O Hospital
- Você sabe quem e onde esta?
A pergunta veio brusca, o que fez Gina pestanejar, confusa, examinando tudo ao redor. A mente parecia bloqueada, e os pensamentos eram estranhos vagos e limitados.
- Que pergunta tola! É claro que eu sei quem eu sou! Meu nome é Gina Weasley.
Para intensificar a concentração Gina franziu o cenho e, estreitou ligeiramente os olhos, alisou os cabelos ruivos e brilhantes, observando os detalhes do ambiente. A cor pastel das paredes, as cortinas cor de pêssego e creme, combinando com a roupa de cama, e a mulher de branco que tinha falado com em sotaque estrangeiro, olhando – a fixamente, deixavam tudo bem claro.
- Presumo que estou em um hospital? – arriscou.
- Certo. – A medbruxa falou.
- Sabe o que aconteceu? – perguntou duas vozes juntas.
Gina percebeu que havia mais uma pessoa no quarto além da medbruxa. A pergunta viera também de um homem. Olhando na direção da voz, Gina viu-o. Um homem de porte poderoso era alto moreno, com ar definitivamente inquiridor. Quase apavorante. Apavorante? A palavra pareceu acordar Gina de uma vez, era apenas o Harry.
- Pode nos dizer o que aconteceu? Como veio parar aqui?
- Como assim Harry, eu estou de férias lembra, vim passar um mês aqui com vocês. – ela olhou para ele, não entendia seu olhar ele era seu amigo porque aquele tom hostil, pensamentos nebulosos invadiram sua mente fazendo-a fecha os olhos lembranças vagas, apenas impressões desorganizadas, barulho, pânico, um grande impacto, e alguém gritando de medo, e esse alguém era ela?
- Acho que houve um acidente. – ela arriscou.
- Que tipo de acidente? – ele perguntou.
Ate então não tinha se movido do lugar, mas a impressão que Gina tinha era que ele queria avançar sobre ela, pronto para encosta – lá na parede.
- Eu não sei. – respondeu olhando - o diretamente. – Porque não me diz! O que esta acontecendo? – fosse o que fosse não podia deixar de notar que ele estava incrivelmente bonito a impressionante altura, os cabelos rebeldes negros como a noite, o rosto uma obra de arte magnificamente esculpida, formando um conjunto esplêndido com seus olhos verdes esmeraldas, que afetavam de modo devastador os sentidos de Gina.
Quase que imediatamente ela se agitou na cama, sentindo um calor repentino, uma inquietação que não permitia ficar imóvel. Uma agitação selvagem acelerou as batidas de seu coração fazendo – a corar, quando percebeu que estava vestindo apenas uma camisola curta de hospital e coberta um leve lençol. Mais preocupante ainda era que seus sentimentos refletiam – se na intensidade do olhar daquele homem, embora ele permanecesse com a expressão indiferente. O contraste entre aquela aparente calma e a impressão de que havia algo diferente e radical nos olhos dele fez Gina engolir em seco.
- O que a faz pensar que sei de alguma coisa? – ele perguntou, aproximando – se em atitude ameaçadora.
- Senhor Potter! – a medica interveio em tom de censura para ser honesta foi um alivio a interrupção da medica. Harry mexia muito com ela, mas porque tanta frieza.
- A senhora é?
- Sou a Doutora Greene. – a mulher respondeu calmamente. – Esta disposta a responder algumas perguntas?
Por sorte a medica aproveitou a deixa, compreendendo o apelo mudo dos seus olhos.
- Posso tentar.
- Seu nome é Ginevra Molly Weasley nasceu no dia 11 de agosto de 1981?
- Sim.
- Que dia, mês e ano nós nos encontramos?
- 04 de outubro de 2003.
Aos poucos Gina foi relaxando. Não havia problema nenhum se todas as perguntas fossem feitas assim. Ela deu seu endereço, o nome de seus pais e irmãos.
- Porque você esta aqui Gina? – tornou a perguntar Harry.
- Senhor Potter não deve perguntar isso. – a doutora interrompeu seca.
- Como assim Harry, eu vim passar as minhas férias com vocês três, onde estão Ron e Mione, no curso? Eles não sabem que já cheguei?
- Não isso foi...
- Eu disse chega Senhor Potter! – a doutora advertiu novamente, dessa vez com mais firmeza. Então, prosseguiu em tom conciliador. – temos que pensar na paciente. A senhorita Weasley esta debilitada. Precisamos ter paciência.
- Como quiser. – concordou exasperado.
- Não precisa falar mais, por enquanto. Relaxe, descanse, recupere – se. – disse a doutora com calma.
- Como posso descansar sem saber o que me aconteceu? – Gina queixou – se debilmente. – Como podem esperar que eu relaxe, sem que alguém me diga como vim para aqui neste hospital? O que aconteceu comigo? Por favor, eu preciso saber como vim para aqui?
- Foi um acidente... – a medica começou a explicar com relutância. – Você sofreu uma forte pancada na cabeça e ficou desacordada por algum tempo.
- Algum tempo? Quanto?
- Dez dias. Primeiro, permaneceu inconsciente, depois ficou entrando e saindo do estado de coma.
- Verdade?
De testa franzida, Gina forçou – se a se concentrar. Se tentasse, talvez fosse possível agrupar os fragmentos, de cenas que haviam passado em sua mente, como lembranças sonhos.
Em alguns momentos, sentia que queria emergir de um lago escuro, procurando freneticamente algum apoio ao qual agarrar. Por breves segundos conseguira. Em dado momento, abrira seus olhos tentando orientar – se, ate que a pesada escuridão descera sobre ela novamente. Perdera os sentidos.
- Havia alguém perto de mim... - disse após alguns segundos de concentração.
Alguém permaneceu sentado ao lado dela como, esperando que ela acordasse. Alguém que a acalmava, quando ela se debatia, lutando contra os pesadelos que a perseguiam. Alguém que lhe afastava o cabelo suado da sua testa, com mãos frescas e suaves.
- Havia alguém aqui comigo. – insistiu.
- Uma enfermeira – a medica explica. – Você esteve o tempo todo em observação.
Não, não podia ser a voz que ela escutara não era de uma enfermeira, era suave e carinhosa não fria e impessoal. Aquela voz era...
A voz!
Gina então olha para Harry e depara – se com a frieza dos olhos verdes. A beleza daquelas feições que poderia compor uma escultura em mármore branco, ao mesmo tempo em que o olhar dele não dizia nada, deixava transparecer o ar questionador, prepotente.
- Você recebeu os melhores tratamentos que o dinheiro pode pagar.
- Eu não preciso do seu dinheiro Harry. Eu...
- Há sim agora você esta... - ele ia revelar alguma coisa, mas foi interrompido pela doutora - Senhor Potter. A senhorita Weasley esta exausta. Voltarei mais tarde fique sossegada. Vamos senhor Potter.
- Esta bem. – era impressionante a inflexão de contrariedade em sua voz. – Eu vou embora, mais voltarei.
Ele voltaria. Disso ela não tinha duvida. E estaria mentindo se dissesse que isso não a alegrava.
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