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Sirius levantou da cama, onde esteve deitado por pouco tempo, e tentou sair do dormitório sem fazer barulho. Não contava com a armadilha que era o malão de Tiago, aberto no meio do quarto.
- Ah, mas que m... – xingou baixinho, depois de um chute certeiro na alça do malão.
- Hmm... Sirius... aonde você vai? – perguntou Remo, sonolento, ao ser acordado pelo barulho.
- Eu... tô sem sono. – respondeu o moreno – Acho que vou até a cozinha.
- Aham... vê se não esbarra em mais nada... eu tô tentando dormir. – resmungou Lupin, virando-se para o outro lado.
Sirius apanhou o Mapa do Maroto de cima do criado-mudo de Tiago, e deixou o dormitório, ainda com pensamentos assassinos em relação ao amigo e seu malão, descendo as escadas para o salão comunal.
Isabelle ainda estava acordada para ver o pequeno passarinho de papel que entrou voando no dormitório e pousou em cima do livro que lia. Ela desfez as dobraduras do papel, que continha apenas uma frase.
“Tem um minuto pra descer ou começo a comer sozinho.”
A garota sorriu. Pegou seu robe, vestindo-o sobre o pijama, e, silenciosamente, deixou o quarto. Desceu as escadas e, chegando ao salão comunal, encontrou Sirius sentado no sofá grande, com uma panela de brigadeiro e duas colheres.
- Você me acostumou mal. – disse ele, sorrindo.
- Não põe a culpa em mim, Black. – ela retrucou, devolvendo o sorriso.
- Sirius.
- O quê? – perguntou a garota, confusa.
- Quando estamos sozinhos é Sirius, lembra? – disse Sirius.
- Não estamos mais na minha casa. – retrucou ela, pegando uma colher.
- E daí? Estamos só nós dois, comendo brigadeiro no meio da noite. – disse ele – É Sirius, Isabelle.
- Não me chama de Isabelle. Eu não gosto. – pediu ela, incomodada – Prefiro que me chame de Isa, como todo mundo.
- Não vou chamar você do mesmo jeito que todo mundo chama. – retrucou Sirius – Quero chamar você de um jeito só meu.
- E como vai ser?
- Ainda não sei. – respondeu ele – Mas vou pensar a respeito.
- Ok. Vou esperar.
- Minha prima, Andie... – falou ele, de repente – você lembra dela? – Isabelle assentiu – Ela me apelidou de Six. Se quiser, pode me chamar assim também.
- Six... é, gostei. Mas acho que ainda prefiro Sirius. – disse ela, sorrindo.
Sirius apenas sacudiu a cabeça, e sorrindo, tirou mais uma colherada de doce da panela.
Após ser acordado por um ronco absurdamente alto de Pedro, Remo decidiu, ao ver que Sirius ainda não havia voltado para o dormitório, ver se ele ainda estava no salão comunal. Descia as escadas, e já ia chamar pelo nome do amigo, quando ouviu uma mais do que conhecida voz, vinda do sofá grande, e deteve-se fora do alcance de visão do casal.
- Eu sei por que chamo você pelo primeiro nome quando estamos sozinhos. – disse Isabelle em tom pensativo, olhando para a lareira, já quase apagada.
- É? E por que é? – perguntou Sirius, tirando outra colherada de brigadeiro e parando para fitá-la.
- Por que quando somos só nós dois, você é uma pessoa diferente da que demonstra ser durante o dia. – disse ela, agora fitando-o de volta – Não é Almofadinhas, o Maroto, nem Sirius Black, o arrasa-corações da escola. É apenas o Sirius, que divide o brigadeiro comigo.
- Realmente profundo, Charmant. – disse ele, sorrindo ao ver a garota revirar os olhos – Mas... sabe, você descreveu mais ou menos como eu me sinto. Tipo... como você me vê de uma forma diferente, eu posso realmente agir de forma diferente quando estamos só nós dois.
- E isso é bom. – comentou Isabelle.
- É. Bom como brigadeiro. – concordou Sirius, e os dois riram.
- Shhh! – fez a garota, com o indicador nos lábios – Vamos acabar acordando alguém!
