A descoberta
- Trouxe alguém comigo. – uma voz anunciou – se através da porta de entrada.
- O que? – Gina perguntou assustada erguendo o olhar da revista para ver quem era.
Harry Potter é claro. Quem mais seria? Sua família não poderia vir à Espanha nessa época do ano. Fazia cinco dias que ela recuperara a consciência para descobrir – se em um Hospital da Espanha e ser submetida a um interrogatório de Harry. “Eu voltarei” ele dissera e cumprira a risca. Voltara na manha seguinte, e desde então, não faltara um dia. Sua voz não tinha mais o tom agressivo e suas perguntas não diminuíram.
Ela rezou para que não percebesse seu nervosismo. não queria que ele soubesse de sua fascinação pelos encantos físicos dele. Das outras vezes, ele estava impecavelmente vestido, mas hoje devido ao calor estava de camiseta e calça jeans. Nervosa, Gina puxou o lençol sobre o corpo, preocupada em esconder o corpo pálido exposto pelo decote da camisola revelando as sardas de seu peito cobriu lentamente temendo que um movimento brusco chamasse a atenção dele.
- Trouxe alguém comigo. – disse segurando um cesto.
- Outra visita? É meu irmão ou Mione. – ela olhou para ele procurando uma resposta.
- Sinto muito mais não são eles, mas alguém especial. – e depositou o cesto na cama.
Gina então percebeu que o cesto era um moises e que dentro dele se encontrava um lindo bebe rosado. Que apontava braços e pernas para o alto. Será que lhe permitiria pega – lô.
- Posso pega – lô? Ela viu os olhos dele brilharem
- Claro, fique a vontade.
Os cabelos pretos e os contornos do rostinho lembravam muito o Harry, mas a constatação veio quando o pequeno abriu os olhos, eles eram idênticos ao Harry.
- Qual é o nome dessa coisinha adorável?
- Thiago W. Potter.
Potter. Seu coração quase parou Harry estava casado.
- Seu filho é lindo Harry. Onde esta a mãe dele? Não sabia que estava casado.
- Não sou casado.
O coração de Gina parecia dar saltos dentro do peito.
- Então ele é filho de um amor passageiro?
Porque não casado não significa não comprometido.
- Para falar a verdade não. Ele é fruto de uma noite apenas.
- Então vocês não estão juntos, vocês...
- Não, a mãe do Thiago e eu não estamos juntos.
Ele a tinha interrompido com violência. O coração de Gina que estava normalizado deu uma guinada, com a mudança de humor de Harry. De alguma forma tocara num ponto fraco da vida dele. E o homem que ela tinha conhecido sumiu dando lugar ao bruto e arrogante.
Desconcertada ela colocou o bebe novamente no moises, Thiago não gostou e demonstrou seu desgosto desatando num furioso choro.
- Oh, doçura, desculpe – Gina murmurou tentando pega – lô novamente.
Harry, porem, foi mais rápido e pegou o filho aconchegando – o ao peito.
- Calma corazón, calma – ele ninou – você esta seguro.
Gina com os nervos a flor da pele observava Harry e o bebê que se aconchegava em seu peito largo parecendo menor e mais frágil.
- Harry como esta meu irmão e Mione?
- Bem Gina. Eles queriam vir mais o serviço os prendeu, mas eles estão preocupados você viu Mione ate mandou roupas para não ter que ficar vestida com a camisola do hospital.
- E quando eles virão?
- Não tão cedo Gina. Eles tiveram que ir para a Alemanha.
- E agora. Estou me sentindo tão confuso é como se algo me faltasse. – passou distraidamente a mão na barriga, fato que não passou despercebido a Harry. – Parece que vou enlouquecer, estou apavorada.
A voz de Gina foi sumindo, os olhos encheram de lágrimas, enquanto lutava para não cair em um pranto compulsivo.
- e você a única pessoa que eu conheço, me trata como se eu tivesse uma doença contagiosa.
- Inferno. – ele respondeu. – é que eu me sinto responsável.
- Você? Como?
- O acidente foi com o meu carro.
- Seu carro, como? Você estava dirigindo?
- Não! Nem tinha visto você chegar ate ouvir a porta de casa batendo.
- Seu carro... – Gina balbuciou confusa – eu estava dirigindo?
- sim. Gina lembre – se que eu não posso fala nada. Tem que lembrar sozinha. – disse seco.
Sem conseguir mais ficar deitada, Gina estendeu as pernas para fora da cama e ficou em pé, amarrou o cinto do robe de seda por cima da camisola.
- Como se atreve Harry? – ela explodiu – Eu preciso que me esclareça. Aqui dentro – e bateu a mão no peito – eu sinto uma dor tão grande, mas eu não sei por que, sofro tanto e você é tão frio e agressivo comigo. Por quê?
Com os pés cravados no carpete Gina apoiava – se desconfortavelmente ora em uma perna ora em outra.
Harry porem não respondeu, olhou para Thiago que dormia tranqüilamente.
- Tenho que ir embora – ignorando – a deliberadamente. - Thiago precisa alimentar – se. Pegou as alças do moises e se dirigiu a porta. Gina correu e ficou de frente a ela.
- Há não, você não sai enquanto não me contar tudo.
- Gina – disse ele devagar e ela percebeu que seu nome dito assim de modo lento era um aviso que se ela fosse prudente acataria. Se ela fosse prudente, mas ela não era.
- Eu estou falando serio, é a minha vida caramba, por favor?
- Meu Merlin! Você vai se arrepender.
Nesse instante Gina teve certeza que sim, mas já era tarde.
- Lembra as datas que você forneceu?
- Sim não estavam certas?
- O mês sim o dia era 14 só que o ano é 2004.
- 2004 como?
- A pancada na cabeça deixou – a com amnésia parcial, não dos últimos dias, mas de um ano inteiro você tem 23 anos parabéns. – disse meio irônico. –
- Não pode ser 2004. – balbuciou incrédula.
- Sinto muito, você perdeu um ano de sua vida.
Dizendo isso retirou ela delicada mente de frente da porta e foi embora.
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