Feliz feriado



Tiago chegou à porta da cozinha e parou. Lilian estava à mesa, concentrada na leitura de seu jornal, e estava tão linda! Tinha os longos cabelos ruivos presos em um coque frouxo, e mexia distraidamente seu café.
- Bom dia... ahn... Lily. – cumprimentou ele, finalmente.
Ela ergueu os olhos do jornal para fitá-lo, corando levemente.
- Bom dia. – respondeu, voltando a olhar para o jornal.
- E... os outros? – perguntou Tiago.
- Não acordaram ainda. – respondeu ela, sem olhar para o garoto.
- Eu queria... perguntar uma coisa... – disse Tiago.
- O... o quê? – perguntou a ruiva, um tanto alarmada.
- Por que você tá fugindo de mim? O que eu fiz?
"E agora? O que eu digo?" – pensou Lilian – "Ah, dane-se. Ele perguntou, eu vou responder."
- Eu... é... por que... – começou a ruiva, mas foi interrompida pela chegada de Remo à cozinha.
- Bom dia, g... ops! – ele parou abruptamente ao ver as caras dos amigos – Acho que interrompi alguma coisa...
- Ahn... não, não interrompeu. – disse Lilian, evitando olhar para Tiago – Eu vou... chamar a Isa. – disse ela, levantando-se e deixando a cozinha.
- Ih, foi mal, Pontas. – desculpou-se Lupin.
- Tudo bem, Aluado. – disse Tiago – Eu ainda tenho alguns dias...
No andar de cima, Lilian foi até o quarto de Isabelle para acordar a amiga.
- Ei! Acorda, dorminhoca! – chamou ela.
- Hmm... hã? Ah... bom dia, Lil. – murmurou a morena, sonolenta.
- Bom dia. – respondeu Lilian – Que tal levantar? O café está pronto.
- Hmm... – fez Isabelle, espreguiçando-se – Tá, já vou descer. – ela fitou Lilian – Que cara é essa, Lil?
- A minha. – respondeu a ruiva – Tenho ela há mais ou menos uns dezessete anos...
- Ha, ha, ha. Muito engraçado. – disse Isabelle.
- Levanta logo, Isa! Vou esperar você pra descermos juntas. – disse Lilian, sentando-se aos pés da cama.
- O Tiago tá lá em baixo? – perguntou Isabelle, levantando-se. Lilian assentiu – Vai fugir dele até quando, Lily?
- Anda, Isa! – disse Lilian, ignorando a pergunta da amiga – Eu tô com fome, sabia?
Isabelle terminou de acordar, tomou um banho rápido e as duas desceram. Sirius já havia levantado também, e os garotos já estavam tomando café.
- Bom dia, meninos!
- Bom dia! – responderam os três.
- Nós vamos procurar a árvore depois do café. – disse Sirius, pegando um pedaço de bolo.
- Aham. Eu e a Lily vamos procurar os enfeites lá no sótão. – disse Isabelle.
- À tarde podíamos sair um pouco, – sugeriu Tiago – o que acham? Ainda temos que comprar os presentes de Natal.
- Nossa, é mesmo! – exclamou Lilian.
- É mesmo uma boa idéia, Pontas. – concordou Remo.
Os Marotos saíram para procurar a árvore de Natal, enquanto as meninas foram procurar os enfeites. Eles voltaram cerca de uma hora depois, carregando uma árvore de tamanho médio, e a colocaram na sala de estar maior. Em meio a muita bagunça e risadas, os cinco se puseram a enfeitar a árvore, com enfeites em sua maioria vermelhos e dourados, as cores da Grifinória. Por fim, colocaram a estrela. Depois de várias tentativas frustradas de todos eles, Sirius conseguiu finalmente encaixá-la no topo da árvore.
À tarde, como o combinado, eles saíram juntos. Foram à maneira trouxa, ou seja, de ônibus, e fizeram a maior bagunça na parte de cima do tradicional ônibus vermelho, durante o percurso até o centro da cidade. Passearam juntos durante algumas horas, olharam muitas vitrines, fizeram um gostoso lanche, e depois se separaram para irem comprar presentes uns para os outros.
- Nos encontramos em três horas, na frente da fonte do shopping, pode ser? – perguntou Isabelle.