Atordoado com a estranha intimidade entre Sirius e Isabelle, Remo decidiu não deixar que os dois o vissem, e subiu silenciosamente a escada, de volta para o dormitório masculino, enquanto o casal de amigos continuou ainda conversando no salão comunal por um bom tempo antes de irem dormir.
No dia seguinte, os setimanistas da Grifinória teriam um dia cheio. Pela manhã, dois tempos de DCAT e dois de Herbologia; depois do almoço, novamente aulas duplas, desta vez de Feitiços e Transfiguração. Durante a aula de Feitiços, a Profª. Minerva chegou à porta da sala, parecendo nervosa, chamou o Prof. Flitwick e falou rapidamente algo com ele. O homenzinho tinha uma expressão bastante perturbada quando voltou a entrar na sala de aula.
- Srta. Evans. – chamou ele. Lilian ergueu os olhos do pergaminho onde fazia algumas anotações, e fitou o professor – O diretor deseja vê-la. Está dispensada da minha aula.
Lilian olhou para Isabelle, que a encarou de volta, e ambas deram de ombros, demonstrando que não estavam entendendo o que estava acontecendo. A ruiva reuniu seu material, levantou-se da classe e deixou a sala. A Profª. Minerva a esperava à porta.
- Venha comigo, Srta. Evans. – disse a professora, começando a andar rumo ao fim do corredor, no que foi imitada por Lilian. Apesar de estar bastante curiosa sobre o motivo de sua “convocação” ao gabinete do diretor, Lilian não se atrevia a perguntar nada à Profª. McGonagall, que seguia muito séria, e as duas foram então andando em silêncio durante todo o caminho.
- Gotas de chocolate. – disse a professora quando elas chegaram à gárgula de pedra, que se moveu, revelando a escada que levava ao gabinete de Dumbledore – Pode subir, Srta. Evans. O diretor a aguarda.
Lilian assentiu com a cabeça, e começou a subir a escada em espiral. Chegou à porta do gabinete, e bateu de leve, ouvindo logo em seguida a voz do diretor, vinda do interior do aposento.
- Pode entrar.
Ela empurrou a porta timidamente e entrou. Dumbledore estava de pé, diante da escrivaninha.
- Boa tarde, Professor. – cumprimentou a garota – O senhor queria me ver?
- Sim, sim, Srta. Evans. – confirmou Dumbledore – Sente-se, por favor. – disse ele, indicando uma cadeira de espaldar alto. Lilian sentou-se, fitando, desconfiada, o rosto sério do diretor. Dumbledore conjurou uma outra cadeira e sentou-se diante dela.
- Aconteceu alguma coisa, Professor?
- Sim, minha cara, na verdade, sim. – disse Dumbledore – São... são os seus pais.
- Meus pais? – perguntou Lilian, empertigando-se na cadeira – O que houve com meus pais?
- Houve um ataque de Comensais da Morte esta manhã, Srta. Evans. Foi na Vauxhall Bridge. – explicou Dumbledore – Seus pais estavam no local.
- Meus pais... onde eles estão? – perguntou a garota, aflita – Como eles estão? Eles estão bem?
- Eu sinto muito, Srta. Evans. – disse Dumbledore – Seus pais estão mortos.
Lilian ofegou, os olhos cor de esmeralda rapidamente encheram-se de lágrimas.
- Não... não pode ser...
Ela encolheu-se toda, abaixando a cabeça até quase encostar nos joelhos, e começando a chorar. Dumbledore levantou de sua cadeira e aproximou-se da garota, tocando seu ombro.
- Por favor... diga que não é verdade... por favor...
- Tudo bem, minha cara... – dizia o diretor, tentando reconfortá-la – tudo bem...
Lilian sentia como se houvessem lhe arrancado um pedaço. Vinham à mente da ruiva flashes de lembranças dela junto com os pais, e em seguida, a voz de Dumbledore ecoava em sua cabeça. Mortos. Seus pais estavam mortos.
- Não... não meus pais, não... – as lágrimas escorriam fartamente dos lindos olhos verdes da garota.
