Uma nova casa
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Alguns meses depois do incidente, Pedro Pettigrew se encontrava são e salvo dentro de um barco no lago, rumando à Hogwarts. Bem, talvez não tão seguro. Ele não confiava tanto assim naquele simplíssimo barco de madeira, e muito menos no que haveria nas profundezas tenebrosas das águas negras espelhadas do lago. Mas a visão que ele teria em alguns segundos, o faria esquecer de todo o medo.
O castelo de Hogwarts surgiu imponente diante deles, com todas suas torres e janelas iluminadas. Uma visão impressionante, de fato, se não fosse o sacolejo incessante do barquinho. Finalmente, para o alivio de Pedro, o barco aportou com segurança na margem do lago, e ele respirou, profundamente contente por estar em terra firme. Infelizmente, não por muito tempo.
Pedro sentiu duas mãos encostarem-se a seu peito, e no momento seguinte ele já estava dentro das gélidas águas do lago de Hogwarts. As risadas foram instantâneas, assim como sua humilhação. Suas vestes ficaram encharcadas, assim como ele todo. As lágrimas de humilhação misturavam-se com a água. Ele observou os estudantes, e todos riam, com exceção de dois. Um de cabelos negros oleosos na altura dos ombros e nariz de gancho, e outro um tanto pálido e com aparência enferma, que o observava com uma expressão de tristeza no rosto.
O meio-gigante Hagrid apressou-se para tirar o garoto da água, mas antes dele chegar perto da margem, uma voz autoritária soou do umbral da porta em que eles deveriam entrar:
- RUBEO HAGRID, COMO A SELEÇÃO IRÁ COMEÇAR SEM ALUNOS? – parada na meia luz estava uma das figuras mais temidas e respeitadas de Hogwarts. Minerva McGonnagal. Uma figura alta e rigorosa, vestida em vestes de cetim azul, usando um coque firmemente preso. Ela emanava certa aura de poder, o que certamente assustou os primeiranistas.
- Desculpe professora Minerva, é que... É que... – gaguejou Hagrid em resposta, mas foi interrompido por um brado enérgico da outra.
- É QUE O QUE HOMEM? Ah... Espero que seja boa coisa, e que eu não esteja sujando a barra de minhas vestes a toa... - Ela foi murmurando enquanto descia pelo longo gramado até o grupo de alunos, que se abriu imediatamente assim que a professora chegou a menos de um metro deles. Ao ver Pedro Pettigrew lutando para subir pela margem do lago, ela parou de chore, com o rosto severo contraído numa expressão de uma fúria gélida. Os alunos prenderam a respiração assim que ela olhou para Hagrid e rugiu:
- MAS QUE DIABOS ESSE ALUNO ESTÁ FAZENDO DENTRO DO LAGO, HAGRID? PEGUE-O LOGO! E quanto a vocês. – ela observou cada aluno com seus olhos de falcão, as sobrancelhas arqueadas e a boca nada mais que uma fina linda contraída abaixo de seu nariz. – Quem foi o responsável por isso?
Se não fosse pelos splashs do aluno tentando sair do lago, ajudado por Hagrid, o silêncio seria sepulcral. E então, uma voz fingidamente triste e melancólica abafou os splashs:
- Eu não gostaria de dizer, pois não sou dedo duro, mas infelizmente, sou obrigado. Foi ele. – o dedo do menino alto de óculos, com os cabelos rebeldes e os olhos negros apontou agilmente para o menino de cabelos oleosos, que congelou.
Os olhos de falcão da professora percorreram lentamente o garoto de óculos, como se o analisasse. O garoto não mudou sua expressão, e olhou a professora diretamente nos olhos. Rapidamente a professora desviou o olhar para o menino de nariz de gancho, e perguntou:
- Seu nome é?
- Snape, Severo Snape, mas eu não... – ele começou, mas foi interrompido pela professora.
- Silêncio. Conversaremos sobre sua punição depois. – ela levantou a voz e dirigiu-se a todos os alunos. – Que isso sirva de exemplo para todos vocês. Mau comportamento NÃO será aceito em Hogwarts. As conseqüências serão severas. As casas, para quais vocês serão selecionados, serão suas famílias. Façam coisas boas e elas ganharão pontos. Mas caso vocês decidam tomar o rumo do Sr. Snape, elas perderão pontos.
Uma aluninha de cabelos ruivos e olhos verdes intensos levantou a voz e dirigiu-se à professora, em tom irritado:
- Mas professora, não foi ele que fez!
- Eu mandei ficarem em silêncio. Sigam-me, vocês devem ser selecionados imediatamente.
A ruiva se aproximou lentamente do sujeito de óculos e olhos verdes e murmurou em seu ouvido:
- Eu farei você pagar bem caro pelo que fez, escute minhas palavras!
Ele riu baixinho e comentou com o estudante de cabelos propositalmente despenteados e com um ar brincalhão e despreocupado:
- Estou sentindo cheiro de amor...
Aparentemente a ruiva escutou, senão não teria dado uma cutucada particularmente dolorosa nas costelas dele, o que o fez se contorcer.
E lá, no final da fila, aparentemente esquecido e encharcado, estava Pedro Pettigrew, humilhado no primeiro dia de aula.
“Ótimo, Pedro... Ótima maneira de começar as aulas.” – ele pensou consigo mesmo, satisfeito por entrar no castelo quente e aconchegante. Ele observou as paredes de pedras e os archotes e suspirou.
“Encare a sua casa pelos próximos sete anos.” – apesar dele não querer aceitar, havia um quê de satisfação nisso.
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