- Certo. – concordou Lilian
- Até mais tarde! – disse Remo, já se afastando.
Três horas depois, os cinco se encontraram novamente, no local combinado para irem embora juntos. Porém, antes de voltar para casa, passaram em uma locadora, para pegar alguns filmes. Os meninos foram diretamente aos filmes de ação e terror, enquanto as meninas procuraram romances e comédias. Depois de muita discussão, concordaram em levar dois filmes: um de terror, para os meninos, e uma comédia romântica para as meninas. Já era noite quando eles finalmente voltaram para casa. Cada um se dirigiu para o seu quarto, para rapidamente esconder os presentes que haviam comprado, e tomar banho. Após tomarem banho, Lilian e Isabelle foram diretamente para a cozinha, e providenciaram uma bandeja enorme com pipocas, sucos, chocolates e outras guloseimas, enquanto os garotos organizavam o antigo quarto dos pais de Isabelle, que agora era a sala de tv, colocando dois colchões de casal e muitas cobertas. Eles deitaram, com Tiago em uma das pontas, Lilian ao seu lado, Sirius no meio, ao lado dele Isabelle, e Remo na outra ponta.
- Que filme vemos primeiro? – perguntou Lilian
- O de terror! – disseram Tiago e Sirius, ao mesmo tempo.
- Meninas? – perguntou Remo.
Isabelle deu de ombros, sendo imitada por Lilian
- Está bem. – concordou Lupin – Terror, então.
Remo colocou o filme, que era realmente assustador. Em uma das piores cenas, Sirius pediu para pausar o filme.
- Ai, Lily! – disse ele, esfregando o braço, cheio de marcas de unhas – Tudo bem que eu gosto de ter mulher me agarrando. Mas você me apertando de um lado, e a Charmant do outro... vocês vão acabar comigo!
- Foi mal, Sirius. – disse Lilian, muito vermelha.
O filme recomeçou, e a cada cena ficava mais apavorante. Isabelle, que estivera firmemente agarrada ao braço de Sirius, havia se afastado do garoto, e agora segurava com força a mão de Remo. Lilian também havia se afastado um pouco de Sirius, e em uma cena forte, deu um pequeno grito, enfiando o rosto no peito de Tiago, de onde só saiu quando ele avisou que já podia olhar para a televisão. Ela se voltou para a tela, porém, não se soltou do garoto. Quando o filme acabou, eles resolveram fazer uma pausa. Remo foi ajudar Isabelle a reabastecer a bandeja de lanches na cozinha, e Sirius foi ao banheiro. Lilian e Tiago não saíram do lugar. Ela, por pura distração, estava se sentindo tão bem, ali pertinho de Tiago! Ele, porque tinha medo até de fazer algum movimento mais brusco e acabar afastando a ruiva de perto dele. Quando os amigos voltaram e colocaram o outro filme, eles estavam ainda na mesma posição de quando os demais haviam saído do cômodo. Em oposição à felicidade de Tiago, Remo lamentou o intervalo. Com o fim do filme de terror, Isabelle havia se afastado dele, e assistia concentrada ao segundo filme.
Durante uma cena muito romântica, quase no fim do filme, Lilian se aproximou mais de Tiago, e falou baixinho em seu ouvido.
- Eu queria perguntar uma coisa...
- O que você quiser, meu lírio. – disse ele, também baixinho.
- O que você sente por mim, de verdade?
- Eu já disse milhões de vezes, Lily. – sussurrou ele – Gosto de você pra valer.
- Jura que não tá só brincando comigo? – perguntou ela, encarando-o, ansiosa.
- Juro. Eu... eu amo você, Lily. – respondeu ele, com sinceridade.