Dumbledore conjurou um lenço, oferecendo-o a ela. Depois dirigiu-se até a lareira.
- Incêndio! – a lareira se acendeu, e o diretor jogou algo nas chamas, que mudaram de cor – Minerva!
Após apenas alguns segundos, o rosto da Profª. Minerva apareceu no meio do fogo.
- Me chamou, Alvo? – perguntou ela.
- Sim. – disse Dumbledore – Por favor, traga a Srta. Charmant até aqui.
- Está bem. – concordou McGonagall, desaparecendo das chamas imediatamente.
Dumbledore voltou-se novamente para Lilian, que soluçava, com o rosto escondido nas mãos. Ele acariciou o topo da cabeça da jovem, que ergueu o rosto banhado de lágrimas.
- Como... como aconteceu? – perguntou ela, com a voz falha.
- As fundações da ponte foram destruídas, e ela cedeu. – explicou Dumbledore – Diversos carros caíram na água, e... infelizmente, o carro de seus pais foi um deles.
Lilian voltou a esconder o rosto nas mãos, e recomeçou a chorar copiosamente. Após alguns minutos ouviu-se uma batida na porta, e Isabelle, ofegante, entrou no gabinete.
- Com licença, Professor. – pediu a garota, e então viu Lilian chorando – Lily!
- Isa! – gritou a ruiva, indo na direção de Isabelle, e jogando-se nos braços da amiga – Meus pais, Isa! Meus pais! – dizia ela, às lágrimas.
- Shhh... calma... calma... – dizia Isabelle, acariciando os cabelos da amiga.
- Meus pais, Isa... – repetia Lilian – meus pais...
- Shhh... eu sei, Lil, eu sei. – dizia a morena – Vai ficar tudo bem. Vem, senta aqui. – ela conduziu Lilian de volta à cadeira, e conjurou uma outra, acomodando-se ao lado da amiga. Lilian escondeu o rosto na curva do pescoço de Isabelle, chorando muito. Dumbledore apenas observava, enquanto a morena acariciava aos cabelos da amiga, falando baixinho palavras de consolo que aos poucos iam acalmando-a.
- Professor, e a Petúnia? – perguntou Isabelle, e Lilian afastou-se dela para ouvir a resposta do diretor.
- A Srta. Evans está bem. – disse Dumbledore – No momento do acidente, os Evans retornavam da casa do noivo dela, onde haviam acabado de deixá-la.
- Graças a Merlin!
- E ela... ela já sabe? – perguntou Lilian.
- Sim, ela já foi informada. – disse Dumbledore – Mas ela não sabe que o acidente foi causado por magia, achamos melhor não contar a ela.
- Sim, acho que é melhor. – concordou Isabelle.
- Eu preciso ir pra casa. – disse Lilian, levantando-se – Eu quero ir pra casa. Professor...
- Sim, Srta. Evans, a senhorita irá para casa, mas não agora. – disse Dumbledore – Eu solicitarei a ligação da lareira de sua casa à rede do Flú. Porém, não acho apropriado que a senhorita vá sozinha.
- Professor... eu... posso ir com ela, se o senhor permitir. – disse Isabelle, levantando também.
- Sim, sim, creio que seja a melhor pessoa para acompanhá-la. – concordou Dumbledore – Arrumem suas coisas. Acredito que dentro de meia hora já possam partir.
As duas garotas assentiram, e deixaram o gabinete, de mãos dadas. Lilian ainda chorava, e Isabelle, ao seu lado, tentava passar força à amiga, pois sabia o quanto ela estava sofrendo. À beira da gárgula de pedra estavam os Marotos, que as esperavam, ansiosos. Ao ver Lilian descer os últimos degraus, chorando, Tiago se adiantou, abraçando-a.
- Ah, meu lírio, eu sinto muito... – disse ele, e a garota soluçou, apertando mais o abraço.
- Temos que nos apressar, Lil. – disse Isabelle tocando as costas da amiga, e Lilian soltou-se do abraço de Tiago.
- Se apressar pra quê? – perguntou Sirius.
- A Isa vai comigo pra casa. – explicou Lilian, que recebia um carinho de Remo – Eu... eu não ia conseguir encarar isso sozinha.
