Prólogo
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O assoalho velho e pútrido de uma pequena casa no subúrbio de Londres rangeu sob os pés de uma criança pequena e gorda, de cabelos de um tom de marrom opaco. O suor que escorria de suas têmporas se misturava com as lágrimas que desciam de seus pequenos olhos. As janelas sacudiam, fustigadas por um vento que anunciava uma estranha chuva que cairia no verão. Aquele pequeno menino, com roupas tão sujas que poderiam se misturar ao tapete roído pelas traças que se estendia pelo corredor parou em frente a uma porta, arfante. Ele hesitou ao abrir a porta, mas o fez, ainda que com medo. Uma baforada de ar quente, cheirando a suor, cigarro e algum outro odor que ele não conhecia o acertou em cheio, e ele cambaleou. Mas o mais nauseante foi a imagem que ele viu.
Deitada sobre a cama estava sua mãe, mas havia algo errado com ela. Ela não estava com aquela expressão esperançosa e carinhosa de sempre. Não havia mais sorriso bondoso estampado no rosto redondo de sua mãe. Na verdade nunca mais haveria. Ela estava morta. Um filete de sangue escorria pelo lado de sua face, e uma poça maior de sangue se formava sob sua cabeça. E sentado em uma das poltronas em que sua mãe costumava ler canções de ninar para ele estava um homem. A barba por fazer subia pelo lado de sua face e misturava-se a um cabelo sujo e mal cuidado. Um sentimento já conhecido pelo menino começou a borbulhar dentro dele. O rosto infantil e flácido se contraiu em uma expressão de ódio e rancor. Ele merecia morrer. Ele era o responsável pela morte de sua mãe.
“Mate-o.” – Um turbilhão de pensamentos atingiu a cabeça pequena e redonda daquele garoto, que deveria ter no máximo 11 anos. Raiva. Ódio. Terror. Medo.
Um raio cortou o céu, e o menino foi tomado de uma força que ele nunca tinha sentido. Seus músculos tremiam de raiva, e ele queria atacar o homem, mas algo não deixava ele se mover. E então aconteceu.
Um gigantesco BANG pôde ser ouvido por todo o bairro, e nada mais restou além de escombros, e sob eles, um obeso menino, que por incrível que pareça, estava intacto.
Apenas minutos depois alguns pops puderam ser ouvidos, à medida que inúmeras pessoas vestidas estranhamente, com longas vestes de um verde-escuro contendo um grande M estampado no peito, apareciam do nada. Os bruxos cuidadosamente moveram os destroços com suas varinhas e encontraram o menino coberto por pó e fragmentos de madeira.
Uma bruxa de aparência maternal adiantou-se com um sorriso caridoso no rosto, e pegou o menino em seus braços, limpando seu rosto com a mão. Ela girou e sumiu com um outro pop, murmurando algo como “St. Mungus” antes de desaparecer sob o céu nublado de Londres. Os homens suspiraram e alguns começaram a escrever relatórios, enquanto outros remexiam aqui e acolá nos destroços.
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