Os dois se encararam por um instante, então Lílian ergueu uma das mãos e acariciou o rosto de Tiago, que fechou os olhos. Ele estava totalmente entregue, não estava pensando em nada, apenas sentindo. Sentia o toque leve da mão dela em seu rosto, seguindo a linha do maxilar, o contorno dos lábios. Ele abriu os olhos, voltando a encará-la. Tiago encarava aqueles olhos verde-esmeralda que tanto o fascinavam, com um misto de felicidade, medo e ansiedade. Mas não era isso o que Lílian via nos olhos dele. O que ela via, era exatamente o que ele devia estar vendo em seu olhar naquele momento: amor. Amor puro e simples. Sorrindo, ela aproximou seu rosto do dele, até que seus narizes quase encostassem um no outro.
- Eu também amo você, Tiago. – ela sussurrou, e então Tiago beijou-a.
Foi um beijo longo e terno, dessa vez sem receios ou temores. Beijou-a sabendo que aquele era o único beijo que desejava no mundo inteiro, e que agora era retribuído com a mesma intensidade. Ao se afastarem, os dois sorriam, e os olhos brilhavam. Lílian então aninhou-se novamente no peito de Tiago, para voltar a assistir o filme, enquanto o garoto a abraçava mais forte, sorrindo.
Ao fim do filme, os dois perceberam que os amigos haviam pegado no sono. Tiago acordou Sirius, bem a tempo do garoto impedir que Lilian acordasse Isabelle.
- Isa? – chamou a ruiva. Isabelle resmungou e moveu-se, incomodada.
- Não faz isso, Lily! – disse Sirius, despertando por completo – Ela tem dormido super mal.
- Mas ela não pode dormir aqui, Sirius! – retrucou Lilian
- Ela não vai. – disse ele, pegando a garota adormecida no colo, e levando-a para fora do cômodo, sob o olhar curioso do casal de amigos.
Tiago deu de ombros e foi acordar Remo, enquanto Lilian levava a bandeja com os copos para a cozinha e começava a organizar a bagunça na sala. No corredor, Sirius sequer se lembrou da barreira protetora no quarto de Isabelle. Porém, isso não fez a menor diferença, pois ele a atravessou sem ser impedido, e entrou no quarto. Delicadamente, deitou Isabelle na cama, cobriu-a, e após, de maneira inconsciente, afagar-lhe os cabelos, saiu do quarto.
Como foram dormir bastante tarde na véspera, todos tiveram um pouco de dificuldade em acordar na manhã seguinte, razão pela qual, quando levantaram das camas o sol já ia alto.
- Hmm... que preguiça... – disse Isabelle, espreguiçando-se. A luz do sol entrava pela janela do quarto, incidindo sobre o rosto da garota – Hã? Mas o que eu tô fazendo aqui?
Mas ela não teve tempo para pensar naquilo, já que Lilian entrou correndo no quarto.
- Acorda, sua dorminhoca! – gritou ela, pulando na cama – É Natal!!
- Bom dia pra você também. E Feliz Natal.
- Feliz Natal! Vai, levanta logo ou eu desço sem você. – disse a ruiva, puxando as cobertas e descobrindo a amiga.
- Ei, tá frio! – reclamou Isabelle – Eu, hein? Quanta energia!
- É Natal, e eu estou feliz. Agora vamos, Isa!
- Espera um pouco, Lil, deixa eu perguntar uma coisa primeiro. – disse Isabelle – Como é que eu vim parar aqui? Não lembro de ter vindo pra cá, eu tava assistindo o filme, e...
- Apagou. Daí o Sirius trouxe você pra cá.
- Como é?
- É, ele não me deixou acordar você, disse que você andava dormindo mal, e te trouxe. – explicou Lilian, fazendo Isabelle corar com a súbita visão de si mesma sendo carregada no colo por Sirius – Aliás... como é que ele sabe que a senhorita anda dormindo mal, hein?
- Eu... não entendo... – disse a morena, mais para si mesma.
- O quê? Como ele sabia? – perguntou Lilian.
- Não. Como ele entrou aqui. – explicou Isabelle – Quero dizer, o escudo devia ter impedido.
- É mesmo! Sabe que eu nem tinha pensado nisso? – disse Lilian – Talvez seja porque ele tava carregando você.