- Claro. – disse Lupin, em tom compreensivo.
- Saímos em meia hora. – disse Isabelle, e então voltou-se novamente para Lilian – Vamos pra torre? Temos que arrumar nossas coisas.
A ruiva assentiu, e o grupo inteiro se dirigiu à torre da Grifinória. Tiago ia com Lilian, abraçando-a firme, enquanto Isabelle andava ao lado dos demais Marotos, colocando-os a par do que havia acontecido.
Depois de arrumarem suas coisas, as garotas voltaram ao gabinete de Dumbledore, acompanhadas pelos Marotos. Elas despediram-se dos meninos, e se prepararam para deixar a escola pela rede do Flú.
- Srta. Charmant? – chamou Dumbledore.
- Eu cuido dela, Professor, – disse Isabelle – não se preocupe.
O diretor assentiu com a cabeça, e as duas partiram. Lilian percebeu que Tiago parecia decepcionado por ser Isabelle, e não ele, a acompanhá-la, porém, naquele momento, as mãos pequenas e o abraço delicado de Isabelle lhe passavam mais conforto e segurança do que os ombros largos e os braços fortes do namorado. De fato, ela estava certa, Tiago havia ficado em Hogwarts, desejando que fosse ele a ir junto com Lilian para casa.
- Melhora essa cara, Pontas! – disse Sirius, ao ver a expressão amuada do amigo.
- Eu queria ter ido com ela... – reclamou o outro.
- A Isa e ela são melhores amigas há anos, Pontas. – disse Remo – Ela deve saber melhor do que ninguém o que a Lily precisa agora.
Lilian e Isabelle chegaram à casa dos Evans pela lareira, assustando a irmã dela, Petúnia, e seu noivo, Válter, que estavam na sala de estar.
- Aaaai!!! – gritou Petúnia – Como... como se atreve a chegar aqui desse jeito? E ainda traz essa outra aberração junto com você!
- Por favor, Petúnia, – disse o rapaz, que já se refizera do susto – não é momento para brigar com sua irmã. – ele se adiantou até Lilian, pegando a mala da mão dela – Eu sinto muito, Lilian.
- Obrigada. – agradeceu a ruiva, e então voltou-se para a irmã – Túnia... papai e mamãe...
Petúnia começou a chorar, sendo imediatamente imitada por Lilian. Válter correu para consolar a noiva, enquanto Isabelle se aproximou de Lilian, que a abraçou com força.
- Shhh... calma, Lil. Vai ficar tudo bem. – dizia a morena – Vem, vamos subir um pouco, largar as malas no seu quarto.
Lilian apenas assentiu com a cabeça, e Isabelle, pegando as duas malas, começou a se dirigir até a escada, seguida pela amiga. Lilian subiu na frente, seguindo em direção ao seu quarto, porém, se deteve ao passar pela porta do quarto dos pais. Ela entrou no cômodo, e sentou-se na beira da cama. Isabelle deixou as malas no corredor, ao lado da porta, e entrou também. A ruiva apanhou, com os olhos rasos de lágrimas, uma fotografia que estava sobre o criado-mudo, onde aparecia toda a família Evans, sorrindo.
- Dói tanto, Isa... meus pais... eu não me conformo...
- Eu sei que dói, Lil. – disse Isabelle, sentando-se ao lado da amiga – Mas você tem que ser forte.
- Eu quero meus pais, Isa... – disse a ruiva, recomeçando a chorar – quero meus pais de volta...
- Vem cá... – disse Isabelle, tirando o porta-retratos das mãos de Lilian e abraçando-a – Chora, vai?! Chora tudo o que você tem pra chorar, você vai se sentir melhor.
As duas permaneceram ali durante alguns minutos, até que Lilian se acalmasse um pouco. Depois, foram até o quarto da ruiva, deixaram as malas e voltaram para o andar de baixo.
- Nós temos... temos que ir vê-los. – disse Petúnia, chorosa.
- Eu... eu sei. – disse Lilian – E temos muito o que resolver também...
- É... – concordou a Evans mais velha.
