Cap 2





Dentro do abarrotado aeroporto internacional de Denver, Hermione verificou as horas no relógio de pulso e andou mais rápido. Prendeu a mochila com mais firmeza no ombro e atravessou apressadamente o terminal de embarque. O vôo 224 estava marcado para partir em cinco minutos, e ela se encontrava a meio caminho do portão de embarque, correndo para tentar chegar antes da ultima chamada.



Alcançou o portão de embarque justamente quando o funcionário da empresa aérea se preparava para fechar a porta.



- Espere! Vou embarcar! – avisou, mostrando-lhe a passagem e o cartão de embarque.



- Rápido – avisou o homem, enquanto separava a passagem do canhoto e devolvia o cartão a ela.



Hermione então avançou pela rampa de embarque em direção à porta aberta da aeronave, a mochila pesando no ombro. Na mão direita ela carregava a bagagem de mão. Tinha sido realmente uma boa idéia ela ter optado por levar apenas o essencial e assim não precisar ter a bagagem conferida, pensou.



Ao entrar no avião, a comissária de bordo apontou para o corredor.



- Estamos prestes a decolar, e algumas pessoas mudaram de assento. Sente-se onde achar melhor. Lá na frente há um lugar perto da janela. É seu se preferir.



Hermione assentiu antes de ir em direção ao assento indicado. Por que alguém trocaria um assento perto da janela por outro, no corredor? Ela sempre fez questão de viajar no lado da janela do avião. Não que tivesse feito grandes viagens, mas adorava a visão grandiosa das cidades vistas de cima.



Ao se aproximar do assento, ela olhou para o homem sentado no corredor e, de imediato a palavra sufocante lhe veio à mente. Ele usava camisa branca de colarinho engomado, com a gravata e calça social. Trazia os óculos com aros de metal empoleirados sobre o nariz, e seus cabelos loiros tinham um corte conservador. Sem duvida era um executivo, concluiu, e provavelmente não muito mais velho do que ela.



Um laptop encontrava-se aberto sobre seu colo, e seus dedos eram ágeis sobre o teclado. Hermione intrigou-se. Será que o sujeito no podia parar de trabalhar nem mesmo durante o vôo? Devia haver algo errado com ele, embora o estilo de vida do desconhecido não fosse da sua conta. É bem provável que ele desça em Dallas, pensou. Mesmo assim, ate Dallas, seria um vôo de três horas.



Parou ao lado do lugar onde ele se encontrava sentado e largou a bagagem no chão para poder alcançar o compartimento sobre a cabeça dele, onde guardaria a mochila. Aquela altura, ao microfone, a comissária de bordo pedia aos passageiros para que se mantivessem em seus assentos e prendessem o cinto de segurança.



Hermione parou um momento, para ouvir o que estava sendo dito, a mão na porta do compartimento.



O homem, alheio a tudo ao seu redor, não percebeu quando a porta do compartimento se abriu. De repente, uma manta, uma bolsa de maquiagem pequena e dois travesseiros despencaram lá de cima e caíram sobre ele.



Hermione gemeu baixinho. A comissária de bordo, por um momento, interrompeu o que dizia e se pos a observá-la. O Senhor Laptop simplesmente ficou imóvel, os dedos sobre o teclado.



- Oh, desculpe-me. Colocarei tudo de volta no lugar.



Hermione largou a mochila no chão, junto co a sacola de mão e pegou um dos travesseiros, que guardou no compartimento no alto. Olhou nervosamente ao redor, para os demais passageiros, que pareciam alheios ao que se passava no corredor. Ainda sem olhar no rosto do Senhor Laptop, ela guardou o segundo travesseiro.



O senhor laptop pegou a manta e lhe entregou, sem levantar os olhos. Mas quando hermione pegou a bolsa de maquiagem e a ergueu para guarda-la, o fecho se abriu. Para sua grande consternação, seu conteúdo inteiro caiu no colo do senhor laptop, que ficou inerte.



- Você já terminou ai em cima? – por fim perguntou.



Hermione sorriu nervosamente.



- Oh... Creio que sim. – foi então que ela viu, escorrendo sobre o teclado do computador, a pegajosa maquilagem liquida bege escura. – Oh, minha nossa!



Rapidamente pegou o frasco e tampou. Então recolheu do colo dele o pequeno bastão só delineador, o batom, as escovas, o removedor de maquiagem e guardou dentro da bolsa, desejando saber como alguém conseguia colocar tudo aquilo no rosto. Para o seu horror, o tubo de rímel deslizou entre as pernas dele. Chegou a estender a mão, mas em seguida recolheu, seus olhos pousaram nos dele, que a fitava.



Olhos azuis. Oh, deus. E mais radiantes do que uma tarde ensolarada em Rocky Mountain. Sentiu a boca inesperadamente seca, então apontou para o rimel.



- Por favor, você pode pegar? – perguntou, o olhar ainda preso nos dele.



O Senhor Laptop então olhou para o próprio colo.



- Ah, claro.



Ele apontou o tubo de rimel e o colocou na bolsa de maquiagem.


Hermione a fechou e tornou a guardar. Então procurou por algo que pudesse ser usado para limpar o computador.



- A senhorita precisa se sentar – a comissária de bordo avisou.



- Sim, eu já vou...



