois abismos. Abismos nos quais ela mergulharia de olhos fechados...
“Hã? O que tá acontecendo comigo? É o Sirius! Nós somos amigos, nada mais. Não sou como as outras meninas, não caio nesse encanto...”
- Bell? – chamou Sirius, já pela segunda ou terceira vez – Tá me ouvindo?
- Hã? – perguntou ela, saindo de seu devaneio – Ah, desculpa, Sirius, tá começando a bater o sono...
- É, tá tarde mesmo. – concordou ele – Vai pra cama, vai, eu também já vou subir.
- Tá. Boa noite. – disse ela, levantando-se.
- Boa noite.
O dia seguinte pareceu a Isabelle como se não fosse mais acabar, enquanto ela esperava, ansiosa, pela hora de sua primeira lição de Animagia com Sirius. Ela esteve bastante inquieta ao longo de todo o dia, contando cada minuto até o final das aulas, tanto que Lilian até mesmo estranhou sua distração durante a aula de Runas, que sempre fora uma de suas favoritas.
- Mas o que é que você tem, Isa? – perguntou a ruiva, ao ver a amiga olhar mais uma vez para o relógio - Você olha pra esse relógio a cada cinco minutos!
- Não é nada, Lil. – mentiu Isabelle – Eu só quero que essa aula acabe logo.
- Ué, mas por quê? – perguntou Lilian, surpresa.
- Shhh! – repreendeu a professora Trogern, encerrando a discussão das duas.
Isabelle ainda teve que esperar por mais longos quarenta e cinco minutos, até o fim da aula de Runas, quando o sinal finalmente soou, anunciando o final das atividades daquele dia, e permitindo que ela fosse encontrar com Sirius, diante da tapeçaria do corredor do sétimo andar. Eles estavam agora já há bastante tempo na Sala Precisa, debruçados sobre um enorme e bastante velho livro, devidamente surrupiado da seção reservada da biblioteca.
- É isso, Bell. Isso é tudo o que você precisa saber sobre Animagia. O resto é só prática. – disse o garoto, fechando o livro.
- Acho que entendi tudo, Sirius, mas quero que você me tire algumas dúvidas. – disse Isabelle, sentando no chão, em posição de lótus.
- Claro. O que você quer saber? – perguntou Sirius, sentando-se também no chão.
- Hmm... bom, primeiro e muito importante... – disse ela – a transformação não dói mesmo nem um pouco?
- Não, pelo menos não se você fizer tudo certo. – respondeu o garoto – Você precisa estar muito concentrada no que está fazendo.
- Tá. – assentiu ela.
- O que mais? – perguntou ele.
- Bom, você disse que o animal em que eu vou me transformar não é uma escolha minha...
- Isso. – confirmou Sirius – Vai ser um animal que tenha algo a ver com você, alguma característica que o ligue a você. – explicou ele – Não é uma escolha sua, pelo menos não uma escolha consciente.
- Ok. Ahn... só mais uma coisa. – disse Isabelle – Enquanto está na forma animal, você mantém totalmente a sua consciência?
- Sim, sua mente é totalmente humana. – respondeu Sirius.
- E os instintos do animal? – perguntou ela.
- Existem, mas sua mente controla sem problemas. – disse ele.
- Hmmm... – fez Isabelle.
- Mais alguma coisa? – ele perguntou.
- Ahn... não, acho que era isso. – respondeu Isabelle.
- Bom, então agora é a minha vez de esclarecer uma coisa.
- O quê? – perguntou a garota.
- Me explica aquela história de “problemas com cães, senhorita?”. – disse Sirius, imitando a voz do atendente do boticário.
Isabelle ficou subitamente muito vermelha.
- Ah! Aquilo... – disse ela, subitamente interessada na decoração da Sala.
- É, aquilo. – confirmou o garoto.
- Ahn... bom... lembra que eu tava lendo vários livros... sobre a licantropia? – perguntou ela.
- Aham. – disse ele – O que tem eles?