- Bem... vamos, então? – perguntou Válter.
- Vamos. – concordou Petúnia.
Durante o resto daquele dia, e o dia seguinte, todas as providências para o funeral dos pais das garotas foram tomadas. Felizmente para as duas Evans, Isabelle e Válter tomaram a frente da situação, ocupando-se da maior parte das decisões, e elas não se envolveram tanto neste processo que lhes seria bastante doloroso. A cerimônia foi bastante simples e triste. Isabelle ficou o tempo todo ao lado de Lilian, dando força e consolando a amiga, que estava bastante abatida, e chorava muito, e quando os quatro voltaram para casa, fez de tudo para que a amiga se acalmasse e descansasse um pouco.
Dumbledore havia dispensado as duas por todo o resto da semana, mas Lilian não quis permanecer em casa. Na tarde do dia seguinte ao funeral, elas despacharam uma coruja para a escola, solicitando novamente a ligação da lareira à rede do Flú. Receberam uma resposta no início da noite, dizendo que a ligação já havia sido feita, e que elas poderiam partir a qualquer momento.
- Você vai ficar bem mesmo, Túnia? – perguntou Lilian, depois que ela e Isabelle desceram as malas.
- Não precisa se preocupar comigo. – disse Petúnia, fitando Lilian com desdém – Pode voltar pra sua... escola. Eu vou ficar bem.
- Cuide-se, está bem? – pediu a ruiva – Eu escrevo pra você.
- Eu não quero essas corujas chegando aqui. – disse a Evans mais velha. Isabelle fitou-a, furiosa.
- Eu mando as cartas pelo correio normal. – concordou Lilian.
Ouviu-se batidas na porta. Petúnia olhou para a entrada da casa, e de volta para Lilian.
- Deve ser o Válter, ele vem ficar aqui hoje. – disse ela – Melhor vocês irem.
Ela deixou a sala, indo abrir a porta para o noivo, enquanto Lilian voltava-se para a lareira, e jogava nas chamas o pó de Flú, dado a ela por Dumbledore, tornando-as verdes. Ela deu uma última olhada ao redor, suspirou e entrou nas chamas, seguida de perto por Isabelle.
As duas chegaram ao gabinete de Dumbledore. Lá estavam, além do diretor e da Profª. Minerva, os Marotos, Emmeline e Alice.
- Bem vindas de volta, meninas!
Depois de muitos abraços de boas vindas e de conforto para Lilian, todo o grupo foi para a torre da Grifinória, onde ficaram durante um tempo no salão comunal, conversando. Isabelle estava sentada em um dos sofás, ao lado de Remo, e tinha a cabeça recostada no ombro do amigo que, distraidamente, lhe acariciava os cabelos. Lílian dividia outro sofá com Tiago, que também acariciava delicadamente os cabelos da namorada que, ainda bastante abatida, repousava a cabeça em seu peito. Os amigos faziam de tudo para distrair Lilian, contando a ela e a Isabelle tudo o que havia acontecido no castelo durante a ausência delas, porém, depois de algum tempo de conversa, a ruiva decidiu ir deitar-se, pois estava bastante cansada.
- Vai, Lil. – disse Isabelle, carinhosamente – Vê se descansa um pouco.
- Tá. – disse a ruiva, com um sorriso fraco – Boa noite, gente.
- Boa noite.
Em meio a muito estudo, mas também muitos momentos de diversão, o mês de janeiro foi passando. Os amigos tentavam de todas as formas distrair Lilian da tristeza pela perda dos pais, e a garota, aos poucos, parecia estar melhorando bastante. O fim do mês também trazia consigo uma data especial, que foi logo lembrada, durante uma conversa no salão comunal da Grifinória.
- Gente, no fim de semana que vem já é o aniversário da Lily! – comentou Isabelle.
- É. Podíamos fazer alguma coisa, né? – disse Tiago – Pra descontrair. Os professores estão nos soterrando de coisas pra fazer.
- Sei não, gente. – disse Isabelle, em dúvida – Vocês sabem que ela é meio avessa a festas, e depois, com tudo o que aconteceu...