- Não, mesmo assim, ele não teria conseguido entrar. – disse Isabelle, com ar pensativo – Será que o feitiço tá falhando?
- Não sei. Talvez devêssemos testar depois. – sugeriu a ruiva.
- É, mas depois. – disse Isabelle, levantando-se – Quero ver meus presentes.
As duas desceram as escadas, e foram diretamente à sala de estar, onde estava a árvore de Natal. Haviam muitos presentes lá. Cada um havia colocado seus presentes para os amigos em uma hora diferente da noite. Tiago, Remo e Sirius já estavam a postos, apenas esperando as meninas descerem para começar a abrir os presentes.
Tiago viu Lilian entrar na sala e ficou meio sem saber o que fazer. Queria ir até ela, e beijá-la, sem se importar com os amigos presentes na sala, mas achou que ela não gostaria que o fizesse, e decidiu esperar e ver como a ruiva iria se comportar.
- Bom dia, meninos! – cumprimentou Isabelle, ao chegar – Feliz Natal!
- Feliz Natal! – responderam os três garotos, em uníssono.
- Feliz Natal, meninos! – disse Lílian, sorrindo, e então aproximou-se de Tiago – Feliz Natal, Tiago. – disse ela, beijando-o sob o olhar surpreso dos demais.
- Eu perdi alguma coisa? – sussurrou Lupin para Sirius.
- Acho que nós todos perdemos, Aluado. – respondeu o outro, dando de ombros.
- Feliz Natal! – disse Tiago, sorrindo bobamente, depois do beijo – Muito feliz.
- É, Remo, parece que Merlin vai nos fazer uma visita... – comentou Isabelle para Lupin, ao que os dois começaram a rir, deixando os demais sem entender nada.
- Feliz Natal, meninas. – disse Sirius, reagindo depois da surpresa que fora o beijo de Lilian em Tiago – Bem... vamos abrir os presentes?
- Atacar!! – gritou Tiago, fazendo todos rirem.
Foi uma farra. Muito papel colorido por todo o lado, agradecimentos, e risadas.
- Bom, a bagunça tá uma delícia, mas eu tô morrendo de fome. – disse Lilian – Vamos tomar café?
- É, vamos sim. – concordou Isabelle – Também estou faminta!
Os cinco foram para a cozinha, para tomar café. Lilian e Tiago sentaram bem próximos um do outro, e estavam no maior chamego. Sirius sacudiu a cabeça em desaprovação.
- O que foi, Sirius? – perguntou Lupin.
- É uma vergonha, um Maroto tonto de paixão desse jeito. E a nossa reputação, como fica?
- Não fala bobagem, Sirius! Não tem nada de ridículo nisso. – disse Lupin, que percebera a intenção de Sirius com aquelas palavras. Ele não se referia apenas a Tiago.
- É, Sirius, quando você se apaixonar por alguém, vai entender. – acrescentou Lilian.
- Eu? Ha, ha. Ah, qual é, Lily? – perguntou Sirius, rindo – Se algum dia eu me apaixonar de verdade por alguém, o que eu acho difícil, e virar um bobo, assim que nem o Pontas, o que eu acho impossível, pulo pelado no lago e nado até a ilhota.
- Eu vou lembrar disso, Sirius. – disse Lilian
- Todos nós vamos, Lily. – disse Lupin.
- É... só faltam dois Marotos a serem laçados... – comentou Sirius, voltando a sacudir a cabeça negativamente.
- Dois? – ecoou Isabelle.
- Eu e o Rabicho. – explicou o garoto.
- Como assim? – perguntou Lilian – E o Remo?
- O coração do Reminho já tem dona. – disse Tiago, se metendo também na conversa – Só falta ele ter coragem pra falar com ela.
- Pontas, cala a boca. – disse Lupin, já muito vermelho.
- A garota misteriosa! – exclamou Isabelle, batendo na mesa com a mão – Eu sabia que ela existia! Vocês sabem quem é ela?
- Aham. – disse Sirius.
- Sirius... – chamou Remo, nervoso.
- Quem é? – perguntou Lilian – Conta!
- Não posso. – respondeu Sirius, que parecia estar se divertindo muito com a situação.
- Ah, por favor... conta, conta, conta!
- Sirius... – chamou Lupin novamente, visivelmente alarmado.