- Eu procurei ler tudo o que encontrasse sobre o assunto, e então, há pouco tempo, eu encontrei numa publicação recente uma coisa que me chamou a atenção, então eu fui pesquisar mais.
- O que foi que você encontrou? – perguntou Sirius, interessado.
- Eu achei informações sobre uma poção chamada Poção do Acônito, ou Poção Mata-Cão, e... bem, eu fiquei bem animada com o que tinha lá. – ela disse, com um sorriso.
- Poção Mata-Cão? – perguntou Sirius – Nunca ouvi falar.
- É porque é uma descoberta recente, pouco conhecida ainda. – explicou a garota – Essa poção serve pra... acalmar os instintos do lobisomem durante a lua cheia, faz com que eles fiquem... menos agressivos. – disse ela, parecendo animada – Com ela, a transformação física acontece, mas o lobisomem mantém a consciência humana.
- Ei, isso é mesmo interessante, Bell! – disse Sirius, animando-se também.
- É. Ela foi testada com sucesso por medibruxos em dois hospitais da Irlanda. – disse ela, mantendo o mesmo tom de antes – Eu pensei que... se conseguisse prepará-la corretamente, poderia ajudar o Remo. – o sorriso no rosto da garota murchou – Tentei por duas vezes, mas até agora eu não consegui. Ah, Sirius! Me dói tanto ver ele naquele estado a cada manhã, depois de uma noite de lua cheia! Queria poder fazer algo por ele...
- Mas você já faz! – disse Sirius, aproximando-se dela – Está lá sempre, curando os ferimentos dele, dando força, e...
- Não é o bastante, Sirius. – disse ela, soando impaciente e triste ao mesmo tempo – Não é só o corpo dele que fica machucado a cada transformação, mas a alma também. E isso eu não sou capaz de curar.
- Bell... – murmurou o garoto, acariciando o rosto de Isabelle, que sentiu um calor repentino, calor que, aliás, não tinha nada a ver com a temperatura da sala.
- Mas eu continuo tentando. – disse ela, afastando-se um pouco – Uma hora vai dar certo
- É assim que se fala, garota. – disse Sirius, tentando animá-la – Então foi por isso que comprou aquelas coisas?
- É, eu tava tirando alguns dos ingredientes do meu estoque das aulas de Poções, e outros eu já tinha comprado antes, mas também acabaram, e... Merlin, Sirius! – exclamou ela – Olha a hora!
- Putz! A gente ficou aqui conversando... – disse Sirius, levantando-se – já deve estar todo mundo no Grande Salão.
- Vamos nessa, eu não quero levar outra detenção...
Os dois saíram correndo da Sala Precisa, em direção ao Salão Principal. Sirius levava Isabelle pela mão, levando-a por atalhos que conhecia. A garota não fazia idéia de quais eram aqueles corredores por onde estava passando, apenas seguia o amigo, que por sua vez, parecia saber exatamente onde estava indo.
- Vem, Bell! Por aqui! – dizia ele.
- Mas, Sirius, onde isso vai dar? – perguntou ela, receosa, porém sem parar de correr.
- Confia em mim.
Os dois chegaram rapidamente no Grande Salão, ainda de mãos dadas, para o espanto dos amigos, que já estavam jantando. Vinham correndo, ofegantes, e morrendo de rir, depois de quase matarem de susto um casal de lufos que estavam no maior amasso em um dos corredores por onde passaram por último.
- Você viu a cara deles? – perguntou Isabelle.
- Devem ter pensado que era o Filch, ou um dos professores. – disse Sirius, ainda rindo.
- Tadinhos... nós acabamos com todo o clima... – disse a garota, debochada.
- Isa! Procurei você por toda parte! – disse Lilian, quando os dois chegaram – Onde vocês estavam?
- Por aí. – respondeu Sirius, sentando-se.
- Perdemos a hora. – disse Isabelle – Hmm... batata gratinada...
- Sorte que você olhou as horas, Bell, ou nós íamos perder o jantar. – comentou Sirius, começando a se servir.