- Mas aí é que tá, Charmant! – disse Tiago – Vai ser bom pra ela também. Ela vai se distrair, se divertir um pouco.
- É, você pode estar certo...
- Claro que estou!
- Ah, Merlin! – disse Isabelle, revirando os olhos.
- E quanto a ela ser avessa a festas, podemos dar um jeito. – disse Sirius.
- Como assim?
- Podemos fazer uma festa surpresa. – explicou Black.
- Ai, ai, ai! – disse Isabelle, cobrindo o rosto com as mãos.
- Não precisa ser uma festa grande, só pros amigos mais próximos. – disse Sirius, mas a garota parecia ainda estar em dúvida.
- Ah, vai, Charmant! Vai ser legal! – insistiu Tiago, com uma cara pidona.
- Tá bom, vai!? – concordou Isabelle – Mas como vamos fazer pra organizar tudo sem que ela perceba?
- Eu tenho um plano. – disse Tiago – Mas vamos precisar de ajuda.
Alice, Emmeline e Marlene foram imediatamente convocadas.
- Mas é claro que a gente tá dentro. – falou Emmeline.
- A Lily vai amar a surpresa. – disse Alice, sorrindo.
Então, ao longo de toda a semana, os amigos, sem que Lilian percebesse, organizaram uma bela festa surpresa para ela. O dia inteiro já estava devidamente planejado, e cada um já sabia o que teria que fazer. O combinado inicial era de que ninguém deveria cumprimentar a ruiva pelo aniversário, mas por fim, para que ela não desconfiasse de nada, decidiram agir naturalmente.
- Tiago, o apelido dela é Lily, mas a amante de lírios aqui sou eu. – disse Isabelle, apontando a varinha para o enorme buquê que o garoto segurava, e murmurando um feitiço – Ela prefere rosas.
- Valeu, Charmant.
Ao longo de quase toda a tarde, Tiago segurou Lilian nos jardins, com um gostoso piquenique e muito namoro. Enquanto isso, as meninas organizavam a Sala Precisa com balões, fitas, e os meninos conseguiam a comida e a bebida e também arranjaram a música. Na hora combinada, Tiago arranjou uma desculpa para levar a ruiva até o local da festa.
- Ah, Lírio, só agora eu lembrei! – disse ele – Madame Pince tá querendo me matar, porque eu não devolvi um dos livros de Poções que usamos nas nossas aulas, mas eu não encontrei ele nas minhas coisas.
- Que estranho, Tiago. – disse a ruiva – Não tem nenhum livro comigo também.
- Pois é. – continuou o garoto – Acho que devo ter esquecido lá na Sala Precisa. Você se importa se formos lá dar uma olhada?
- Claro que não, meu amor. – disse Lilian, sorrindo – Vamos lá ver.
Os dois organizaram as coisas do piquenique e foram então até o corredor do sétimo andar. Lá chegando, Tiago adiantou-se para aporta, já que devia ser ele a ativar a magia que a faria abrir-se para a festa, deu um jeito para que fosse Lilian a entrar na sala primeiro, postando-se atrás dela quando a garota levou a mão à maçaneta e abriu a porta.
- SURPRESA!!! – gritou um coro de vozes bem conhecidas.
- Aaaai! Eu não acredito! – exclamou Lilian, sorrindo.
- Feliz aniversário, meu lírio! – disse Tiago, dando um beijo na garota.
- Feliz aniversário, Lil! – cumprimentou Isabelle, se aproximando e abraçando a amiga.
- Por isso não vi vocês a tarde toda! – disse Lilian – Me enganaram direitinho! E você senhor Potter... – disse ela, voltando-se para Tiago, e beijando-o.
A festa estava muito divertida, a comida e a bebida pareciam não acabar mais, e todos dançavam animados. Lilian ficou rubra de vergonha quando, após o parabéns, a famosa musiquinha do “Com quem será?” foi cantada, e ainda mais quando, depois dos gritos de “Beija, beija!”, Tiago deu-lhe um beijo digno dos filmes de Hollywood. Então, em meio a muitas risadas, a música voltou a tocar, e todos a dançar.