- Tiago, conta pra mim, vai? – pediu Lilian, toda manhosa.
- Desculpa, minha ruivinha, mas nem com você pedindo assim, eu posso contar. – disse Tiago, rindo da cara que Lilian fizera – Segredo de Maroto é sagrado.
- Ah, qual é, Black! Eu tô me roendo de curiosidade há um tempão! – reclamou Isabelle – Fala aqui no meu ouvidinho, – ela inclinou-se na direção do garoto – eu juro que não conto pra ninguém.
- Não posso, não, Charmant. Remo me mata se eu falar.
A manhã se passou sem incidentes. As meninas pediram, fizeram chantagem, até ameaçaram colocar Veritasserum no almoço dos garotos, mas eles se recusaram a contar quem era a “garota misteriosa”. Vencidas, as duas desistiram, temporariamente, de descobrir, e tiveram que prometer não colocar nada na comida na hora do almoço. Mesmo assim, Lupin ia, de vez em quando, dar uma espiada na cozinha, enquanto elas preparavam o almoço de Natal. Os meninos, dando a sua colaboração na hora do almoço, arrumaram a mesa, e enquanto a comida não ficava pronta, jogaram algumas partidas de Snap Explosivo.
À tarde, foram todos para a biblioteca, fazer os deveres que os professores haviam passado como tarefa para os feriados. Na verdade não era muita coisa, mas mesmo assim, eles gastaram a tarde inteira para acabar tudo.
- Ai! Minha mão tá doendo, de tanto escrever! – reclamou Isabelle.
- Vem cá, Isa. – chamou Remo – Me dá a sua mão.
Isabelle levantou da poltrona onde estava, e foi sentar-se ao lado de Lupin, que pegou sua mão e começou a massageá-la.
- Hmm... isso é gostoso...
Tiago e Sirius se entreolharam. Lilian percebeu, mas não falou nada.
- Cara, por isso é que eu detesto estudar. – disse Tiago – Meu pescoço tá me matando!
- Qual é, veadinho? Tá querendo uma massagem do Aluado também? – debochou Sirius.
- É cervo, seu pulguento! – disse Tiago – E eu dispenso mão de homem em cima de mim.
- Ah, nervosinho... vem cá, que eu faço uma massagem em você também. – disse Lilian, rindo, enquanto Tiago sentava-se no chão diante dela.
Após um bom tempo assistindo televisão e conversando, Remo parou a massagem na mão de Isabelle.
- E então, melhorou? – perguntou ele.
- Muito. – respondeu a morena – Valeu, Remo.
- De nada.
- E agora, galera? A gente faz o quê? – perguntou Lilian.
- Não sei. – respondeu Tiago encolhendo os ombros.
- Podemos jogar o jogo do blefe. – sugeriu Isabelle.
- Jogo do quê? – perguntaram os três Marotos, juntos.
- Boa idéia, Isa! – disse Lilian – O jogo do blefe é legal!
- Que raio de jogo é esse? – perguntou Tiago.
- É assim, - começou Isabelle – são sorteados pares, o primeiro sorteado é o “mentiroso”. O “mentiroso” tem que dizer alguma coisa a seu respeito que não seja muito conhecida pelos outros, daí o segundo sorteado tem que tentar adivinhar se a informação é verdadeira ou não. – explicou ela – Se acertar, ganha pontos, e se errar, o “mentiroso” é quem ganha os pontos.
- É, e no fim, quem tiver mais pontos escolhe um prêmio, e quem tiver menos, recebe um castigo. – completou Lilian.
- É... gostei. Vamos jogar! – disse Sirius, animado.
Eles sentaram no chão, em círculo, e pegaram dois estranhos dados de cores diferentes e com cinco lados cada um. Cada participante correspondia a um dos números do dado. O dado verde era para o “mentiroso” e o vermelho para quem tentaria adivinhar se o que ele dizia era verdade ou não.
- Bem, vamos começar então. – disse Isabelle – Eu jogo os dados primeiro.
Ela jogou os dados, e saíram os números quatro, no verde e cinco no vermelho.
- Eu e você, Remo. – disse a morena – Vamos lá, então.