Hermione se sentou, recostou-se para trás no assento e suspirou, fechando os olhos. Estava exausta. Aquela temporada na Jamaica supostamente era para relaxa-la. So que, após dormir demais, ela quase perdera o vôo, e ainda arruinara o laptop do seu companheiro de viagem, e tudo no mesmo dia!



Um dia após ter sugerido que ela viajasse, sua mãe apareceu na loja com as reservas para o Clube Regale Resort e as passagens aéreas na mão. Um presente, disse. Hermione então estava totalmente convencida de que precisava se afastar da cidade, e ficaria eternamente grata a ela por ter lhe proporcionado a oportunidade.



De repente lembrou da maquiagem que caira no laptop e olhou para seu companheiro de viagem. Pegou a bolsa.



- Devo ter algo, um lenço talvez, para limpar o teclado... – ela murmurou. Encontrou um lenço dentro da bolsa e o estendeu para o computador. Assustou-se quando ele recuou. – Não quer que eu o limpe?



- Não é necessário. Prefiro que um profissional faça isso – Ele apressou-se em fechar o computador.



Hermione ainda insistiu, entendendo a mão.



- Por favor, deixe que eu limpe pelo menos por fora. Será mais difícil fazer isso quando secar – insistiu.



Então o viu olhar na sua mão por um instante, antes de se afastar. Ele colocou o pequeno computador no chão junto com a sacola de mão antes de fitá-la.



- Você é um desastre ambulante. Do jeito que estão as coisas, esse avião acabara caindo. Coloque seu cinto de uma vez – disse ele e então prendeu o próprio cinto, o olhar preso no dela.



Hermione fez o que ele pediu, quebrando a conexão com os olhos dele. O avião solicitando o uso do cinto de segurança piscava em todos os cantos do avião. Tornou a fitá-lo. Ele tinha a cabeça recostada para trás, os olhos fechados. Ela o fitou demoradamente, e teve de admitir que do que viu. Era um homem por demais atraente para sua paz de espírito. Parecia ter adormecido, mas talvez houvesse lançado mão daquele artifício para evitá-la.



Hermione sentiu o coração disparar dentro do peito, e não era exaustão. Era energias sexuais, puras e simples. As vibrações eram boas, como diria sua mãe, ate mesmo em se tratando de um executivo.



Virou-se para olhar através da janela e procurou ignorá-lo, como ele fazia com ela. O aeroporto rapidamente foi ficando para trás, enquanto o avião ganhava altura.



Por que será, Harry pensou, enquanto o avião subia, que ele era constantemente perseguido por lunáticos? Era tiro e queda. Em cinemas, restaurantes, e ate mesmo em aviões, os malucos pareciam ser atraídos em sua direção, como se ele fosse um imã.



Gemeu baixinho quando a comissária de bordo apontou para o lugar vago ao lado. Detestava viajar com alguém sentado tão perto. Por isso sempre escolhia o assento ao lado do corredor. Sofrendo de claustrofobia, ficava mais tranqüilo podendo contar com o corredor e o assento vago. Mas ali estava ela, toda perna, e usando aquelas roupas ridículas: shorts cáqui, botas de caminhar usadas com meias grossas de algodão e camiseta. Parecia estar sem sutiã, colocara uma bandagem em volta do pescoço e prendera os cabelos escuros em rabo-de-cavalo que passava pela abertura do boné de beisebol. Minha nossa! Que fim levara a feminilidade?



Abriu os olhos lentamente e arriscou um olhar de soslaio a direita. Ela olhava pela janela do avião. Percorreu-a com os olhos. Tentou ignorar a tensão que sentiu e tornou a fechar os olhos. O short mal cobria o que aparentava ser metros e mais metros de pernas bronzeadas, firmes e bem torneadas, e bem femininas, apesar das roupas ridículas que ela usava.



Franziu as sobrancelhas e tentou lembrar a ultima vez que teve pernas como aquelas em torno dele. Nunca, concluiu. Lamentou aquela gracinha ser totalmente maluca. Graças a deus o vôo era apenas três horas. Em Dallas, ele se veria livre dela.



Pela janela do avião, hermione observou a decida em Dallas. Após três horas tentando não olhar para o passageiro sentado ao lado, por fim ela arriscou um olhar em sua direção. Quando o avião tocou o solo, ele estremeceu ligeiramente no assento e endireitou o corpo. Talvez de fato estivesse dormindo, concluiu ela. Observou quando ele tirou os óculos, colocou no colo e esfregou os olhos. De fato, um homem muito atraente.



Mas ele logo tornou a esconder aqueles fantásticos olhos verdes atrás dos óculos e em seguida pegou pertences do chão. Não usava aliança. Não que atualmente aquilo significasse alguma coisa, mas talvez...



- Desculpa estar insistindo... Mas eu gostaria de pagar pelo conserto do seu computador. – hermione interrompeu os próprios pensamentos.



Ele a fitou como se houvesse esquecido de sua existência.



- Ah, sim. Mas não será necessário. O computador pertence à empresa onde trabalho, ele esta no seguro.



Ela fixou-se no frio verde dos olhos dele.



- Bem, se prefere assim... mas posso lhe dar meu endereço, caso...



Ele fez um gesto com a mão, dispensando-a.



- Esqueça, eu cuidarei disso – disse ele e virou – se.

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Cap 3 ja ja estara ai gente ... comentemmm....
beijosss

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