- Vem, Remo, vem dançar! – chamou Lilian.
- É, Aluado! Nós já conhecemos o seu talento como dançarino! – disse Tiago, rindo, lembrando do dia do jogo do blefe.
- Ha, ha. – fez Lupin – Muito engraçado, Pontas.
Remo não gostava muito de dançar, ficava muito encabulado. Além disso, estava muito distraído, observando Isabelle na pista de dança improvisada.
“Como raios ela pode mexer a cintura desse jeito?” – pensava ele, sentindo as bochechas queimarem, apenas por olhar a garota dançando.
Ooh, yeah, yeah
He took me to the Spider club at Hollywood & Vine
We drank champagne and we danced all night
We shook the paparazzi for a big surprise (a big surprise)
The gossip tonight will be tomorrow's headline
He's a one stop shop, makes my cherry pop
He's a sweet talkin' sugar-coated candyman
A sweet talkin sugar-coated candyman
Hey, yeah
Oh, yeah
He's a one stop shop, makes my cherry pop
He's a sweet talkin' sugar-coated candyman
A sweet talkin sugar-coated candyman
Whoa, yeah
Well, by now I'm getting all bothered and hot
When he kissed my mouth he really hits the spot
He got lips like sugar cane
Good things come for boys who wait
Tão distraído estava, que nem viu quando Lilian parou ao seu lado.
- Ela não tem como saber se você não falar, Remo. – disse a ruiva, assustando-o.
- Hã? Ah, eu nem vi você chegar, Lily. – disse ele, subitamente vermelho – Do que você tá falando?
- Da Isa. – respondeu Lilian – Você gosta dela, não gosta?
- Quê? Não, eu... é... – gaguejou ele – Não vai adiantar negar agora, vai?
Lilian apenas sorriu.
- Tá tão na cara assim? – ele perguntou, embaraçado.
- Não. É que... eu parei pra prestar atenção, e o jeito que você olha pra ela, às vezes... – ela deixou a frase no ar.
- Ahn... você acha que eu tenho alguma chance, Lily?
- Não sei, Remo. – respondeu ela, sinceramente – Nós somos muito amigas, mas... mesmo comigo, a Isa é meio fechada quanto a esse assunto, sabe.
- É, mas eu acho que... ela tá interessada em outra pessoa. – disse Remo, observando a garota dançar com Sirius, ambos rindo muito.
- No Sírius, não é? – perguntou Lilian, e ele assentiu – Eles estão bem mais próximos agora, e... bem, ela sente uma certa atração por ele. Mas é só o que eu posso dizer, Remo. – disse ela, com honestidade.
- Ei, Aluado! – chamou Tiago, se aproximando – O que você pensa que está fazendo aí, sozinho com a minha ruivinha?
- Estamos só conversando, Tiago. – disse Lilian.
- Bom, então agora chega de conversa, e vem dançar comigo. – disse Tiago, beijando a ruiva, e puxando-a de volta para a pista.
N/A: Olá, pessoas!!! Cá estou, com um capítulo novo. Meio tristinho, eu sei, mas necessário pra eu não me complicar no futuro.
Ah, é, essa é a tradução da música que tava rolando na festa da Lil. O nome é "Candyman", e é da Christina Aguilera.
Ele me pegou ao Spider Clube em Hollywood & Vine.
Nós bebemos champanhe a dançamos a noite toda
E nós agitamos o paparazzi para uma grande surpresa (uma grande surpresa)
A fofoca de hoje à noite, será a manchete de amanhã
Ele é de parar o trânsito, faz minha cereja estourar
Ele é um doce paquerador açucarado.
Um doce paquerador açucarado
Se bop bop, hey yeah
Ele é de parar o trânsito, faz minha cereja estourar
Ele é um doce paquerador açucarado, um doce paquerador açucarado, oh
um doce paquerador açucarado
Wooa yeah
Bem, estou ficando toda incomodada e excitada
Quando ele beijou meus lábios ele realmente acertou em cheio
Ele tem aqueles lábios com sabor de cana-de-açucar, oh
Coisas boas chegam para os garotos que esperam
Beijos, e até o próximo capítulo!!!
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