Isabelle x Remo
- Meu sabor preferido de sorvete é... chocolate. – disse Isabelle, muito séria.
- Hmm... bom, você é viciada em chocolate, – disse Remo, fitando-a pensativo – então acho que é... verdade?
- Errou! – disse a morena, feliz – É pistache. Ponto pra mim!
- Pistache? – perguntou Tiago – Nem sabia que isso existia!

Lilian x Sirius
- Eu tinha um canário de estimação. – disse Lilian, fitando Sirius com um leve sorriso.
- Hmm... sua cara não me engana, ruivinha.
- Ei, dá o fora, pulguento! – disse Tiago, fingindo estar bravo – Só quem chama ela assim sou eu!
- Fica quieto, seu veado ciumento! – disse Sirius.
- É cervo! – retrucou Tiago.
- Como eu dizia, antes do chifrudinho interromper... – disse Sirius, e levou de Tiago um tapa na cabeça – ai! É mentira.
- Ai, droga! – disse Lilian – Acertou.

Tiago x Lilian
- Eu torço pro Tornados. – disse Tiago.
- Ah, essa é muito fácil. – disse a ruiva – Mentira.
- E não é que ela acertou?
- Você vive alardeando quando o Harpies ganha. – comentou Lilian.
- Quer dizer então que você presta atenção em mim... – disse Tiago, e Lilian corou.
- Vamos continuar o jogo?

Sirius x Isabelle
- Eu durmo pelado. – disse Black, encarando a garota com um meio sorriso.
- Mentira. – disse Isabelle, prontamente.
- Como sabe? – perguntou Sirius, alargando o sorriso – Andou me espiando, é?
- Cala a boca, Black. – disse a morena, fazendo uma careta – Ponto pra mim.
- Ah, é. – disse Sirius, batendo na testa – Eu esqueci que você...
- Vamos continuar o jogo? – cortou Remo, ao ver a expressão intrigada no rosto de Lilian
- É, vamos. – disse Isabelle, aliviada pela rapidez do amigo em disfarçar a situação – Vai, Lil, você joga os dados agora.

O jogo se estendeu por horas a fio, somente sendo interrompido para um lanche. Já era bastante tarde quando eles fizeram a contagem de pontos.
- Bem, pelas minhas contas, o Sirius ganhou, – disse Lilian – e... Remo, você perdeu.
- Aluado nunca foi bom em mentir assim, olhando pra pessoa. – disse Sirius – Bem... eu tenho que escolher o meu prêmio.
- É, e nós temos que escolher o castigo do Aluado... – disse Tiago, com o típico sorriso Maroto no rosto.
- Ah, meu Merlin! – exclamou Lupin, ao ver a expressão no rosto do amigo.
Lilian, Isabelle, Tiago e Sirius se reuniram na biblioteca para decidir o castigo de Remo, enquanto o garoto os esperava, já meio apavorado com a demora, na sala de estar. Após muita discussão eles chegaram a um acordo e voltaram para a sala.
- Bem, Remo, nós pensamos muito, e depois de discutir bastante a respeito, decidimos o que você vai fazer. – disse Lilian.
- E... e o que é?
- Você vai ter que dançar... – começou Tiago, e Lupin empalideceu.
- Uma dança bem sexy... – continuou Sirius.
- E com roupa de mulher! – finalizou Isabelle.
- O quê? – perguntou o garoto, cujo rosto, de branco passou para o vermelho intenso – Ah, não!
- Você concordou com o jogo, Remo. – disse Isabelle, levantando-se – Vem, Lil, acho que tenho a roupa perfeita pra ele usar. E, Remo? – chamou ela, parando à porta – Pegamos leve com você. Vai ser um mico privado. Se eu tivesse dado a minha idéia mais malvada... bem, seria bem pior. – disse ela, e saiu da sala rindo, junto com Lilian.
- Que idéia você teve, Isa? – perguntou a ruiva, enquanto elas se dirigiam ao quarto de Isabelle.
- Ele fazer o mesmo... só que na escola, em cima da torre da Astronomia. – respondeu a outra.
- Ai, tadinho, Isa!
- Eu sei! Por isso não dei a idéia pros meninos. – defendeu-se a morena, abrindo uma gaveta da cômoda – Aqui, Lil, que tal essa?
Lilian não conseguiu conter o riso. Isabelle segurava uma camisola curtíssima de cetim e renda preta.
- De onde saiu isso? – perguntou a ruiva, pegando a camisola e erguendo-a para vê-la melhor.
- É minha, – explicou Isabelle – mas eu nunca usei.
- Sua?
- É, eu ganhei há um tempão. Longa história.
- Com um salto e uma maquiagem... vai ficar linda, quer dizer, lindo. – disse Lilian, rindo, ao imaginar Remo vestido com a camisola.
Ao ver Lupin devidamente vestido e paramentado, com maquiagem e salto alto, Tiago e Sirius choravam de tanto rir. Remo estava tão vermelho quanto o batom que as garotas haviam lhe passado nos lábios e não sabia se ria, fazia cara de bravo ou chorava de tanta vergonha. Então, Isabelle ligou o rádio, e ele, sem outra opção, começou a dançar. A música que tocava caiu como uma luva para as intenções do grupo de amigos.