Remo os observava com incredulidade e um pouco de raiva. Então Sirius mentira? Isabelle e ele estavam juntos?
- Isa? – chamou Lilian, baixinho.
Isabelle ergueu os olhos, deparando-se com a expressão muito séria no rosto da amiga.
- Não me olha com essa cara, Lil. – sussurrou ela.
- Depois nós vamos conversar, viu? – respondeu a ruiva, voltando ao seu jantar.
De fato, mais tarde, na torre da Grifinória, longe dos ouvidos curiosos de Alice e Emmeline, o assunto do jantar foi retomado pela dupla de amigas.
- Isabelle Charmant. Explique-se. – exigiu Lilian.
- Explicar o quê, Lil? – perguntou a morena, fazendo-se de desentendida.
- O que tá rolando entre você e o Sirius? – perguntou Lilian, bem direta.
- Nada, ué! – disse Isabelle, subitamente interessada na decoração do dormitório.
- Nada? Vocês somem, depois chegam correndo e rindo daquele jeito, e não tá rolando nada? – perguntou a ruiva de forma acusatória – Desde aquele incidente na sua casa que vocês estão bem amigos.
- Exatamente. Nós estamos bem AMIGOS. – retrucou Isabelle, nervosa.
- Isa, nós duas conhecemos bem o Sirius. – disse Lilian – Ele sabe bem o que faz...
- Ele é diferente comigo, Lil.
- Diferente? Ah, Merlin, você tá perdida. – disse a ruiva, abanando a cabeça.
- Lily, eu já falei. Não corro o menor risco de me apaixonar pelo Sirius. – disse Isabelle, tentando convencer a amiga.
- Mesmo? Eu tenho lá minhas dúvidas, Isa. – disse Lilian, visivelmente não acreditando muito em Isabelle. Não que ela pensasse que a amiga estava mentindo, mas sabia como aquela história podia acabar – Vê bem o que você tá fazendo, Isa, pra não se machucar depois.
- Fica tranqüila, Lil. Não tem com o que se preocupar. – disse Isabelle, embora estivesse questionando a si mesma até onde Lilian poderia estar certa em relação àquela história.
- Você que sabe. – disse a ruiva, dando de ombros – Eu vou lá em baixo rapidinho pegar meu livro de Runas.
- Tá.
Lilian desceu as escadas até o salão comunal, mas parou antes de chegar aos últimos degraus, pois ouviu as vozes de Tiago e Sirius vindas das poltronas.
- Ah, tá, Almofadinhas! Você vai mesmo querer que eu acredite que não rola nada entre você e a Charmant? – perguntou Tiago.
- E não rola mesmo. – respondeu Sirius, com sinceridade – Somos só amigos.
- Sirius Black, amigo de uma garota? Impossível. – retrucou Tiago, sem acreditar no amigo – Você só se aproxima de uma garota com uma intenção, cara, e não é amizade...
- A Bell é diferente. – insistiu Black – Com ela eu posso conversar numa boa.
- Conversar? Você nunca foi de conversar, Almofadinhas, não com garotas. – lembrou Tiago – Bocas são pra ser beijadas, lembra?
- Ah, é, Sr. Potter? – perguntou Lilian, descendo a escada com uma falsa expressão zangada.
- Não eu, amor, o Almofadas. – explicou-se o Maroto.
- Ah, cala a boca, Pontas! – disse Sirius.
- O que ta fazendo ainda de pé, amor? – perguntou Tiago a Lilian.
- Vim só buscar esse livro aqui. – respondeu a ruiva, apanhando o livro que estava sobre uma das mesas de estudo – Agora eu vou dormir. Boa noite. – disse ela, dando um beijo em Tiago – Boa noite, Sirius.
- Boa noite. – responderam os dois.
Ela subiu as escadas de volta para o dormitório, e Tiago abriu um grande bocejo.
- Acho que vou nessa também. – disse ele.
- É, tá na hora. – concordou Sirius, bocejando também – Vamos dormir.



N/A: sem comentários. Vejo vocês semana que vem.

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