I know you like me (I know you like me)
I know you do (I know you do)
That's why whenever I come around
She's all over you (she's all over you)
I know you want it (I know you want it)
It's easy to see (it's easy to see)
And in the back of your mind
I know you should be on with me (babe)
(ah)

Don't cha wish your girlfriend was hot like me?
Don't cha wish your girlfriend was a freak like me?
Don't cha - Don't cha
Don't cha wish your girlfriend was wrong like me?
Don't cha wish your girlfriend was fun like me?
Don't cha - Don't cha


Sirius esmurrava o sofá, Tiago caíra no chão, de tanto rir; Lilian, tentando segurar o riso, e falhando, estava tão vermelha quantos seus cabelos, e Isabelle, que desistira de se conter, ria abertamente.
- Você tá uma gracinha, Remo! – disse a morena.
- Eu vou matar vocês! – repetia Lupin a toda hora, meio rindo, meio zangado.
- Vai lá, Aluado! Faz uma cara sexy! – provocava Sirius.
- Ah, cala a boca, Almofadinhas!
Porém toda a zanga de Lupin passou quando Isabelle levantou do sofá, aumentou o volume do rádio e começou a dançar junto com ele. A batida de uma nova música encheu a sala.

When I come to the club, step aside.
Part the seas, don't be havin me in the line.
V.I.P. cause you know I gotta shine.
I'm Fergie Ferg and give me love you long time
All my girls get down on the floor,
Back to back, drop it down real low.
I'm such a lady, but I'm dancin' like a ho,
Cause you know I don't give a fuck so here we go


- Desculpa estragar seu show, Remo, mas eu amo essa música. – disse indo para perto do amigo – Você tem que mexer os quadris, assim ó. – disse ela, pondo a mão na cintura de Lupin, e movendo-a de um lado para o outro.
Sirius ao ver o amigo ficar ainda mais vermelho, explodiu em gargalhadas, assim como Tiago, que se abanava com as duas mãos. Mas quando Lilian levantou-se e começou a dançar também, os dois resolveram imitá-la e entraram na dança, e a noite acabou em uma enorme farra.



N/A: Oi!! Apesar de ainda não ter recebido coments, mesmo depois de todos os meus apelos, tá aí o capítulo 9. Espero que vocês gostem.

Essa é a tradução das músicas da hora do jogo. Essa é a primeira, Don't cha - Pussycat Dolls.


Eu sei que você gosta de mim (2x)
Eu sei que gosta (2x)
É por isso que toda vez que eu me aproximo
Ela está dando em cima de você
Eu sei que você quer isto (2x)
É fácil de ver (2x)
E na sua cabeça
Eu sei que você deveria estar transando comigo (amor)

Você não gostaria que sua namorada fosse quente como eu?
Você não gostaria que sua namorada fosse maluca como eu?
Você não gostaria? Você não gostaria?
Você não gostaria que sua namorada fosse cruel como eu?
Você não gostaria que sua namorada fosse divertida como eu?
Você não gostaria? Você não gostaria?


E essa é a segunda, London Bridge - Fergie.

Todas as minhas amigas estão na pista (Oh droga!)
Costas com costas, descendo até o chão (Oh droga!)
Eu sou uma dama, mas danço como uma vadia (Oh droga!)
Porque você sabe, eu não dou a mínima (Oh droga!)
Então vamos lá!
Como é que toda vez que você chega perto de mim
Minha ponte de Londres quer cair, como
Londres, Londres, Londres quer cair como
Londres, Londres, Londres cairá como...


Vou nessa, beijos!!

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